quinta-feira, 27 de junho de 2019

Barco da era romana é encontrado com carregamento intacto

Pesquisas em águas cipriotas já permitiram outros achados arqueológicos nos últimos anos

  1. Um navio da era romana, com sua carga intacta, foi descoberto na costa do Chipre, informaram autoridades nesta quinta-feira. Essa descoberta inédita permitirá aprofundar o conhecimento da história do comércio na região.
  2. Trata-se de um navio romano, carregado de ânforas e tradicionalmente usado para transportar óleo ou vinho, informou o departamento de Antiguidades do Chipre em um comunicado.
  3. "É o primeiro navio romano que não foi saqueado e encontrado intacto no Chipre, cujo estudo deve lançar luz sobre o tamanho do comércio marítimo entre o Chipre e o resto das províncias romanas no leste do Mediterrâneo", de acordo com o departamento de Antiguidades.
  4. Mergulhadores voluntários de uma equipe de pesquisa arqueológica da Universidade do Chipre fizeram a descoberta perto do balneário de Protaras, no sul da ilha.
  5. Pesquisas em águas cipriotas já permitiram outros achados arqueológicos nos últimos anos.
  6. Um navio de 2.400 anos, que afundou na costa de Mazotos (sul) no século IV aC, era até agora considerado um dos mais bem preservados do Mediterrâneo.
Em dezembro, os arqueólogos que trabalham nesta descoberta acharam elementos que nos permitem entender melhor a evolução das técnicas de construção naval durante a antiguidade.
Uma parte de seu casco levada para a superfície pelos arqueólogos permitiu a descoberta do uso de técnicas fenícias e gregas de construção de navios.

As nuvens que iluminam a noite



Entre o fim de maio e o mês de agosto, faixas incomuns de nuvens se formam a grandes alturas na atmosfera, em torno do pôr do sol, nas altas latitudes do hemisfério norte (em geral entre 50 ° e 65 ° norte). Em alguns dias, essas nuvens são visíveis até mesmo em latitudes médias. Esse é o caso, lembra o site Earth Observatory, da Nasa, do mês de junho deste ano, com o fenômeno se estendendo para o sul.
Para ilustrar a ocorrência, o site exibe hoje duas imagens. A primeira, obtida por satélite, mostra nuvens noctilucentes, ou “noturnas”, em 12 de junho de 2019. O nome dessas nuvens deriva do fato de elas surgirem no crepúsculo, logo após o pôr do sol. Por flutuarem tão alto na atmosfera, elas ainda são iluminadas pela luz solar, mesmo depois de o Sol ter se posto abaixo do horizonte para o observador que está no nível do solo.
Centrada no Pólo Norte, a imagem se baseia em dados adquiridos pela nave Aeronomy of Ice in the Mesosphere (AIM), da Nasa. O instrumento mede o albedo (a quantidade de luz refletida de volta ao espaço pelas nuvens de alta altitude). O mapa é uma visão composta a partir de várias passagens do satélite. Como referência de localização para os leitores, o norte da América do Norte aparece na parte de baixo da imagem, do centro para a direita.
Conforme a atmosfera inferior da Terra se aquece com a primavera e o verão, a atmosfera superior fica mais fria. No processo, cristais de gelo se acumulam em poeira de meteoros e outras partículas, criando mechas azuis elétricas na borda do espaço, geralmente entre 80 e 85 quilômetros de altitude. No mapa do AIM, nuvens noctilucentes aparecem em vários tons de azul-claro a branco, dependendo da densidade das partículas de gelo.
Desde o lançamento do AIM, em 2007, os pesquisadores descobriram que as nuvens noctilucentes estão aparecendo mais cedo e se estendendo para latitudes mais baixas com maior frequência. Algumas evidências indicam que isso é resultado de alterações na atmosfera, incluindo mais vapor d’água, devido à mudança climática.
Essas nuvens também são mais comuns durante o mínimo solar, a mais baixa vazante de erupções solares e manchas solares no ciclo de atividade de 11 anos do Sol. A baixa atividade solar significa que há um pouco menos de radiação ultravioleta, a qual “quebra” as moléculas de água em grandes altitudes. O Sol está atualmente perto de seu mínimo.



A segunda imagem de nuvens noctilucentes flagradas recentemente, reproduzida hoje pelo Earth Observatory, não é da Terra: foi captada no céu de Marte pelo robô Curiosity em 17 de maio, sobre a cratera Gale.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Bomba da 2ª Guerra explode e deixa cratera em campos da Alemanha

Imagem feita por drone mostrou o impacto da explosão

Em um primeiro momento, não ficou claro o que havia causado uma explosão tão forte na Alemanha, capaz de registrar um pequeno terremoto.
Ocorrida às 03:52 (horário local) do domingo, 23/06, a explosão surpreendeu os moradores da região de Limburg, na região central do país, e deixou uma cratera de 10 metros de largura e quatro metros de profundidade em um campo.
Uma foto tirada por um drone revelou o impacto da explosão noturna.
  • Inicialmente, a polícia havia informado que não havia "uma indicação definitiva" de que houvesse ocorrido uma explosão inesperada. 
Porém, após uma investigação mais detalhada na zona rural de Ahlbach, especialistas em bombas disseram "com quase 100% de certeza" que se tratava de uma bomba da 2ª Guerra Mundial, provavelmente um artefato de 250 kg que havia sido jogado de um avião durante o conflito.

Bombas antigas não detonadas são comuns na Alemanha. Segundo autoridades, muitas vezes os detonares se degradam e a bomba acaba explodindo sozinha.
De acordo com moradores da região, um depósito ferroviário nas proximidades foi bombardeado pelos Aliados no final da guerra. Ainda segundo os residentes, outras bombas antigas já haviam sido encontradas no local anteriormente.
Um porta-voz local explicou para a imprensa que o risco de ser atingido por uma explosão de bombas antigas como essa é menor que o de ser alvo de um raio.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Curvar-se muito no celular faz crescer calos no crânio?

Resultado de imagem para fotos de curvar-se muito com o celular
 
Pesquisadores australianos dizem ter constatado crescimentos anormais, ou esporões ósseos, na parte de trás do crânio, medindo entre 0,7 milímetros a mais de 1 centímetro de comprimento.
Você pode estar exatamente agora curvado ao celular, mas preocupado com as notícias de que jovens estão desenvolvendo calos no crânio por ficarem muito tempo debruçados sobre o telefone.
É verdade que os celulares estão nos tornando mal-educados e desatentos, mas a medicina não endossa totalmente a ideia de que a tecnologia também esteja entornando nossos esqueletos.
A área mais vulnerável seria a parte de trás do crânio, onde ele se encontra com o pescoço. Existe ali uma ligeira protuberância, fácil de se sentir, mas ela é normal. Agora, dois pesquisadores australianos dizem ter constatado crescimentos anormais, ou esporões ósseos, nessa região, medindo entre 0,7 milímetros a mais de 1 centímetro de comprimento.
Artigos recentes da BBC e de The Washington Post citaram um estudo de 2018 publicado no jornal Scientifc Reports informando que esses crescimentos ósseos ocorrem geralmente em pessoas entre 18 e 30 anos. O estudo sugere que a causa são "posições extravagantes e continuadas associadas ao crescimento e ao uso prolongado de dispositivos tecnológicos manuais, como celulares e tablets". Os autores são um quiroprata, David Shahar, e um professor de biomecânica, Mark G. L. Sayers, ambos da University of the Sunshine Coast, em Queensland, Austrália.
Especialistas fizeram diferentes interpretações, assinalando que o estudo é baseado no exame de radiografias antigas e não abrangeu um grupo de controle, e assim, não se pode comprovar a relação causa-efeito. Acrescente-se que os indivíduos estudados tinham problemas suficientes de dor no pescoço para consultarem um quiroprata e serem submetidos a raio X, não ficando claro se as conclusões se aplicam ao restante da população.
Ao mesmo tempo, sabe-se bem que pessoas que passam muito tempo com o pescoço curvado para a frente podem vir a ter problemas de pescoço e espinha que causam endurecimento, dor local e dores de cabeça. Pessoas que passam o dia curvadas sobre um laptop ou um celular referem-se a essas dores como "pescoço de viciado em tecnologia" ou "pescoço de digitador".
Passar longos períodos curvado para a frente pode, em teoria, levar à formação de esporões ósseos, disse Evan Johnson, diretor de Terapia Física do New York-Presbyterian Och Spine Hospital. Nessa posição, o ligamento que ajuda a manter a cabeça erguida pressiona o crânio e "o osso se adapta formando uma pequena protuberância", disse Johnson. "Mas o fato de alguém ter essa pequena projeção óssea no crânio não significa nada", acrescentou ele.
Segundo ele, a conclusão mais preocupante do estudo, de acordo com os ângulos medidos nas radiografias, é que os pescoços de alguns dos examinados desenvolveram uma postura anormal. "Se a tecnologia estiver causando essa mudança de postura na população, poderemos ver mais jovens com artrite e tensão no pescoço e degeneração de disco", disse Johnson.
David Putrino, diretor de reabilitação inovativa do Mount Sinai Health, disse que a conexão entre pescoço curvado e esporões ósseos parece ser real. Ele disse também que os ossos ainda em crescimento dos adolescentes são mais propensos que os de adultos a mudarem de forma ou desenvolverem esporões em resposta a pressões maiores. "Mas não acho que chegamos ao ponto de poder atribuir isso ao uso de celulares", acrescentou.
David Langer, chefe da neurocirurgia do Lenox Hill Hospital de Nova York, disse que para ele "isso não faz o menor sentido". Ele explicou que problemas de disco são comuns em pessoas que passam muito tempo olhando para baixo com o pescoço curvado, entre elas, cirurgiões.
"É mais provável correr degeneração de disco ou desalinhamento do pescoço que o crescimento de um esporão no crânio", disse Langer. "Nunca vi nenhum, e trabalho com uma grande quantidade de radiografias. Detesto ser pessimista por antecipação, mas isso me parece um pouco forçado. Chifres no crânio? Menos, por favor."
 

Poluição é cada vez mais letal - até mais do que tabagismo



Autores do estudo calculam que até 8,8 milhões de mortes ocorridas no mundo anualmente podem ser atribuídas ao ar sujo, enquanto fumo matou 7,2 milhões, em 2015, segundo ONU .
O número de pessoas que morrem em consequência da poluição do ar pode exceder o número de mortes por tabagismo, indica um estudo de pesquisadores da Alemanha e do Chipre. O estudo, publicado na revista European Heart Journal em março, se concentrou no ozônio e nas menores partículas poluentes, conhecidas como PM2,5. Ambos são os que mais afetam a saúde porque penetram nos pulmões e podem até chegar à corrente sanguínea.
Os autores do estudo calculam que até 8,8 milhões de mortes ocorridas no mundo anualmente podem ser atribuídas ao ar sujo. “Isso significa que a poluição do ar causa mais mortes extras por ano do que o tabagismo, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima ser responsável por mais de 7,2 milhões de mortes em 2015”, disse o professor Thomas Munzel, do Centro Médico da Universidade de Mainz e um dos autores do estudo.
“Fumar é evitável, mas a poluição do ar não é”, acrescentou. Os pesquisadores disseram que novos dados indicam que o impacto negativo das PM2,5 à saúde – partículas muito pequenas que são a principal causa de doenças respiratórias e cardiovasculares – é muito pior do que se pensava antes.
 
Poluição do ar afeta o corpo inteiro, garante revisão de estudos científicos
Análise abrangente de artigos científicos encontra relação comprovada entre o ar tóxico e danos da cabeça aos pés, incluindo demência, doenças cardíacas e pulmonares, problemas de fertilidade e redução da inteligência.

Astrônomos se rebelam contra os 12.000 novos satélites de Elon Musk

Conjunto de satélites Starlink antes de serem liberados pela segunda etapa do Falcon 9.
 
O mundo da astronomia entrou em estado de alerta devido aos planos da empresa aeroespacial SpaceX, fundada pelo bilionário Elon Musk, de colocar em órbita uma constelação de cerca de 12.000 satélites antes do fim da próxima década. O projeto, batizado de Starlink, permitirá conexões da Internet em praticamente qualquer ponto do planeta, mas também poderá alterar irremediavelmente a visão das estrelas para toda a humanidade.
Existem hoje cerca de 18.000 objetos de mais de 10 centímetros orbitando a Terra. Desse total, 2.000 são satélites em funcionamento e o resto é lixo espacial: satélites desativados, sucatas de foguetes e fragmentos procedentes de colisões e acidentes. De todos esses artefatos, apenas cerca de 200 podem ser observados a olho nu.
Os planos de Musk significariam quase duplicar o número de objetos na órbita baixa da Terra, onde “habitam” a Estação Espacial Internacional (ISS) e o telescópio espacial Hubble. Outras empresas, como Amazon, Telesat e Oneweb já anunciaram sua intenção de criar constelações similares, cada uma delas formada por milhares de satélites. Portanto, é possível que dentro de 10 anos vejamos no céu noturno mais satélites artificiais do que estrelas.
A SpaceX deu o primeiro passo. Em 23 de maio passado, lançou os primeiros 60 satélites a bordo do foguete Falcon 9, de fabricação própria. Cada satélite pesa 227 quilos e conta com um painel solar que carrega as baterias, mas que também pode refletir a luz do Sul para a Terra. Dependendo do ângulo de incidência da luz solar, durante alguns instantes o brilho dos satélites poderia superar o de qualquer outra estrela do firmamento. Embora os planos da SpaceX não sejam secretos, pouco depois do lançamento começou a soar o alarme entre os aficionados da astronomia e os astrônomos profissionais, à medida que viralizaram vídeos dos satélites cruzando lentamente o céu noturno. Nesse momento, seu brilho era semelhante ao da Estrela Polar.
Enquanto a indignação se propagava nas redes sociais, Musk afirmou no Twitter que os satélites só seriam visíveis ao amanhecer e ao entardecer, quando ainda refletiriam a luz solar devido à sua altitude; durante a noite, ficariam ocultos pela sombra da Terra. Musk, contudo, pode estar errado.
“A preocupação é que, em certos momentos do ano, os satélites possam ser vistos durante a noite toda”, explicou ao EL PAÍS o cientista Patrick Seitzer, da Universidade de Michigan (Estados Unidos), um dos principais especialistas em monitoramento do lixo espacial. Segundo Seitzer, os satélites de Musk poderiam ser vistos durante toda a noite em algumas ocasiões, dependendo da geometria de sua órbita e da posição do Sol em relação à Terra. “No Hemisfério Norte, entre maio e junho, podemos ver a Estação Espacial Internacional passar quatro ou cinco vezes por noite, não só durante o crepúsculo”, afirma. “A ISS é um satélite numa órbita. Se houvesse outros 10.000 ou 15.000... bem, você entende por que estamos preocupados.”
Membro da Sociedade Astronômica Americana (AAS), Seitzer analisa atualmente essa situação a pedido da SpaceX. “A SpaceX entrou em contato conosco [a AAS] depois do lançamento, por causa das visualizações de satélites muito brilhantes no céu”, explica. Ele ainda não quer antecipar suas conclusões, já que só poderá determinar a visibilidade dos satélites quando terminar a análise. Por enquanto, esses dispositivos vêm perdendo brilho à medida que sobem até sua altitude final de 500 quilômetros, ponto em que só são vistos com o uso de binóculos.
Ainda assim, os satélites da Starlink podem dificultar a astronomia de duas formas. A primeira, mais evidente, é passando na frente dos telescópios. Durante as observações astronômicas, costuma-se utilizar tempos de exposição longos, permitindo que os telescópios absorvam luz durante minutos ou até horas. Assim, é possível ver melhor objetos distantes ou pouco luminosos. Se um satélite passa na frente justo nesse momento, o que aparece na imagem é uma linha brilhante, tal como os faróis de um carro numa foto noturna. E se isso acontece, o mais comum é que a imagem fique inutilizada para uso científico e que a observação tenha de ser refeita, o que aumenta os custos e nem sempre é possível.
Os telescópios mais sensíveis a essas interferências são os que observam grandes porções do céu em cada imagem. Usados para monitorar muitos objetos ao mesmo tempo, eles são úteis para a busca de exoplanetas e a detecção de asteroides próximos da Terra, por exemplo. O maior do mundo desse tipo é o Large Synoptic Survey Telescope (LSST), ainda em construção no norte do Chile, que poderia fotografar a totalidade do céu em períodos de poucas noites. Os responsáveis pelo LSST já divulgaram nota expressando sua preocupação. Estimam que praticamente todas as imagens que fizerem nas primeiras e nas últimas horas de cada noite conterão pelo menos um satélite da Starlink. Felizmente, disseram que possuem mecanismos automáticos que podem descartar os pixels poluídos sem perder toda a imagem. Por isso, afirmam, a Starlink para eles não será mais do que um “incômodo”. Mas avisam que outros telescópios não terão a mesma sorte.
O segundo tipo de problema é mais difícil de avaliar e controlar. Trata-se da poluição eletromagnética que esses satélites produzirão ao emitir ondas de rádio para se comunicar entre si e enviar o sinal da Internet à Terra. Essas ondas poderiam interferir nos radiotelescópios, grades antenas que captam os sinais de rádio que chegam do cosmo até nós. Um exemplo desses aparelhos é o telescópio IRAM Pico Veleta em Sierra Nevada, Granada (Espanha), uma grande antena de 30 metros integrante da rede global que obteve a primeira imagem de um buraco negro, publicada em abril de 2019. Como os radiotelescópios são muito sensíveis à poluição eletromagnética, procura-se construí-los em regiões isoladas, longe de qualquer tecnologia humana. A Starlink ameaça a existência dessas “zonas tranquilas”, já que os satélites darão cobertura a todo o planeta.
O Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA (NRAO) anunciou que já colabora com a SpaceX para tentar mitigar o possível impacto na radioastronomia. Entre as soluções em estudo, incluem-se a criação de “zonas de exclusão” onde os satélites deixariam de emitir e a não utilização das frequências mais interessantes para os cientistas.
Se as constelações de satélites forem desenvolvidas sem controle, poderão ocupar frequências ainda não utilizadas para a pesquisa, mas que seriam exploradas à medida que surgissem novos instrumGómez, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA). Segundo Gómez, a situação deveria ser discutida entre as empresas interessadas e a União Astronômica Internacional (IAU), principal associação mundial de astrônomos. “Eu pensava que isso teria sido muito bem negociado, mas vemos que não foi assim”, diz.
Por sua vez, tanto a IAU como a AAS se ofereceram para colaborar com a SpaceX e outras companhias na busca de uma forma de minimizar os possíveis impactos. A IAU manifestou seu compromisso com a defesa de um céu escuro e sem emissões de carbono como um recurso “essencial para permitir o avanço do nosso conhecimento do universo”, mas também “para a proteção da fauna noturna”. É que não se sabem quais novos impactos ambientais poderiam surgir com a transformação do aspecto do céu e das constelações.
Mesmo que se chegue a um compromisso para evitar os danos às pesquisas, o fato é que algumas empresas privadas têm capacidade de mudar, de uma vez só, o aspecto do céu noturno para toda a humanidade. Até agora, só precisaram conseguir autorização de um único Governo, sem que tenha havido nenhum tipo de debate público a respeito. Segundo disse o próprio Musk no Twitter, oferecer conexão da Internet a zonas remotas é o “bem superior”.
 

terça-feira, 18 de junho de 2019

Astrônomos divulgam dados sobre maior busca por alienígenas já feita



Pesquisadores do Breakthrough Listen – um projeto de busca de comunicações alienígenas de US$ 100 milhões lançado por figuras proeminentes do mundo científico – anunciaram ter concluído a busca “mais abrangente e sensível” já realizada por pistas de tecnologia alienígena, segundo o jornal “The Independent”. O material reunido (1 petabyte, ou 1015 bytes, de dados de rádio e telescópio óptico) está sendo liberado para que outros interessados possam analisá-lo e extrair dele novas informações.
Baseada no Centro de Pesquisas Seti da Universidade da Califórnia em Berkeley, a equipe do Breakthrough Listen declarou que vem trabalhando em várias técnicas destinadas a identificar “assinaturas tecnológicas” no universo, como transmissores ou dispositivos de propulsão em outros planetas. Tais assinaturas podem ser sinais poderosos enviados apenas por uma faixa limitada de radiofrequências, ou lasers brilhantes disparados universo afora, e remeteriam diretamente a civilizações extraterrestres.
Os pesquisadores também disseram ter desenvolvido algoritmos que permitirão compreender melhor fenômenos astrofísicos ainda inexplicáveis.
Apesar do intenso trabalho, os astrônomos do projeto ainda não encontraram nada nos dados disponíveis. Mas eles esperam que o lançamento do material coletado possa levar a avanços adicionais.
“Esse lançamento de dados é um tremendo marco para a equipe do Breakthrough Listen”, declarou Danny Price, cientista do projeto Breakthrough Listen do Observatório Parkes, na Austrália, em um comunicado.
“Realizamos milhares de horas de observações de estrelas próximas, através de bilhões de canais de frequência. Não encontramos evidências de sinais artificiais vindos de fora da Terra, mas isso não significa que não há vida inteligente por aí: podemos apenas não ter olhado no lugar certo ainda, ou não ter olhado a fundo o suficiente para detectar sinais fracos.”
Os dados estão sendo divulgados por meio de uma página dedicada ao projeto no site da Universidade da Califórnia em Berkeley (www.astro.berkeley.edu/p/breakthrough-listen). Artigos descrevendo os métodos para a coleta de informações também foram enviados para essa página, além de serem submetidos a revistas de astrofísica.

Microssatélites da Nasa vão estudar problema que interfere no GPS



Dois nanossatélites idênticos que a Nasa lançará na próxima semana ajudarão os cientistas da agência espacial americana a compreender por que ocorrem distorções nos sinais de rádio empregados para comunicação e navegação, informa o site Space.com. Os dois aparelhos – originariamente usados ​​apenas na órbita baixa da Terra, mas que às vezes são empregados ​​em missões interplanetárias – integram um total de 24 satélites levados pelo foguete Falcon Heavy, da SpaceX.
Conhecidas pela sigla E-TBEx, essas naves orbitarão perto da Terra, fornecendo aos cientistas informações essenciais sobre como os sinais de rádio podem ser interrompidos quando passam pela atmosfera superior do planeta.
O problema está ligado a “bolhas estruturadas” presentes na ionosfera (camada na atmosfera superior que é bombardeada pela radiação solar e cósmica e, portanto, está repleta de partículas carregadas). Ao distorcerem os sinais de rádios, essas bolhas interferem nas comunicações militares e aéreas e nos sinais de GPS, particularmente no equador, informou a Nasa em um comunicado.
“Essas bolhas são difíceis de estudar a partir do solo”, disse Rick Doe, gerente do programa de carga útil da missão E-TBEx, no texto. “Se você vir as bolhas começarem a se formar, elas se moverão.” Segundo Doe, a esperança da Nasa é que os novos satélites possam estudar a evolução das bolhas antes que elas comecem a distorcer as ondas de rádio. Isso ajudaria os cientistas a entender melhor a física das bolhas.
Na ionosfera, as partículas são separadas em um “mar de partículas positivas e negativas, chamado plasma”, informa a Nasa no comunicado. O plasma é misturado com gases neutros como o ar que respiramos.
A ionosfera e as bolhas que se formam lá respondem a vários fatores diferentes, incluindo campos elétricos e magnéticos e os climas terrestre e espacial. Segundo os cientistas, ondas de pressão de grandes sistemas de tempestades podem atingir a parte superior da atmosfera e criar ventos capazes de interferir na formação e na movimentação das bolhas. As partículas carregadas do plasma também seriam afetadas pelo clima espacial, o que pode influenciar os campos elétricos e magnéticos.
Os sinais de rádio emitidos pelos nanossatélites – todos próximos daqueles usados pelos satélites de comunicações e GPS, segundo a Nasa – serão captados por estações em terra. Com esse material, os cientistas poderão flagrar mudanças tênues na fase ou na amplitude dos sinais, e a partir daí mapear as distorções na região da ionosfera onde foram registradas.
Terra.com

Por que o inverno quente é ruim?

 
Para quem não gosta do frio, o inverno quente é o mais desejado, mas a falta do frio traz várias complicações.
A perspectiva para o inverno de 2019 é de pouco frio no Brasil. Muita gente acha que um inverno "quente" é bom. Para quem não gosta do frio, de fato, o inverno sem frio intenso e prolongado é o mais desejado. Mas a falta do frio traz várias complicações. Entenda porque o inverno quente é ruim.

Os reservatórios de água diminuem mais rapidamente

Para começar a evaporação dos reservatórios aumenta. Estes meses do meio do ano são os com tempo mais aberto e ar mais seco na maior parte do Brasil.
Se junta a temperatura mais alta com o período de ar mais seco, os níveis das barragens diminuem. A situação é melhor do que a dos últimos anos, mas veja que as barragens nem estão tão cheias assim.


Volume equivalente do SIN *(%)
Além do risco do aumento de preço da energia elétrica, tem também existe o risco de desabastecimento de água nas cidades.
* Sistema Interligado Nacional (SIN): sistema de coordenação e controle de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil

Mantém a população de insetos maior do que se estivesse frio

Os insetos são animais de "sangue frio", ao contrário dos seres humanos a temperatura do corpo deles muda com a temperatura do ambiente.
Os insetos dependem da temperatura externa para se manterem ativos, ou seja, se alimentarem, se moverem e se reproduzirem (Wikipedia, 2018). E a proliferação de algumas espécies é um grande problema para a humanidade.
O caso mais crítico no Brasil é do Aedes Aegypti, mosquito transmissor de muitas doenças "de verão". Quando o frio de verdade não vem, estes insetos têm um índice de reprodução maior o que mantém os índices de contaminação humana altos mesmo no inverno.


Além deste problema de saúde, os insetos também são causadores de perdas no agronegócio, levando ao aumento do controle de pragas e consequentemente aumentando o custo de produção.

O ar fica mais poluído

Para que a temperatura suba mesmo, as frentes frias têm que ser bloqueadas ao Sul do Brasil.
Os dias "quentinhos" de céu azul indicam que o ar se move pouco. Com isso a poluição de partículas fica retida perto das fontes, que podem ser as ruas cheias de carros, as queimadas intencionais ou naturais.
Também existe a poluição por ozônio, que combina a química dos combustíveis queimados e o tempo ensolarado.
Quanto mais ensolarado pior!

O fogo se espalha mais rapidamente

Neste outono choveu mais que a média na maior parte do Brasil, o que fez com que os índices de queimada ficassem baixos. Isso foi até o dia 06 de junho, quando a massa de ar seco chegou e empurrou a nebulosidade para fora de Santa Catarina, do Paraná, das Regiões Sudeste, Centro-Oeste, do sul da Amazônia e do sertão nordestino.
A estação de queimadas atrasou, mas com esta secura ela pode recomeçar ainda em junho.



quarta-feira, 12 de junho de 2019

Cientistas provam que Sol pode gerar erupções 'assassinas'

Observações prolongadas de milhões de estrelas realizadas pela sonda GAIA permitiram aos astrônomos provar que as poderosas erupções que podem destruir toda a vida na Terra acontecem também em astros completamente parecidos com o Sol.
Segundo informa um artigo publicado na revista Astrophysical Journal, os cientistas mostraram que as supererupções acontecem raramente, mas a probabilidade de que tal evento possa ocorrer nos próximos séculos não é nula.
 
Macaque in the trees
 
"Se cataclismos deste tipo já ocorreram no milênio passado, é pouco provável que a humanidade tenha notado isso. Mas no futuro eles podem destruir a civilização na Terra", afirma Yuta Notsu da Universidade de Colorado em Bowlder, nos EUA.
As erupções ocorrem no Sol periodicamente – são episódios de explosões com emissão de energia em forma de luz visível, calor e radiação X. As erupções poderosas interrompem o funcionamento dos sistemas de radiocomunicação, satélites e ameaçam a saúde dos cosmonautas que trabalham na Estação Espacial Internacional.
A erupção mais forte teria ocorrido durante a tempestade solar de 1859, também conhecida como Evento Carrington. A quantidade de energia libertada foi 20 vezes maior à libertada com a queda do meteorito que extinguiu os dinossauros e répteis marinhos. Isso interrompeu, por exemplo, o funcionamento dos sistemas de telégrafo em toda a Europa e América do Norte.
Em maio de 2012, os astrônomos descobriram centenas de astros da classe G, a que pertence também o Sol, em cujas superfícies aconteceram, pelo menos uma ou várias vezes, erupções cuja potência era vários milhões de vezes superior à do Evento Carrington.
Esta descoberta levou à ideia que o Sol também poderia gerar cataclismos deste tipo. Outros cientistas duvidaram disso pelo fato que os astros observados tinham uma idade consideravelmente menor que a do Sol.
Para esclarecer a questão, estes dados, coletados pela sonda Kepler, foram comparados com dados da sonda GAIA, que foi lançada há cinco anos para calcular as coordenadas exatas de mais de um bilhão de estrelas da Via Láctea.
A equipa de Notsu encontrou seis dezenas de astros com erupções comparáveis com o Evento Carrington e nem todos deles tinham idade menor que a do Sol.
As conclusões das observações revelaram que as supererupções ocorreram mais frequentemente em astros com alta velocidade de rotação que nasceram mais tarde que o Sol. Erupções do tipo Carrington ou mais potentes ocorreram a cada dez anos ou mesmo com maior frequência.
Nos astros cujo período de rotação é de cerca de um mês, como o Sol, por exemplo, a frequência das erupções diminuía, mas continuava bastante grande. As erupções nestes astros deviam acontecer uma vez por século ou por milênio, contudo a potência das erupções permanecia extremamente alta.
Segundo Yuta Notsu, o Evento Carrington não é a última supererupção poderosa na história da Terra, e a humanidade deve se preparar para o próximo cataclismo deste tipo e pensar como se poderia defender o material eletrônico e o agrupamento orbital da destruição.
Terra.com

Estudo reduz número de planetas capazes de abrigar vida

 
Vários planetas extrassolares localizados na “zona habitável” de uma estrela – a região ao redor desse corpo celeste onde um planeta recebe energia suficiente para ter água líquida em sua superfície – podem ter atmosferas venenosas, segundo cientistas americanos. A descoberta, anunciada no congresso da Sociedade Astronômica Americana (AAS, na sigla em inglês) realizado esta semana e abordada em artigos nas revistas “The Astrophysical Journal” e “Cosmos”, pode limitar bastante o número de exoplanetas habitáveis ​​em termos de formas de vida mais complexas que os micróbios, de acordo com a biologia que conhecemos.
Os limites de uma zona habitável são em geral determinados pelo tamanho e pela temperatura da estrela no centro do sistema. Se ela é fria e escura, sua zona habitável fica mais próxima dela; se é quente e brilhante, a zona habitável se afasta. Mas um componente fundamental nessa questão ainda não havia sido abordado em profundidade: a atmosfera dos planetas.
“Quanto mais longe da estrela, mais dióxido de carbono é necessário para [o planeta] permanecer descongelado”, afirmou Edward Schwieterman, pesquisador de pós-doutorado da Universidade da Califórnia em Riverside (EUA) e líder do estudo, na reunião da AAS. Ou seja: para o planeta ficar aquecido o suficiente, seria necessário multiplicar por dezenas de milhares de vezes o dióxido de carbono presente na atmosfera terrestre.
Pelos cálculos de Schwieterman, os planetas na metade externa das zonas habitáveis ​​da maioria das estrelas precisariam de atmosferas contendo pelo menos 10% de dióxido de carbono. Até mesmo microrganismos teriam dificuldade em sobreviver nessas condições, considera o pesquisador: “Isso está muito além dos níveis conhecidos como tóxicos”.
Considerando isso, Schwieterman acredita que o tamanho da zona habitável capaz de abrigar um planeta com níveis de CO2 aceitáveis para humanos e outros animais de ordem superior deve diminuir para menos de um terço da zona habitável tradicional.
Apesar desses complicadores, o pesquisador avalia que a busca por formas de vida em outros planetas não deve ser descartada. Seu estudo, na verdade, serve para refinar a lista de candidatos mais prováveis a abrigar vida como a que existe na Terra. “Esta é a primeira vez que os limites fisiológicos da vida na Terra foram considerados para prever a distribuição de vida complexa em outras partes do universo”, afirma Timothy Lyons, biogeoquímico da UC-Riverside e coautor do estudo.

Reveladas três cidades antigas de Córdoba, na Espanha

Usando a tecnologia LiDAR, os pesquisadores criaram mapas tridimensionais da região que reconstroem digitalmente três cidades construídas umas sobre as outras ao longo de mais de 2.000 anos.
 
 
Graças a uma nova tecnologia laser, conhecida como LiDAR, que ajuda os arqueólogos a descobrir estruturas perdidas abaixo da terra, foram mapeadas sob a moderna Córdoba, na Espanha, três cidades construídas umas sobre as outras ao longo de mais de 2.000 anos.
Os mais de 300.000 habitantes atuais nem imaginam que nos subterrâneos dos prédios há muitas ruínas milenares. Os pesquisadores da Universidade de Córdoba criaram mapas tridimensionais da região que reconstroem digitalmente a evolução da cidade, a partir de um voo LiDAR realizado em 2016, conduzido pelo Instituto Geográfico Nacional e cujo resultado foi publicado recentemente na Geosciences.
Até o momento descobriu-se que há mais de 2.000 anos, Córdoba foi primeiramente uma cidade ibérica localizada em uma colina agora chamada Quemados. Há também evidências sugerindo que durante a Idade do Bronze foi ocupada por uma sociedade caracterizada pela metalurgia. E, por volta de 169 a.C., o líder militar romano Marcus Claudius Marcellus construiu uma nova cidade a oeste das anteriores para que Roma pudesse controlar o vale médio do rio Guadalquivir e as ricas minas localizadas nas montanhas próximas.



Embora nos tempos romanos e medievais, a cidade tenha se espalhado pelo leito do rio, onde os moradores construíram altas fundações e fortificações para evitar inundações, a última cidade antiga está enterrada sob muita argila “provavelmente devido a uma enorme inundação”, segundo o levantamento.
A tecnologia LiDARDesenvolvida nos anos 70 para auxiliar na exploração espacial, a tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging) foi usada na missão Apollo 15 para mapear a superfície da Lua. O laser é capaz de medir distâncias e, quando ligado a um GPS de alta precisão e montado em uma plataforma aérea – como um avião, helicóptero ou, futuramente, um drone -, pode produzir uma nuvem de pontos tridimensional em diferentes profundidades do solo.
Para os arqueólogos isso significa poder mapear rapidamente enormes áreas de paisagens antigas. Os lasers são realmente capazes de “ver através” da vegetação através de múltiplas varreduras e gravando várias varrições a partir de um único pulso. Ao escolher cuidadosamente a época correta do ano é possível gravar paisagens em ambientes tropicais – uma façanha com a qual os arqueólogos terrestres sempre tiveram grandes dificuldades, devido à densa cobertura de plantas e à má recepção de GPS.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

O vulcão russo que parecia extinto e pode ser o novo Vesúvio

Não se sabe quando foi a última vez que o Bolshaya Udina entrou em erupção, mas agora ele está novamente em atividade. Especialistas temem que o vulcão possa produzir um evento similar ao que destruiu Pompeia e Herculano há quase 2.000 anos.
Um colosso nos confins da Rússia despertou de um sono de séculos. O vulcão Bolshaya Udina, que se acreditava extinto, entrou novamente em atividade.
Não se sabe quando foi a última vez que o Udina entrou em erupção, mas agora os especialistas temem que o vulcão possa produzir um evento "similar" ao que destruiu Pompeia e Herculano há quase 2.000 anos.
O Udina fica na península russa de Kamchatka, uma área com diversos cinturões de vulcões, localizada no extremo leste da Rússia. Tem o tamanho aproximado do Rio Grande do Sul e uma população de cerca de 300 mil pessoas.
Segundo uma investigação publicada no Journal of Volcanology and Geothermal Research, os primeiros sinais de atividade do vulcão foram detectados em 2017. Após diversos relatos, foi constatada uma atividade sísmica incomum sob a montanha.
Uma equipe de pesquisadores de Rússia, Arábia Saudita e Egito comeceu a monitorar a área e instalou quatro estações de medição.
De acordo com o estudo, entre outubro de 2017 e fevereiro deste ano, foram detectados mais de 2.400 eventos sísmicos. Já entre 1999 e 2017, o número registrado foi de 100.
"Essas atividades sísmicas podem indicar a presença de intrusões de magma com um alto teor de fluidos, o que pode explicar a mudança do estado atual deste vulcão de extinto a ativo", escreveram os investigadores.
Os especialistas também identificaram uma conexão do vulcão com a chamada zona de Talude, uma área que armazenaria grandes quantidades de magma na crosta inferior da Terra.

Acredita-se que a chamada Zona de Talude armazene grandes quantidades de magma

Acredita-se que a chamada Zona de Talude armazene grandes quantidades de magma !

"Com os resultados deste estudo, chegamos à conclusão de que, durante 2018, a fonte de magma do Talude parecia ter construído outro caminho até o Bolshaya Udina", indica o estudo.
De acordo com os especialistas, não se sabe quando o vulcão entrará em erupção - nem mesmo se isso vai, de fato, ocorrer. Mas os dados compilados até agora indicam que, se a erupção acontecer, poderá ter consequências catastróficas.

O que se sabe sobre o vulcão?

O Bolshaya Udina é um estratovulcão, localizado dentro do grupo de montanhas Kliuchevskoi, na Península russa de Kamchatka. Sua altura é de cerca de 3.000 metros.
O fato de o vulcão estar inativo há tanto tempo - nunca antes sua atividade havia sido detectada - faz com que os cientistas temam as consequências de uma nova erupção.
"Lembre-se de Pompeia: o despertar do Vesúvio foi precedido por uma pausa de diversos milhares de anos. E uma erupção no ano 1.600 no Peru provocou um esfriamento da Europa e fome na Rússia", explicou o principal autor do estudo, Iván Kulakov, em entrevista à revista Ciência na Sibéria.

Cientistas analisaram as ondas sísmicas provenientes do Udina

Por que essa associação com o Vesúvio?

Em entrevista ao canal France 24, Kulakov explicou que o principal problema com o Udina é o acúmulo de materiais ao longo dos séculos.
"A superfície de um vulcão inativo durante milhares de anos se torna muito rígida e a pressão que contém o magma é muito forte, o que pode provocar uma grande explosão, como foi o caso do Vesúvio (o vulcão que explodiu no ano 79 d.C.)", assinalou Kulakov, que também é diretor adjunto do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia de Ciências da Rússia.
De acordo com Kulakov, outro elemento que faz os cientistas associarem o Udina com o Vesúvio é a composição das rochas dos vulcões. Assim, em caso de atividade, as consequências poderiam ser similares.
Porém, em entrevista à CNN, o cientista considerou que a probabilidade de o vulcão entrar em erupção é de 50%. Também "poderia simplesmente liberar a energia sem problemas em poucos meses ou simplesmente desaparecer sem nenhuma erupção".

O Udina é um dos vulcões da Península Kamchatka, na Rússia, e fica próximo de outro vulcão ativo, o Kliuchevskoi (visto nesta foto com uma coluna de fumaça)

A mente nos engana (e não nos damos conta)

A mente nos engana (e não nos damos conta)

Nem tudo é o que parece. Basta uma simples experiência para comprovar isso. Suponhamos que Steve seja uma pessoa selecionada ao acaso de uma amostra representativa. Um morador o descreve como alguém "muito tímido e retraído, sempre prestativo, mas pouco interessado nas pessoas ou no mundo real. De natureza disciplinada e metódica, precisa ordená-la e organizar tudo. Além disso, tem obsessão pelo detalhe". Talvez, a primeira resposta que nos venha à cabeça é que Steve seja bibliotecário? Afinal, parece reunir as qualidades típicas desses profissionais. No entanto, a resposta correta é agricultor. Nos países ocidentais, como os Estados Unidos, existe um bibliotecário para cada 20 agricultores. Se Steve foi escolhido aleatoriamente, é mais provável que ele cultive a terra. Nossa mente nos engana. Ou, melhor dizendo, pensar rápido nos engana.
Em 1974, os psicólogos Amos Tversky e Daniel Kahneman publicaram esse exercício na revista Science, abrindo terreno para toda uma corrente de pesquisa sobre como nossa mente funciona e as peças que ela nos prega. Kahneman ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2002 graças a esse trabalho (Tversky morrera alguns anos antes). Chegaram à conclusão de que temos duas formas de pensar, dois sistemas operacionais. O sistema 1, reativo, é ligado ao pensamento rápido e automático. Nele são formados os julgamentos e as ideias preestabelecidas. Nessa etapa também são processadas as decisões intuitivas e as do especialista, que depois de muitos anos de trabalho é capaz de reconhecer algo apenas batendo o olho. O sistema reativo é também o encarregado de responder quando uma pessoa está em pleno sequestro emocional, ou seja, quando vive uma emoção com muita intensidade, o que dificulta ver as coisas com clareza.
O sistema 2, ou consciente, está ligado ao pensamento lento, que precisa de tempo para elaborar a conclusão. É ativado quando a atenção é plena e se encarrega dos cálculos complexos e da concentração. Todos nós temos esses dois sistemas, mas o mais curioso é que o sistema 2 está normalmente em segundo plano. Como reconhece Kahneman em seu interessantíssimo livro Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar (Objetiva), nosso cérebro é preguiçoso por pura sobrevivência. Consome cerca de 20% da glicose e do oxigênio que estão em nosso corpo, apesar de representar menos 5% de sua massa. Para evitar um consumo excessivo, ativamos o modo automático, o sistema 1 ou reativo. Em outras palavras, respondemos e agimos segundo a primeira coisa que nos vem à cabeça, sem elaborar muito.
Esse fazer sem pensar nos leva a colocar rótulos nas pessoas que vemos ou que acabamos de conhecer. Nos deixamos arrastar por seu estilo na hora de vestir, por sua forma de ser, por sua tendência sexual e por tantos outros vieses inconscientes que evitam que tomemos decisões mais reflexivas e inteligentes. Diversas pesquisas indicam que as pessoas que se movem pelo sistema 1 costumam tomar decisões mais egoístas, mais superficiais e, claro, usam uma linguagem mais sexista. Mas nem tudo está perdido. Temos a capacidade de evitar cair nos braços do sistema reativo ante o primeiro desafio que surja. A chave consiste em refletir antes de tomar uma decisão importante ou quando conhecemos alguém. No fundo, é despertar o sistema 2, prestar maior atenção. Por isso, não surpreende que muitas empresas de vanguarda, que buscam diversidade e inovação, capacitem seus funcionários sobre como evitar os vieses inconscientes. Podemos realizar esse trabalho nós mesmos levando em conta como o nosso cérebro funciona, sendo conscientes de que está cheio de armadilhas. Se aplicarmos esse aprendizado no exercício de Steve, valeria à pena perguntar se não existem agricultores meticulosos. Essa pergunta abriria novas possíveis respostas.
El País

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Quer comprar uma passagem para a estação espacial? Em breve, você poderá

Resultado de imagem para fotos da estação espacial internacional
 
A Nasa anunciou que, pela primeira vez, está permitindo que os cidadãos visitem o único local onde existem atualmente pessoas vivendo fora do planeta.
Tornar-se um astronauta da Nasa é muito mais difícil do que entrar em Harvard - entre as milhares de pessoas com esperança de passear pelo espaço que se candidatam, a Nasa aceita apenas uns poucos.
Mas agora pessoas comuns - pelo menos, pessoas comuns com dezenas de milhões de dólares para gastar - podem comprar uma viagem para entrar em órbita.
A Nasa anunciou na sexta-feira que, pela primeira vez, está permitindo que os cidadãos visitem a Estação Espacial Internacional, o único local onde existem atualmente pessoas vivendo fora do planeta.
A Nasa não está vendendo férias espaciais diretamente, mas permitindo que empresas comerciais organizem essas viagens. A agência planeja cobrar das empresas cerca de US$ 35 mil por noite pelo uso das instalações da estação, incluindo ar e água.
As empresas turísticas cobravam muito mais para cobrir os voos de foguete de ida e volta do espaço e ter lucro.
A Bigelow Aerospace, de North Las Vegas, Nevada, já reservou quatro lançamentos. A empresa utilizará a SpaceX, empresa de foguetes dirigida por Elon Musk, para levar astronautas particulares. Cada voo terá quatro ocupantes.
A Axiom Space de Houston também organiza voos espaciais e espera levar turistas no próximo ano.
Nos anos 2000, sete cidadãos visitaram a estação espacial, mas essas viagens foram organizadas pelos russos, que operam metade da estação. Na época, a Nasa disse que não estava interessada em tais empreitadas.
O anúncio de sexta-feira foi uma das várias políticas novas, projetadas para permitir que as empresas aproveitem a estação espacial para atividades mais comerciais. Mas ainda há limites para o que os astronautas da Nasa podem fazer: por exemplo, os astronautas da agência espacial poderiam filmar um comercial de televisão no espaço, mas não poderiam endossar um produto.
A Nasa também anunciou que receberá propostas para acrescentar um módulo comercial à estação espacial neste mês e que planeja fazer uma seleção até o final do ano.
 

Cientistas analisam esportes extenuantes e revelam até onde o corpo aguenta

Até onde vai a resistência humana? Cientistas da Duke University, nos EUA, acreditam ter encontrado a resposta.
 
Mulher correndo
Após analisar a performance de atletas em corridas de longa distância, no Tour de France e em outras competições de elite, eles descobriram que há um limite metabólico - nível máximo de esforço que os seres humanos podem sustentar no longo prazo.
Esse limite é, segundo os pesquisadores, de 2,5 vezes a taxa metabólica de repouso do corpo - ou a queima de 4 mil calorias por dia para uma pessoa em média.
Qualquer taxa acima desta relação não é sustentável no longo prazo.
A pesquisa também sugere que mulheres grávidas são especialistas em resistência, vivendo quase no limiar do que o corpo humano é capaz de aguentar.
O estudo começou com a análise da Race Across the USA, em que os atletas correram 3.080 milhas (4.800 quilômetros) da Califórnia para Washington DC em 140 dias.
Os competidores correram seis maratonas por semana durante meses, enquanto os cientistas investigavam o efeito em seus corpos.

Homem deitado em tenda

A taxa metabólica de repouso - energia que o corpo gasta quando está relaxado - foi monitorada antes e durante a corrida, assim como a queima de calorias durante eventos como maratonas e triathlon.
O estudo, publicado na revista científica Science Advances, mostrou que o consumo de energia começou alto, mas acabou se estabilizando em 2,5 vezes a taxa metabólica de repouso.
O resultado da pesquisa revela um padrão entre a duração da atividade esportiva e o gasto de energia. Embora correr uma maratona possa ser desafiador para muita gente, a pesquisa sugere que é uma atividade que não está nem perto do limite da resistência humana.
- Corredores de maratona (apenas um dia) usaram 15,6 vezes sua taxa metabólica de repouso.
- Ciclistas que pedalaram os 23 dias do Tour de France usaram 4,9 vezes sua taxa metabólica de repouso.
- Andarilhos que faziam uma travessia de 95 dias na Antártida usaram 3,5 vezes sua taxa metabólica de repouso.
"Você pode fazer atividades bastante intensas por alguns dias, mas se quiser durar mais tempo, é preciso ir com calma", afirmou o médico Herman Pontzer, da Duke University, à BBC News.
"Ninguém que a gente conheça superou essa barreira."
O estudo mostrou ainda que durante a gravidez o consumo de energia pelas mulheres atinge o pico de 2,2 vezes a taxa metabólica de repouso.

Corredores da Race Across the USA

Os pesquisadores argumentam que a taxa de 2,5 pode estar relacionada ao sistema digestivo humano, e não a qualquer fator ligado ao coração, pulmão ou músculos.
Eles descobriram que o corpo não consegue digerir, absorver e processar calorias e nutrientes suficientes para sustentar um nível mais alto de consumo de energia.
O corpo pode gastar seus próprios recursos por meio da queima de gordura ou massa muscular - que podem ser recuperadas posteriormente - em eventos mais curtos.
Mas em atividades extremas - nos limites do esgotamento humano - o corpo precisa equilibrar seu consumo de energia, argumentam os pesquisadores.
BBC

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Cada pessoa come até 121 mil partículas de plástico por ano, diz estudo

Partículas de microplásticos

Entre 2% e 5% de todo o plástico produzido no mundo acaba despejado nos oceanos, em forma de resíduo. Ali, esse material vai se degradando lentamente, se deteriorando - e se transforma no chamado microplástico, pequenas partículas que podem ser microscópicas ou chegar até 5 milímetros de comprimento.
Os mares estão cheio disso, em um processo que começou nos anos 1950, quando a indústria mundial passou a produzir mais maciçamente esses materiais.
Mas esse lixo todo não para no mar. Essas pequenas partículas acabam ingeridas por animais marinhos e, assim, entrando na cadeia alimentar. No fim da linha, nós, humanos, acabamos comendo plástico.
Resíduos do material também podem acabar entrando em nosso organismo quando consumimos produtos embalados em plástico, seja um invólucro que envolve a carne processada, seja a água tomada na garrafinha.

Mas quanto de plástico realmente estamos ingerindo?

Para responder a essa pergunta, um grupo de cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canadá, resolveu fazer um levantamento inédito. Liderados pelo pesquisador Kieran Cox, eles revisaram e compilaram 26 estudos anteriores que analisaram as quantidades de partículas de microplásticos em peixes, moluscos, açúcares, sais, álcoois, água - de torneira e engarrafada - e no próprio ar.
Então, usando como base as Diretrizes Alimentares - guia com a recomendação do governo americano -, os cientistas avaliaram quanto desses alimentos costuma ser ingerido por homens, mulheres e crianças por ano.

Partículas microscópicas de microplásticos

O resultado foi que a ingestão de microplásticos varia de 74 mil a 121 mil partículas por ano, conforme idade e sexo.
E se você é daqueles que só bebe água de garrafinha, um alerta: a pesquisa constatou que quem prefere água assim em vez da de torneira pode estar ingerindo microplásticos a mais.
"Indivíduos que cumprem sua ingestão de água recomendada apenas por meio de fontes engarrafadas podem estar ingerindo mais 90 mil microplásticos anualmente, em comparação com 4 mil microplásticos para quem consome apenas água da torneira", pontua Cox, em artigo publicado nesta quarta-feira no periódico científico Environmental Science & Technology.
Segundo o estudo, crianças do sexo feminino ingerem 74 mil partículas em média, contra 81 mil de crianças do sexo masculino. No caso dos adultos, mulheres ingerem uma média de 98 mil microplásticos enquanto os homens, 121 mil.

Nas fezes

É muito difícil quantificar em termos de volume ou mesmo tamanho toda essa quantidade de microplásticos. Isso porque as partículas podem ser microscópicas - mas, por conceito, um fragmento de até 5 milímetros de comprimento ainda pode ser chamado de microplástico.
Se considerarmos o limite extremo dessa escala, ingerir 121 mil partículas de microplásticos - na hipótese de isso ser feito de uma só vez - seria o equivalente a engolir uma fita plástica de 605 metros.
No ano passado, uma pesquisa encontrou microplásticos em sal de cozinha. O trabalho, realizado por cientistas sul-coreanos em parceria com a ONG Greenpeace, encontrou o material em 36 de 39 marcas analisadas.
Também no ano passado, outra pesquisa demonstrou pela primeira vez o que já se suspeitava: que nós, seres humanos, estamos ingerindo microplásticos. O estudo, desenvolvido pelo médico Philipp Schwabl, da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, encontrou partículas de microplásticos em fezes humanas colhidas em oito países diferentes: Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, Rússia, Reino Unido e Áustria.
A reportagem da BBC News Brasil pediu para que Schwabl analisasse os dados do estudo divulgado nesta quarta. Considerando que o seu próprio estudo encontrou uma média de 20 partículas de microplásticos em cada 10 gramas de fezes humanas, ele afirma que é bem pertinente que a ingestão anual desse material seja superior a 70 mil partículas.

Efeitos sobre o corpo humano

Ainda pouco se sabe sobre quais os efeitos que os microplásticos podem vir a ter no corpo humano. O estudo publicado nesta quarta-feira, por exemplo, não entra nessa seara.
O médico Schwabl também prefere afirmar que qualquer afirmação definitiva necessita de mais pesquisas. "Embora existam primeiros estudos em animais mostrando que partículas de microplástico têm potencial de causar danos a organismos, não há conhecimento suficiente sobre o impacto médico de tais partículas quando deglutidas por humanos", diz ele. "Mais estudos são necessários para elucidar esse tópico importante"
Procurado pela BBC News Brasil, o médico toxicologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP), demonstra preocupação com elevado número de micropartículas que o estudo recente demonstra que estamos ingerindo.
"Pode haver consequências mecânicas e patológicas", diz ele.

Partículas de microplásticos encontradas na areia do mar

Do primeiro aspecto, o médico lembra que substâncias plásticas podem eventualmente se aglutinar dentro do organismo e, com o tempo, "se tornarem uma obstrução para o esvaziamento estomacal". "Isso realmente ocorre e já foi verificado em peixes e outros animais marinhos. São obstruções mecânicas que podem ocorrer no estômago, no intestino delgado e na válvula ileocecal", afirma.
Wong também explica que há um risco para a mucosa do estômago. "Ela é feita de vilosidades. Essas substâncias plásticas podem entrar e então provocar inflamação ou mesmo obstrução, impedindo a absorção dos alimentos", completa.
Um outro risco, pontua o médico, é que os microplásticos sofram degradação pelas enzimas digestivas. "E, assim, liberem no organismo substâncias tóxicas presentes nos plásticos", explica.
Os diferentes tipos de plástico, conforme lembra o especialista, trazem componentes que podem ser nocivos. "Evidentemente que alguns causam doenças, outros causam tumores", afirma Wong. "As partículas são pequenas, mas o acúmulo ao longo do tempo pode causar problemas."
Para exemplificar o risco, o médico lembra que a substância bisfenol A, composto utilizado na fabricação de plásticos de policarbonato (chamado de PC), pode promover tumores e alterar funções hormonais - alterando funções de hormônios sexuais.
"O PVC é outro: pode liberar substâncias cancerígenas", alerta. "Há estudos que diversas composições plásticas podem ser indutoras de tumores."
No estudo divulgado pelo médico Philipp Schwabl em 2018, foram encontrados nas fezes humanas nove tipos diferentes de partículas plásticas: PP, PET, PU, PVC, PA, PC, POM, PE e PS.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Estudo mostra que alimentos fermentados fazem bem à saúde