sexta-feira, 30 de março de 2018

Queda na Terra de laboratório espacial chinês será espetáculo 'esplêndido'

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A queda na Terra de um laboratório espacial fora de controle nos próximos dias não deve causar danos, afirmaram as autoridades chinesas, mas oferecerá um espetáculo "esplêndido" semelhante a uma chuva de meteoros.
A agência espacial chinesa indicou na quinta-feira que o laboratório Tiangong-1, que pesa quase oito toneladas, entrará na atmosfera em algum momento entre sábado e segunda-feira.
A Agência Espacial Europeia (ESA), por sua vez, forneceu uma janela mais estreita, entre o meio-dia de sábado e o início da tarde de domingo.
"As pessoas não têm que se preocupar", garantiu o Escritório de Engenharia Espacial Tripulada da China (CMSEO) em sua conta na rede social WeChat.
Essas espaçonaves "não caem violentamente na Terra como nos filmes de ficção científica, mas se transformam em uma esplêndida (chuva de meteoros) e atravessam um céu coberto de estrelas em caminho à Terra", explicou.
Este laboratório foi colocado em órbita em setembro de 2011 e estava programado para fazer uma entrada controlada na atmosfera, mas parou de funcionar em março de 2016 e desde então os entusiastas do espaço esperavam um retorno espetacular.
Pequim vê seu programa espacial multibilionário como um símbolo do boom do país e planeja enviar uma missão tripulada à Lua no futuro.
A China colocou outro laboratório, Tiangong-2, em órbita em setembro de 2016 e espera transformá-lo em uma estação espacial habitada em 2022.
Especialistas explicaram que não há necessidade de se preocupar com possíveis danos causados pelo Tiangong-1 em seu retorno à Terra. A ESA observou que nos últimos 60 houve quase 6.000 entradas de grandes objetos na atmosfera que não causaram danos ou vítimas.
O CMSEO indicou por sua vez que a probabilidade de alguém ser atingido por um meteorito de mais de 200 gramas é de um em 700 milhões.
Durante a entrada descontrolada, a fricção com a atmosfera arrancará os painéis solares, as antenas e outros componentes externos a uma altitude de cerca de 100 km, de acordo com a agência espacial chinesa.
O aumento do calor e da fricção fará com que a estrutura principal se queime ou exploda, desintegrando-se a uma altitude de cerca de 80 km.
A maioria dos fragmentos irá se dissipar no ar e uma pequena quantidade de detritos provavelmente irá cair no mar, que cobre mais de 70% da superfície da Terra.
Jonathan McDowell, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, acredita que o Tiangong-1 é a 50ª maior entrada descontrolada de um objeto na atmosfera desde 1957.
"Coisas muito maiores caíram sem causar vítimas", disse McDowell à AFP.
A uma altitude de 60 a 70 km, os detritos começarão a se transformar em "uma série de bolas de fogo". Neste momento, as pessoas na Terra "verão um espetáculo prodigioso", acrescenta.
Quando o momento de entrada se aproximar, a China aumentará a coordenação com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior, segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Lu Kang.
"Quero enfatizar que damos importância a essa questão e vamos tratá-la de maneira muito responsável, de acordo com as leis e regulamentos", acrescentou.
Jornal do Brasil

quarta-feira, 28 de março de 2018

Por que a data da Páscoa varia tanto? Entenda como ela é determinada

A Páscoa chegou mais cedo neste ano. Será celebrada no dia 1º de abril, enquanto, no ano passado, isso ocorreu no dia 16 do mesmo mês.
 
Vitral com Cristo ao centro
Na verdade, desde 2008, essa festa foi comemorada sempre em dias diferentes, com o domingo de Páscoa variando a cada ano entre os dias 23 de março e 24 de abril.
Mas por que não há uma data fixa para a Páscoa?
Segundo afirmava Beda, o Venerável, religioso inglês que viveu no século 7, a Páscoa se dá no primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio da primavera no hemisfério norte (20 de março, em 2018).
"A astronomia está no coração do estabelecimento da data para a Páscoa. (A data) depende de dois fatos astronômicos - o equinócio da primavera e a lua cheia", disse Marek Kukula, astronômo no Observatório Real de Greenwich, em Londres.
Trata-se de um "feriado móvel", e isso se dá graças ao sistema complexo que foi desenvolvido para tentar calcular a Páscoa (e a Páscoa Judaica) a partir do céu, acomodando calendários diferentes.
A data mais frequente para a Páscoa nas igrejas ocidentais tem sido 19 de abril, mas o evento já chegou a cair até em 25 de abril.
 
Lua Cheia
 
O nosso calendário não combina exatamente com os ciclos astronômicos.
"Durante milhares de anos vêm sendo feitos cálculos e ajustes na tentativa de coincidir os calendários artificiais com a astronomia. Mas, exatamente pela falta de uma combinação precisa entre eles, são necessários cálculos complexos para se determinar o dia exato do equinócio e da lua cheia", acrescentou Kukula.
Apesar da famosa briga da Igreja Católica com Galileu, em 1633, por divergências em relação aos estudos de astronomia do físico, os religiosos sempre souberam que era preciso calcular as datas para a Páscoa e os dias santos - e que para isso era necessário recorrer ao estudo dos astros.
Com esse objetivo, a Igreja Católica construiu seu primeiro observatório em 1774.

Mistura

O complicado sistema de determinação da data da Páscoa é resultado da combinação de calendários, práticas culturais e tradições hebraicas, romanas e egípcias.
O calendário egípcio era baseado no Sol, prática adotada primeiramente pelos romanos e posteriormente incorporada pela cultura cristã. O judaísmo baseia o calendário hebraico parcialmente na Lua, e o islamismo também utiliza fases da Lua.
A data da Páscoa varia não somente pela tentativa de harmonizar os calendários lunares e solares, mas também há outras complicações que acabam interferindo, como o fato de diferentes vertentes do cristianismo usarem fórmulas distintas em seus cálculos.
Em 1582 foi criado o Calendário Gregoriano, adotado e promovido pelo papa Gregório para fazer com que a Páscoa caísse mais cedo e fosse mais fácil de ser calculada. Esse é o calendário que usamos até hoje.
 
Papa Gregório 13
 
Segundo a Bíblia, a morte e ressurreição de Jesus, os eventos celebrados pela Páscoa, ocorreram na época da Páscoa Judaica.
A Páscoa Judaica era celebrada na primeira lua cheia depois do equinócio da primavera no hemisfério norte.
Mas isso levou os cristãos a celebrar a Páscoa em diferentes datas. No fim do século 2, algumas igrejas celebravam a Páscoa junto com a Páscoa Judaica, enquanto outras marcavam a data no domingo seguinte.
No ano 325, a data da Páscoa foi unificada graças ao Concílio de Nicéia.
A Páscoa passaria a ser no primeiro domingo depois da primeira lua cheia que ocorresse após o equinócio da primavera (ou na mesma data, caso a lua cheia e o equinócio ocorressem no mesmo dia).

Domingos diferentes

Mesmo assim, tradições e culturas diferentes continuaram fazendo cálculos distintos para a data.
Um exemplo se deu na Inglaterra, no ano de 664. No reino de Northumbria, o rei Oswiu e sua esposa celebravam a Páscoa em domingos diferentes. O rei observava a tradição irlandesa, e a rainha, a romana. Ela era originária de uma parte do reino que tinha sido evangelizada segundo as tradições romanas, enquanto a cidade natal do rei Oswiu seguia a tradição irlandesa.
Em consequência, um certo ano o rei celebrou a Páscoa em um domingo, mas a rainha ainda estava no período da quaresma. Para acertar a data, o rei convocou um sínodo (assembleia de religiosos) na cidade de Whitby.
Na defesa da tradição irlandesa, estava o bispo Colman de Lindisfarne. São Wilfrid, um nativo de Northumbria treinado em Roma, defendeu a tradição romana.
"Em um ponto crucial do debate, ele mencionou São Pedro, o guardião das chaves do paraíso, que as recebeu do próprio Cristo. E o rei Oswiu, que presidia o sínodo, ficou muito impressionado", disse Michael Carter, membro do Patrimônio Histórico Inglês.
Com isso, a decisão foi tomada a favor da tradição romana.
"O Sínodo de Whitby garantiu que a Igreja na Inglaterra passasse a adotar a prática ocidental padrão. Isso significou a unificação da celebração do mais importante evento do calendário cristão pela igreja inglesa, o dia da ressurreição de Cristo. Isso persistiu no país (...) até a Reforma Anglicana, quando a Inglaterra rompeu com o padrão religioso e cultural da Europa", acrescentou Carter.

Ortodoxos

As tradições ortodoxas dentro do cristianismo continuaram usando o Calendário Juliano em vez de aceitar a reforma do calendário imposta pelo papa Gregório.
As igrejas ortodoxas, portanto, continuaram a celebrar a Páscoa e o Natal em datas diferentes das tradições ocidentais ou romanas.
Mas isso pode mudar? O papa Tawadros 2º de Alexandria, líder da Igreja Ortodoxa Copta, espera que as diferentes vertentes do cristianismo consigam chegar a um acordo sobre essa importante questão.
Pouco depois de reunir-se com ele, Justin Welby, arcebispo da Cantuária (o equivalente ao papa para a Igreja Anglicana), divulgou uma notícia surpreendente em janeiro deste ano: depois de muitos séculos de desacordo, surgiram novas esperanças de que a data da Páscoa possa ser uma data que todos os cristãos celebrem juntos.
 
 
Concílio de Nicéia
 
"Durante nossa visita ao Vaticano, em 2013, o papa Tawadros falou novamente sobre o tema com o papa Francisco em Roma", disse o bispo Angaelos, bispo geral da Igreja Ortodoxa Copta na Grã-Bretanha.
"Parece haver uma disposição entre parte das lideranças da Igreja Cristã para pelo menos avaliar esta possiblidade."
No entanto, ele admite que o caminho parece ser longo. "A dificuldade é que todos precisam sacrificar algo, pois cada um de nós tem o seu próprio jeito de calcular a Páscoa e calculamos assim por séculos", disse.
Ainda não há um cronograma e o bispo Angaelos afirma que a "tarefa é monumental". "Estamos falando a respeito com muita gente, muitas culturas diferentes, igrejas diferentes e líderes religiosos diferentes. Será uma tarefa monumental. Mas a ideia está lá."
E o que os astrônomos acham de uma Páscoa unificada? "De certo modo, a astronomia ficaria fora da equação", disse Marek Kukula.
"Ainda seria necessário regular o calendário - você ainda precisaria ter anos bissextos e ajustar segundos - mas a Páscoa deixaria de ser um feriado móvel e isto tornaria bem mais simples coisas como o planejamento de feriados escolares. Entretanto, se as pessoas vão querer fazer isso ou não, passa por uma questão religiosa."
E, levando em conta toda a história por trás da data, o debate sobre a questão ainda poderá se estender por muito tempo.
BBC Brasil

Estação espacial chinesa pode cair na Terra em questão de dias

Destroços de uma estação espacial chinesa desativada podem cair na Terra até sexta-feira, segundo cientistas que monitoram a trajetória dos objetos.
 
 
A estação Tiangong-1 foi a primeira etapa de um ambicioso programa espacial chinês e o protótipo para uma estação tripulada programada para 2022.
Ela foi colocada em órbita em 2011 e desativada cinco anos depois, quando completou sua missão.
Sempre foi esperado que ela caísse de novo na Terra, mas o momento exato e o local de impacto são difíceis de predizer – já que a enorme nave não é mais controlada.
A mais recente estimativa de reentrada na atmosfera é para o período entre os dias 30 de março e 2 de abril.
A maior parte da estação deve queimar e se vaporizar ao entrar na atmosfera,  mas parte dos destroços pode acabar chegando à superfície.

Onde vai cair?

Ainda não há previsão de um local exato. A China confirmou em 2016 que tinha perdido contato com a Tiangong-1 e que não poderia mais controlar seu destino.
A ESA (Agência Especial Europeia) diz que a reentrada se dará em qualquer lugar entre as latitudes 43°N e 43° S, o que cobre uma área grande ao norte e ao sul do equador.
 
Mapa com as áreas em que a estação pode cair
 
A ESA tem publicado atualizações regulares sobre a Tiangong-1, mas diz que estimativas sempre podem mudar, já que são "altamente variáveis".
A agência espera que sua previsão se torne mais precisa mais próximo ao fim de semana.

Como será a queda?

A estação está chegando cada vez mais perto da Terra.
Seu ritmo de descida "vai continuar a acelerar gradualmente conforme a atmosfera for se tornando mais concentrada", diz Elias Aboutanios, diretor do Centro Australiano de Pesquisa em Engenharia Espacial.
 
Foguete espacial
 
"Ao se aproximar dos 100 km de distância da Terra, a estação vai começar a esquentar", diz ele.
Isso vai levar à combustão da maior parte da estação – e é difícil saber exatamente o que vai sobreviver, já que a planta da estrutura não foi divulgada pela China.
Aboutanios diz que, se a estação queimar à noite, sobre uma área povoada, com certeza o fenômeno "será visível, como um meteoro ou uma estrela cadente."

Eu deveria me preocupar?

Não. A maior parte das 8,5 toneladas da estação vai desintegrar ao passar pela atmosfera.
Partes mais sólidas – como os tanques de combustível e o motor – podem não vaporizar inteiramente. No entanto, mesmo que alguns pedaços cheguem à superfície da Terra, as chances de que algum deles atinja uma pessoa são mínimas.
"Nossa experiência mostra que entre 20% e 40% de objetos desse tamanho costumam atingir o chão", diz Holger Krag, chefe do departamento de lixo espacial da ESA.
"No entanto, ser atingido por um desses fragmentos é extremamente improvável. Minha estimativa é que a probabilidade de ser ferido por um desses pedaços é parecida com a de ser atingido por um raio duas vezes no mesmo ano", diz ele.

Todo o lixo espacial cai de volta na Terra?

"Embora o lixo espacial deixado em órbita regularmente caia de volta na Terra, a maior parte vaporiza ou acaba caindo no meio do oceano, longe de qualquer pessoa", diz Aboutanios.
Normalmente, quando um objeto retorna, ainda há comunicação – ou seja, a central de controle ainda pode direcionar a trajetória e o local de queda desejado.
Os detritos são guiados para cair no chamado polo de inacessibilidade oceânico – o local mais distante de terra, por todos os lados. É um ponto no oceano pacífico entre a Austrália, a Nova Zelândia e a América do Sul.
A região é um cemitério de satélites e espaçonaves, onde os destroços de cerca de 260 deles estão espalhados ao longo de uma área de aproximadamente 1.500 km²;

O programa especial chinês

A China começou tarde no ramo da exploração espacial.

Povo com jornais contendo a foto do astronauta

Em 2001, o país lançou espaçonaves com animais e em 2003 colocou seu primeiro astronauta em órbita, se tornando o terceiro país a fazê-lo, depois da União Soviética e dos EUA.
O programa para criação de uma estação espacial começou em 2011 com o lançamento do Tiangong-1, chamado também de "Palácio Celestial".
O protótipo de estação foi capaz de abrigar tripulantes, mas apenas por um curto período de alguns dias. A primeira astronauta mulher da China, Liu Yang, visitou a estação em 2012.
Em 2016, dois anos depois do programado, a estação foi desativada.
Atualmente a China tem em operação a estação Tiangong-2. O país também pretende colocar uma terceira em órbita, que deve ser tripulada e estar totalmente operacional até 2022.
BBC Brasil

Interstício, o 'novo órgão' do corpo humano que a ciência acaba de descobrir

As partes em azul escuro são feixes de colágeno fibrilar. Na imagem à direita, as fibras de elastina são as manchas pretas e as estruturas de colágeno em rosa.
 
Ele sempre esteve ali, mas foi apenas por meio de uma tecnologia mais avançada que os cientistas finalmente puderam identificá-lo: um espaço repleto de cavidades preenchidas por líquido, presente entre os tecidos do nosso corpo - por isso, chamado de intersticial (entre tecidos). Um grupo de especialistas o classifica como um novo órgão do corpo humano, "uma nova expansão e especificação do conceito de interstício humano".
Paradoxalmente, apesar de ter sido descoberto apenas agora, o intertício pode ser nada menos do que um dos maiores órgãos do corpo humano, assim como a pele. Os cientistas afirmam que essa rede de cavidades de colágeno e elastina, cheia de líquido, reuniria mais de um quinto de todo o fluído do organismo.
A descoberta foi feita por uma equipe de patologistas da Escola de Medicina da Universidade de Nova York (NYU), Estados Unidos. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports.
Antes, se acreditava que essas camadas intersticiais do corpo humano fossem formadas por um tecido conjuntivo denso e sólido. Mas, na realidade, elas estão interconectadas entre si, através de compartimentos cheios de líquidos.
Estes tecidos ficam localizados debaixo da pele, recobrem o tubo digestivo, os pulmões e o sistema urinário, rodeiam as artérias, veias e fáscia (estrutura fibrosa onde se fixam músculos). Ou seja, são uma estrutura que se extende por todo o corpo.
Os pesquisadores acreditam que esta estrutura anatômica pode ser importante para explicar a metástase do câncer, o edema, a fibrose e o funcionamento mecânico de tecidos e órgãos do corpo humano.
 
Estrutura do intersticio

Como não havia sido descoberto até agora?

Essas estruturas não são visíveis com nenhum dos métodos padrões de visualização da anatomia humana. Agora, os cientistas puderam identificar esse novo "órgão" graças aos avanços tecnológicos da endomicroscopia ao vivo, que mostra em tempo real a histologia e estrutura dos tecidos.
De qualquer forma, a descoberta foi uma surpresa.
A equipe de investigadores fez, em 2015, uma operação com endomicroscopia a laser - uma tecnologia chamada Confocal Laser Endomicroscopy (pCLE) - para examinar o conduto biliar de um paciente com câncer. Depois de uma injeção de uma substância corante chamada fluoresceína, foi possível ver "um padrão reticular com seios (ocos) cheios de fluoresceína, que não tinham nenhuma correlação anatômica".
Em seguida, os cientistas tentaram examinar mais detalhadamente essa estrutura. Para isso, usaram placas microscópicas de biópsia habitual. Porém, as estruturas haviam desaparecido.
Depois de fazer vários testes, Neil Theise, coautor do estudo, se deu conta de que o processo convencional de fixação de amostras de tecidos em placas drenava o fluído presente na estrutura. Normalmente, os cientistas tratam as amostras com produtos químicos, as cortam em uma camada muito fina e aplicam tinta para realçar suas características chave. Porém, esse procedimento faz colapsar a rede de compartimentos, antes cheios de líquidos. É como se os pisos de um edifício desmoronassem.
Por isso, "durante décadas, (a estrutura) pareceu como algo sólido nas placas de biópsia", disse Theise, que faz parte do departamento de patologia da Universidade de Nova York.
Ao mudar a técnica de fazer a biópsia, sua equipe conseguiu preservar a anatomia da estrutura, "demonstrando que ela forma parte da submucosa e que é um espaço intersticial cheio de fluído não observado anteriormente". Assim, foram identificadas "tiras largas e escuras ramificadas, rodeadas de espaços grandes e poligonais cheios de fluoresceína", descreve o estudo.
Os cientistas confirmaram a existência dessa estrutura em outros 12 pacientes operados.
 
Paciente com câncer

Qual é sua função?

Até agora a ciência não estudou profundamente nem o fluxo nem o volume do fluído interticial do corpo humano. Por enquanto, a identificação desse "espaço intersticial" levanta várias hipóteses.
Os especialistas acreditam que essa rede de espaços interconectados, forte e elástica, pode atuar como um amortecedor para evitar que os tecidos do corpo se rasguem com o funcionamento diário - que faz com que os órgãos, músculos e vasos sanguíneos se contraiam e se expandam constantemente.
Além disso, acreditam que essa rede de cavidades é como uma pista expressa para os fluídos. Isso poderia embasar a hipótese de que o câncer, ao atingir o espaço intersticial, possa se expandir pelo corpo muito rapidamente. É a chamada metástase.
Por outro lado, os autores do estudo acreditam que as células que formam o interstício mudam com a idade, podendo contribuir com o enrugamento da pele e com o endurecimento das extremidades, assim como a progressão de doenças fibróticas, escleródios e inflamatórias.
BBC Brasil

segunda-feira, 26 de março de 2018

Degradação dos solos afeta quase metade da população

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A degradação da terra irá desencadear uma migração em massa de pelo menos 50 milhões de pessoas e até 700 milhões até 2050, a menos que os humanos parem de esgotar os recursos essenciais à vida, alertaram mais de 100 cientistas nesta segunda-feira (26). 
A degradação da terra causada pela agricultura não sustentável, mineração, poluição e expansão das cidades já está minando o bem-estar de cerca de 3,2 bilhões de pessoas - 40% da população global, disseram na primeira avaliação abrangente da saúde da terra. 
O esgotamento da terra ameaça a segurança alimentar de todos os cidadãos da Terra, e o acesso à água limpa e ao ar respirável, regulados pelo solo e pelas plantas que crescem nele. 
A condição da terra é "crítica", alertou a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES). 
"Nós convertemos grandes quantidades de nossas florestas, convertemos grandes quantidades de nossas pastagens, perdemos 87% dos nossos pântanos (...), nós realmente mudamos nossa superfície terrestre nas últimas centenas de anos", disse o presidente do IPBES, Robert Watson.  
"A degradação da terra, a perda de produtividade desses solos e daquelas vegetações forçarão as pessoas a se moverem. Não será mais viável viver nessas terras", disse à AFP. 
O melhor cenário possível, que prevê 50 milhões de migrantes, pressupõe que "realmente nos esforçamos para ter práticas agrícolas sustentáveis, silvicultura sustentável, tentamos minimizar as mudanças climáticas", explicou Watson. 
A projeção se baseia em uma abordagem "business as usual" (sem alterações), na qual o aquecimento global desenfreado torna a terra caótica, alimentando a desertificação e a seca.
Última fronteira -
Até 2050, disse a análise, a degradação da terra e as mudanças climáticas reduzirão o rendimento das colheitas em 10% globalmente, e em até a metade em algumas regiões. 
O relatório, que abrange a totalidade das terras do planeta, bem como seus lagos e rios, estima que a degradação da terra custa o equivalente a 10% da produção econômica global de 2010. 
"Cada perda de 5% do produto interno bruto (...) está associada a um aumento de 12% na probabilidade de conflitos violentos", alertou o relatório. 
Nas áreas de terras secas, os anos de chuvas extremamente baixas já registram um aumento estimado de 45% nos conflitos violentos. 
Os principais responsáveis ​​pela degradação da terra, segundo a avaliação, foram os "estilos de vida de alto consumo" nos países ricos, e a demanda crescente por produtos nos países em desenvolvimento, alimentada pela renda e pelo crescimento populacional. 
Menos de um quarto da terra conseguiu escapar de "impactos substanciais" da atividade humana - principalmente porque se encontram em partes inóspitas do mundo - muito fria, muito alta, muito seca ou muito úmida para os humanos viverem. 
Até mesmo esta pequena parcela deverá encolher para menos de 10% em apenas 30 anos. 
"As pessoas estão forçando a entrada nessas fronteiras", disse à AFP o coautor do artigo Bob Scholes, da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. 
O aquecimento global permite que as pessoas se movam para a região boreal, subártica e gelada, por exemplo, enquanto a tecnologia agora nos permite bombear água de aquíferos profundos no deserto extremo. 
As terras de cultivo e pastagem cobrem agora mais de um terço da superfície terrestre da Terra. 
Isso significa não apenas uma perda de solo, mas também de populações de plantas e animais silvestres e de florestas que sugam dióxido de carbono e produzem oxigênio. 
"A perda de biodiversidade deverá atingir 38-46% até 2050", disse o relatório, alertando que a Terra está no início de uma sexta extinção em massa - a primeira desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos. 
A avaliação da IPBES é o resultado de um trabalho de três anos de especialistas mundiais, que analisaram todos os dados científicos disponíveis.
- Mudanças climáticas -
O relatório identificou a degradação do solo como um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas e vice-versa.  
O desmatamento sozinho contribui com cerca de 10% das emissões de gases de efeito estufa induzidas pelo homem. 
E ao liberar o carbono que estava preso no solo, a degradação da terra foi responsável pelas emissões globais de até 4,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano entre 2000 e 2009. 
"Sem uma ação urgente, mais perdas de 36 gigatoneladas de carbono dos solos - especialmente da África Subsaariana - são projetadas para 2050", alertaram os cientistas. 
Isso equivale a cerca de 20 anos de emissões globais de transporte. 
Daqui a 30 anos, estima-se que quatro bilhões de pessoas - cerca de 40% da população projetada - viverão em áreas áridas e semi-áridas com baixa produtividade agrícola, disse o relatório. Hoje, esse número é de pouco mais de três bilhões.  
A avaliação "é um alerta para todos nós", disse Monique Barbut, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, que solicitou o relatório. 
"Ela mostra a alarmante escala de transformação que a humanidade impôs à terra." 
O relatório, que custa cerca de US$ 1 milhão para ser preparado, busca fornecer informações para a formulação de políticas do governo, e foi aprovado por representantes de governos em uma reunião de uma semana dos 129 membros da IPBES em Medellín.
Jornal do Brasil

sexta-feira, 23 de março de 2018

Emissões de carbono do mundo estão em ascenção novamente

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As emissões de carbono da energia aumentaram em 2017 pela primeira vez em três anos, afirmou a Agência Internacional de Energia nesta quinta-feira, prova de que os esforços mundiais para combater as mudanças climáticas estão sendo insuficientes. 
O forte crescimento econômico aumentou a demanda global de energia em 2,1% no ano passado, informou a IEA, com sede em Paris, em um relatório. 
Cerca de 70% dessas necessidades adicionais foram atendidas pelos combustíveis fósseis petróleo, gás e carvão, elevando as emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia em 1,4%, após três anos permanecendo estáveis. 
O resto da demanda foi coberto principalmente por energias renováveis.
"O aumento significativo das emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia em 2017 nos diz que os esforços atuais para combater as mudanças climáticas estão longe de ser suficientes", disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, em comunicado. 
"Por exemplo, houve uma desaceleração dramática na taxa de melhoria na eficiência energética global, à medida que os formuladores de políticas colocaram menos foco nessa área", disse. 
Mas o aumento global nas emissões de CO2 mascarou grandes melhorias em alguns países, incluindo os Estados Unidos, um grande poluidor. 
De fato, os EUA tiveram a maior queda nas emissões, ajudada por uma maior implantação de energias renováveis. 
As emissões também diminuíram na Grã-Bretanha, no México e no Japão, disse a AIE.

Os maiores animais terrestres já se encontram em perigo

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Felinos, ursos, lobos, zebras, rinocerontes, elefantes, girafas, hipopótamos, símios... A maioria das 101 espécies de grandes herbívoros e carnívoros terrestres estão em perigo, e algumas já estão condenadas à extinção.
Segundo a definição mais aceita, a "megafauna" terrestre inclui os carnívoros de ao menos 15 quilos e os grandes herbívoros de mais de 100 quilos, isto é, um total de 101 espécies.   
Para a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), três quintos desses animais emblemáticos estão ameaçados, com mais de uma dezena de espécies em "perigo crítico" ou "extintas em estado selvagem".  
"Os cientistas especialistas em conservação se dedicarão em breve a escrever necrológicos para espécies ou subespécies da megafauna à medida que desaparecem do planeta", lamenta Bill Ripple, da Universidade de Oregon, autor principal de um documento assinado em dezembro por mais de 15.000 de seus colegas para alertar o mundo inteiro. 
O último exemplo do perigo que enfrentam essas espécies ocorreu esta semana, quando o último rinoceronte branco do norte macho morreu aos 45 anos em um zoológico do Quênia.  
- 'Diante nossos olhos' -
Para alguns cientistas, o adax, um antílope do Saara, também está "condenado à extinção". Outros acreditam que o gorila-do-oriente, caçado por sua carne, "está a um passo" de desaparecer, como os orangotangos de Bornéu e Sumatra. 
Outros animais fascinantes, em maior número e que a cada ano atraem milhões de turistas para a África, também estão em perigo. 
As populações de leões, rinocerontes e guepardos caíram mais de 90% durante o século passado. O número de girafas, classificadas como "vulneráveis", diminuiu 40% em 30 anos. E 30% dos ursos polares poderiam desaparecer até meados do século XXI. 
"É muito possível que vejamos como esses gigantes são apagados na natureza durante nossa vida, diante de nossos olhos", explica a diretora da IUCN, Inger Andersen. 
Os cientistas concordam que começou uma nova "extinção em massa", em que espécies de todo tipo e tamanhos desaparecem 100 vezes mais rápido que em tempos normais. 
A Terra viveu, até o momento, cinco extinções em massa, a última delas dos dinossauros, que remonta a 66 milhões de anos atrás. 
Hoje, a megafauna é vítima de múltiplos riscos vinculados à expansão humana, à perda de seu habitat por culpa da caça furtiva, a conflitos pela pecuária e, no caso do urso polar, às mudanças climáticas.
- "Savana silenciosa" -
"A primeira ameaça que a fauna da África enfrenta é que a comemos", diz Paul Funston, diretor do programa de defesa dos leões da ONG Panthera. Uma situação descrita em algumas zonas como "a síndrome da savana silenciosa". 
"Algumas zonas protegidas parecem totalmente intactas, as florestas, as aves, as abelhas, tudo está lá. Mas os grandes mamíferos desapareceram porque foram comidos", explica Funston, que aponta o aumento da população no continente. 
Apesar do triste contraste, os defensores do meio ambiente não perdem a esperança e permitiram que certas espécies se recuperassem. 
Mas essas pessoas devem ser realistas, assegura Michael Knight, que dirige o grupo da IUCN que se encarrega dos rinocerontes africanos. 
"A África já não corresponde ao sonho de países abertos nos que correm animais selvagens", insiste. E em 50 anos, "os desafios serão 10 ou talvez 50 vezes mais difíceis". 
Para Paul Funston, a solução virá de investimentos estratégicos em parques nacionais, já que vários estudos apontam o vínculo entre o dinheiro investido por quilômetro quadrado e a taxa de sobrevivência das espécies protegidas. 
"Estamos quase prontos para a seleção", explica. "Para os leões, está feito, identificamos 14 zonas-chaves onde o dinheiro deve se concentrar". 
Mas "necessitamos nos afastar urgentemente de um enfoque por espécie", afirma o especialista. 
 

quinta-feira, 22 de março de 2018

Tinta pode mudar rota de asteroide a caminho da Terra

 
Manchetes recentes trouxeram muita conversa sobre a ideia de bombardear asteroides. Uma equipe de cientistas russos está disparando contra asteroides em miniatura em um laboratório, e supostamente a NASA estaria pensando em um plano que envolveria, hipoteticamente, bombardear o asteroide Bennu caso ele ameace a Terra em 2135.
A NASA está bolando ideias sobre como seria possível explodir um asteroide a caminho, um plano teórico chamado HAMMER, como noticiamos. Mas os cientistas provavelmente não precisarão usar uma resposta dessas ao asteroide 101955 Bennu, de tamanho comparável ao Empire State Building, que deve passar perto da Terra em 2135. Desviar uma ameaça dessas poderia ser muito mais fácil.

"Só de pintar metade da superfície de uma cor diferente mudaria as propriedades térmicas e sua órbita", diz Michael Moreau, gerente do sistema de dinâmica de voo da OSIRIS-REx, da NASA, em entrevista ao Gizmodo. Isso envolveria literalmente enviar uma espaçonave para, de alguma forma, mudar a cor de parte do asteroide.

Tem muita coisa que a gente ainda não conhece sobre asteroides, motivo pelo qual a NASA enviou a sonda OSIRIS-REx em direção ao Bennu. Essa missão visa pegar amostras da rocha e retornar à Terra em 2023.

Existe uma chance minúscula, em torno de uma em 2.700, de que o Bennu atinja a Terra em 2135, noticia o Washington Post. A rocha não é grande o suficiente para acabar com a humanidade, mas poderia causar danos enormes. A espaçonave OSIRIS-REx vai estudar mais o asteroide, e a NASA continuará a coletar dados para descartar ou aumentar as chances de um impacto.

Mas não precisa se preocupar com o Bennu agora. Se as chances ficarem grandes demais, as leis da física permitirão uma solução muito mais fácil do que explodir o asteroide. Poderíamos simplesmente jogar tinta nele.

O Sol despeja uma enorme quantidade de partículas minúsculas em todo o Sistema Solar, por exemplo. Isso transmite um pouco de pressão. Essas partículas não trazem consequência alguma à nossa órbita, já que a Terra é incrivelmente massiva, mas o Bennu pesa apenas cerca de 13 vezes a massa da Grande Pirâmide de Gizé. Isso é muito leve, comparativamente falando. Considerando os cerca de 120 anos que temos para preparação e a distância que Bennu tem que viajar antes de sua aproximação, se os cientistas puderem tornar parte dele mais suscetível à radiação solar, isso iria levemente alterar o caminho suficientemente para que ele não nos atinja. Isso exigiria fazer com que parte de sua superfície absorvesse mais radiação — por exemplo, cobrindo um dos lados com tinta. Os cientistas primeiro precisam estudar melhor sua órbita ao redor do Sol para determinar o melhor curso de ação.

Tudo isso para dizer que, como sempre, não estamos prestes a ser atingidos pelo asteroide gigante que vemos nas manchetes.

Existem asteroides com que precisamos nos preocupar, é claro. Mas, como informamos anteriormente, não estamos os rastreando. O governo só exigiu que a NASA rastreasse asteroides maiores que um campo de futebol ou algo perto disso. Algo menor poderia passar despercebido e causar danos locais significativos sem os 120 anos de aviso que Bennu nos deu.

A ideia de bombardear asteroides é ótima para uma ficção científica. Mas você deveria passar mais tempo incomodado com o fato de que não sabemos quais asteroides menores possam estar nos ameaçando em vez de se preocupar com aqueles que os cientistas estão acompanhando e que poderiam ser desviados mais facilmente.

terça-feira, 20 de março de 2018

Cientista esclarece "criação de base nazista" e "misteriosa civilização" na Antártida

Especialista britânico afirma ter respostas aos quebra-cabeças da Antártida sobre "nave espacial" e "base secreta nazista". Há uma semana, nos mapas do Google Earth foram descobertas duas imagens que teóricos conspiracionistas relacionam a uma base secreta nazista ou a uma obra de uma civilização inédita do continente gelado, escreve o RT.
A primeira imagem mostra uma grande entrada em uma montanha que parece ter sido feita por humanos. Segundo diz uma velha teoria, os nazistas teriam construído na Antártida uma "base secreta" e até teriam planejado fundar uma base naval, mas este projeto nunca foi concluído.
 
Pirâmides teriam sido encontradas no gelo da Antártida
Pirâmides teriam sido encontradas no gelo da Antártida
 
Porém, Richard Waller, professor de geografia física da Universidade de Keele (Reino Unido) tem outra opinião em relação ao assunto: a formação misteriosa é uma obra da natureza e não do homem.
"Parece apenas uma bacia de lago nas montanhas onde o gelo do lago e a neve ao redor derreteram parcialmente e acabaram sendo saturados com água derretida — daí a cor mais escura", explicou o professor ao Daily Star na segunda-feira (19).
Outra foto estranha, discutida por adoradores de mistérios, apresenta montanhas parecidas com as Pirâmides de Gizé, no Egito. A semelhança serviu de base para criação de teoria de que estes objetos foram criados por civilizações antigas.
No entanto, Waller, volta a pôr a teoria em dúvida:
"Há muitos exemplos de formas muito regulares produzidas na natureza e glaciares tendem a produzir formações como estas, chamadas 'picos piramidais'", detalhou.
A Antártida muitas vezes é o centro de teorias de conspiração. Recentemente, nos mapas do Google também encontraram uma área, onde supostamente teria se acidentado um OVNI.
Weller, por sua vez, acredita que isso tenha sido simplesmente uma parte de glaciar que colapsou após uma avalanche em um monte vizinho.

"Se é de graça, você é o produto": saiba como Facebook lucra com dados de usuários

Em plena polêmica que levou o fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, ao Parlamento britânico nesta terça-feira (20), para explicar as acusações de apropriação indevida de dados pessoais de seus usuários, entenda como a rede social mais famosa do mundo transforma suas informações em “ouro”.
 
Reuters
 
A coleta de dados executada pelo Facebook pode ser considerada legalmente aceitável, se levarmos em conta que a rede social não vende os dados em si, mas o acesso aos usuários que disponibilizam estes dados, na maioria das vezes sem ter lido detalhadamente as condições de utilização. No entanto, uma comissão parlamentar britânica quer saber exatamente como as empresas adquirem e armazenam dados dos usuários do Facebook e, especialmente, se os dados foram obtidos sem o seu consentimento.

A polêmica tomou hoje também as páginas do jornal The New York Times (NYT) nos Estados Unidos, onde um escândalo envolvendo a consultoria Cambridge Analytica - que trabalhou para a campanha eleitoral do presidente americano Donald Trump, se encontra no olho do furacão. Segundo investigações do NYT e do jornal britânico The Guardian, a Cambridge Analytica teria recuperado dados de milhões de usuários de Facebook, sem seu consentimento, com os quais teria criado um programa destinado a prever e influenciar o voto dos eleitores.
 
Mas qual a mecânica do processo de utilização dos dados de usuários pelo Facebook?
Quem se registra na rede social imaginada por Mark Zuckerberg é recebido com esta promessa: "O Facebook é gratuito, e isso permanecerá para sempre". Mas, se os usuários não pagam nada, como o Facebook gera seus enormes lucros - quase 16 bilhões de dólares no ano passado, um aumento de 56% em relação ao mesmo período do ano anterior? A resposta é muito simples: via publicidade.
Por exemplo, no quarto trimestre de 2017, a receita de publicidade representava 98,5% da receita total da empresa. O Facebook aplica literalmente um slogan bem conhecido de todos os especialistas em marketing: "Se é de graça, você é o produto". O "produto", neste caso, são os dados que cada usuário fornece à rede social sempre que reage a várias publicações - via "curtidas", ou emoticons - que ele mesmo disponibiliza, ou pesquisa.
Informações pessoais, o tesouro dos anunciantes
"Os dados pessoais são o petróleo de hoje. Têm muito valor, mas, se não forem refinados, não podem ser usados": esta citação atribuída ao matemático britânico Clive Humby, em 2006, explica perfeitamente o modelo econômico do Facebook. Ao "refinar" uma matéria-prima - bilhões de publicações, fotos, interações - o gigante da Califórnia permite que os anunciantes enviem promoções chamadas de "segmentados".
O grupo explica o procedimento em um site dedicado aos anunciantes. "Se você deseja anunciar para pessoas com base em idade, localização, hobby, ou outro, podemos ajudá-lo a entrar em contato com aqueles que provavelmente estão interessados em seus produtos, ou serviço", informa. "Se você tem uma loja de sapatos, você pode, por exemplo, segmentar as pessoas que compraram sapatos recentemente", diz o Facebook.
"Não temos consciência de compartilhar toda essa informação sobre nós e, na realidade, as redes sociais nos conhecem melhor do que os nossos próprios pais", diz Nathalie Devillier, pesquisadora especializada em proteção de dados,

É possível restringir o acesso dos anunciantes nas configurações de sua conta no Facebook. É possível, por exemplo, responder "não" à pergunta "Deseja ver anúncios on-line segmentados do Facebook?".
"O Facebook não vai procurar nada além do que você colocou na web. É o usuário que é responsável por isso", explica o presidente do think tank liberal GénérationLibre, Gaspard Koenig. Ele defende que a lógica do mercado seja ampliada, dando aos próprios usuários a oportunidade de venderem seus dados.
Já a União Europeia escolheu outro caminho: o de maior proteção das informações pessoais, com a entrada em vigor, no final de maio, de uma regulamentação sobre o assunto.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Como o deserto do Saara participa do regime de chuvas da Amazônia

Representação artística da camada de poeira na atmosfera da Terra | Imagem: Nasa Goddard's Visualization Studio
Representação artística da camada de poeira na atmosfera da Terra | Imagem: Nasa Goddard's Visualization Studio
 
Cientistas explicam como a poeira vinda do deserto do norte da África influencia na formação de nuvens da floresta amazônica.
Pouco mais de 5,3 mil km e o Oceano Atlântico separam as cidades de Manaus (AM) e Nouakchott, a capital da Mauritânia, no deserto do Saara. Apesar da distância, o deserto do norte da África e a floresta amazônica têm uma relação mais estreita do que senso comum nos leva a acreditar.
Tão inesperado quanto esta ligação é o fato de ser o deserto que beneficia a mata, e não o contrário - sendo responsável pela maior parte das chuvas torrenciais que caem sobre a região, mantendo sua exuberância e biodiversidade. Além de enviar toneladas de nutrientes para sua vegetação, como o fósforo.
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Os "núcleos de condensação", a parte da nuvem em que o vapor de água se condensa, são formados, entre outros elementos, por partículas em suspensão no ar - poeira, por exemplo. No caso da floresta amazônica.
uma parcela desses aerossóis é proveniente do Saara.
"Este fenômeno de transporte ocorre principalmente na parte norte da Amazônia, mas já foi registrado também na área central da região, como, por exemplo, ao sul de Manaus", explica o físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).
Ele é um dos integrantes de uma equipe de pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos e da Alemanha que vem desenvolvendo, há uma década um trabalho que levou à descoberta de que a poeira do deserto ajuda a formar nuvens sobre a Amazônia Central, onde se localiza Manaus, que são responsáveis por cerca de 80% das chuvas que caem na região.
Foto: BBCBrasil.com

As infraestruturas 'verdes', uma alternativa para a escassez

 
Diante da crescente escassez de água no mundo, as infraestruturas "verdes", inspiradas na natureza, são uma alternativa à construção de barragens e estações de tratamento, assegura a ONU.
Os processos naturais podem "agir como reguladores, limpadores e provedores de água", explicou em uma coletiva de imprensa em Paris Richard Connor, redator chefe do informe anual da ONU sobre o tema, que será apresentado oficialmente nesta segunda-feira em Brasília, onde se realiza o 8º Fórum Mundial da Água.
Cerca da metade da população mundial, 3,6 bilhões de pessoas, vive em zonas onde falta água ao menos um mês por ano. Este número poderia chegar a 5,7 milhões de pessoas em 2050, segundo o informe.
As reservas subterrâneas vão se esgotando pela irrigação, sobretudo nos países em desenvolvimento. Além disso, a qualidade da água se degrada pela poluição das águas que são utilizadas com fins industriais e municipais e pela ação de químicos agrícolas, advertiu a ONU.
 
Imagem relacionada
 
Para lidar com esta situação, já não são suficientes as obras de engenharia civil (as chamadas "infraestruturas cinzas"), afirmam a ONU Água e a Unesco.
Não se trata de prescindir totalmente delas, mas de buscar "a melhor combinação" entre infraestruturas "cinzas" e "verdes", segundo Richard Connor. 
Há duas décadas, Nova York desenvolveu uma política original de proteção das três bacias hidrográficas que alimentam a cidade e seus 8,5 milhões de habitantes, que inclui programas de preservação das florestas e a remuneração dos agricultores menos poluentes. 
O resultado é que Nova York "recebe as águas menos poluídas dos Estados Unidos", segundo Connor, um processo que economiza, além disso, 300 milhões de dólares por ano em seu tratamento.
No mesmo sentido, o Egito tem um projeto piloto nas zonas úmidas de Bilbeis, a 55 quilômetros do Cairo, que permitiu tratar águas residuais e regar os eucaliptos com um custo mais baixo que o das soluções tradicionais. 
"Estas soluções são rentáveis", insiste Connor.
- Benefícios adicionais -
Estas soluções "verdes" podem ser aplicadas à agricultura mas também às "cidades em crescimento", especialmente em países em desenvolvimento, estima o cientista. "Antes de pôr asfalto e concreto por todos os lados, pode-se pensar duas vezes e manter mais zonas verdes".
Recorrer a sistemas naturais ou seminaturais oferece muitos benefícios adicionais. Além de melhorar a disponibilidade da água e sua qualidade, "é possível aumentar a produção agrícola por hectare com uma melhor gestão da água", podendo alimentar, assim, a mais pessoas, assegura Stefan Uhlenbrook, coordenador do programa mundial das Nações Unidas para a avaliação dos recursos em água.
As infraestruturas "verdes" também influenciam na erosão e qualidade do solo, na vegetação, nos riscos de seca e de inundação. 
Além disso, as populações locais podem colaborar com sua implementação, algo que não acontece com as infraestruturas "cinzas", destaca o informe.  
No entanto, estas soluções continuam sendo "marginais". "Os dados precisos não estão disponíveis" mas os investimentos nestas técnicas "parecem inferiores a 1% (...) do investimento total em infraestruturas e gestão dos recursos de água", segundo o documento.
"Muitas vezes são consideradas menos eficazes", constata Connor. Para o público, construir uma barragem é uma ferramenta contra as inundações muito mais concreta que as zonas úmidas, que no entanto podem "agir como esponjas" e absorver os excedentes de água.  
Outro dos problemas é que se necessita mais tempo para criar uma infraestrutura "verde". 
Sua implementação também necessita a "cooperação entre várias instituições e partes interessadas, o que pode ser difícil de conseguir", destaca o informe. 
Jornal do Brasil

quinta-feira, 15 de março de 2018

Principais marcas de água engarrafada estão contaminadas com plástico

 
 
Resultado de imagem para fotos de garrafas de agua
 
As principais marcas de água em garrafa estão contaminadas com partículas de plástico, que provavelmente vazam durante o processo de envase, revela um estudo realizado em nove países e publicado nesta quinta-feira (15).
Foram analisadas 250 garrafas de água no Brasil, China e Estados Unidos, entre outros países, em um estudo dirigido pela pesquisadora Sherri Mason, professora da Universidade Estadual de Nova York, em Fredonia.
O plástico foi encontrado em 93% das amostras, que incluíram as principais marcas, como Aqua, Aquafina, Dasani, Evian, Nestle Pure Life e San Pellegrino.
Há partículas de nylon, tereftalato de polietileno (PET) e polipropileno, que é usado para fazer as tampinhas de garrafas. Em média, os pesquisadores encontraram em garrafas de um litro de água 10,4 partículas de tamanho médio de 0,10 milímetros. 
"Acredito que venham dos processos de engarrafamento, e creio que a maior parte procede da própria garrafa, de sua tampa e do processo industrial", explicou Mason à AFP. "Mas a água em garrafas de vidro também continha microplásticos".
Ignora-se o alcance dos riscos que representam estas partículas para a saúde humana. 
Jacqueline Savitz, diretora para a América da Oceana, ONG que luta contra a contaminação dos mares, destacou que o estudo é mais uma razão para se limitar a produção de garrafas de plástico.
Jornal do Brasil

quarta-feira, 14 de março de 2018

Cinco grandes contribuições que Stephen Hawking deu à Ciência

O físico britânico Stephen Hawking, que morreu nesta quarta-feira na Inglaterra, colecionou muitas vitórias ao longo de 76 anos de vida.
 
Stephen Hawking em Nova York em 2016
Foi considerado um dos cientistas mais influentes do mundo desde Albert Einstein, não só por suas decisivas contribuições para o progresso das teorias que explicam o Universo, mas também por sua constante preocupação em aproximar a Ciência das pessoas.
Ele também enfrentou com coragem uma doença motora degenerativa, que o deixou em uma cadeira de rodas e sem capacidade para falar de maneira natural. Por anos usou um sintetizador de voz para se comunicar. O cientista morreu por complicações da doença diagnosticada quando tinha 22 anos. Hawking sofria com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Hawking desafiou o prognóstico dos médicos, que lhe previram uma vida curta, e continuou elaborando teorias e divulgando a Ciência por mais de 50 anos.
A BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, selecionou cinco das grandes contribuições que o físico britânico deu ao mundo.

1 - Buracos negros

Stephen Hawking dedicou toda a carreira a pesquisar as leis do Universo. Muitos dos teoremas elaborados por ele, contudo, estão relacionados aos buracos negros.
Trata-se de regiões do espaço que possuem forças gravitacionais tão intensas que nada consegue escapar delas. Nem mesmo a luz - daí o nome "buracos negros".
A ideia data do século 18 e é, portanto, anterior a Hawking. Mas foi a Teoria Geral da Relatividade, elaborada por Albert Einstein em 1915, que ajudou a entender que a deformação no espaço-tempo causada pela massa de corpos celestes está ligada à força da gravidade. Quanto maior a massa do corpo, maior a deformação e, por sua vez, maior a força da gravidade.
 
Stephen Hawking em Bruxelas em 2007
 
Nos anos 1970, Stephen Hawking usou os estudos de Einstein para descrever a evolução dos buracos negros do ponto de vista da física quântica. E descobriu que não retêm tudo dentro deles.
"Se você cair em um buraco negro, não desista. Existe uma forma de sair de lá", disse numa palestra em 2015 na Suécia.
"Eu acho que minha maior conquista será (mostrar) que os buracos negros não são completamente negros", disse o físico à BBC no ano passado. "Efeitos quânticos", continuou ele, "faz com que eles brilhem como corpos quentes com uma temperatura menor, quanto maior o buraco negro".
Esse resultado foi completamente inesperado e mostrou que existe uma relação profunda entre gravidade e termodinâmica.
 
Hawking experimentando gravidade zero
 
Para Hawking, essa é a chave para ajudar a resolver os paradoxos da mecânica quântica e a relatividade geral, duas áreas da física que ainda estão em busca de consenso.

2 - Radiação Hawking

Ao desenvolver o conceito chamado Radiação Hawking, o físico explicou como informações das partículas ficariam na fronteira, ou no horizonte dos buracos negros.
Para ele, a física quântica ajuda a entender que os buracos negros são capazes de emitir energia, perder matéria e até desaparecer. E os efeitos quânticos seriam os responsáveis pelos buracos negros perderem parte de sua característica.
Roland Pease, repórter de Ciências da BBC, explica: "Um buraco negro levaria muito tempo para evaporar dessa maneira, mas em seus últimos anos, Hawking disse que ele expiraria em uma explosão de energia equivalente a um milhão de megatons de bombas de hidrogênio".
 
Big Bang
 
Em 2008, quando o maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor Elétron-Pósitron (LHC, na sigla em inglês), foi inaugurado na Suíça, criou-se uma grande expectativa de que miniburacos negros seriam criados, provando, na prática, a teoria de Hawking.
Se isso tivesse acontecido, Roland Pease afirma que o britânico teria "com certeza" recebido o Prêmio Nobel. Mas não foi o caso. O LHC não permitiu comprovar a teoria do físico britânico.

3 - O Big Bang

O trabalho que Stephen Hawking conduziu sobre os buracos negros ajudou a provar a ideia de que uma grande explosão, chamada Big Bang, foi o princípio de tudo.
Ainda que tenha sido desenvolvida na década de 1940, a teoria do Big Bang não foi aceita imediatamente por todos os estudiosos do cosmos.
Em colaboração com o matemático britânico Roger Penrose, Hawking se deu conta de que os buracos negros eram como o Big Bang ao contrário. Segundo o físico, os cálculos usados para descrever os buracos negros também serviam para descrever "a grande explosão".
 
Stephen Hawking
 
Roland Pease explica que, "enquanto outros pesquisadores lutavam para descrever um breve momento na vida de uma molécula usando leis quânticas, Hawking (juntamente com o físico James Hartle) mostrou que era possível encapsular a história de todo o Universo em uma única equação matemática".
A equação ficou conhecida como o Estado de Hartle-Hawking, que os dois pesquisadores britânicos costumavam chamar de "função de onda do universo".
Sobre essa forma de explicar o Universo, Roland Pease afirma: "Porque a equação é autossuficiente, ela começa em uma singularidade no início dos tempos e se fecha com outra no fim dos tempos e, se necessário, o histórico pode saltar entre estes dois extremos".
Juntando todos esses conceitos, uma das afirmações mais ousadas de Hawking foi considerar que a Teoria Geral da Relatividade de Einstein implicava que o espaço e o tempo começaram no Big Bang e acabaram em buracos negros.
"Einstein estava errado quando disse que 'Deus não joga dados'. A existência dos buracos negros sugere não apenas que Deus brinca de dados, mas também nos confunde ao jogá-los onde não podem ser vistos", disse o físico no livro A Natureza do Espaço e do Tempo, publicado em 1996.
 
Stephen Hawking
 
Para Hawking, nenhuma lei da física se aplica até a ocorrência do Big Bang. O Universo evoluiu de maneira independente ao que havia antes. Até a quantidade de matéria no Universo pode ser diferente do que havia antes da explosão, porque a Lei de Conservação da Matéria não se aplicaria ao Big Bang.

4 - A Teoria de Tudo

Stephen Hawking atraiu muita atenção ao sugerir, por meio da Teoria de Tudo, que o Universo evolui segundo leis bem definidas.
No livro de mesmo nome, Hawking mergulha nas histórias das teorias do universo. Começa com Aristóteles, que afirmou que a Terra era redonda, e vai até à descoberta da lei de Hubble, mais de dois mil anos mais tarde, que mostrava que o universo se encontra em expansão.
Na obra, ele traz elementos da física moderna, fala dos buracos negros, do tempo-espaço e das perguntas ainda sem respostas. E defende combinar teorias parciais em uma única.
"Esse conjunto de leis pode nos dar respostas a perguntas como qual foi a origem do Universo", declarou Hawking.
 
Stephen Hawking na Universidade Washington University em Washington, 2008
 
"'Até onde vamos - e haverá um final? E se for assim, como terminará?' Se encontrarmos uma resposta para isso, será o maior triunfo da razão humana, porque conheceríamos a mente de Deus", prometeu em Uma Breve História do Tempo, publicado em 1988.Brasil

5 - Breve história do tempo

Apesar da complexidade de todos esses conceitos, Hawking fez um grande esforço para difundir a cosmologia em termos fáceis de serem compreendidos pelo público em geral.
"Eu quero que meus livros sejam vendidos em lojas de aeroporto", declarou em uma entrevista ao jornal americano The New York Times, em dezembro de 2004.
O livro Uma Breve História do Tempo vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo.
Ainda assim, Hawking tinha consciência de que as vendas não eram sinônimo de leitura completa da obra. Anos depois, ele publicou uma versão mais leve e fácil de digerir.
O grande talento de Hawking, que, para muitos, o faz digno de um Prêmio Nobel que não veio durante sua vida, era combinar distintos campos da física, mas igualmente importantes: gravitação, cosmologia, teoria quântica, termodinâmica e teoria da informação.
BBC Brasil 

O aviso de Stephen Hawking que precisa ser ouvido pela humanidade

Stephen-Hawking-Getty-Images
 
Para Stephen Hawking, o cientista mais famoso das últimas décadas, e que faleceu nesta semana, a humanidade tem dois destinos possíveis: a extinção ou a vida fora da Terra.
Hawking não era otimista em relação ao futuro da raça humana. Ao dedicar sua vida a estudar os mistérios do espaço, ele chegou a conclusões preocupantes, mas que também indicam direções para a nossa sobrevivência enquanto espécie.
Em diversas entrevistas, o cientista falou sobre as ameaças que a humanidade representa ao próprio destino. Ao Radio Times, em 2016, ele disse o seguinte: “Enfrentamos inúmeras ameaças: guerra nuclear, aquecimento global e vírus com engenharia genética”, reporta o The Telegraph. Para ele, apesar das chances de uma catástrofe serem pequenas no curto prazo, elas aumentam com o passar dos anos e o cenário se torna iminente em algumas centenas ou milhares de anos, disse ele à BBC.
“Entretanto, não vamos estabelecer colônias auto-sustentáveis no espaço por, ao menos, cem anos, então precisamos ser muito cuidadosos nesse período”, declarou o cientista.
Mesmo nesse cenário, Hawking avisa que é preciso ter cuidado no espaço. “Conforme envelheço, fico mais convencido de que não estamos sozinhos”, afirmou ele no vídeo Stephen Hawking’s Favourite Places.
 
Ele acreditava que a vida alienígena poderia ter tecnologia avançada e poderosa, ao ponto de essa espécie não perceber os humanos como algo mais valioso do que o que uma bactéria é para nós.
 Apesar do luto, alguns fãs notaram algumas coincidências que aliviam um pouco a dor da morte de Hawking após uma vida inteira de descobertas científicas — e um bom humor característico. O astrofísico não só nasceu no mesmo dia nos 300 anos da morte de Galileu Galilei, no dia 8 de janeiro de 1942, como morreu no aniversário de outro físico famoso: Albert Einstein, que nasceu em 14 de março de 1879. Parece “escrito nas estrelas”, não? 
 
Além dessa coincidência, outra curiosidade também chamou atenção dos admiradores do astrofísico: o Dia do Pi, o número mais famoso da matemática, é comemorado nesta quarta, 14 de março. O motivo é pra lá de simples. Apesar de sua característica infinita, usa-se apenas as duas primeiras casas decimais da proporção numérica, o 3,14. No Estados Unidos, o mês e o dia são invertidos no calendário, ou seja, o que para nós é 14/3, para eles é 3/14 — ou seja, para os americanos, a data do calendário é igual às primeiras casas decimais do número infinito. 
 
 
Curiosidade:
Stephen Hawking nasceu em 08 de janeiro de 1942 e Galileu Galilei morreu em 08 de janeiro de 1642.
Stephen Hawking morreu em 14 de março de 2018 e Albert Einstein nasceu em 14 de março de 1879.

terça-feira, 13 de março de 2018

China está ganhando a guerra contra a poluição, diz estudo

Segundo estudo, China conseguiu rápida redução na poluição atmosférica
 
Principal poluidor do planeta, a China está ganhando a guerra contra a poluição atmosférica e pode aumentar em mais de dois anos a expectativa de vida de seus habitantes - garante um estudo norte-americano publicado nesta terça-feira (13).
Com base em dados coletados em 200 receptores espalhados por toda China, o estudo da Universidade de Chicago calcula que a taxa de partículas finas no ar, muito prejudiciais à saúde, reduziu-se em 32% entre 2013 e 2017.
Se essa tendência se mantiver, a expectativa de vida média dos chineses pode aumentar até 2,4 anos, segundo o estudo. As partículas finas —também conhecidas como PM2,5 por seu diâmetro máximo — são determinantes tanto nas doenças cardiovasculares e respiratórias, quanto no câncer.
Segundo estudo, China conseguiu rápida redução na poluição atmosférica

"Não existem exemplos de um país que tenha conseguido uma redução tão rápida da poluição atmosférica. É extraordinário", disse à AFP Michael Greenstone, que dirigiu o estudo do Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago.
Em comparação, os Estados Unidos precisaram de mais de dez anos para uma melhora comparável, após aprovarem uma lei nesse sentido em 1970.
"Esses quatro anos demonstram que as coisas podem mudar, inclusive rapidamente, graças à vontade política", disse Greenstone.
Sob pressão da opinião pública, o regime comunista chinês lançou em 2013 um plano contra a poluição destinado a reduzir em 25% a taxa de partículas finas no ar nas regiões de Pequim e Xangai.
"A China não é considerado um país democrático, mas constatamos que o governo teve de tomar as medidas que a opinião pública exigia", afirmou Greenstone.

Tags: ambiente, ar, emissão, medidas, meio, poluição, políticas
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