sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Pegada de dinossauro gigante é encontrado na Mongólia

 
Uma equipe de especialistas mongóis e japoneses descobriu no Deserto de Gobi (Mongólia) uma das maiores pegadas de dinossauro do mundo, com 106 centímetros de comprimento e 77 de largura, que acredita-se que tenha sido deixada por um Titanossauro, informou nesta sexta-feira a agência oficial "Montsame".

A pegada foi achada em 21 de agosto por paleontólogos da universidade japonesa de Okayama e da Academia Mongol de Ciências, embora a descoberta só tenha sido anunciada hoje, dia em que foi confirmada sua autenticidade e a espécie à qual pertenceu.

A pegada, na qual era possível ver a forma da planta do pé e as garras, foi encontrada em uma camada geológica de entre 70 e 90 milhões de anos, afirmou a agência mongol.
O animal, de cerca de 30 metros de comprimento e 20 de altura, possivelmente deixou a pegada de uma de suas patas esquerdas em um solo que depois, com a desertificação da zona, ficou recheada de areia, ajudando sua conservação.

O Titanossauro era um gigantesco animal de longo pescoço, herbívoro, que habitou no período Cretácico.

"É uma descoberta muito especial, já que trata-se de uma pegada fossilizada muito bem conservada, de mais de um metro de comprimento e sinais das garras", afirmou um comunicado da Universidade de Ciências de Okayama.
 

Como será o robô que vai pegar o seu emprego

Três, dois, um... estejamos preparados ou não, achemos bom ou ruim, já estamos navegando na Era da Inteligência Artificial

Resultado de imagem para fotos de robôs

Doravante, a regra é: todo trabalho humano que puder ser descrito por um algoritmo e traduzido em linhas de código de programação será em algum momento executado por uma máquina. Muitas delas serão aparentemente pensantes e ainda por cima terão a capacidade de interagir com humanos de forma bastante “natural”, digamos assim. Descrente? Quer uma pequena amostra de como esse futuro já chegou e cabe até na palma de sua mão? Faça um teste!
Abra no seu smartphone a tela do Google.  Aperte o ícone do microfoninho que aparece na barra em que você digita texto. Agora diga naturalmente ou até mesmo imitando um sotaque regional qualquer a expressão “Ricardo Neves colunista de ÉPOCA”. Voilá! O sistema de busca ativado pela voz vai trazer você aqui para a página de minhas colunas.
Isso é só uma pequena amostra de que os elementos estão praticamente todos aí disponíveis. A tecnologia está madura. Agora depende da humanidade, isso é de cada um de nós, brincar com ela, assim como as crianças brincam com Lego.
É assim que nos próximos anos indústrias inteiras terão os empregos implodidos, principalmente aqueles rotulados como “mão de obra”. Nessa primeira onda de implosão temos call centers, que hoje no Brasil ocupam mais de 400 mil pessoas oferecendo postos de atendentes que não encantam ninguém, nem o cliente nem o empregado.
Da mesma forma, minguam todos os segmentos de ocupações que de alguma forma são condutores de transporte de passageiros ou carga. É dessa forma que virarão história, nos próximos 20 anos, caminhoneiros, motoristas de ônibus, metrôs, trens e mesmo pilotos de avião. Essas categorias vão desaparecer aos poucos, da mesma forma que caixas de banco, substituídos por caixas eletrônicos e internet banking. Talvez cheguem a se extinguir, como datilógrafos, apagadores de lampiões, ferreiros, cocheiros e condutores de diligências e carroças.
Adeus, caixas de supermercados. O checkout de mercadorias nos EUA e em vários estabelecimentos na Europa já é feito na base do autosserviço devidamente supervisionado por circuito de vigilância por TV. Mais rápido e eficiente.
Adeus, burocratas funcionários de atendimento ao público que tediosamente inspecionam documentos só para carimbar e dar instruções. Máquinas que escaneiam, conectadas a bancos de dados e com sistema de voz, podem muito bem substituir burocratas sem nenhum prejuízo para o cidadão.
Empregos industriais, sobretudo aqueles denominados tipicamente como “chão de fábrica", repetitivos, mecânicos, estafantes? Aqui temos um potencial de mais de 90% de substituição por máquinas-ferramentas – robôs! – que trabalham no escuro, 24 horas, sete dias por semana. Eles não fazem greve nem operação tartaruga, não adoecem e em geral se contentam com manutenção preventiva ou upgrade.
Pelo mesmo caminho vai a construção civil, que assistirá a uma onda sem precedentes de robotização. Centenas de operários podem ser substituídos com muito mais vantagem pelo trabalhador que pilota por um joystick. O canteiro de obras tipo formigueiro humano vai seguir caminho similar aos terminais de carga e descarga marítimos, nos quais foi virtualmente extinta a ocupação de estivador, com o advento do contêiner.
A década de 2020 será inexoravelmente por um lado a década da androidização do trabalho e por outro o da marginalização dos seres humanos que se recusarem a se preparar para enfrentar proativamente a megatendência da Inteligência Artificial.
 
Resultado de imagem para fotos de robôs
 
Existe o outro lado da moeda para quem quiser ver. O trabalho humano será principalmente aquilo que algoritmos, programas, robôs e androides ainda não fazem: a capacidade de inventar e de inovar. Num mundo onde as máquinas são a mão de obra, cabe aos humanos resolver questões e problemas e, mais do que qualquer outra coisa, Pensar e Criar.
Henry Ford profeticamente já prenunciava no início do século passado que “o mais duro dos trabalhos é pensar", que talvez por isso tão pouca gente se dedicasse a ele. Por causa disso, de agora em diante nossas escolas de adultos e adolescentes vão ter de ser reinventadas. Vão ter que deixar de ser as fábricas de zumbis procuradores de emprego.
Ainda bem que já existe um modelo bem-sucedido para nos inspirar. Isso mesmo. A pré-escola e a creche – claro que não todas e especialmente aquelas públicas – já experimentaram com sucesso desde meados do século passado fórmulas, metodologias, ferramentas e brincadeiras com o fim de acelerar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos pequenos seres humanos.
A educação de adolescentes e adultos terá de ser reinventada, inspirada pela visão generosa e otimista de um dos maiores pedagogos da história, Jean Piaget, que entendia que “nasceu gente, é inteligente”. Para ele, o principal objetivo da educação é "criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram.” Prepare-se para usar os robôs, em vez de ser substituído por eles.
Época.com

Por que uma missão espacial tão audaciosa terminou com a autodestruição da sonda Rosetta?

O fim de uma das missões espaciais mais audaciosas da história.
Assim foi descrita a última manobra da sonda Rosetta, que acaba de realizar uma aterrissagem forçada em um cometa de 4 km de largura, depois de estudá-lo por mais de dois anos.
Durante a descida e aproximação, a sonda enviou imagens cada vez mais detalhadas do cometa 67P, que ilustram essa reportagem.
Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), responsável pela missão, disseram que a sonda havia chegado ao fim de sua vida útil e queriam fazer as últimas medições da superfície do cometa a uma distância bem pequena.
Ainda que o impacto não tenha sido fulminante e alguns de seus sistemas pudessem seguir funcionando, o software de bordo garantiu que tudo fosse desligado instantes antes da colisão.
Mas por que encerrar de maneira tão definitiva uma missão tão bem sucedida?

Exploração histórica

Imagem do cometa 67P
 
Sonda fez esta foto do cometa 67P a 16 km de distância
 
A Rosetta chegou ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (seu nome completo) em agosto de 2014, após uma viagem de mais de dez anos a partir da Terra.
Por mais de dois anos, rondou esse imenso corpo estelar, acumulando mais de 100 mil imagens e leituras por instrumentos. Isso permitiu analisar de forma inédita o comportamento do cometa, sua estrutura e composição química.
A sonda inclusive lançou um pequeno módulo até a superfície do cometa em novembro de 2014 para obter informações adicionais, um feito histórico na exploração espacial.
Os cientistas acreditam que os cometas sejam restos intactos da formação do Sistema Solar, e os dados acumulados sobre o 67P oferecerão informações extraordinárias sobre as condições que existiam há 4,5 bilhões de anos.

'Aventura incrível'

Imagem do cometa 67P
 
A 5,8 km, detalhes do cometa ficam mais visíveis
 
Os cientistas ressaltaram o entusiasmo que a missão gerou pelo planeta.
"Levamos ao mundo uma emocionante travessia científica ao coração de um cometa e vimos o mundo levar em seus corações a aventura incrível da Rosetta", disse Mark McCaughrean, principal conselheiro científico da ESA.
Ainda que a missão tenha acabado, não será o fim da pesquisa. "Os dados da Rosetta serão analisados por décadas", disse o diretor de voo Andrea Accomazzo.
Com o 67P a 573 milhões de km do Sol e afastando-se constantemente, havia pouca energia solar para operar os sistemas da sonda.

Imagem do cometa 67P

Pouco depois de fazer esta imagem a 1,2km do cometa, a sonda foi desligada

Além disso, a velocidade com que chegavam os dados a essa distância era muito lenta: 40 kbps, semelhante à velocidade de conexão discada de internet.
Em vez de fazer a sonda hibernar ou deixá-la se apagar lentamente, a equipe decidiu encerrar a aventura dramaticamente.
Os controladores do centro de operações da ESA, em Darmstadt, na Alemanha, ordenaram que a sonda mudasse seu rumo na quinta-feira, dia 29.

'Adeus'

Imagem do cometa 67P
 
Uma das últimas imagens enviadas pela Rosetta, feita a apenas 23 metros da superfície do 67P
 
A manobra alterou sua ampla órbita ao redor do cometa e a colocou em uma trajetória de impacto direto.
A velocidade do impacto foi lenta, de menos de um metro por segundo, a mesma de uma pessoa caminhando, mas a sonda nunca foi feita para pousar na superfície, então vários de seus componentes ficaram inutilizados, impossibilitando a comunicação.
Matt Taylor, cientista de projetos da ESA, havia debatido a ideia de fazer a Rosetta dormir por alguns anos e despertá-la de novo quando o 67P estivesse próximo do interior do Sistema Solar. Mas não se tinha certeza se a sonda continuaria funcionando.
Devido à distância em que a Rosetta se encontrava, ainda levará algum tempo até que seja possível saber quantas imagens ela fez em sua descida, mas espera-se que haja registros a 15 ou 20 metros da superfície.
No centro de controle, quando a perda do sinal de rádio da sonda foi confirmada, indicando que ela havia colidido com o 67P, os cientistas comemoraram em silêncio, com apertos de mão, em um clima de alegria e tristeza, já que alguns deles trabalharam no projeto por boa parte dos seus 30 anos de duração.
Pouco depois da colisão final, o diretor da ESA, Patrick Martin, anunciou o sucesso da última etapa da missão e despediu-se da sonda: "Adeus, Rosetta: você fez seu trabalho. Foi ciência espacial de primeira linha."

Imagens do cometa 67P
 Uma colagem das últimas fotos feitas pela sonda mostra como é o cometa 67P de perto

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Por que estamos numa fase de aceleração do aquecimento global

Temperatura e calor (Foto: Thinkstock Getty Images)
 
Estamos caminhando a passos firmes rumo a um novo recorde global de calor. O ano de 2016 pode fechar, segundo previsões da agência espacial ameriana (Nasa), como o mais quente já registrado. Seria um novo recorde consecutivo. O ano de 2015 foi o mais quente da história. Antes dele, 2014 havia sido o recordista. A Nasa já divulgou que o mês de agosto foi o mais quente desde que começaram as medições, há 136 anos.
Estamos passando por uma fase de aquecimento acelerado. Faz 11 meses seguidos que todo mês bate o recorde histórico de calor. Segundo o pesquisador Gavin Schmidt, da Nasa, há uma chance de 99% de 2016 bater um novo recorde. E não será um recorde qualquer. O pesquisador divulgou uma projeção segundo a qual 2016 pode fechar bem mais quente que os recordistas 2014 e 2015.
Gráfico da Nasa mostra as médias anuais de temperatura e a previsão para 2016 (Foto: Nasa)
Gráfico da Nasa mostra as médias anuais de temperatura e a previsão para 2016 (Foto: Nasa)
 
Isso ocorre porque o aquecimento global – ou as mudanças climáticas, para ser mais exato – não é um fenômeno linear. A temperatura não sobe de forma constante no planeta, ano após ano. O processo se dá mais na forma de degraus. O último período de aquecimento acelerado, entre 1990 e 2000, deu lugar a um período de relativo platô. As médias de temperatura passaram a oscilar num mesmo patamar entre 2000 e 2013. Embora fosse o patamar mais alto já vivido pela humanidade, alguns
céticos passaram a questionar o aquecimento global no meio dessa suposta pausa. Agora a tal pausa acabou. Entramos numa nova fase de aceleração.
Esses períodos de aquecimento acelerado intercalados com platôs têm relação com o comportamento dos oceanos. Mais precisamente, com o Oceano Pacífico. A Terra é um planeta dominado pelo mar. O que ocorre na atmosfera é mera consequência da dinâmica dos oceanos.
Oceano Pacífico passa por fases de absorção ou liberação de calor. Essas fases determinam o que ocorre com o clima na superfície do planeta. O ciclo mais conhecido é o El Niño e La Niña, que ocorre de sete em sete anos aproximadamente. No El Niño, a água do Pacífico fica acima da média na faixa do Equador. Durante a La Niña, é o contrário. Ocorre que o El Niño-La Niña é a manifestação mais visível de outro ciclo, mais longo e mais poderoso. É a Oscilação Decadal do Pacífico. Ela é uma espécie de alternância de fases na força dos ventos que sopram sobre o oceano. Cada fase pode durar uma ou duas décadas. A Oscilação influencia a força do El Niño ou da La Niña. Nas fases de Oscilação positiva, o Pacífico joga calor na atmosfera. Nas fases negativas, ele absorve parte do excesso de calor da atmosfera. Durante o último platô de temperaturas, enquanto as médias aqui na superfície ficavam no mesmo patamar, a temperatura do fundo do mar só subia. Agora estamos numa fase positiva, por isso a aceleração das temperaturas da atmosfera.
Essa fase de aceleração tem consequências. O que estamos vivendo é uma mudança de patamar no clima da Terra. Saímos de um padrão para entrar em outro. Provavelmente, não voltaremos aos níveis anteriores de temperatura. Acontecimentos extremos passarão a ser mais rotineiros. Situações de calor, seca ou enchentes anormais passarão a ser mais comuns.
Infelizmente, as medidas mais radicais para reduzir a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global têm sido postergadas. O Acordo de Paris foi um consenso por ser fraco. Não vai evitar que a temperatura continue subindo. Parece que o apetite para mudanças mais eficazes só aparece diante de catástrofes climáticas, com o Furacão Katrina ou os desabamentos da região serrana do Rio de Janeiro. Nem os recordes de calor associados à crise hídrica em São Paulo serviram para mostrar o tamanho do problema que estamos criando. Será que vamos ter de esperar pela próxima tragédia?
Época.com

Lua Negra acontece nesta sexta. Qual sua verdadeira história?

A última vez que a Lua Negra aconteceu foi em março de 2014 e a próxima ocorrência está prevista apenas para agosto de 2019
 
A Lua Negra, “fenômeno” que acontece na noite desta sexta-feira (30), está enlouquecendo a internet. O motivo, no entanto, não passa de uma coincidência. “Enquanto a Lua Azul é a segunda Lua cheia de um mês, a Lua Negra é o nome dado à segunda Lua nova no mesmo mês. É apenas uma coincidência de calendário; nada muda no céu”, afirma Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). “É importante lembrar que não, em nenhuma das ocasiões, a Lua muda de cor”, afirma o astrônomo.
A última vez que a Lua Negra aconteceu foi em março de 2014 e a próxima ocorrência está prevista apenas para agosto de 2019. No Brasil, o “fenômeno” acontecerá às 21h12, mas não poderá ser visto no céu: assim como qualquer Lua nova, sua face iluminada não estará voltada para a Terra. Assim como qualquer Lua nova, sua face iluminada não estará voltada para a Terra.
De acordo com Rojas, mesmo que a Lua Negra não tenha, exatamente, nada de peculiar, ela atrai muita atenção de pessoas que seguem a religião wicca, realizam rituais ou acreditam na influência da Lua – graças ao nome que é dado a ela. Do ponto de vista astronômico, no entanto, o evento não passa de uma Lua nova comum e não é considerado tão raro – já que acontece a cada dois anos, aproximadamente. Uma dica é aproveitar para observar os astros. “Assim como qualquer Lua nova, a Lua Negra não aparece no céu e isso facilita a observação de estrelas”, afirma Rojas.
Mas, o que essas luas têm de interessante? A história. O Farmer’s Almanac foi uma publicação centenária americana; nela, os escritores nomearam a terceira Lua cheia (de uma sequência de quatro em uma mesma estação) de Lua Azul. Esta foi a primeira denominação criada para a ocorrência de um tipo de lua. De acordo com Rojas, a partir desse almanaque as pessoas passaram a nomear a ocorrência de outras luas – e, assim, surgiu a Lua Negra.

A história da Lua Azul

“No século XIX, para contar os meses de uma estação e se preparar para a entrada da próxima, as pessoas utilizavam as Luas: como o ano possui quatro estações distintas e temos 12 meses, cada estação teria 3 meses. Para saber quando a estação iria mudar, eram contados os números de Luas cheias; a cada três Luas cheias, mudava a estação – e a terceira Lua, portanto, anunciava essa mudança”, explica Daniel Mello, astrônomo do Observatório do Valongo, da Universidade federal do rio de Janeiro (UFRJ).
O problema é que a contagem de períodos lunares é de 29 dias, enquanto nossos meses têm entre 30 e 31 dias. Isso fez com que, em determinadas estações, ao invés de três luas, quatro Luas cheias participassem de um ciclo – ou seja, a terceira lua não era exatamente a que anunciava a entrada da próxima estação. A essa lua específica (a terceira de uma sequência de quatro luas) foi dado o nome de Blue Moon. “No inglês antigo, o nome dado à Blue Moon não significava Lua Azul, mas sim Lua Traidora: justamente porque não anunciava o final de uma estação, mas ‘enganava’ as pessoas. A tradução original foi perdida com os aprimoramentos da língua e substituição do termo original por ‘blue’ (azul, em inglês). Assim, hoje a chamamos de Lua Azul”, disse Mello.
A partir de meados do século XX, um astrônomo amador confundiu a denominação original da Lua Azul e acabou por apelidar a segunda Lua cheia de um único mês de Lua Azul: isso fez com que, dentre as denominações, existissem dois “tipos” de Luas Azuis – a da denominação original, e a nova denominação astrônomo amador (mais utilizada por cientistas atualmente).

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Cientista britânico diz ter "inventado" álcool que não dá ressaca e não lesiona o fígado

Drinques ao pôr do sol

A nova substância, batizada de alcosynth, é resultado do trabalho do químico David Nutt, do Imperial College de Londres, e, ironicamente, ex-consultor do governo do governo britânico para assuntos ligados a drogas.
Segundo Nutt, o alcosynth simula os efeitos positivos do álcool, mas não causa dor de cabeça ou náuseas, por exemplo. E tampouco agride o fígado.
O cientista diz ter patenteado 90 diferentes compostos usando a substância. Dois deles estão agora sendo testados para uso disseminado, e o acadêmico afirma acreditar que até 2050 o alcosynth terá substituído o álcool convencional.
"Você poderá ter o prazer de tomar um coquetel sem danificar seu fígado e coração. Eles (os compostos) combinam muito bem com mojitos ou com um Tom Collins", explicou Butt em entrevista à BBC, referindo-se aos drinques tradicionalmente feitos com rum e gim.
O cientista e sua equipe estudaram substâncias cujos efeitos no cérebro se assemelham aos do álcool para produzir a droga que, afirmam, é atóxica.
"A relação entre o álcool e o cérebro já é bem compreendida há 30 anos. Sabemos onde os efeitos positivos do álcool são mediados no cérebro, e podemos imitá-los. Sem tocar as áreas ruins, também não temos os efeitos ruins."
Defensores do alcosynth acreditam que ele poderá revolucionar a saúde pública, mais precisamente pela redução dos gastos com o tratamento de males provocados pelo consumo de álcool.
De acordo com ONGs britânicas, o alcoolismo é a terceira maior causa de doenças no país depois do tabagismo e da obesidade.
Experimentos anteriores com o alcosynth usaram um derivado do benzodiazepan, um tipo de tranquilizante, mas as novas substâncias, segundo Nutt, não contêm o produto.

Cautela e ceticismo

Apesar do progresso, ainda será preciso esperar um bom tempo para poder pedir uma dose do álcool sem ressaca - os custos de desenvolvimento e as barreiras regulatórias são grandes.
"É uma ideia interessante e seria ótimo para que a força de trabalho não sofresse de ressaca e fosse mais eficiente, mas ainda está muito no começo para comentarmos", disse um porta-voz do Ministério da Saúde, embora a autarquia tenha se mostrado receptiva a financiar futuros estudos.
 
Coquetéis cercados de gelo e utensílios
 
O cientista ficou famoso em 2009 ao ser demitido do cargo de consultor governamental ao declarar que consumir ecstasy era menos perigoso que andar a cavalo.
Ele ainda diz que o alcosynth tem um "limite de segurança" que impede o usuário de ficar bêbado demais.
"Acreditamos que, depois de quatro ou cinco drinques, o efeito se estabilizará e evitará que alguém se mate ou fique muito enjoado", explica Nutt.
A indústria do álcool, naturalmente, mostrou ceticismo diante do alcosynth.
Em entrevista ao jornal The Independent, o presidente da Associação de Bares do Reino Unido, Neil Williams, disse que a nova substância não é necessária, já que existem "outras maneiras de evitar ressaca".
"Há uma série de drinques de menor teor alcóolico, como cervejas. Todos bebemos beber com moderação para evitar ressacas", afirmou.

Mediterrâneo acumula cerca de 1,4 mil toneladas de resíduos plásticos

A superfície do Mar Mediterrâneo, sobretudo em zonas litorâneas, abriga cerca de 1.455 toneladas de resíduos plásticos que são uma grave ameaça para as espécies marinhas, a saúde e a economia.
Esta é a principal conclusão de um estudo publicado na revista "Environmental Research", no qual seus autores advertem que "em menos de 100 anos estes resíduos plásticos passaram a fazer parte do ecossistema marinho".
 
97% dos resíduos marítimos achados por pesquisadores no Mediterrâneo foram plásticos
 
Os resultados, obtidos por uma equipe de cientistas liderada pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) espanhol no marco do projeto de pesquisa NIXE III, revelam a presença de resíduos plásticos em todas as amostras marinhas tomadas.
"97% dos resíduos marítimos achados nestas amostras foram plásticos".
Durante várias viagens realizadas em 2011 e 2013, os pesquisadores repetiram pelo Mediterrâneo os percursos históricos que Luis Salvador da Áustria realizou há 100 anos, a fim de comparar resultados.
A primeira das expedições foi realizada desde as ilhas Baleares até os mar Adriático, enquanto a segunda foi desde as Baleares ao mar Jônico.
Foram analisadas 70 amostras da superfície marinha e os dados mostram, que de média, continham cerca de 147,5 mil partículas de plástico por quilômetro quadrado.
Estes resultados em todo Mediterrâneo daria um número de cerca de de 1.455 toneladas de plástico.
"Estas partículas supõem uma grave ameaça para o ecossistema marinho e poderiam ter grandes consequências na saúde humana e nas atividades econômicas", explica Luis F. Ruiz-Orelhudo, pesquisador do CSIC.
O tamanho dos plásticos localizados é variado embora em todas as amostras foram encontrados microplásticos -de menos de 5 milímetros-, e as partículas mais abundantes são aquelas que medem ao redor de 1 milímetro.
Os plásticos sofrem um processo de fragmentação quando se encontram em mares e quanto menor é seu tamanho aumentam os organismos para os quais está disponível a partícula e, portanto, sua repercussão na cadeia alimentar", afirma Ruiz-Orelhudo.
É imprescindível -aponta o pesquisador- fazer um acompanhamento da poluição por plásticos dos mares, conhecer as possíveis zonas de acumulação, apesar de variabilidade das correntes no Mediterrâneo, e apresentar nova informação aos modelos de distribuição.


Anunciam para 2050 uma bebida que não tem os efeitos negativos do álcool

O professor David Nutt, do Imperial College de Londres, fez uma descoberta única: um novo tipo de álcool sintético que pode apreciar o “impacto social” da bebida, mas evitar as consequências desagradáveis que traz ao consumo de álcool comum. Segundo o jornal britânico The Independent, o cientista conseguiu patentear cerca de 90 componentes.

bebida
Atualmente, dois desses compostos estão passando por testes rigorosos antes de serem liberados para produção comercial. As principais causas que impedem a saída de tais compostos são o grande custo de investigações e medidas regulatórias que impliquem introduzi-lo no mercado.
A equipe do professor Nutt fez essa descoberta enquanto trabalhava na busca de substâncias com o mesmo efeito do álcool sobre o cérebro humano, mas que não fossem tóxicas. Seus criadores afirmam que este composto vai revolucionar o campo da saúde, porque o álcool é hoje um dos principais fatores para a morte de milhões de pessoas em todo o mundo.


 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Uma reconstituição do clima dos dois últimos milhões de anos

 A maior revisão de temperaturas até o momento mostra que estas subiram entre três e sete graus.
 
A capacidade de prever a evolução do clima terrestre no futuro depende em boa medida da informação acumulada sobre o passado. Até agora, as reconstituições de temperaturas médias globais só haviam sido feitas para períodos isolados, como os últimos 20.000 anos, mas vinha sendo difícil realizar esse tipo de relatório para períodos ininterruptos, criando um mapa contínuo das temperaturas da Terra que fosse além das eras glaciais.
Esta semana, a pesquisadora da Universidade Stanford Carolyn Snyder publicou na revista Nature uma reconstituição de temperaturas médias globais dos últimos dois milhões de anos. Este trabalho é a maior reconstituição contínua de temperaturas até o momento, e dele se depreendem algumas conclusões preocupantes para o futuro do planeta.
 

Intervalos de mil anos

Snyder acumulou milhares de reconstituições de temperatura dos últimos dois milhões de anos em intervalos de mil anos com base em 59 registros de sedimentos do oceano. Com essas informações, observou que as temperaturas do planeta foram decaindo até 12 milhões de anos atrás. A partir desse momento, essa tendência de esfriamento se deteve. Isso ajudaria a entender o que aconteceu nesse período conhecido como a transição do Pleistoceno Médio, quando, sem uma mudança na órbita terrestre que explique isso, o planeta passou de períodos glaciais de uns 41.000 anos a outros de 100.000. Embora a maior parte das hipóteses que tentam explicar essa mudança sugira que ocorreu como fruto de um período de esfriamento no longo prazo, possivelmente favorecido por uma queda na concentração de dióxido de carbono na atmosfera, os dados de Snyder indicam que essa pode não ser a única causa.
Como conclusão, a pesquisadora de Stanford avalia que a reconstituição climática dos dois últimos milhões de anos combinada com os registros de concentração de CO2 na atmosfera sugere que as temperaturas médias da superfície terrestre poderiam elevar-se entre 3 e 7 graus no próximo milênio, mesmo se os níveis de dióxido de carbono parassem de subir.
BBC Brasil

Bola de fogo é vista cruzando o céu da Austrália




Os moradores da parte central de Queensland, na Austrália, foram surpreendidos por um clarão no céu acompanhado de um forte tremor de terra na noite da última segunda-feira. “Um impacto proveniente de um meteoro parece a melhor explicação até o momento para o estrondo e o brilho do fenômeno”, afirmou David Parkinson, professor de cosmologia da Universidade de Queensland ao site local The Gladstone Observer.
Meteoros são produzidos por fragmentos de asteroides que, ao entrarem em contato com a atmosfera da Terra, deixam um rastro brilhante no céu – popularmente conhecido como estrela cadente. A incandescência é resultado do atrito do objeto com o ar, e a onda de choque pode eventualmente resultar em leves tremores.
Uma representante do departamento de pesquisas geológicas do governo australiano, Geosciences Australia, confirmou que houve um tremor na região próxima às 20h30 no horário local, e informou que não se tratava de um terremoto.
Moradores da região relataram o ocorrido nas redes sociais, afirmando que viram a bola de fogo cruzar o céu e logo depois sentiram um tremor em suas casas. De acordo com o Observer, a polícia local recebeu diversas ligações de pessoas afirmando terem visto a mesma coisa. Em uma página do Facebook, Jacques Reimers relata que estava na praia de Boyne Island quando viu o clarão no céu. No instante seguinte, ouviu o estrondo e sentiu o impacto em seu carro. “Foi uma experiência incrível”, afirmou.
 
 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Nasa detecta possíveis emissões de vapor em lua de Júpiter

Satélite de Júpiter é um dos principais alvos dos cientistas na busca por vida extraterrestre no Sistema Solar
 
 Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, informou nesta segunda-feira que o telescópio espacial Hubble detectou possíveis emissões de vapor na superfície de Europa, uma das luas do planeta Júpiter.
"Localizamos possíveis emissões de vapor que emanam da lua Europa de Júpiter usando o Hubble", afirmou a Nasa em comunicado .
De acordo com a nota, o telescópio conseguiu capturar imagens do que "podem ser emissões de vapor d'água que emergem da superfície" da lua.
A descoberta aumenta a possibilidade para que as missões enviadas à Europa no futuro possam analisar o oceano deste satélite gelado sem a necessidade de perfurar quilômetros de gelo, já que os vapores seriam emitidos por gêiseres, ressaltou a agência americana.
"O oceano de Europa é considerado um dos lugares mais promissores que podem potencialmente abrigar vida no sistema solar", afirmou o administrador associado interino do diretório de missões científicas da Nasa em Washington, Geoff Yoder.
"Essas colunas de fumaça, se realmente existem, podem apresentar outra forma de recolher amostras abaixo da superfície de Europa", acrescentou Yoder.
As emissões atingiram uma altura de aproximadamente 200 quilômetros antes de devolver o material à superfície de Europa, que tem um enorme oceano com duas vezes mais água que todos os oceanos da Terra somados, mas o líquido está protegido por uma camada de gelo cuja espessura é desconhecida.
Os cientistas da Nasa, liderados por William Sparks, do Instituto de Ciência Telescópica Espacial (STScI, sigla em inglês), com sede em Baltimore (EUA), captaram as emissões enquanto observavam um extremo da lua enquanto ela passava diante de Júpiter.
O objetivo original da equipe de Sparks era determinar se Europa tem uma atmosfera magra ou uma exosfera que poderia bloquear a luz emitida por Júpiter.
O estudo da Nasa reforça a possibilidade de emissões de vapor em Europa, depois que uma equipe do Instituto de Pesquisa Southwest, em San Antonio (EUA), detectou em 2012 evidências de vapor d'água que saíam do polo sul de Europa e alcançavam uma altitude de mais de 160 quilômetros.
As duas equipes de pesquisadores utilizaram o telescópio Hubble, mas empregaram métodos diferentes para chegar à mesma conclusão.
Sparks ressaltou hoje que as "estimativas" da altitude das emissões e da latitude de duas delas são similares às obtidas pelos especialistas de San Antonio.
Se for confirmada a descoberta anunciada hoje, Europa seria a segunda lua do sistema solar conhecida por ter emissões de vapor d'água.
Em 2005, a nave internacional Cassini, da Nasa, detectou jatos de vapor d'água e pó sobre a superfície da lua Encélado, do planeta Saturno.

Descoberta sobre lua Europa poderá facilitar busca por vida

Europa, uma das luas do planeta Júpiter
 
A Nasa divulgou hoje informações importantes que podem mudar os estudos e explorações de Europa, uma das 67 luas de Júpiter. Observações do telescópio Hubble sugerem a existência de colunas de vapor d'água no satélite.
A descoberta traz mudanças muito importantes. A superfície de Europa é formada por gelo. Sob essa camada, acredita-se que está um enorme oceano de água líquida. As estimativas sugerem que a sua quantidade de água seja equivalente ao dobro da combinação de todos os oceanos da Terra.
De acordo com cientistas, o satélite é um dos locais com maiores chances de abrigar vida dentro do sistema solar. A exploração desse oceano subterrâneo, no entanto, não seria nada simples. Cientistas teriam que perfurar a camada inicial de gelo para que fosse possível buscar por componentes orgânicos e vida na água.
Essa era a opção até hoje. Com a descoberta, pode ser possível colher amostras da água na forma de vapor para os estudos sem que seja necessário uma missão de perfuração. “A observação aumenta a possibilidade de que missões a Europa possam retirar amostras do oceano sem a necessidade de perfurar quilômetros de gelo”, explica o comunicado da Nasa.
Seria possível, em tese, capturar o vapor que é expelido para além da camada de gelo. De acordo com a Nasa, as colunas chegam a ter cerca de 200 quilômetros de altura. Uma missão de exploração, portanto, não precisaria fazer a perfuração ou sequer aterrisar sobre a superfície. Bastaria coletar amostras do vapor durante um voo.
Em um comunicado publicado no site da Nasa, Geoff Yoder, da Diretoria de Missões Científicas da Nasa em Washington, reforça que o oceano subterrâneo de Europa é um dos principais locais que podem abrigar vida no sistema solar. “Se essas colunas realmente existirem, elas podem nos fornecer uma nova maneira de conseguir amostras da subsuperfície de Europa.”
Caso a descoberta seja confirmada, Europa seria a segunda lua do sistema solar com colunas de vapor d'água. Em 2005, a sonda Cassini da Nasa detectou colunas d'água e poeira em erupção na superfície da lua Enceladus de Saturno.
Na conferência realizada hoje, os cientistas afirmaram que, estatisticamente, as chances de que as observações não sejam confirmadas são baixas. Eles reforçam, no entanto, que ainda existe muito a ser compreendido sobre o fenômeno e sobre Europa como um todo.
A agência espacial espera usar as capacidades de observação em infravermelho do telescópio espacial James Webb para continuar as pesquisas e obter mais informações. O telescópio James Webb, no entanto, ainda não está operando. Ele deverá ser lançado apenas em 2018.
Outra possibilidade é a realização de missões para observação. Seria possível observar e confirmar a presença das colunas de vapor d'água com voos programados próximos à superfície do satélite.
A descoberta será publicada pela equipe, que é liderada por William Sparks, no periódico científico Astrophysical Journal no próximo dia 29.

domingo, 25 de setembro de 2016

90%do CO2 emitido não é taxado o suficiente, diz OCDE

Ciclista com máscara contra poluição roda pelas ruas de Pequim
 
Paris - Um estudo da OCDE divulgado nesta segunda-feira mostra que 90% das emissões de gases de dióxido de carbono (CO2) dos países mais desenvolvidos não estão sujeitas a um nível tributário suficiente para compensar o dano climático que produzem.
O relatório, que analisa as taxas que pesam sobre as emissões de CO2 nos 34 países-membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e os do G20 (países desenvolvidos e emergentes), concluiu que 60% das emissões não estão submetidas a nenhum imposto.
E naqueles casos nos quais há pagamento, o preço é baixo, afirmou a organização.
O estudo, que se refere aos países responsáveis por 80% das emissões do planeta, concluiu que o dano causado pela mudança climática resultante de uma tonelada de emissões de dióxido de carbono pode se situar, em uma estimativa muito conservadora, em 30 euros.
"Só 10% das emissões pagam uma taxa efetiva igual ou superior aos 30 euros por tonelada de CO2",acrescentou.
 O estudo revelou que a situação é particularmente preocupante nas emissões diferentes derivadas do transporte por estrada, o que inclui a indústria, a produção elétrica, os setores comerciais e residenciais, a agricultura e a pesca.
Nesse grupo, que representa 85% das emissões nos países estudados, 70% não estão submetidas a nenhuma taxa e só 4% pagam mais de 30 euros por tonelada.
No transporte por estrada, por sua vez, as emissões estão comparativamente submetidas a fortes taxas, com 46% das mesmas superiores a 30 euros por tonelada e só 2% totalmente isentas.
Mas o relatório afirma que esses impostos não correspondem a razões de preservação do clima, mas aos próprios preços desses combustíveis.
O relatório sugere que um aumento das taxas sobre as emissões e a introdução das mesmas naqueles países nos quais não existem são um método adequado para reduzir a poluição.
Neste sentido, usa como exemplo os impostos que existem sobre a produção de eletricidade, que de forma geral taxam o consumo, para que haja um incentivo para recorrer a fontes energéticas menos poluentes.
Exame.com

O oxigênio da Terra está vazando lentamente para fora de nossa atmosfera

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Não entre em pânico, mas os pesquisadores descobriram que o oxigênio está sendo lentamente drenado para fora da atmosfera da Terra, e até agora, eles não tem certeza do motivo disso.

Os níveis de oxigênio em bolhas de ar presos dentro núcleos de gelo na Groenlândia e na Antártida, caíram em 0,7% nos últimos 800.000 anos, e descobrir o motivo pelo qual isso vem acontecendo, poderia ser crucial para prever o futuro do nosso planeta. Obter a resposta não vai ser fácil, já que o oxigênio no nosso planeta está constantemente a ser renovado pelas plantas, por exemplo. Agora, núcleos de gelo estão entre as melhores maneiras que temos de obter leituras fixas de quanto oxigênio está presente.

Um aumento nas taxas de erosão é uma hipótese por trás da queda de oxigênio, já que ela iria expor e oxidar sedimentos mais frescos, reduzindo os níveis de oxigênio na atmosfera. Outra causa possível é a mudança climática a longo prazo – ao longo dos últimos milhões de anos, temos visto uma ligeira queda nas temperaturas globais, embora a Terra esteja rapidamente aquecendo durante a última metade do século.

Por enquanto, estas são apenas hipóteses que precisam de mais testes. Para os primeiros bilhões de anos da sua vida, a atmosfera da Terra não tinha qualquer oxigênio nela. Os cientistas acreditam que algas minúsculas chamadas cianobactérias evoluíram e provocaram um rápido aumento nos níveis de oxigênio – e, consequentemente, do número de animais que pode respirá-lo.
Hoje, cerca de 21 por cento do ar que respiramos é composto de oxigênio – ao lado de nitrogênio, argônio e dióxido de carbono


 

 
 

Índia ratificará acordo de Paris contra mudança climática na próxima semana

Resultado de imagem para fotos do pais india
 
Índia ratificará dentro de uma semana o acordo contra a mudança climática firmado em 2015 durante a Cúpula de Paris (COP21), bloqueado temporariamente pelo governo do país para exigir uma diferenciação de responsabilidade entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimentos.
"A Índia ratificará as decisões da COP21 em 2 de outubro, dia do aniversário de nascimento de Mahatma Gandhi", anunciou neste domingo o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, em um comício realizado no estado de Kerala, na região sul da Índia.
O acordo firmado pela COP21 em dezembro do ano passado entrará em vigor após a ratificação de 55 nações que representem, pelo menos, 55% das emissões mundiais de gás de efeito estufa. Mais de 20 países, entre eles o Brasil, ratificaram o pacto até o momento.
Em Paris, os maiores emissores e os países mais vulneráveis entraram pela primeira vez em acordo para atuar contra o aquecimento global. Apesar dos objetivos atuais não contemplem manter o aumento das temperaturas abaixo dos 2 graus, espera-se conseguir atingir o limite em futuras revisões.
 
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Como arma a laser começa a sair da ficção científica para ser usada militarmente

Sistema de laser em embarcação americana


O governo britânico está finalizando um acordo de 30 milhões de libras (R$ 127 milhões) com uma empresa fabricante de armamentos para desenvolver o protótipo de uma arma a laser - que deve ser chamada de "Dragonfire" (fogo de dragão, em tradução livre).
O conceito de se usar um raio concentrado de laser para atacar inimigos é comum na ficção científica, especialmente em franquias como Star Wars e Star Trek, mas só nos últimos anos ele começou a dar origem a armas reais.
Muito países já desenvolvem a ideia há anos, em busca de uma nova geração de armamentos. Porém, as pistolas ou fuzis que disparam raios coloridos no cinema parecem ainda estar um pouco distantes da realidade.
Boa parte da pesquisa militar sobre o tema que já veio público se concentra em criar armas laser de grande porte para o uso em navios de guerra. O objetivo delas é destruir mísseis e foguetes que ameacem a embarcação e também usar seu sistema ótico para identificar possíveis alvos a distância.
Em 2014, os Estados Unidos anunciaram ter equipado ao menos um de seus navios de guerra - o USS Ponce - com um protótipo de sistema de arma a laser. Ele é uma espécie de canhão que dispara um feixe de laser invisível. A função da arma é complementar sistemas de defesa do navio de guerra, que são projetados para destruir mísseis já próximos da embarcação.
Durante testes, a arma provou ser efetiva também para desabilitar ou destruir drones e pequenas embarcações hostis. Os militares americanos dizem que os aviões não tripulados e pequenas lanchas podem ser usados contra seus navios por inimigos mais fracos nas chamadas "guerras assimétricas" (quando um Estado luta contra grupos extremistas ou guerrilheiros, por exemplo).

Mira e identificação de alvos

Mas por que desenvolver a tecnologia de armas laser?
O laser já tem aplicações militares conhecidas, especialmente quando se fala em sistemas de mira e identificação de alvos. Ele também chegou a ser usado para cegar inimigos, mas esse tipo de utilização foi banido em tratados internacionais por ser excessivamente cruel.
A pesquisa atual é sobre a utilização do laser como uma espécide de "munição" - substuindo mísseis e projéteis.
Uma das maiores vantagens desse novo tipo de arma seria a redução dos custos. Armas navais convencionais exigem o uso de munições e mísseis que custam milhares de dólares e ocupam muito espaço nas embarcações militares.
Já um disparo de laser custava à Marinha americana à época dos testes apenas cerca de US$ 1. O custo baixo se explica porque ele depende basicamente da geração de energia do navio. Além disso, a nova "munição" não necessitava de grandes locais de armazenamento e o navio não precisava ser reabastecido de munição a laser.

Tecnologia britânica

Militar americano opera sistema de laser
 
A empresa responsável pelo desenvolvimento do equipamento para o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha será a fabricante de mísseis MBDA UK Ltd.
Pelo contrato, a empresa terá que criar uma arma de energia laser dirigida (LDEW, na sigla em inglês) que seja capaz de fazer uma demonstração efetiva entre os anos de 2018 e 2019.
Para cumprir a tarefa, a MBDA trabalhará com outras empresas desenvolvedoras de tecnologia militar.
O sistema de armas laser deverá ser capaz de identificar alvos a distância em qualquer tipo de clima ou terreno "com precisão suficiente para permitir um combate seguro e efetivo".
Outra possibilidade da pesquisa, é que o laser seja usado no futuro para proteger tropas terrestres contra ataques de artilharia.
A pesquisa do Dragonfire faz parte de um fundo de inovação do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha destinado a, entre outros objetivos, dar vantagem tecnológica para seus militares em combate, segundo o governo.
BBC Brasil

sábado, 24 de setembro de 2016

Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana abre suas portas em Washington


O Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana.

A partir deste sábado (24), Washington integra à sua paisagem um testemunho concreto da contribuição negra para a história e a idiossincrasia dos Estados Unidos.
O Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana abre suas portas em meio a um festival de artes que dura todo o fim de semana, com a presença de artistas como Stevie Wonder, Robert De Niro, Public Enemy e Angélique Kidjo. Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , celebrou a abertura do museu, destacando o contexto “oportuno” em que aparece o novo espaço, em meio a novos protestos por conta de novos assassinatos realizados por policiais a homens negros, dessa vez em Tulsa e Charlotte. “O museu dá a oportunidade de que nós, norte-americanos, vejamos nossas atuais circunstâncias em um contexto histórico”, afirmou, em uma recepção na Casa Branca.
 
Judith Jamison em "Revelations", de Alvin Ailey (Divulgação)
 
Ao “New York Times”, o arquiteto responsável pela empreitada, o londrino nascido na Tanzânia David Adjaye, disse que queria contar as coisas por uma ótica diferente, usando “outra linguagem” e a partir da primeira experiência possível com o museu: sua fachada. Elementos comuns e grandiloquentes de espaços expositivos tradicionais, como mármore ou concreto, por exemplo, ficaram de fora.
Em vez disso, 3.600 placas de metal delicadamente trabalhadas e em tons de cobre –que fazem lembrar as moradias de muitos africanos escravizados no continente americano– evocam a figura de uma coroa iorubá ou de uma pirâmide invertida, todos símbolos apropriados pelo museu para dar conta do que à primeira vista poderia parecer um projeto inabarcável, o de contar a história da aventura negra nos Estados Unidos.

2008.10.4

Em seus três andares, o museu reflete, em objetos e narrativas, da chegada dos negros africanos como escravos à segregação e à luta pelos direitos civis. Das lutas contemporâneas às contribuições dos afro-americanos em setores tão distintos como música, cinema ou Forças Armadas.
“A outra linguagem” almejada por Adjaye e seus companheiros se faz ouvir . Uma estátua em tamanho natural de Thomas Jefferson, por exemplo, um dos “pais fundadores” dos Estados Unidos, é acompanhada de uma pilha de nomes  (marcados em blocos à semelhança de tijolos) dos escravos que possuiu, identificados em sua maioria apenas pelo primeiro nome.
Tudo foi pensado para que, mesmo nas alas mais “pops” –como as que refletem a efervescência do talento negro norte-americano em exemplares como estátuas das irmãs Serena e Venus Williams, ou o trompete de Louis Armstrong, ou quando o visitante se vê frente a frente com um dos característicos coletes de Jimi Hendrix –, a perspectiva sempre conduza ao evidenciamento das barreiras sociais que precisaram ser superadas por esses diversos protagonistas da história negra e, como enfatiza o museu a todo o momento, norte-americana.
O projeto, parte do Instituto Smithsonian e que levou 13 anos para ser concluído, custou 540 milhões de dólares, metade deles financiados pela iniciativa privada e a outra, por fundos federais.
Cerca de 40 mil objetos foram coletados entre particulares em 15 cidades do país. Nesse primeiro momento, 3.500 estarão em exibição.
 
"Trabalho, justiça e paz", já defendia Martin Luther King em 1963. (Divulgação)
 
Terra.com

Snapchat muda de nome e lança óculos que gravam vídeos

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Febre entre os jovens, o Snapchat não será mais só um aplicativo: a empresa acaba de anunciar que passa a se chamar Snap Inc. e planeja investir em hardware daqui para a frente. O primeiro gadget da empresa, batizado de Spectacles ou “Specs”, será um modelo de óculos de sol que grava e compartilha vídeos.
Se você se lembrou do Google Glass, pode esquecer. Os Spectacles se limitam à gravação de vídeos e não terão nenhuma funcionalidade ligada à realidade aumentada ou virtual, como a aposta mal-sucedida do Google.
Os óculos terão modelos em três cores (preto, coral e verde-azulado) e virão com uma pequena câmera nas laterais da armação. Se você apertar um botão perto da câmera esquerda, os Specs gravarão o que você enxerga por 10 segundos. Acionar o botão mais vezes fará com que o registro dure mais, sem nunca exceder 30 segundos.
Em entrevista ao Wall Street Journal, o CEO da Snap, Evan Spiegel, disse que usou os óculos numa caminhada e ficou fascinado com o resultado. “Eu pude ver a minha própria memória, pelos meus próprios olhos, e foi incrível. Uma coisa é você ver imagens de uma experiência que você teve, outra é ter uma experiência da experiência. Foi o mais perto que eu já cheguei da sensação de estar lá outra vez”.
Spiegel disse ao jornal que ainda vê os óculos como um “brinquedo” para ser usado em shows, viagens e festas, mas que enxerga um futuro promissor na ideia de libertar seu aplicativo das câmeras de smartphone. 
A lente dos Specs é capaz de gravar num ângulo de 115 graus. Os vídeos serão em formato circular, imitando o formato dos olhos. Graças à conexão com wi-fi e bluetooth, os Spectacles podem transferir automaticamente os vídeos para o aplicativo do Snapchat.
Segundo a empresa, o produto custará 130 dólares, algo em torno de 420 reais - o que se aproxima do preço de óculos de sol "comuns" de marcas famosas no Brasil (e que não incluem câmeras de vídeo). A disponibilidade do produto em lojas fora dos Estados Unidos ainda não foi confirmada.
A empresa explicou que a mudança de nome para Snap não se estende ao aplicativo, que continuará se chamando Snapchat.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Como inovação e tecnologia podem salvar a Amazônia

Floresta não perturbada na Amazônia paraense (Foto: Malva Hernandez / Divulgação)
 
Há 55 anos, o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, fez um poderoso discurso no Texas para convencer seu país a entrar na corrida espacial. "Nós escolhemos a Lua, não porque é fácil, mas porque é difícil, porque é um objetivo que servirá para tirar o melhor de nossas energias e habilidades." O discurso marcou um momento de inspiração e exaltação das capacidades técnicas e científicas dos EUA e permitiu, sete anos depois, que Neil Armstrong entrasse para a história com seu famoso passo.
Um grupo de pesquisadores e empreendedores brasileiros acredita que nós estamos precisando de um novo momento de inspiração como esse – só que para enfrentar outro problema, muito mais próximo da gente. Em um artigo publicado na revista científica PNAS, pesquisadores renomados argumentam que é hora de mudar a forma como encaramos a Amazônia. "A Amazônia precisa de uma missão aspiracional do tipo "homem na Lua", que avance as fronteiras digital, biológica e de materiais avançados para atingir a meta de usar a ciência para enfrentar grandes problemas", diz o estudo.
No caso da Amazônia, os grandes problemas são bem conhecidos. Desmatamento e mudanças climáticas, juntos, podem acabar com a maior floresta tropical do mundo. Atualmente, os pesquisadores acreditam que há dois pontos sem volta para a Amazônia: se a média do clima da região aumentar 4ºC, ou se o desmatamento chegar a 40% da floresta, a Amazônia passará por um processo de savanização. Trocar a floresta por savana não será nada agradável para a humanidade. Perderíamos a habilidade da floresta de controlar o clima, distribuindo as chuvas pelo país – grande parte da chuva que cai no Centro-Sul do Brasil vem de lá. O país ficaria ainda mais quente e as crises de água mais recorrentes. Isso sem falar na perda de espécies raras e até mesmo desconhecidas. Quão perto estamos desses pontos sem volta? A Amazônia já está 1ºC mais quente, e o desmatamento acumulado chega a quase 20%.
Segundo o estudo, a Amazônia chegou a esse estado por um conflito entre os dois modelos de políticas para a conservação da região. O primeiro é isolar áreas de florestas com a criação de áreas protegidas onde não são permitidas atividades econômicas. O segundo modelo é a intensificação da agricultura nas áreas já desmatadas, para que as atividades econômicas não avancem sobre a floresta. Esses modelos não estão dando conta do problema. "Por um lado, é difícil colocar tudo em unidades de conservação. Por outro, a agropecuária continua se expandindo com baixa tecnologia, mesmo quando há intensificação. Se o debate continuar assim, a floresta vai desaparecer ou ficar completamente recortada e isolada, como acontece hoje com a Mata Atlântica", diz o climatologista Carlos Nobre, um dos autores do estudo. "Nós chegamos à conclusão de que os dois modelos são inviáveis. A única solução é a Amazônia ter uma atividade econômica muito mais rentável do que a pecuária."
É aí que entra a revolução tecnológica que os autores do estudo estão propondo. Nobre conta que, como cientista, seu papel principal é avaliar os riscos do aquecimento global e desmatamento. Desta vez, ele quis dar um passo além e juntar a visão do cientista com a de empreendedores que estão se aventurando com as tecnologias da chamada "quarta revolução industrial" para trazer inovação e sustentabilidade para a Amazônia. Juan Carlos Castilla-Rubio é um desses empreendedores, presidente da Space Times Ventures, uma empresa que se dedica a incubar projetos e startups. A ideia é fomentar um novo tipo de desenvolvimento econômico na Amazônia. "Nós podemos usar artigos de biodiversidade para poder, efetivamente, criar novos produtos, novos mercados com grande potencial econômico para a região amazônica", diz Castilla-Rubio.
Historicamente, as revoluções industriais estão associadas com a introdução de uma nova e potente tecnologia. A primeira foi a máquina a vapor, seguida pela energia elétrica, e mais recentemente a internet. A quarta revolução industrial virá da mistura de três grandes áreas promissoras: a de tecnologias digitais, como a inteligência artificial e a robótica; a de biotecnologia; e a de materiais avançados, como os criados por nanotecnologia ou pela internet das coisas.
Como a Amazônia entra nessa revolução industrial? Pelos ativos de sua biodiversidade. Identificando espécies de plantas, suas moléculas ou comportamentos, é possível "copiar" técnicas desenvolvidas pela natureza há milhões de anos. Por exemplo, há trabalhos para desenvolver um robô aquático inspirado no movimento dos peixes dos rios amazônicos. Ao imitar o movimento dos peixes, o robô consegue economizar energia e causa um impacto ambiental menor. Outro exemplo é uma rã, descoberta na Amazônia, que tem em sua saliva uma espuma que absorve gás carbônico (CO2). Essa rã pode inspirar a criação de novos componentes bioquímicos essenciais na tarefa de reduzir gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global.
 
Açaí no cesto (Foto: Felipe Redondo)
 
Mas nem tudo está tão distante assim. Já existe, hoje, biotecnologia para um grande impulso de inovação em alguns setores, como o de cosméticos e fármacos. E há pelo menos um grande exemplo que prova que a floresta pode nos brindar com um mercado bilionário e um produto delicioso: o açaí. Um produto milenarmente consumido na Amazônia se tornou, hoje, um produto alimentício que preencheu um nicho mundial. Encontra-se açaí como alimento ou suplemento alimentar em praticamente todo o país, e o produto é exportado da Amazônia para diversos países mundo afora. O açaí é hoje a terceira indústria de produtos naturais da Amazônia, perdendo apenas para madeira tropical e carne. Ao mesmo tempo, o açaí é mais produtivo, por hectare, do que a pecuária amazônica, e não degrada a floresta. O estudo sugere que, se mais produtos da floresta forem disseminados como o açaí, e se for possível dar escala de mercado a esses produtos, será possível criar uma economia três vezes maior do que a madeira e a pecuária.
"Nossa esperança é que os benefícios dessa economia sejam tão grandes, para todos, que vai minimizar o impacto dos outros dois modelos e criar uma terceira via, um novo paradigma de desenvolvimento para a Amazônia", diz Castilla-Rubio. Para que isso aconteça, tem muito trabalho pela frente. A publicação do artigo é só o primeiro passo. Agora, os pesquisadores e empreendedores esperam criar uma coalizão, englobando universidades, instituições, startups, para começar a traçar o caminho para essa terceira via.
Depois, haverá uma fase de incubação, em que os autores esperam criar empresas e projetos inovadores para mostrar para a sociedade que esse modelo é possível. Se o plano der certo, em algumas décadas poderemos olhar para trás e ver que o artigo foi nosso discurso do "homem na Lua" – e que nossa sociedade decidiu escolher a Amazônia.
Época.com

De onde vieram os primeiros americanos?



Desde que Cristóvão Colombo chegou a uma praia do Caribe em 12 de outubro de 1492, um mistério persiste: de onde veio o povo que o recebeu, os tainos – e todos os outros indígenas das Américas? Descobertas envolvendo índios brasileiros e fósseis achados no país trouxeram novos dados sobre a questão. Pesquisas com DNA de tribos primitivas de todo o mundo revelaram parentesco genético entre índios brasileiros e aborígines da Oceania. Outro trabalho datou dois dentes fósseis de cervos, encontrados no Piauí, em mais de 24 mil anos. A presença de vestígios humanos na mesma camada geológica sugere que a região já era habitada naquela época.
O primeiro trabalho, publicado em 2015 na revista Nature, analisou 600 mil marcadores genéticos de 48 indivíduos de nove tribos brasileiras. Esses dados foram comparados ao DNA completo de 24 outros indivíduos – dois suruís, da Amazônia, três mixes, da América Central, três iorubás, da África, e 16 papuas, da Nova Guiné.
Segundo Francisco Mauro Salzano, do Departamento de Genética do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que participou do estudo, os resultados mostraram a existência de uma região genética ancestral (que a equipe denomina Ypykuéra – “ancestral”, em tupi), presente apenas nos suruís, karitianas e xavantes, do Brasil, em uma taxa média de 1% a 2%, semelhante à encontrada em populações da Oceania. Ou seja, até 2% do DNA dos índios brasileiros provém dos aborígines da Austrália e vizinhanças.
 
Uma análise recente genética revelou parentesco entre xavantes (esquerda) e aborígines australianos (direita)
 
“Essa assinatura genética não está presente em índios das Américas Central e do Norte, nem em um indivíduo pré-histórico (que deve ter vivido há 12.600 anos) cujos restos foram encontrados em Montana, nos Estados Unidos”, diz. Para Salzano, a descoberta expõe a possibilidade de migrações pré-históricas diferentes dos índios da América do Sul, por um lado, e dos da Central e do Norte, por outro. “O que detectamos é um resquício de uma população ancestral”, explica.
“Não estamos sugerindo uma migração independente de nativos da Oceania.” De qualquer forma, para Tábita Hünemeier, da Universidade de São Paulo (USP), que também participou da pesquisa, a descoberta muda o panorama do povoa­mento das Américas, apontando a existência de uma nova população fundadora. “Além disso, diferencia em termos genéticos as tribos amazônicas, as únicas nas quais é possível ver ainda hoje as marcas da mistura entre os diferentes povos que chegaram ao continente”, diz.
Ancestrais comuns
Segundo Maria Luiza Petzl-Erler, do Departmento de Genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR), outra participante do trabalho, a grande novidade trazida pelo estudo é que a origem dos indígenas das Américas é mais complexa do que se imaginava. “O vínculo com populações da Oceania não era conhecido ainda”, explica. “O que ocorre é que tribos da Amazônia e do Planalto Central do Brasil compartilham parte de sua ancestralidade com povos atuais daquele continente.
Ainda não sabemos em qual região da Ásia habitavam esses ancestrais compartilhados entre os ameríndios e os nativos da Oceania. Os resultados do trabalho indicam que a população Ypykuéra e os antepassados siberianos se misturaram há muito tempo, talvez ainda na Ásia ou logo no início da presença humana nas Américas.”
 
Esquimós, povo que teria chegado à América há 4 mil anos, segundo Christy Turner / Foto: RyersonClark
 
A datação dos dentes de cervo foi coordenada pelo físico Oswaldo Baffa, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) da USP de Ribeirão Preto. O material fora encontrado pela arqueóloga Niéde Guidon no sítio Toca do Serrote das Moendas, nos arredores do Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, sul do Piauí.
Os fósseis foram datados em dois laboratórios distintos. Um dente foi analisado no Departamento de Física da FFCLRP; o outro, no Departamento de Química do Williams College, de Massachusetts (EUA). “Os resultados encontrados foram de 29 mil anos no primeiro caso e de 24 mil anos no segundo”, diz Angela Kinoshita, da equipe de Baffa e professora da Universidade Sagrado Coração. “Realizamos também a datação da camada de calcita que recobria esses materiais. A idade apontada foi de 21 mil anos. Os resultados são consistentes, pois os dentes que estavam abaixo da camada de calcita são mais antigos que ela, como seria o esperado.”
Segundo Baffa, como os dentes do cervo e os ossos humanos estavam na mesma camada, pode-se inferir que pessoas já estavam presentes naquele local na mesma época. “As evidências apontam para possivelmente várias entradas do homem no continente americano e por diferentes rotas”, explica. “Pela costa do Pacífico, vindo do hemisfério norte. Também não deve ser descartada a chegada por barco, através do mesmo oceano, diretamente na América do Sul. Isso parece impossível hoje, mas há 20 mil anos o nível do mar estava mais baixo e uma viagem por barco, parando em ilhas que agora não se veem mais, não pode ser totalmente descartada.”
Teoria resistente
A chegada dos primeiros humanos às Américas sempre foi um tema controverso, e as novas descobertas não resolvem o enigma. Várias teorias tentam desvendar esse mistério. A mais velha e renitente delas é o modelo Clovis-first (“Clovis-primeiro” em inglês). Deve seu nome ao sítio de Clovis, descoberto em 1939 no Novo México (EUA), onde foram achados artefatos de pedra lascada datados de 11.400 anos atrás.
Segundo o modelo, esses pioneiros, que vieram apenas pelo estreito de Bering, seriam todos membros da raça mongol, que hoje domina a Ásia. A chegada teria ocorrido há cerca de 12 mil anos e nenhum ser humano teria posto os pés no continente antes dessa data. Defendido majoritariamente pela comunidade arqueológica americana, Clovis-primeiro tem sido desacreditado por várias descobertas que apontam uma ocupação mais antiga.
No livro O Povo de Luzia – Em busca dos primeiros americanos, o bioantropólogo Walter Alves Neves e o geógrafo Luís Beethoven Piló, ambos da USP, apresentam uma teoria diferente. Ela propõe que os primeiros americanos chegaram ao continente em duas levas migratórias – uma há 14 mil anos e outra há 11 mil anos –, vindas da Ásia pelo estreito de Bering. A primeira seria composta por uma população com traços semelhantes aos dos africanos e aborígines australianos. A segunda era de mongoloides, semelhantes aos asiáticos e índios americanos atuais. Ao longo do tempo, esses povos se miscigenaram no novo continente.
 
Peças pontiagudas da cultura Clovis, datadas de cerca de 11.400 anos atrás: novas descobertas indicam que a tese de que os habitantes desse sítio seriam os mais antigos habitantes das Américas precisa ser revista / Foto: Clovis Rummels Maske
 
Outra teoria, proposta em 1983 pelo antropólogo americano Christy Turner e baseada em um amplo levantamento da diversidade dentária no Extremo Oriente, incluiu análises de populações pré-históricas da Austrália e Melanésia; do sul, leste e nordeste da Ásia; e das Américas. Diante dos dados obtidos, Turner concluiu que houve três levas migratórias da Sibéria para as Américas.
A primeira, há 11 mil anos, teria originado todos os índios das Américas Central e do Sul e a maioria dos nativos norte-americanos. A segunda teria chegado há 9 mil anos e originado os índios de língua na-dene, ancestrais dos apaches e navajos, representados sobretudo na costa oeste de EUA e Canadá. A última, com chegada há 4 mil anos, era composta por ancestrais dos esquimós e aleutas (das ilhas Aleutas, a oeste do Alasca).
Controvérsias à parte, o que se sabe ao certo sobre a dispersão do Homo sapiens é que ele surgiu na África entre 200 e 100 mil anos atrás e dali saiu há pelo menos 50 mil anos, dirigindo-se à Europa e à Ásia, e desta para a Polinésia e a Oceania, ocupando todos os espaços habitáveis. Enquanto se espalhavam pelo mundo, esses grupos tomaram rumos evolutivos diversos, que levaram à diferença de aparência perceptível entre Colombo e o povo que o recebeu.
 
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Conexão africana
 
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Uma das mais polêmicas teorias sobre a ocupação da América é a da arqueóloga Niéde Guidon, baseada em suas descobertas em vários sítios arqueológicos na região de São Raimundo Nonato, no Piauí. Para ela, o homem chegou à região há 100 mil anos, vindo da África, pelo Atlântico. Segundo Niéde, nessa época o planeta estava num período glacial, com o mar 120 metros abaixo de seu nível atual. “Com isso, o número de ilhas entre as costas euroafricana e sul-americana era bem maior”, diz. “Além disso, as correntes marítimas favoreciam a passagem para oeste, para o Caribe e o litoral norte do Brasil.”
Segundo Niéde – arqueóloga paulista que fez carreira na França, voltou ao Brasil e desde 1978 faz escavações no sul do Piauí –, hoje existem provas de que houve diversas vagas migratórias para as Américas, e não somente a que levou ao sítio Clovis, nos EUA. “Há elementos que indicam a chegada de grupos asiáticos, de origem provavelmente australiana”, diz. “No sudeste do Piauí podem ter chegado grupos de origem africana, pois a África passou por secas intensas por volta de 130 mil anos atrás e os habitantes saíam para o mar em busca de comida.”
Ainda de acordo com ela, como ventos e correntes vêm da África para o nordeste do Brasil, uma tempestade pode ter levado um barco a se afastar daquele continente e a terminar aportando aqui. Essa passagem teria sido feita para o Caribe e a costa norte do Brasil, com um ponto de chegada próximo ao atual rio Parnaíba (então muito grande) e outro no rio São Francisco. “Depois, ao longo de milênios, esses seres humanos se espalharam pelo continente, migrando inclusive para o norte, onde se encontraram, muito mais tarde, com os asiáticos que entraram pelo estreito de Bering”, explica.
Durante muito tempo essa ideia foi ridicularizada pela comunidade arqueológica. Suspeitava-se que as provas apresentadas por Niéde – ferramentas de pedra e restos de fogueiras descobertas pela pesquisadora em São Raimundo Nonato – não eram obra do homem, mas da própria natureza. Em 2006, porém, ela marcou um tento importante: uma análise de Eric Boeda, da Universidade de Paris, considerado um dos maiores especialistas do mundo em tecnologia lítica (de pedra) pré-histórica, mostrou que os artefatos foram mesmo produzidos por humanos. “O que se discute agora é como esses homens chegaram aqui”, diz Niéde.
 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ensino médio: português e matemática serão únicas obrigatórias

O texto, que modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996), determina o fim da obrigatoriedade do ensino de arte e de educação física no ensino médio. As disciplinas serão obrigatórias apenas no ensino infantil e fundamental.
 
Português e matemática serão os dois únicos componentes curriculares obrigatórios nos três anos do ensino médio, de acordo com o novo modelo para a etapa anunciado hoje (22) pelo governo. A definição está em medida provisória (MP) assinada pelo presidente Michel Temer. Atualmente, a etapa tem 13 disciplinas obrigatórias para os três anos.
 
O texto, que modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996), determina o fim da obrigatoriedade do ensino de arte e de educação física no ensino médio. As disciplinas serão obrigatórias apenas no ensino infantil e fundamental.
"O novo ensino médio tem como pressuposto principal o protagonismo do jovem. Hoje é bastante engessado. Esse modelo caminha na direção da flexibilidade", disse Mendonça Filho.
Arte e Educação Física
As mudanças passarão a valer 180 dias após a publicação da Base Nacional, ou seja, não modificam o atual currículo. De acordo com o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Rossieli Silva, a intenção é enxugar na lei as obrigatoriedades do ensino médio. "Agora a Base Nacional tem que dizer o que é e o que não é obrigatório nesse um ano e meio. Se eu vou definir ênfases, como conteúdos do mundo? Se eu digo que os 13 conteúdos são obrigatórios?", questionou.
Segundo Silva, artes e educação física, assim como conteúdos como filosofia e sociologia certamente estarão garantidos na Base Nacional Curricular Comum e poderão voltar a ser obrigatórios.
Idiomas 
 O inglês passa a ser a língua estrangeira obrigatória que deverá ser ensinada em todas as escolas de ensino médio. Outros idiomas podem ser ensinadas em caráter optativo.
A MP abre a possibilidade que os estados tenham mais autonomia nas decisões referentes a essa etapa da educação básica. Um sistema de ensino poderá, por exemplo, definir um sistema de crédito, no qual um aluno cursa determinados períodos e, caso deixe a escola, possa retomar  curso de onde parou e não tenha, necessariamente, que cursar um ano inteiro.
Também está previsto na MP que os créditos adquiridos pelos alunos nesse caso poderão ser aproveitados no ensino superior, após normatização do Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologação pelo MEC. Ao entrar na universidade ou no ensino tecnológico, a trajetória escolar do aluno será considerada e ele não precisará cursar matérias que envolvem conhecimentos e competências que já possui.
Carga horária
A reforma também determina que a carga horária mínima anual da etapa deverá ser progressivamente ampliada para 1,4 mil horas, o que tornará o ensino médio integral, com 7 horas por dia.
 expectativa do MEC é que as primeiras turmas que seguirão a formação de acordo com o Novo Ensino Médio começem em 2018, após a aprovação da Base e da MP pelo Congresso Nacional. Não há prazo para que as redes de ensino se adequem às mudanças, mas o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) trabalha com o cronograma do Plano Nacional de Educação (PNE), que deve ser implementado até 2024.
Ensino técnico
Entre as trajetórias que os estudantes poderão escolher está a formação técnica. Os alunos serão certificados e seus itinerários formativos permitirão a continuidade dos estudos. Essa oportunidade de formação vai ocorrer dentro do programa regular, sem a necessidade de o aluno estar cursando o período integral. No ensino técnico, os alunos poderão ser certificados a cada etapa que cumprirem recebendo uma certificação das competências adquiridas até ali.
As aulas técnicas poderão ser ministradas por profissionais com notório saber - ou seja, sem formação acadêmica específica na área que leciona -, reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos afins à sua formação. "Isso não vale para os demais conteúdos, se eu tenho o ensino de filosofia, eu vou continuar tendo que ter um professor formado em filosofia, isso não muda. Vale apenas para o ensino técnico", explicou o secretário de Educação Básica.
A reforma do ensino médio passou a ser priorizada pelo governo depois que o Brasil não conseguiu,  por dois anos consecutivos, cumprir as metas estabelecidas para essa etapa da formação. Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino no país, mostram que o ensino médio é o que está em pior situação quando comparado às séries iniciais e finais da educação fundamental: a meta para 2015 era nota 4,3, mas o índice ficou em 3,7.
Atualmente, o ensino médio tem 8 milhões de alunos, número que inclui estudantes das escolas públicas e privadas. Segundo o Ministério da Educação, enquanto a taxa de abandono do ensino fundamental foi de 1,9%, a do médio chegou a 6,8%. Já a reprovação no nível fundamental é de 8,2%, frente a 11,5% no ensino médio.
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