sexta-feira, 30 de novembro de 2012

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2012 deve ser nono ano mais quente da história, alerta ONU na COP18

Próximo a acabar, 2012 é um forte candidato a entrar para a história como o nono ano mais quente, desde que a temperatura da Terra começou a ser medida, em 1850. A previsão é da Organização Meteorológica Mundial (WMO), que divulgou o dado nesta quarta-feira (28), na COP18 de Mudanças Climáticas, que acontece até 07/12 em Doha, no Qatar.
O órgão da ONU só conseguirá confirmar a previsão em março do ano que vem. Por enquanto, o que os cientistas já sabem é que entre janeiro e outubro de 2012 – ou seja, nos dez primeiros meses do ano –, a temperatura da superfície da terra e do mar foi, aproximadamente, 0,45 ºC superior à média registrada entre 1961 e 1990.
Secas, ciclones, enchentes e ondas de calor extremos foram alguns dos impactos causados, em todo o mundo, por conta do aumento da temperatura. Entre as regiões mais afetadas pelo fenômeno está o Hemisfério Norte e, sobretudo, os Estados Unidos, que entre outras tragédias, sofreu com a supertempestade Sandy, afirmou a WMO.
“A mudança climática está bem diante dos nossos olhos e persistirá como resultado da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera, que cresceu de forma constante e já atingiu um novo recorde. A tendência de aumento de temperatura resultante das atividades do homem é real e foi verificada pela WMO”, disse Michel Jarraud, chefe da base da organização em Genebra, na Suíça.
Como outra consequência grave das mudanças climáticas, o pesquisador destacou o derretimento sem precedentes do gelo do mar Ártico, que atingiu sua menor extensão em setembro deste ano, desde que começou a ser monitorado por satélite.
National Geographic

Fotos retratam beleza e declínio dos polos gelados da Terra

O degelo nas camadas polares fez com que o nível do mar aumentasse 11 milímetros nas últimas duas décadas, segundo um levantamento publicado pela revista Science.
O levantamento, que reúne resultados obtidos por mais de 20 equipes de pesquisa especializadas no polos gelados da Terra, está sendo considerado o mais "definitivo" já feito.
Até então, pesquisas isoladas obtinham resultados parciais - ora de degelo, ora de aumento da massa polar - gerando estimativas díspares e incertezas.
Em áreas como a Groenlândia, houve, por exemplo, perda de gelo no somatório total. Já a Antártida apresentou um quadro variado em suas diferentes regiões e um total inalterado de massa de gelo.

Especialistas em estudos por satélites uniram forças para obter os dados que embasam o estudo. Neste acampamento, cientistas britânicos analisaram a região da Península Antártida. Os estudos foram comandados pelo professor Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds (Grã-Bretanha), e Erik Ivins, de um laboratório da Nasa, a agência especial americana, e combinam observações de dez diferentes missões de satélites.
 
 
O monitoramento por satélite permite uma análise mais detalhada dos polos ao longo dos anos.
 
 
Sol da meia-noite reflete em iceberg na Baía de Disko, na Groenlândia. Boa parte da perda anual de
 gelo ocorre com a erosão de icebergs como na foto.
 
 
 
A taxa de degelo da Groenlândia aumentou quase cinco vezes desde meados dos anos 1990. Em comparação, ainda que as mudanças regionais no gelo da Antártida sejam muitas vezes surpreendentes, o balanço geral permanece razoavelmente constante, pelo menos de acordo com as medidas de satélite a que tivemos acesso", diz Ivins. Na foto, um iceberg na Baía Disko, na Groenlândia.
 
 
"O sucesso desta iniciativa se deve à cooperação da comunidade científica internacional e a sensores precisos de satélites oferecidos pelas agências espaciais", diz Shepherd. "Sem esses esforços, não poderíamos dizer às pessoas com certeza que nossas coberturas de gelo estão mudando nem pôr fim a dúvidas que persistiram durante anos." Na foto, cobertura de gelo da Groenlândia.
 
 
 A perda de cobertura de gelo já havia sido reportada anteriormente pelo Painel Intergovernamental em Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) em 2007, mas não estava claro se a Antártida estaria crescendo ou encolhendo. Agora, estimativas sugerem que tanto a Antártida como a Groenlândia (na foto acima) estão perdendo gelo.
 
 
 O novo estudo mostra que o derretimento de gelo aumentou, causando a elevação anual de até 0,95mm no nível dos mares. Na foto, o sol da meia-noite refletido no gelo da Groenlândia.
 
 
A aceleração do derretimento polar tem implicações profundas. Nos locais onde o gelo desaparece por completo, a superfície perde seu poder natural de refletir a radiação solar de volta ao espaço. As águas ficam mais escuras e, assim, absorvem mais calor. Na foto, o Sol reflete em montanhas e icebergs na ilha Adelaide, na Antártida.
 
 
Pesquisas prévias indicam que uma grande redução no gelo dos mares deve impactar a rota de ventos que controlam o nosso sistema climático e as tempestades.
 
 
 
  Na foto, Hamish Pritchard, em uma expedição britânica na Antártida. Um esforço colaborativo de 47 pesquisadores vem coletando amostras de rochas para entender mais sobre o degelo polar.
BBC.com
 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

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Buraco negro gigante confunde cientistas

Uma nova descoberta astronômica está confundindo cientistas que se dedicam a vasculhar diferentes galáxias e sistemas solares.
Um grupo de astrônomos identificou um buraco negro gigante - o segundo mais pesado já observado da Terra - em uma galáxia menor até do que as que costumam abrigar formações desse tipo, bastante modestas.             
A galáxia NGC 1277, tem só um quarto do tamanho da Via Láctea, onde fica a Terra. No entanto, ele abriga um buraco negro 4.000 vezes maior do que a formação que se localiza no centro da Via Láctea - o buraco negro conhecido como Sagitário A.
Além disso, tem uma massa cerca de 17 bilhões de vezes maior que a do nosso sol.
A descoberta contradiz os atuais modelos de crescimento dos buracos negros, que sustentam que eles evoluem juntamente com as galáxias em que se encontram.
Medir a massa de buracos negros é um processo complicado. Para fazer isso, os astrônomos observam sua "esfera de influência" - ou os efeitos gravitacionais que eles provocam nas nuvens de gás e nas estrelas que estão a sua volta.
No caso do Sagitário A, a massa é calculada com base na identificação de estrelas individuais. Mas para os mais de 100 buracos negros que já foram observados em outras galáxias, é feito uma estimativa aproximada a partir da velocidade de "dispersão" das estrelas que estão em suas imediações.
As observações do buraco negro da NGC 1277 foram feitas pelo telescópio Hobby-Eberly, localizado no estado americano do Texas, como parte de um projeto no qual estão sendo observadas 900 galáxias.
O astrônomo Remco van den Bosch e seus colegas ficaram surpresos ao se dar conta que grandes buracos negros poderiam ser encontrados em pequenas galáxias.
Formações densas Os buracos negros são formações extremamente densas e com uma força gravitacional fortíssima que atrai e "engole" até a luz que está a seu redor.
Um "buraco negro médio" poderia ter uma massa equivalente a 1.000 sóis, mas ser menor que a terra.
Acredita-se que haja uma dessas formações no centro de todas as grandes galáxias.
A galáxia NGC 1277 está a 220 milhões de anos-luz de distância da Terra, mas aparece nas imagens de alta resolução feitas pelo telescópio Hubble.
"Em geral fazemos um modelo da galáxia (que estamos estudando) e calculamos todas as órbitas possíveis das estrelas (que pertencem a ela)", explicou Van den Bosch à BBC. "É como montar um quebra-cabeça, analisamos essas órbitas (possíveis) para tentar reproduzir uma galáxia que tem as mesmas velocidades estelares que medimos (com ajuda do telescópio).
Com tais cálculos, a equipe descobriu que o buraco negro da NGC 1277 era tão grande quanto o nosso Sistema Solar e concentrava cerca de 14% da massa de sua galáxia.
"Essa é a única maneira em que você poderia ter esse padrão de dispersão das estrelas: com um buraco negro muito grande (no centro da galáxia NGC 1277)", disse Van den Bosch.
A equipe também observou outras cinco galáxias pequenas que também poderiam ter buracos negros gigantes em seu centro.
A observação da NGC 1277 poderia ajudar os astrônomos a entenderem como os buracos negros evoluem.
"Essa galáxia parece ser muito antiga", disse o Van den Bosch. "De alguma forma, seu buraco negro cresceu rapidamente há muito tempo, mas desde então está estabilizado, sem formar mais estrelas."
"Estamos tentando descobrir como isso acontece. Ainda não temos resposta para esse problema, mas é isso que é interessante", completou o astrônomo.
IGCiência

Para entender o que significa o novo status palestino na ONU

O Brasil está entre os países que votaram a favor da medida, que precisava apenas de maioria simples para ser aprovada. A maior oposição veio de EUA e Israel, que estão entre os nove membros que votaram contra. Os países que se abstiveram somam 41.
pleito se segue a uma fracassada tentativa dos palestinos de integrar a ONU como membros permanentes, em 2011, quando não obtiveram apoio do Conselho de Segurança da ONU. O presidente palestino Mahmoud Abbas disse mais cedo que essa seria a "última chance" de uma solução para o conflito com Israel. Ele havia solicitado que a comunidade internacional desse uma "certidão de nascimento" para a Palestina.
Que impactos essa mudança - cujo caráter é majoritariamente simbólico - deve ter nas relações entre israelenses e palestinos e no pleito destes por um Estado próprio?
O que a mudança de status significa?
A decisão desta quinta dá aos palestinos o status de "Estado observador não-membro", semelhante ao do Vaticano perante a ONU.
O novo status é principalmente simbólico, mas a liderança palestina argumenta que ele ajudará a delimitar o território que quer para seu Estado próprio - gradativamente tomado pelo avanço dos assentamentos israelenses. Também pode ajudar que essa delimitação de território ganhe reconhecimento formal.
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, havia dito que a aprovação é "um passo muito importante para salvar a solução de dois Estados".
A mudança também significa que palestinos poderão participar dos debates da Assembleia Geral da ONU, aumentando suas chances de de integrar agências e entidades ligadas à ONU.
Talvez o maior temor de Israel seja o de que palestinos usem seu novo status para entrar no Tribunal Penal Internacional e tentar acionar Israel judicialmente por supostos crimes de guerra cometidos em territórios ocupados, como na Cisjordânia.
Israel classifica a iniciativa palestina de uma violação dos Acordos de Oslo (1993), que traçam caminhos para a negociação bilateral (atualmente interrompida) de paz.
Quem ganha politicamente?
A aprovação do novo status na ONU é uma vitória diplomática de Mahmoud Abbas, o líder da Autoridade Palestina e principal força política na Cisjordânia.
A vitória lhe dá cacife num momento em que o líder estava escanteado diante do fortalecimento político e militar do rival Hamas (grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza) entre os palestinos, enquanto Abbas tinha pouco a comemorar com suas políticas mais moderadas.
No entanto, mesmo com a vitória desta quinta, Abbas precisará de muito mais para obter o Estado palestino. Quando acabarem as comemorações do novo status, o líder terá que rever sua estratégia política para colocar em prática o anseio por um Estado palestino.
O que querem os palestinos?
Os palestinos tentam há tempos estabelecer um Estado soberano na Cisjordânia, que inclua Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, seguindo o traçado de antes da Guerra dos Seis Dias (em 1967, quando Israel ocupou territórios reivindicados pelos palestinos).
Os Acordos de Oslo, entre a OLP (Organização pela Libertação da Palestina) e Israel, levaram ao reconhecimento mútuo. No entanto, duas décadas de conflitos intermitentes desde então e a ausência de consenso em temas-chave impediram um acordo permanente. A última rodada de negociações terminou em 2010.
Com o impasse nas negociações, a liderança palestina passou a buscar o reconhecimento individual dos países de um Estado palestino. Essa é a principal razão por trás do atual pleito na ONU.
Em setembro de 2011, Abbas tentou obter o status de membro pleno da ONU, mas a tentativa não passou pelo crivo do Conselho de Segurança do órgão. Abbas tentou, então, um status menor, o de não-membro observador.
Quais são as divergências?
O reconhecimento diplomático palestino dá força simbólica ao pleito por um Estado que siga o traçado pré-1967 e às negociações de paz com Israel.
No entanto, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeita essa noção territorial como base para as negociações, descrevendo-as como "não realistas", já que grande parte dos territórios hoje reivindicados concentram grande população de judeus em assentamentos (considerados ilegais sob a lei internacional).
Outros temas-chave sobre os quais não há acordo entre israelenses e palestinos são o status de Jerusalém Oriental e o retorno de refugiados palestinos.
Para Israel, o novo status palestino na ONU é uma medida "unilateral" que viola os termos dos Acordos de Oslo.
Quem deve apoiar ou rejeitar o novo status palestino?
A reivindicação por um novo status na ONU não engajou os palestinos da mesma forma que em 2011. O novo status tem o apoio do Fatah, movimento secular que, com a Autoridade Palestina, administra a Cisjordânia.
A proposta foi inicialmente criticada por líderes do Hamas. No entanto, após os oito dias da recente ofensiva israelense em Gaza, o líder político do Hamas, Khaled Meshaal, elogiou a iniciativa do rival Fatah.
Em âmbito mais amplo, os 22 países da Liga Árabe também apoiaram a Autoridade Palestina.
A maior oposição vem de Israel, que tentou dissuadir Abbas ameaçando-o com a suspensão da coleta de impostos na Cisjordânia. Um documento vazado da Chancelaria de Israel sugere que se discutiu inclusive a derrubada de Abbas - mas a medida é considerada improvável por analistas, a não ser que o líder palestino use o novo status para tomar passos mais drásticos, como pressionar Israel no Tribunal Penal Internacional.
Nos últimos dias, autoridades israelenses indicaram que colocariam em vigor sanções contra os palestinos.
Os EUA, principais aliados de Israel mas também doador à Autoridade Palestina, também pode impor alguma sanção financeira.
Na Europa, outras nações que também financiam a AP também temem os desdobramentos da estratégia palestina. Só 9 dos 27 países-membros da União Europeia reconhecem a Palestina bilateralmente.
BBC.com

Nível do mar sobe 60% mais rápido do que estimou o IPCC, diz estudo

A elevação do nível do mar provocada pelo aumento da temperatura do planeta estaria mais acelerada que o estimado em 2007 pelo grupo de climatologistas da ONU, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), revelaram cientistas em um estudo publicado nesta quarta-feira (28) no periódico científico "Environmental Research Letters".
Segundo a investigação feita por cientistas da Alemanha, França e Estados Unidos, atualmente o nível dos oceanos subiu 3,2 mm ao ano, 60% mais rápido que a projeção "mais confiável" do IPCC, em 2007. O relatório dos cientistas, baseado em dados de 2003, previa uma elevação de 2 mm ao ano.
A nova cifra condiz com a ideia amplamente difundida de que o mundo se encaminha para uma elevação das águas do mar em até um metro até o fim do século, disse Grant Foster, da empresa americana Tempo Analytics, um dos autores do estudo. "Eu diria que um metro de elevação do nível do mar até o fim do século é provavelmente próximo do que se encontraria se você consultasse as pessoas mais informadas a respeito", explica Foster.
"Em terras baixas, onde você tem um grande número de pessoas vivendo no limite de um metro do nível do mar, como Bangladesh, isto significa o desaparecimento da terra que sustenta suas vidas, e você terá centenas de milhões de refugiados climáticos. Isto pode levar a guerras por recursos e todo tipo de conflitos", acrescentou.
Ainda segundo o pesquisador, em grandes cidades costeiras, como Nova York, o principal efeito seria parecido com o que aconteceu após a passagem do furacão Sandy, que atingiu a região no fim de outubro.
Apesar da pesquisa, incerteza técnica persiste O estudo, chefiado por Stefan Rahmstorf, do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, mensurou a precisão dos modelos de simulação que o IPCC utilizou em seu Quarto Relatório de Avaliação, publicado em 2007.
Este relatório alertou os governos a colocarem a mudança climática no topo de suas agendas, culminando com a fracassada Cúpula de Copenhague, em 2009. No entanto, ajudou o IPCC a conquistar o prêmio Nobel da Paz em 2008.
A nova pesquisa estabeleceu marcos mais elevados para a previsão do documento sobre temperatura global, destacando que havia "um consenso muito bom" do que está se observando hoje, uma tendência de aquecimento generalizada de 0,16 ºC por década. Mas destacou que a projeção do IPCC para os níveis dos mares estava muito abaixo do que os fatos têm demonstrado.
A previsão do painel para o futuro - uma elevação de até 59 cm até 2100 - "pode também estar tendenciosamente baixa", alertou, uma cautela compartilhada por outros estudos publicados nos últimos anos. Foster afirma que a elevação maior do que a projetada poderia ser atribuída ao derretimento de gelo terrestre, algo que era bem desconhecido quando o IPCC publicou seu relatório e permanece obscuro até hoje.
Outro fator seria a incerteza técnica. A projeção do IPCC tinha se baseado em informações existentes entre 1999 e 2003. Desde então não há mais dados, o que tem ajudado a provar a precisão de radares de satélites que medem os níveis dos mares ao fazer saltar as ondas de radar sobre a superfície do mar. O quinto relatório de avaliação do IPCC será publicado em três volumes, em setembro de 2013, março e abril de 2014.
G1

Nasa encontra gelo e material orgânico em Mercúrio

Dados coletados pela sonda Messenger, lançada pela Nasa em 2004 para estudar Mercúrio, mostram que regiões permanentemente escuras do planeta contêm água congelada e material orgânico. Três estudos sobre o tema foram publicados nesta quinta-feira pela revista Science.
Os instrumentos da Messenger começaram a estudar o planeta de maneira detalhada apenas em março de 2011. Desde então, foram coletados dados que ajudam a entender como os planetas do Sistema Solar adquiriram água e algumas das substâncias químicas que possibilitam o surgimento de vida.
A proximidade de Mercúrio com o Sol poderia sugerir que o planeta fosse muito quente para a existência de gelo. No entanto, Mercúrio possui uma leve inclinação em relação ao Sol, o que faz com que algumas regiões de seu Polo Norte nunca sejam atingidas pela luz solar.
Em 1991, dados coletados pelo radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, detectaram trechos claros no polo do planeta. Os cientistas teorizaram, então, tratar-se de água, mas a hipótese não havia sido testada. As novas observações dão suporte à ideia de que é mesmo água, na forma de gelo, o principal constituinte dessas manchas. O gelo está exposto na superfície do planeta em locais onde as temperaturas são as mais baixas possíveis. Nas demais regiões, está enterrado debaixo de um material escuro.
Compostos orgânicos — Usando os instrumentos da nave, os pesquisadores conseguiram medir a concentração de hidrogênio nas crateras — que indica qual a concentração de água. "A partir de medições do nêutrons, conseguimos estimar que o gelo se encontra debaixo de uma camada com muito menos hidrogênio. Essa camada tem entre 10 e 20 centímetros de grossura", diz David Lawrence, cientista do Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins.
Em outro estudo, os pesquisadores mediram a região escura do planeta usando comprimentos de onda próximos do infravermelho. Eles encontraram depósitos claros e escuros. Nas áreas escuras, confirmou-se que o gelo está coberto por camadas que o isolavam termicamente. Segundo os pesquisadores, o impacto de cometas ou asteroides poderia ter formado tanto os depósitos claros quanto os escuros, uma descoberta corroborada pelo terceiro estudo do conjunto.
"O material escuro é provavelmente uma mistura complexa de compostos orgânicos levados até Mercúrio pelo impacto de cometas e asteroides, os mesmo objetos que levaram água para outros planetas", diz David Paige, pesquisador da Universidade da Califórnia e autor do estudo.
"Por mais de 20 anos, os cientistas têm discutido se o planeta mais perto do Sol possui quantidades abundantes de água em suas regiões escuras. A Messenger agora forneceu um veredito afirmativo definitivo", diz Sean Solomon, pesquisador da Universidade de Columbia.
Veja.com

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

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Brasileiros poderão ver a Lua ocultando Júpiter na noite de hoje

Nas regiões Sul e Sudeste, brasileiros poderão observar a olho nu a Lua passando na frente do planeta Júpiter a partir das 21 horas (horário de Brasília) desta quarta-feira. O fenômeno vai durar aproximadamente 90 minutos e poderá ser observado nas seguintes capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.
Para potencializar a visualização, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), em São Cristóvão, na zona norte do Rio, vai colocar à disposição dos interessados modernos telescópios e duas lunetas tradicionais, como a Luneta Equatorial (de 21 cm) e a Luneta Equatorial (de 46 cm), a maior do País e que pertence ao Observatório Nacional. Além disso, o museu transmitirá em um telão, em tempo real, a ocultação do planeta.
O astrônomo do museu, Eugênio Reis, disse que a Lua passará na frente de Júpiter, provocando uma coincidência das órbitas. "Este é um espetáculo muito bonito. A Lua vai estar um pouco baixa, pois vai ter nascido há pouco tempo. É bom procurar locais onde o horizonte esteja limpo ou desimpedido. A beira da praia, com certeza, é um bom local", indica o astrônomo.
De acordo com Reis, Júpiter vai estar muito próximo da Lua, mas no momento da ocultação, como a Lua vai estar cheia, recomenda-se o uso de um binóculo para poder acompanhar melhor o fenômeno. "Com um telescópio, poderemos ver que os satélites próximos a Júpiter serão gradativamente ocultados pela Lua. Seu reaparecimento será na mesma ordem, por volta das 22h".
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, um gigante gasoso que possui muitas luas (satélites naturais). As quatro principais são chamadas Luas Galileanas (Io, Europa, Ganimedes e Calisto), pois foram observadas pela primeira vez pelo físico italiano Galileu Galilei, em 1610. Elas são os satélites mais famosos do Sistema Solar, depois da Lua que orbita ao redor da Terra.
Segundo Reis, o fenômeno voltará a ocorrer no dia 25 de dezembro deste ano, porém um pouco mais tarde.

Estudo genético mostra que houve evolução humana recente

Quase três quartos das mutações nas partes do DNA humano encarregadas de codificar as proteína ocorreram entre 5 a 10 mil anos, algo considerado muito recente na escala da evolução humana. Pesquisadores dos Estados Unidos analisaram dados genéticos de 6.515 pessoas com ascendência euro-americana ou afro-americana, dataram a ocorrencia de mais de um milhão de mutações e concluíram que eventos “recentes” tiveram forte impacto na evolução humana.
Os pesquisadores acreditam que a intensificação de variação genética está relacionada com o aumento da população na Terra. “As recentes mutação que encontramos em nosso estudo têm ligação direta com no crescimento dramático da população mundial nas últimas 400 gerações. Com mais indivíduos, há mais oportunidade destas mutações ocorrerem”, disse Joshua Akey, autor do estudo publicado no periódico científico Nature e pesquisador da Universidade de Washington em Seattle.
     
Atualmente a Terra abriga 7 bilhões de pessoas, de acordo com as Organizações das Nações Unidas. Este número, mais que dobrou em relação a 1950 quando a população era de 3 milhões. De acordo com previsões, em 2050 serão 9 bilhões de pessoas habitando o mundo. Nunca o crescimento populacional foi tão grande e ocorreram mudanças tão rápidas em relação à questões como alimentação, e exposição a patógenos, afirmam os pesquisadores.

Diferença entre as populações Com o estudo, também foi possível descobrir que as mutações genéticas recentes aparentam ter impactos diferentes conforme cada população. Os pesquisadores observaram que entre os descendentes de europeus a taxa de mutação potencialmente causadora de doenças é maior. De acordo com o estudo, 86% das variações genéticas ou mutações observadas potencialmente prejudiciais.
“Nosso dados sugerem que estas mutações provavelmente trouxeram uma contribuição importante para o surgimento de novas doenças, suscetibilidade a novas enfermidades e efeitos colaterais a medicamentos”, disse.
Os pesquisadores querem agora que o estudo sirva de fonte para o estudo sobre o mapeamento de doenças futuras “Conseguimos mostrar quão profunda e efetiva foi avariação de padrões genéticos nas populações contemporâneas, mas fazer previsões é algo mais difícil”, disse Akey.
IGCiência

Cientistas encontram petróleo no espaço

Um grupo de pesquisadores do Instituto Max Planck de Radioastronomia (Alemanha) encontrou indícios de vastas reservas de petróleo na Nebulosa Cabeça de Cavalo. A descoberta pode ajudar a entender se esse tipo de óleo é realmente um composto fóssil ou tem origem mineral.
A Nebulosa Cabeça de Cavalo fica na Constelação de Órion, a 1.300 anos-luz da Terra. Por causa da forma peculiar e de fácil reconhecimento, essa nebulosa é um dos objetos celestes mais fotografados pelos astrônomos.
Os cientistas observaram a nebulosa com um radiotelescópio de 30 metros do Instituto de Radioastronomia Milimétrica (IRAM), na Espanha. Então, eles descobriram moléculas de C3H+, ou seja, hidrocarbonetos interestelares.
Hidrocarbonetos são um dos elementos fundamentais na composição do petróleo e do gás natural. Isso significa que a molécula C3H+ faz parte da estrutura de umas das fontes de energia mais usadas atualmente na Terra. Segundo os pesquisadores, a descoberta confirma que a região é uma espécie de refinaria cósmica.
Esse petróleo espacial é resultado da fragmentação de moléculas carbonáceas gigantes, chamadas PAHs (hidrocarbonos policíclicos aromáticos). Essas moléculas recebem luz ultravioleta e ficam ainda menores do que os hidrocarbonetos encontrados.
O mecanismo é mais eficiente em regiões como a Nebulosa Cabeça de Cavalo, onde o gás interestelar está exposto à luz de uma estrela gigante muito próxima. Os astrônomos acreditam que a Nebulosa contém 200 vezes mais hidrocarbonos do que a quantidade total de água na Terra.
Exame.com

Iceberg do tamanho da cidade de NY pode se romper

A primavera está chegando à Antártida, e cientistas da NASA estão monitorando uma enorme fenda na Geleira de Pine Island, que parece estar prestes a se romper. Se (ou quando) isso acontecer, desprenderá um iceberg do tamanho da Cidade de Nova York – gerando a maior elevação do nível do mar de origem antártica, segundo a Dra. Kelly Brunt, da NASA.
Isso acontece com alguma frequência nas geleiras antárticas, e não é o que torna esta ruptura particularmente preocupante. Como Brunt explica no vídeo abaixo, sobre a Operação IceBridge da NASA (em inglês), se a ruptura de geleiras fosse comparada à das unhas, a fenda da Geleira de Pine Island seria uma unha que se quebrou na parte branca – onde não deveria e dói mais:
O evento na Geleira de Pine Island parece contradizer registros recentes de expansão do gelo marinho na Antártida. Essa informação tem sido usada de modo impróprio por cientistas que negam a mudança climática. Seu argumento – errôneo - é que o Ártico pode aquecer e perder gelo marinho, já que a Antártida compensa essa perda. Esta é a história verdadeira, segundo o Centro Nacional de Dados sobre Gelo e Neve:
"A princípio, o clima está aquecendo em grande parte do continente antártico, como mostram vários estudos recentes (ex: Chapman e Walsh, 2007; Monaghan e outros, 2008; Steig e outros; 2009), e está ligado ao aquecimento do Oceano Pacífico (Ding e outros, 2010) e aos ventos circumpolares. Tanto o aquecimento como a perda do ozônio agem conjuntamente para intensificar os ventos circumpolares no sul. Isso se deve, sobretudo, às condições de frio contínuo que prevalecem na Antártida o ano inteiro, e a uma estratosfera fria acima da Antártida devido ao buraco na camada de ozônio. Geralmente, ventos mais fortes empurram o gelo marinho para fora, ampliando ligeiramente sua extensão, com exceção da região da Península Antártica, onde a geografia faz com que os ventos do norte empurrem o gelo para o sul. Portanto, a extensão do gelo marinho a noroeste da Península Antártica continua a recuar rapidamente, enquanto áreas no Mar de Ross e no sul do Oceano Índico apresentam aumentos expressivos (Stammerjohn e outros, 2012). As alterações na extensão do gelo marinho circumpolar quase se anulam durante todos os meses do ano (Parkinson e Cavalieri, 2012). Neste inverno, as condições atmosféricas ficaram próximas à média geral, com áreas praticamente iguais de ar quente e frio sobre o gelo marinho”.
O ponto crucial é que a Antártida não é o Ártico. É um continente na extremidade inferior do mundo – e também o continente mais elevado. É cercado de água, enquanto o Ártico é um mar no topo do mundo, cercado por terra.
Não é preciso ser cientista de foguetes para perceber que, apesar de serem polares, são “feras” climáticas totalmente diferentes. Portanto, precisamos observar esses lugares individualmente e ficar atentos quando as geleiras se romperem rápido demais.
Discovery Notícias

ONU reporta recorde de calor no mundo e de degelo no Ártico, em 2012

Temperaturas extremas, seca, cheias e a perda sem precedentes de gelo no Ártico marcaram o clima global em 2012, aumentando a preocupação a respeito da evolução das mudanças climáticas, reportou esta quarta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM), em um relatório.
"A mudança climática está acontecendo diante dos nossos olhos e continuará assim", declarou o diretor da OMM, Michel Jarraud, ao divulgar um relatório climático que coincide com novas negociações sobre um tratado da ONU para conter os gases estufa.
O período de janeiro a outubro de 2012 foi o nono mais quente desde que os registros começaram em 1850, informou a OMM.
A temperatura terrestre e na superfície dos oceanos ao longo destes 10 meses foi cerca de 0,45 grau Celsius acima da média de 1961-1990, de 14,2ºC, acrescentou.
"Observou-se em todo o mundo a ocorrência de eventos extremos notáveis, mas algumas partes do hemisfério norte foram afetadas por extremos múltiplos", destacou Jarraud, chamando a atenção para os episódios seguintes:

- ONDAS DE CALOR atingiram os Estados Unidos, que registraram 15.000 novos recordes de temperatura diária só em março, assim como o sul da Europa, grande parte da Rússia e o noroeste da Ásia. A seca atingiu muitos países, afetando 9,6 milhões de pessoas nas províncias chinesas de Yuan e Sichuan.
 
- INUNDAÇÕES atingiram muitas partes do oeste da África e do Sahel entre julho e setembro, afetando cerca de três milhões de pessoas e matando ao menos 300. Na região de Krasnodar, no oeste da Rússia, as inundações de julho mataram cerca de 200 pessoas e causaram danos a propriedades estimados em US$ 630 milhões.
Algumas regiões do sul da China enfrentaram as chuvas mais intensas dos últimos 32 anos em abril e maio.

- TEMPESTADES deixaram um rastro de danos no Caribe e na costa leste dos Estados Unidos, enquanto a bacia do Atlântico viveu uma temporada de furacões acima da média pelo terceiro ano consecutivo. Segundo a OMM, no total 19 tempestades tropicais atingiram a região até agora, dez delas como furacões.

Na segunda-feira, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, estimou os custos dos danos da supertempestade Sandy em mais de US$ 60 bilhões só em Nova York e Nova Jersey.
Os efeitos foram "muito maiores do que (o de furacões similares) 100 anos atrás", disse Jarraud, destacando que os níveis do mar hoje estão 20 centímetros mais elevados, o que permite que a água avance mais para o continente no caso de uma tempestade.
A OMM também alertou para o derretimento sem precedentes do gelo marinho no Ártico, confirmando dados publicados em setembro pelo Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos.
A cobertura de gelo ártico encolheu para apenas 3,4 milhões de quilômetros quadrados, atingindo seu ponto mais baixo em 16 de setembro, 18% a menos do que o recorde de baixa anterior, em 2007.
O novo registro também foi 49% mais baixo do que a média de 1979-2000, correspondendo a uma perda adicional de gelo de cerca de 3,3 milhões de quilômetros quadrados, mais ou menos o tamanho da Índia, acrescentou a OMM.
"Em agosto, o gelo no oceano Ártico perdeu uma média de cerca de 92.000 quilômetros quadrados de gelo por dia, a perda mais rápida já observada para um mês de agosto", destacou o relatório.
O documento apontou para a Groenlândia, cuja perda de gelo terrestre é considerada particularmente séria pois pode causar a elevação do nível do mar, destacando ter registrado um recorde absoluto de calor para maio, quando os termômetros chegaram a 24,8ºC.
A cobertura de gelo, tanto do Ártico quanto da Groenlância, parecia estar derretendo "relativamente mais rápido" do que o previsto cinco anos atrás, disse Jarraud, destacando que "a tendência não apenas continua, mas está se acelerando".
Ele alertou que as temperaturas mais elevadas ocorreram apesar da influência de resfriamento do fenômeno climático La Niña no Oceano Pacífico tropical no começo do ano.
Falando de um tema familiar, Jarraud admitiu ser difícil atribuir qualquer evento climático extremo único ou fenômeno de temperatura ao aquecimento global. Mas tais eventos não "são incompatíveis com o aquecimento global" e são "provavelmente uma consequência disso", afirmou.
A divulgação do relatório da OMM, baseado em dados climáticos preliminares de 2012, coincidiu com as negociações anuais sobre clima da ONU, celebradas este ano em Doha, Qatar.
IstoÉ.com

terça-feira, 27 de novembro de 2012

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Nasa observa tempestade de poeira em Marte

A agência espacial americana (Nasa) revelou ter observado, por meio dos robôs exploradores Opportunity e Curiosity e da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), uma enorme tempestade de poeira na superfície de Marte, que produziu mudanças atmosféricas no planeta. É a primeira vez desde a década de 70 que a Nasa estuda esse tipo de fenômeno por meio de uma sonda orbital e de aparelhos na superfície de Marte.
No dia 16 de novembro, a sonda Mars Reconnaissance detectou um aquecimento da atmosfera cerca de 25 quilômetros acima da tormenta. Desde então, a temperatura já aumentou 25 graus Celsius. Tal aquecimento se deve à poeira levantada pela tormenta, que absorve mais luz solar.
As setas brancas indicam a área na qual a poeira da tempestade é aparente na atmosfera. O mapa de 18 de novembro, produzido com imagens do Mars Reconnaissance Orbiter, mostra também a distância dos robôs exploradores Curiosity e Opportunity do fenômeno.
 
A estação meteorológica do Curiosity também detectou mudanças atmosféricas ligadas à tormenta. Seus sensores registraram uma queda na pressão e um leve aumento nas temperaturas noturnas.
Já o Opportunity registrou uma redução da claridade causada pela poeira. Esse robô está a cerca de 1.300 quilômetros de distância da tempestade e poderá ter seu funcionamento afetado, já que seu abastecimento depende da energia solar. Não é o caso do veículo robótico Curiosity, que chegou ao equador marciano no dia 6 de agosto e é abastecido por um gerador nuclear.
"A tempestade cobre uma região bastante ampla", diz Rich Zurek, chefe científico para Marte do Jet Propulsion Laboratory (JPL), em Pasadena, Califórnia. Em 2001 e 2007, nessa mesma região, tormentas regionais viraram tempestades de alcance global, segundo Zureck.
"Queremos entender por que algumas tempestades chegam a este tamanho e depois deixam de crescer, enquanto outras continuam aumentando e se transformam em fenômenos globais", afirmou Zurek.
Depois de décadas de observação, os especialistas sabem que há um fator sazonal ligado às maiores tormentas de poeira marcianas. A mais recente delas começou há apenas algumas semanas, com o início da primavera no hemisfério sul marciano.
 

Cientistas descobrem bactérias vivendo em condições extremas, em lago da Antártida

Cientistas encontraram vida bacteriana em um lago salgado na Antártida, isolado da superfície por uma espessa camada de gelo há quase 3.000 anos. Uma amostra de água recolhida via perfurações no lago Vida, localizado no leste do continente, revelou a presença de oito grupos diferentes de micro-organismos.
Peter Doran, da Universidade de Illinois (EUA) e um dos pesquisadores envolvidos, afirmou à revista Nature que é impressionante que algum organismo viva em condições tão extremas de temperatura, falta de luminosidade e salinização. “O lago Vida não é um bom lugar para se viver", disse.
Alison Murray, do Desert Research Institute em Nevada, nos EUA, co-autor da pesquisa, afirma que as baixas temperaturas – média anual de 13ºC negativos – são o maior desafio à ocorrência de vida nesse ambiente. "A habilidade das células de realizar funções metabólicas requer adaptações especiais nas baixas temperaturas", disse ao site de VEJA.
Os cientistas publicaram nesta segunda-feira, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os resultados de duas perfurações realizados no lago Vida, uma 2005 e outra em 2010. O lago está separado da superfície por uma camada de gelo de 27 metros e é um dos mais frios ambientes aquáticos no mundo. É seis vezes mais salgado do que a água do mar.
Um dos questionamentos dos cientistas diz respeito à energia necessária para suportar a vida no lago. A camada de gelo impede a passagem de luz, o que descarta a existência de organismos que façam fotossíntese. Segundo os pesquisadores, as altas concentrações de hidrogênio e óxido de nitrogênio em forma gasosa provavelmente proporcionam a fonte de energia química para a existência deste ecossistema isolado. Estes gases se formam a partir de reações químicas da água muito salgada com rochas ricas em ferro.
De acordo com os pesquisadores, a descoberta de vida em um dos ambientes mais hostis em todo a Terra ajuda a ciência a compreender os limites mais extremos possíveis para a ocorrência de vida, algo que pode ter aplicações para o estudo da vida em outros planetas, como Marte, e satélites, como Europa, uma das luas de Júpiter.
"O ecossistema encontrados nos níveis mais profundos do lago Vida nos dá uma visão melhor de onde podemos procurar um sistema habitável em planetas gelados do sistema solar", afirmou Murray.
Veja.com

Derretimento de solo pode liberar dobro de carbono no ar

O permafrost, solo permanentemente congelado que cobre quase um quarto do Hemisfério Norte, está derretendo por causa do aquecimento global e seu desaparecimento pode piorar ainda mais a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. É o que mostra um relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
De acordo com o trabalho, todo o permafrost, que se estende por países como Rússia, Canadá, China e Estados Unidos, contém, na forma de matéria orgânica congelada, 1.700 gigatoneladas de carbono, duas vezes mais do que existe atualmente na atmosfera. Sua liberação pode amplificar significativamente o aquecimento global já esperado.
De acordo com Kevin Schaefer, da Universidade do Colorado, e coordenador do estudo, o que pode ocorrer é um movimento que ele chamou de "permafrost carbon feedback". "E uma vez que ele seja iniciado, será irreversível. É impossível colocar a matéria orgânica de volta ao permafrost."
Atualmente, a camada de gelo, que chega a ter mais de dois metros de espessura, já vem apresentando uma diminuição de tamanho. O derretimento, além do impacto à atmosfera, pode afetar os ecossistemas assim como a infraestrutura construída sobre o gelo permanente.
Exame.com

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Frase


Café é a mais nova "vítima" do aquecimento global

Puro, forte, com leite, carregado de açúcar… Cada um prefere de um jeito, mas o café é praticamente unanimidade não só entre os brasileiros, mas no mundo. Se você está entre os fãs incondicionais da bebida, aproveite agora, porque novo estudo realizado por cientistas ingleses aponta que ela está com os dias contados.
Publicada na revista científica Plos One, a pesquisa constata que dentro de 70 anos o café arábicaprincipal espécie produzida no mundo, que inclusive representa mais de 75% da safra brasileira do grão – pode sumir do cardápio. O culpado? Novamente ele, o aquecimento global.
Se o aumento da temperatura continuar subindo no ritmo atual, até 2080, entre 38 e 99,7% das áreas consideradas adequadas para o cultivo do café arábica desaparecerão. E está cada vez mais difícil acreditar que vamos conseguir desacelerar significativamente o ritmo das emissões globais de gases de efeito estufa. Em 2011 batemos um novo recorde na liberação de CO2.
Para salvar o “cafezinho de todo dia”, o jeito será apostar todas as esperanças na tecnologia. Para seguir trabalhando, os produtores terão que criar lavouras artificiais, que reproduzam as condições de clima ideais para o cultivo do grão – temperatura entre 19 e 21ºC e altitude superior a 800 metros. Mas isso, claro, implicaria no aumento do preço da bebida.
Será que, correndo o risco de ficar sem um cafezinho ao acordar ou depois das refeições, mais pessoas se animam a fazer a sua parte para combater o aquecimento global?
Superinteressante.com

Pessimismo marca abertura de reunião climática da ONU

Apesar do crescente alarme sobre a mudança climática, quase 200 nações reunidas a partir desta segunda-feira em Doha pouco terão a oferecer além de palavras sobre a necessidade de conter as emissões de gases do efeito estufa.
O provável fracasso na definição de uma prorrogação significativa do Protocolo de Kyoto --tratado que obriga nações desenvolvidas a reduzirem suas emissões-- deve também enfraquecer a busca por um novo acordo que junte países ricos e pobres na luta contra o aquecimento global a partir de 2020.
"A situação é muito urgente... Não podemos mais dizer que a mudança climática é um problema para amanhã", disse Andrew Steer, presidente do Instituto dos Recursos Mundiais, de Washington.
Há dois anos, numa conferência semelhante, os países da ONU decidiram limitar o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Mas as emissões de gases do efeito estufa bateram um novo recorde em 2011, apesar da desaceleração da economia global.
Na semana passada, um estudo divulgado pela ONU mostrou que o mundo se encaminha para um aumento de 3ºC a 5ºC nas suas temperaturas médias, o que pode causar mais inundações, secas, ondas de calor e elevação dos níveis dos mares.
"Uma resposta mais rápida à mudança climática é necessária e possível", disse Christiana Figueres, diretora do Secretariado de Mudança Climática da ONU, em nota na qual delineou as expectativas para o encontro, que vai até 7 de dezembro.
A reunião acontece num amplo centro de convenções do Catar -- primeiro país da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a receber a conferência climática anual, e a nação do mundo com a maior taxa per capita de emissões de gases do efeito estufa, quase o triplo da média norte-americana.
Para manter alguma ação climática em vigor, a maioria dos países é favorável à prorrogação do Protocolo de Kyoto, que foi adotado em 1997 e expira no final de 2012. Esse tratado obrigava as nações desenvolvidas a reduzirem suas emissões num volume médio de 5,2 por cento em relação aos níveis de 1990.
Mas os EUA nunca concluíram sua adesão ao tratado, enquanto Rússia, Japão e Canadá se desvincularam nos últimos anos. Assim, restaram como principais aderentes União Europeia e Austrália, que representam apenas 14 por cento das emissões mundiais.
As nações não-participantes dizem que não faz sentido prorrogar o Protocolo de Kyoto se grandes nações em desenvolvimento, como China, Índia, Brasil e África do Sul, não sofrerem restrições legais ao aumento das suas emissões.
Os países em desenvolvimento e os apoiadores de Kyoto dizem que os países desenvolvidos precisam liderar o movimento rumo a um novo acordo global, a ser negociado até o final de 2015, para entrar em vigor em 2020.
Exame.com

Cientistas estudam risco de máquinas inteligentes atacarem humanos


Será que os computadores um dia ficarão mais inteligentes do que os humanos e dominarão o mundo ou isso só acontece em filmes de ficção científica? Filósofos e cientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, acham que a questão merece atenção, e anunciaram no domingo a criação do Centro para estudo de Riscos à Existência, segundo o Huffington Post.
"No caso da inteligência artificial, parece razoável prever que em algum momento neste século ou no próximo a inteligência vai escapar das restrições biológicas", aponta o professor de filosofia de Cambridge Huw Price. "(Então) não seremos mais as coisas mais inteligentes por aqui", completa.
Ele não pensa em computadores malvados, mas ressalva que as máquinas inteligentes teriam "interesses que não nos incluem". Price sabe que algumas pessoas acreditam que a preocupação é fora de proporção, mas alerta que "como não se sabe quão sérios são os riscos, não se tem uma previsão temporal, esquecer a ideia é perigoso".
O professor explica que é difícil prever que tipo de riscos as máquinas inteligentes podem representar, mas exemplifica que os computadores poderiam começar a usar recursos para o próprio benefício, desconsiderando as preocupações humanas. Ele compara a situação ao domínio do homem sobre o planeta, que ao se espalhar para outras terras começou a consumir para o próprio bem recursos que eram essenciais à vida de outros animais.
O Centro para estudo de Riscos à Existência é uma iniciativa de Price com Martin Rees, docente de cosmologia e astrofísica, e Jann Tallinn, de computação. A inauguração, segundo a universidade, está planejada para o próximo ano.
IstoÉ.com

domingo, 25 de novembro de 2012

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Pesquisadores dizem que descobertas em Marte serão reveladas entre 3 e 7 de dezembro

Pesquisadores da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, que investigam Marte, conhecido como Planeta Vermelho, indicam que há informações capazes de mudar a análise feita até agora sobre o tema. O chefe da missão, John Grotzinger, disse que o robô explorador Curiosity que está em Marte fez uma descoberta reveladora.
“É uma descoberta que vai mudar os livros de história. Os dados [coletados] indicam muitas promessas”, disse Grotzinger. No entanto, ele manteve em segredo os detalhes sobre a descoberta.A expectativa, segundo especialistas, é que a descoberta leve à comprovação de existência de vida em Marte. Os detalhes das pesquisas feitas no planeta devem ser revelados durante a reunião da União Geofísica Norte-Americana, em San Francisco (Califórnia), entre os dias 3 e 7 de dezembro.
Em setembro, foi retirada uma amostra do solo de Marte e o material foi analisado. Nele, os pesquisadores identificaram a existência de terra e rochas, nas quais havia abundância de elementos como carbono, oxigênio e nitrogênio.
National Geographic

Viajar para o espaço custará R$200 mil

Ao menos duas empresas confirmaram viagens de turismo ao espaço por valores a partir de 200 mil reais a partir do final do próximo ano.
A holandesa KLM e a americana Virgin Galatic programam suas primeiras decolagens rumo ao espaço para novembro ou dezembro de 2013 por preços que começam em 95 mil dólares e chegam até 200 mil dólares.
Pelo valor, será possível fazer uma viagem de 1 hora até a altura de 100 quilômetros em relação à superfície da Terra. Nessa altitude, é possível ver a curvatura do planeta e ter a sensação de gravidade zero.
Os passeios vão decolar a partir de uma base aérea em Austin, no Texas. Ambas empresas já obtiveram autorização da Nasa, agência espacial americana, para realizar as viagens de turismo em 2013.
Exame.com

"NYT" destaca crescimento populacional na Amazônia e preocupação ambientalista

Reportagem do jornal americano "New York Times" publicada neste domingo revela o surgimento e o crescimento de diversas cidades em meio à Amazônia, dizendo que os cientistas estão alarmados com a chegada de projetos industriais na região.
O jornal diz que a expansão dessas cidades é evidente em locais como Parauapebas, que, em uma geração, evoluiu de uma pequena colônia marcada por conflitos de mineiros para uma cidade com shopping e concessionária da Chevrolet.
Embora a ditadura militar tenha construído estradas no intuito de ocupar a Amazônia e defendê-la dos estrangeiros, o desmatamento que o crescimento populacional tem causado na região preocupa cientistas.
Alguns pesquisadores dizem que o êxodo rural em países tropicais como o Brasil na verdade ajuda a diminuir o desmatamento, já que algumas áreas rurais se conservam por ter uma diminuição populacional, o que ajuda no reflorestamento.
Porém, a maior parte dos cientistas discorda dessa visão. Eles dizem que a migração aumenta o desmatamento porque dá espaço para que pecuaristas, que já são responsáveis por reduzir em boa parte as áreas florestais, comprem terras de pequenos agricultores e expandam seus negócios.
EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
Das 19 cidades brasileiras que dobraram seu número de habitantes na última década, dez se encontram na região amazônica, de acordo com o último censo. Manaus, capital do Estado do Amazonas, cresceu 22% em população entre 2000 e 2010.
O jornal diz que aproximadamente 25 milhões de pessoas vivem atualmente na Amazônia. Enquanto o Brasil no geral cresceu 12% nos últimos dez anos, na região o salto foi de 23%.
O "New York Times" diz que o crescimento se deveu ao aumento das famílias e à pobreza local, que leva pessoas a deixarem o campo e se mudar para essas cidades em busca de trabalho. Mas a razão principal é a expansão econômica.
Incentivos fiscais para a indústria de manufatura promoveram crescimento populacional em Manaus e nas cidades vizinhas. Já cidades como Sinop, no Mato Grosso, cresceram cerca de 50% graças à expansão da soja. Construções de grandes hidrelétricas também impulsionaram os dados habitacionais na Amazônia.
Folha.com

sábado, 24 de novembro de 2012

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Taj Mahal será abastecido por energia solar

 
Admirado em todo o mundo por sua beleza e pela história que envolve sua construção, o Taj Mahal é considerado uma das novas sete maravilhas do mundo moderno. O mausoléu, tão procurado por turistas na Índia, foi erguido, entre 1630 e 1652, pelo imperador Shah Jahan em homenagem à sua esposa favorita, que morreu após dar à luz o 14º filho do casal.
Situado na cidade indiana de Agra, agora o monumento será abastecido por energia solar. Isso porque, em breve, o município ganhará uma usina movida à luz do sol. A obra, estimada em US$ 30 mil, já foi aprovada pelo Ministério de Energias Renováveis da Índia e será financiada pelo Fundo do Patrimônio Taj. A capacidade de geração de energia ainda não foi divulgada.
O Departamento de Turismo iniciou o planejamento devido à frequente interrupção de fornecimento de energia ao Taj Mahal. No final de julho deste ano, a Índia enfrentou um apagão que deixou milhões de pessoas sem energia elétrica por dois dias.
Sétima potência mundial em energia limpa, o país investiu U$ 10,2 bilhões em renováveis, o que representou um crescimento de 54% com relação a 2010. No entanto, a capacidade da Índia em gerar energia solar é uma das mais baixas, de apenas 0,4 GW. Para contornar o problema e investir em sua Missão Solar Nacional, o governo estabeleceu uma meta nacional de 20 GW até 2022.
Será que reformar monumentos históricos, de importância nacional e internacional, pode contribuir com a mudança de mentalidade das pessoas para um estilo de vida mais sustentável?
Superinteressante.com

Cartas de amor escritas em um campo nazista chegam ao seu destino 70 anos depois

Durante a 2ª Guerra Mundial, o Service du travail obligatoire (Serviço de trabalho obrigatório), da França, recrutou e deportou mais de 600 mil trabalhadores franceses para trabalhar de forma compulsória na Alemanha nazista. A nação de Hitler havia obrigado a França a criar o serviço para compensar a perda de alemães enviados à guerra.
Marcel Heuzé foi um dos franceses enviados a Alemanha. Entre 1942 e 1944, Heuzé trabalhou na fábrica de tanques, motores para aviões e veículos blindados Daimler-Benz. Nos dois anos em que permaneceu no país nazista, esteve isolado em um campo de trabalho de Marienfelde, região sudoeste de Berlim. Teve que permanecer longe de sua mulher e de suas três filhas. Para se comunicar com elas, enviou dezenas de cartas. Nunca recebeu resposta. Algumas correspondências até chegaram ao destino. Muitas foram censuradas pelos alemães. Mas não destruídas.
Cerca de 70 anos depois, a história das cartas de Marcel Heuzé teve um desfecho. A desenhista Carolyn Porter encontrou algumas cartas velhas em francês em uma tenda de antiguidades alemã. Ficou intrigada e comprou o material. Contratou um tradutor – já que não falava francês – e descobriu, no material, declarações do trabalhador à sua mulher e suas filhas. Eram cartas de amor que nunca haviam chegado ao seu destino. “Era lindo. Quanto terminei, queria apenas saber se Marcel havia sobrevivido. Se havia regressado a sua casa para sua esposa e filhas”, contou.
Cerca de um ano após começar a investigar o caso e com a ajuda de uma genealogista, descobriu que o trabalhador havia conseguido reencontrar sua família. Mas Marcel morreu em 1992 e sua esposa, René, em 2005. Carolyn conseguiu o contato dos filhos e netos do casal. 70 anos depois, a alemã entregou as cartas de amor do soldado francês aos filhos do casal. Em outubro de 2012, Carolyn os reencontrou – e as cartas foram lidas pela primeira vez.
Superinteressante.com

Antes mesmo de começar, conferência do clima realizada no Catar gera polêmica

Quando o Catar foi escolhido para sediar as negociações das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, ambientalistas ficaram de cabelos em pé. As negociações já estavam problemáticas, com poucos resultados na última conferência realizada na África do Sul em 2011. No entanto, agora as discussões de alto nível vão acontecer em um dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que mostrou pouco interesse nas mudanças climáticas e ainda por cima destacou um ex-ministro do petróleo para liderar as negociações que começam nesta segunda (26).
“Organizações não governamentais estão com uma mistura de sentimentos sobre isso”, disse Wael Hmaidan, ativista libanês e diretor da Climate Action Ntwork. “Alguns estão muito preocupados e acham isso um sinal de que o Catar não está comprometido com as negociações climáticas. Outras pessoas acreditam que é uma oportunidade de ter um debate mais elevado sobre clima na agenda política da região”, disse.
Ativistas também reclamam que o Catar tem demonstrado pouca liderança e sendo pouco transparente que os países sede das conferencias anteriores. Uma das organizações não governamentais que está fazendo mais barulho é a Avaaz, que afirma: “Ter um dos lideres da OPEP encarregados nas discussões climáticas é como pedir ao Drácula para tomar conta do banco de sangue”. Eles também estão criticando a liderança do Catar por também aceitarem uma grande conferência sobre petróleo no mesmo ano que sediam a conferência do clima.
Publicamente, delegados têm evitado fazer críticas. Os dirigentes das Nações Unidas na Conferência do Clima afiram que as preparações estão encaminhadas. “Eu não estou preocupada”, disse Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas para Mudança Climática. “Estamos muito agradecidos por Catar não só ter se oferecido, como literalmente ter brigado pela oportunidade e privilégio de sediar a conferência”, disse.
Sediar a conferência é parte da campanha do país de se projetar como uma potência, após ganhar a disputa para abrigar a Copa do Mundo de 2022 e coibir revoltas na Síria e na Líbia.
A conferência também pode dar à família real do país a oportunidade de mudar a percepção mundial sobre a região, que no passado estava preocupada apenas com a proteção de suas vastas reservas de petróleo.
Aparentemente, o Catar e seus vizinhos do Golfo Pérsico acreditam que este quadro é antiquado. Os Emirados Árabes Unidos apoiou a extensão do Protocolo de Kyoto, que põe metas para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa em países industrializados. Eles também foram os primeiros entre os países do Golfo a assinar o acordo de Copenhague em 2009.
Até mesmo a Arábia Saudita, que no passado liderou a oposição sobre as negociações sobre mudança climática para proteger sua produção petrolífera, passou a agitar a equipe de negociadores.
“Eu descrevo o Catar com o epicentro das mudanças climáticas. Não há água, nem comida. É um deserto estéril”, disse Fahad Bin Mohammed al-Attiya, diretor do comitê que organiza a COP18 em Doha. “Qualquer problema na estação da colheita ou produtividade fora do Golfo vai impactar diretamente no nosso acesso a a comida e com poços globais razoáveis”, disse.
Tanto o Catar como os Emirados Árabes Unidos estão trabalhando para a construção de prédios verdes. Catar afirma que vai ter 20% de sua matriz energética em energias renováveis até 2024, enquanto a Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos anunciaram planos de altos investimentos em energia solar.
“Nos não queremos continuar sendo vistos como exportadores de barris de petróleo ou de gás em dutos”, disse o sultão Ahmed al-Jaber, executivo chefe do escritório de Masdar e enviado especial de energia e mudanças climáticas dos Emirados Árabes Unidos.
No entanto, ativistas querem ver mais do que conversas na conferência do clima. A ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson , disse que eles deveriam assumir metas voluntárias de corte de emissões, como fez o México, que sediou a conferência em 2010. As emissões totais dos países do golfo são uma fração das emissões da China e dos Estados Unidos, mas estipular uma meta acabaria por inspirar outros países a tomar a mesma atitude.
Ativistas também afirmam que os países do Golfo deveriam fazer mais para cortar subsídios de combustíveis, que fazem com a gasolina em muitos países seja mais barata que água engarrafada.
IGCiência

Países se encontram em Doha na tentativa de reviver Protocolo de Kyoto

Confrontados com os sinais crescentes do aquecimento global e os apelos urgentes para a ação, cerca de 190 países vão se reunir na segunda-feira em Doha, no Catar, para avançar nas difíceis negociações para lançar o Ato II do Protocolo de Kyoto.
"É necessário oferecer uma resposta mais rápida às mudanças climáticas, e isso é possível", declarou a diretora para o clima na ONU, Christiana Figueres, poucos dias antes da grande reunião de cúpula anual.
"Em Doha, temos de garantir que vamos passar para o próximo nível", prosseguiu.
A conferência acontecerá de 26 novembro a 7 de dezembro. No dia 4, os negociadores serão acompanhados por mais de 100 ministros que devem chegar a um acordo, o próximo passo no árduo processo de negociações da ONU lançado em 1995.             
Os alertas se multiplicaram nos últimos dias: o Banco Mundial advertiu para os risco de um aquecimento de 4 graus até 2060 e "a cascata de tragédias" que devem atingir os países pobres.
A quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera (GEE) atingiu um novo pico em 2011, e a ONU alertou que os esforços da comunidade internacional para conter o aquecimento global em 2 graus estão ainda mais longe de serem suficientes.
O objetivo de 2 graus fixado pela comunidade internacional é o máximo, segundo os cientistas, para evitar que o sistema climático dispare, com efeitos que acelerariam fortemente o aquecimento.
Uma das grandes questões a ser discutida em Doha será o Ato II do Protocolo de Kyoto, o único instrumento legalmente vinculante que compromete os países industrializados, com a notável exceção dos Estados Unidos, que nunca ratificaram, a reduzir as emissões de GEE.
"O princípio de uma segunda fase de compromisso após 2012 foi acordada em Durban", ultima cúpula da ONU sobre o clima no final de 2011, e "atualmente, é preciso avançar" sobre a duração do Quioto 2, os objetivos traçados..., resumiu à AFP um negociador europeu.
É principalmente uma decisão simbólica. Com a retirada do Canadá, Japão e Rússia, Kyoto 2 deve ser assinado apenas pela União Europeia e a Austrália, o que representa 15% das emissões globais de gases de efeito estufa.
É um instrumento que não vai mudar grandes coisas no mundo real, mas sua extensão é importante para combater as dinâmicas, ainda muito pobres, de desconfianças dos países do sul ante os do norte", diz o negociador.             
Um acordo global e mais ambicioso, desta vez envolvendo todos os países, inclusive os dois maiores poluidores do mundo, a China e Estados Unidos, deve ser assinado em 2015 para entrar em vigor em 2020.
As discussões sobre a forma legal deste acordo e a repartição "igualitária" dos esforços devem iniciar em Doha.
Mas os países do sul, e principalmente as pequenas ilhas, especialmente vulneráveis à elevação do nível do mar, não querem esperar mais oito anos para assumir compromissos mais firmes.
"É absolutamente essencial. O tempo claramente não está do nosso lado", declarou à AFP a representante da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS), Marlene Moisés.
"Eu espero que a trágica experiência do furacão Sandy, por exemplo, leve os países mais relutantes para estas negociações para que se envolvam neste esforço", acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu agir rapidamente para "ver o que podemos fazer em curto prazo para reduzir as emissões de carbono".
Mas a composição do Congresso sugere pouco espaço de manobra para medidas drásticas sobre esta questão.
IGCiência

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Frase


Agência brasileira vende pacote para viagem ao espaço

Viagens dos sonhos podem ter diversas proporções. Para um adolescente, conhecer Orlando e visitar os parques da Disney pode se enquadrar nessa categoria. Outros preferem um jantar romântico na Torre Eiffel. A agência Sanchat Tour, de São Paulo, foi além. Bem além. Está vendendo uma viagem de 60 minutos a bordo da nave espacial Lynx. O preço da experiência: US$ 107 mil.
O nome do pacote é Destinos Especiais e Espaciais, vendido em parceria com a operadora holandesa de viagens Space Expedition Curaçao (SXC), que também comercializa o programa nos Estados Unidos, na Alemanha, no Canadá e no Reino Unido. O valor inclui as passagens de ida e volta a Curaçao – onde está a base de lançamento e de aterrissagem da nave espacial Linx –, o treinamento específico para o viajante e hospedagem de três dias na ilha caribenha, além, é claro, do voo espacial.
A Lynx, uma aeronave americana, decola da base espacial de Curaçao por conta das condições climáticas do local, de acordo com a agência. Depois de atingir determinada altura, inclina-se 90 graus para desenvolver sua velocidade máxima e sair da atmosfera terrestre. A partir daí, o foguete flutuará em gravidade zero por cinco minutos, a uma altura de 100 quilômetros, antes de voltar para a órbita terrestre e aterrissar em Curaçao. Só embarcam duas pessoas por viagem: o piloto e o candidato a astronauta.
O primeiro voo está previsto para ocorrer em março de 2014 e os interessados na viagem devem apresentar exame médico que comprove bom estado de saúde. A SXC estima que serão quatro voos diários para atender a demanda de passageiros. De acordo com a Sanchat Tour, cinco brasileiros já compraram o pacote. Quem quiser embarcar nessa pode garantir lugar por meio do site www.sanchattour.com.br.
National Geographic

Letreiro que venera líder norte-coreano pode ser visto do espaço

Um gigante letreiro de 15 caracteres espalhados por uma área de 550 m pode ser visto do espaço, segundo publica o site jornal britânico The Telegraph nesta quinta-feira. A imagem do letreiro, que diz "Vida Longa ao General Kim Jong-un, o Sol Brilhante", foi capturada por um satélite e está visível no Google Earth.
Encravado nas colinas da Província de Ryanggan, próximo à fronteira com a China, o letreiro faria parte de um projeto para promover o culto à personalidade do líder norte-coreano, que assumiu o controle do país após a morte de seu pai, Kim Jong-il, em 17 de dezembro de 2011.
O culto à personalidade de seu líder máximo não é nenhuma novidade na Coreia do Norte. Kim Il-sung, fundador do país e avô do atual comandante, tem um letreiro semelhante em sua homenagem que diz: "Vida longa ao grande líder Kim Il-sung e sua ideologia revolucionária".
A construção da imagem ganhou outras proporções no regime de Kim Jong-il. A propaganda oficial do Partido Comunista norte-coreano informava que ele escrevera 1,5 mil livros durante os três anos que passou na universidade, compôs seis óperas em dois anos e inventou o hambúrguer, entre outras coisas.
Em outubro, o Serviço de Inteligência Nacional da Coreia do Sul divulgou uma estimativa de que o governo de seus vizinhos do norte está gastando cerca de US$ 330 milhões (US$ 690 milhões) com propaganda favorável à família Kim. Em agosto, selos com o rosto de Kim Jong-un foram lançados e uma série saudando os feitos do líder está para ter seu primeiro livro publicado, informa o Telegraph.

FAO: fome atinge 49 milhões de pessoas na América Latina

Cerca de 49 milhões de latino-americanos e caribenhos (8,3% da população total da região) sofrem pela falta de acesso a alimentos, disse nesta quinta-feira a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). O dado representa um milhão a menos que há três anos, embora tenha sido registrada uma desaceleração da tendência à queda.
"A fome afeta 868 milhões de pessoas no mundo, 49 milhões das quais encontram-se na América Latina e no Caribe. Isto significa que 8,3% da população da região não ingere as calorias diárias necessárias para levar uma vida saudável", disse um relatório do escritório regional da FAO, que tem sua sede em Santiago.
O número representa uma redução em relação aos números dos anos de 2004 e 2006, que chegava a 54 milhões, e aos registrados entre 2007 e 2009, de 50 milhões, de acordo com o relatório "Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional 2012", apresentado em uma coletiva de imprensa. No entanto, e apesar do crescimento econômico sustentado da região na última década, "pode-se afirmar que embora a tendência à redução no número de pessoas afetadas pela fome se mantenha, (...) seu ritmo (à queda) diminuiu", acrescentou o relatório da FAO.
De acordo com a FAO, o número de pessoas que sofrem com a fome na região "não se explica por uma produção insuficiente ou por falta de abastecimento alimentar - salvo em situações de catástrofe -, mas se deve principalmente à falta de acesso aos alimentos por parte de um setor importante da população, que não conta com renda suficiente para adquiri-los". Além disso, "o impulso ao crescimento das economias dos países da região não se traduziu em uma diminuição da vulnerabilidade à que está exposta uma parte importante da população do continente".
Os países mais afetados pela fome na região são Haiti (com prevalência de 44,5%), Guatemala (30,4%), Paraguai (25,5%), Bolívia (24,1%) e Nicarágua (20,1%). Já Cuba, Argentina, Chile, México, Uruguai e Venezuela "conseguiram erradicar o flagelo da fome, enquanto países do Caribe, como República Dominicana e Haiti, e outros da América Central, como a Guatemala, estancaram ou desaceleraram a redução da fome", disse a FAO.
"Grande parte dos países reduziu a proporção da população com fome, entre os quais se destaca o Brasil, onde a fome diminuiu fortemente em termos absolutos e relativos", acrescentou o organismo. A FAO também destacou que "a alta dos preços dos alimentos e as oscilações que afetam desde 2007-2008 a economia mundial, e, em particular, a região, constituem uma ameaça à segurança alimentar e nutricional dos lares mais pobres e vulneráveis, que são os que destinam uma maior proporção de sua renda à alimentação". Entre junho e agosto de 2012, de acordo com a FAO, o preço médio do milho aumentou 25%, o da soja 20% e o do trigo 26%.
Estadão.com