quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Quênia vive grande expectativa por eclipse total do Sol

 
Milhares de pessoas se preparam para ver no próximo domingo o eclipse total do  sol no Quênia, o melhor lugar onde o fenômeno poderá ser contemplado em todo planeta, informou nesta quinta-feira a imprensa local.
A expectativa é máxima no Parque Nacional de Sibiloi, na margem oriental do Lago Turkana (norte), onde está previsto que vários quenianos e turistas estrangeiros se concentrem para ser testemunhas do eclipse, que durará cerca de 15 segundos.
Embora o fenômeno irá acontecer em diferentes partes do mundo, os astrônomos acham que Sibiloi -ponto de passagem de aves migratórias, jazida de fósseis únicos e Patrimônio da Humanidade da Unesco desde 1997- oferecerá as melhores vistas pela clareza de seu céu.
Um eclipse solar acontece quando a lua passa entre o sol e a Terra, bloqueando parcialmento ou completamente o sol do ponto de vista terrestre.
Em um eclipse total de sol, que não é fácil de ver porque só acontece em uma estreita faixa sobre a superfície do planeta, o disco solar fica totalmente escurecido pela lua, enquanto em um eclipse parcial e anular, só parte do sol se obscurece.
O eclipse total de sol do próximo domingo será dos chamados "híbridos", o que significa que, em alguns momentos, será anular e em outros, total.
O governador de Marsabit (região na qual se encontra Sibiloi), Ukur Yatani, está encantado com o eclipse e espera que sirva para atrair mais turistas e investidores à zona.
"Queremos aproveitar este acontecimento para mostrar nosso potencial, que não foi explorado", afirmou Yatani, citado hoje pelo jornal "Daily Nation".
Há várias semanas, o diretor-gerente do Escritório de Turismo do Quênia, Muriithi Ndegwa, antecipou que espera-se que muitos turistas internacionais visitem expressamente o país para desfrutar do fenômeno.
"Operadores de voos charter, touroperadores e hotéis estão recebendo uma resposta arrasadora de gente que não quer perder a oportunidade de ver um eclipse total de sol", ressaltou Ndegwa.
Perante a esperada avalanche de visitantes, as autoridades do Quênia reforçaram a segurança em Sibiloi.
Exame.com

Febre do ouro mina silenciosamente a Amazônia peruana

A febre do ouro está minando a Amazônia peruana. À surdina, atividades de garimpo ilegal se multiplicam ao longo da floresta e deixam um rastro de devastação, marcado por longas áreas de barro poluído e sem nenhuma vegetação.
 Nos últimos 13 anos, a área de mineração na Amazônia peruana cresceu nada menos do que 400%, aponta um estudo da Carnegie Institution for Science, da Universidade de Stanford, e do Ministério do Meio Ambiente do Peru. De 2008 para cá, a valorização do ouro no mercado internacional ajudou a triplicar a taxa de desmatamento na região, que é uma das maravilhas naturais do mundo.
Essa é a primeira vez que os pesquisadores mapearam a verdadeira extensão da mineração de ouro na localidade de Madre de Dios, que concentra milhares de mineradoras clandestinas.
Para detectar as operações de mineração, tanto as de grande como de pequeno porte, a equipe usou um sistema especial de mapeamento por satélite, o CLASlite. Ele difere de outros métodos, por usar algoritmos que detectam alterações em áreas tão pequenas quanto 10 metros quadrados, permitindo aos cientistas encontrar perturbações de pequena escala, que nem sempre podem ser detectadas por métodos tradicionais de satélite.
Segundo o pesquisador da Carnegie, Greg Asner, líder do estudo, os “resultados revelam muito mais dano à floresta do que anteriormente relatado pelo governo, ONGs ou outros estudos”.
Pior, a corrida do ouro em Madre de Dios, de acordo com a pesquisa, excede os efeitos combinados de todas as outras causas de perda de floresta na região, incluindo da exploração madeireira, pecuária e agricultura.
Além de provocar estragos diretos sobre as florestas tropicais através do desmatamento, a mineração de ouro libera sedimentos tóxicos em rios, com graves efeitos sobre a vida aquática. A atividade tem contribuído para a poluição por mercúrio, que afeta toda a cadeia alimentar, incluindo os alimentos ingeridos por pessoas de toda a região.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Frase


Mudanças climáticas no Brasil trazem prejuízo e pobreza

Secas mais intensas, prejuízo na agricultura, diminuição do pescado, reformulação da matriz energética - esses são alguns dos impactos que as mudanças climáticas devem gerar no Brasil. E os mais afetados serão os brasileiros de classes econômicas menos favorecidas.
Esse é o cenário descrito no sumário executivo do Grupo de Trabalho 2 (GT2) do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado sexta-feira (25/10) na Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), no Rio de Janeiro. O documento aborda os impactos das mudanças climáticas nos sistemas naturais e socioeconômicos, bem como suas consequências, além de opções de adaptação ao novo cenário.
"Esse relatório mostra que os impactos já estão acontecendo e é preciso tomar decisões quanto a isso de imediato. Quanto mais se espera, maior e mais caro fica o problema", afirmou Suzana Kahn, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente do comitê científico do PBMC.
Para ela, o relatório também fornece elementos para que os governantes brasileiros planejem suas respostas de maneira a diminuir os impactos e os custos, bem como para melhorar a inclusão social. "Quem sempre sofre mais e tem menos chance de se adaptar é a população pobre", declarou Kahn.
O primeiro sumário executivo do Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) do PBMC foi divulgado no dia 6 de agosto durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima), organizada pela FAPESP, em São Paulo.
RECURSOS HÍDRICOS
A água é um elemento-chave na questão dos impactos das mudanças climáticas. Segundo o sumário divulgado na sexta-feira, as alterações nos regimes de chuva devem levar a secas e enchentes mais frequentes e intensas, podendo também ter impacto sobre a recarga de águas subterrâneas.
As taxas de vazão dos rios também sofrerão variação. No leste da Amazônia e no Nordeste, as perdas podem chegar a 20%, sendo que na bacia do Tocantins o valor é de 30%. Já na do Paraná-Prata, a expectativa é de aumento de 10% a 40%.
"É um problema muito sério. Segundo a Agência Nacional de Águas, mais de 2 mil municípios terão problema de abastecimento de água em 2015", alertou Eduardo Assad, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e coordenador do GT2.
Nas áreas costeiras, o aumento do nível do mar deve intensificar as inundações e os processos erosivos. Além disso, o aumento da temperatura e da acidificação dos oceanos deverá ter impacto negativo sobre os ecossistemas marinhos e sobre a pesca.
"Podemos ter uma perda no volume de pescado de 6%, em média. Imaginem quantas famílias de pescadores serão atingidas", observou Assad. O estudo prevê ainda a perda de biodiversidade em ecossistemas aquáticos e terrestres, levando ao desaparecimento ou à fragmentação de hábitats.
 AGRICULTURA E ENERGIA
A atividade agrícola tende a ser afetada diretamente pelas mudanças climáticas. Com o aumento da temperatura e a redução da quantidade de água, áreas de baixo risco para a agricultura vão se tornar de alto risco, perdendo valor e forçando a população rural local a migrar para os centros urbanos.
"No Ceará, por exemplo, isso pode acarretar uma redução de até 60% no produto interno bruto agrícola e no valor das terras", ressaltou o coordenador do GT2.
Outro problema sério são os efeitos sobre pragas e doenças que atacam as culturas. A alta de temperatura e umidade serão condições ideais para a eclosão de fungos.
Já o setor energético pode ser afetado de diversas formas pelas mudanças climáticas. Segundo Assad, é necessário ampliar a matriz energética, pois haverá problemas na geração de energia hidrelétrica em razão das alterações na oferta de água.
Para ele, a abertura para alternativas energéticas mais limpas ainda é tímida, enquanto há estímulo para fontes como gás de xisto e termelétricas a carvão. "Onde estão os incentivos para as energias solar, eólica e de marés? Continuamos insistindo na vanguarda do conservadorismo energético", destacou.
CIDADES E SAÚDE
As cidades também serão bastante afetadas, com alguns fenômenos já em andamento, como os deslizamentos de encosta e os alagamentos causados por deficiências no sistema de drenagem urbano.
"Não preciso lembrar o que vai acontecer em janeiro e fevereiro no Rio de Janeiro e em Salvador. Nenhuma atitude foi tomada nos últimos anos para resolver esse problema", criticou Assad.
Em termos de transporte, o modal utilizado pelo país estaria totalmente equivocado, principalmente o urbano, de acordo com o documento. Mudar isso, especialmente no quesito transporte de carga, faria o Brasil dar um grande salto na emissão de gases de efeito estufa.
Na questão de saúde humana, o país estaria extremamente vulnerável por conta de ondas de calor e de frio, que estariam relacionadas a uma maior mortalidade. Essas condições também podem ser ideais para a proliferação de vetores de doenças tropicais, como mosquitos, levando a uma expansão de males como a dengue.
Para o coordenador do GT2, reduzir os problemas relacionados à água, bem como à subsistência e à pobreza são igualmente críticos. "Essas são ações prioritárias que o Brasil tem que atacar. Para isso, governo, indústria, comércio e sociedade precisam estar envolvidos em uma resposta nacional adequada", concluiu Assad.
National Geographic. com

A estréia da roupa enlatada

Algum dia, fazer a mala para uma viagem pode ser tão simples como pegar algumas latas de spray de mistura de polímero coloidal para fazer suas próprias roupas “spray-on”. Tanto faz se é uma camiseta ou um traje noturno, o tecido “spray-on” é uma novidade para produzir uma variedade de tecidos leves.
O estilista espanhol Manel Torres teve a ideia depois de assistir a um casamento e observar como as pessoas se pulverizavam mutuamente com o chamado “silly string” (serpentina de aerossol, em português), filamentos de plástico ejetados em forma líquida de uma lata de aerossol. “Pensei se não seria ‘legal’ se houvesse um meio de criar um material que pudesse ser pulverizado para cobrir uma superfície maior e ser usado como roupa”, conta Torres.
Para criar um material assim, ele voltou à escola no Imperial College de Londres, fez um doutorado (PhD) em engenharia química e fundou a Fabrican, Ltd. em parceria com Paul Luckham, professor de engenharia química, também do Imperial.
Pulverizado em uma superfície, o tecido instantâneo forma um material tramado como tecido, explica Torres. A fórmula consiste em fibras curtas interligadas com polímeros e um solvente que produz o “tecido” em forma líquida. O material é pulverizado diretamente sobre a pele nua de uma pessoa, onde seca quase instantaneamente. Ele pode ser facilmente “descascado”, porque os polímeros não se ligam à pele.
Outras variantes aderem a outros tipos de superfícies. “A diferença reside principalmente nas formulações, mas também no método de pulverização”, observa Torres, acrescentando que a equipe experimentou com pistolas pressurizadas, bicos de aerossol, as chamadas “bombas de aerossol” e jatos de sprays para aplicações industriais e personalizadas. Para criar uma forma, como uma saia “boca de sino”, a solução seria pulverizada em uma superfície que já tivesse esse formato desejado.
As características do material, como resistência e textura, dependem do tipo de fibras misturadas na solução. As possibilidades incluem fibras naturais como lã, algodão, seda ou celulose, além de fibras sintéticas como o náilon. O tecido em si é como uma camurça fina e ligeiramente maleável, que pode ser aplicado em várias camadas para torná-lo mais espesso, esclarece Torres. Mas a textura e a sensação tátil diferem de acordo com os tipos de fibras misturadas na solução.
O “tecido” provoca uma sensação fria ao ser pulverizado no corpo, mas adquire a temperatura corporal em poucos segundos. Alguns manequins descrevem a sensação da roupa “spray-on” como sendo uma “segunda pele”; “como estarem vestidos, mas sentindo-se nus”, conta Torres.
Luckham explica que uma camiseta pode ser pulverizada no corpo, tirada por cima da cabeça e recolocada. Quando a pessoa se despe é possível dar asas à criatividade. “Uma camiseta pode ser cortada na frente com uma tesoura, removida como se fosse um colete, vestida de novo e receber outro jato de spray para fechar a abertura novamente”, exemplifica
Depois que a pessoa usou a roupa “spray-on” ela pode ser reciclada. Isso se faz ao picotar ou cortar a peça em pedaços pequenos e dissolvê-los em uma solução. Fragmentos menores dissolvem mais facilmente que os grandes e parecem tecidos solúveis em água, informa Torres. “O agente compressor utilizado para pulverizar o tecido é a mesma substância que o solvente, o que simplifica o processo de reciclagem, porque não é preciso ter outra solução ou solvente à mão” declara Luckham.
A equipe está desenvolvendo um tipo de gesso medicinal leve e impermeável “spray-on” e testando protótipos de próteses em parceria com militares do Reino Unidos que perderam membrosem combate. Acomercialização de um produto final deve acontecer assim que os testes forem concluídos. Bandagens “spray-on” e outras aplicações médicas também estãoem desenvolvimento. Umavantagem do tecido “spray-on” é que ele é estéril quando aplicado, o que o torna atraente para aplicações emergenciais, como curativos em campo de combate, explica Torres.
Uma empresa automotiva está trabalhando com a Fabrican para desenvolver tecidos “spray-on” para o interior de automóveis. O desafio é criar um tecido suficientemente forte e durável para resistir ao desgaste diário do carro da família ou de um veículo comercial.
Em curto prazo, Luckham prevê possibilitar que as pessoas pulverizem pequenas quantidades de tecido sobre superfícies para criar uma toalhita para limpeza do rosto ou uma toalha instantâneas, ou até usar materiais “spray-on” para fazer decorações semelhantes a papel machê.
Scientific American.com

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Túnel mais fundo do mundo planejado há 150 anos é inaugurado na Turquia

ISTAMBUL - A Turquia nesta terça-feira, 29, um túnel que era um sonho de muitos governantes do país desde que um sultão otomano propôs uma passagem sob a água em 1860, ligando o território europeu ao asiático em Istambul como parte de uma aposta para transformar a cidade num centro
Internacional.
        Com 62 metros abaixo da superfície e investimento de 5,5 bilhões de liras (US$ 2,77 bilhões), o projeto Marmary que atravessa o Estreito do Bósforo é o túnel ferroviário submerso mais profundo do mundo, permitindo a travessia de trens de carga e de passageiros, além do metrô.        
        A ferrovia, que foi atrasada em quatro anos à medida que as escavações encontraram artefatos de oito mil anos, vai transportar até 1,5 milhão de passageiros por dia entre a Europa e a Ásia numa viagem de apenas quatro minutos, reduzindo o congestionamento crônico no tráfego de Istambul, de acordo com estimativas do governo turco.
 Investimento. A conclusão do túnel, construído por um consórcio de empresas japonesas e turcas, liderado pela Taisei e financiado a uma taxa de juros de 0,75% pela Agência de Cooperação Internacional do Japão, vem sendo saudado pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento, do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, como o mais recente de uma série de projetos de infraestrutura de larga escala que se tornaram a marca da história de sucesso do governo, que está há dez anos no poder.
                 Ao inaugurar o que chamou de "projeto do século" no 90º aniversário da República Turca, o governo também apresentou suas credenciais para a campanha eleitoral do próximo ano.
        Como parte do esforço para estabelecer a Turquia como uma força regional, as autoridades apresentam o túnel como a ligação que conecta Pequim a Londres, tornando a obra crucial não apenas para Istambul como também para a humanidade.
         "Hoje, com este grande projeto, estamos enriquecendo nossa república e também fornecendo o que uma república democrática pode conquistar com estabilidade, confiança, irmandade e solidariedade.

Infraestrutura. Marmaray está unindo pessoas, nações, países e até mesmo continentes", disse Erdogan às autoridades presentes à inauguração, como o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e aos milhares de turcos que saudavam o líder local em Uskudar, a primeira parada do túnel no lado asiático.
 O impulso desenvolvimentista do governo gerou um boom na infraestrutura e construção que ajudou Erdogan a triplicar o tamanho da economia da Turquia desde que seu partido assumiu o poder, em 2002, para US$ 786 bilhões.
        Agora, o premiê turco pretende repetir o feito e elevar o PIB do país para US$ 2 trilhões, transformando a Turquia numa das dez maiores economias do mundo quando a república completar 100 anos, em 2023.
                São esperados mais de US$ 400 bilhões em novos enormes projetos de infraestrutura para ajudar a ancorar o crescimento do PIB da Turquia ao longo da próxima década.
 Planos. As ambições do governo incluem um dos maiores aeroportos do mundo para estabelecer Istambul como uma conexão internacional, um canal ao longo do lado europeu da cidade que conecte o Mar Negro ao Mar de Mármara para navegação comercial, três usinas nucleares e um projeto de renovação urbana para proteger a cidade contra terremotos.

Analistas alertam que pressões financeiras e políticas crescentes poderão prejudicar a capacidade do governo financiar tais projetos, com a economia desacelerando e um número cada vez maior de riscos ao cenário.

 "Será muito difícil levantar financiamento internacional", disse Nigel Rendell, economista da Medley Global Advisors em Londres. A dificuldade, segundo ele, deve-se em parte à provável remoção dos estímulos à economia dos EUA pelo Federal Reserve no próximo ano.
        A liquidez do Fed, diz o economista, ajudou a alimentar o crescimento nas economias em desenvolvimento, como a Turquia. Além disso, acrescenta Rendell, "e mais importante, a confiança das pessoas na Turquia foi atingida pelos protestos ao longo do verão, quando Erdogan foi visto como um líder autocrata pela comunidade internacional".
                Em setembro, os bancos turcos assumiram o financiamento de US$ 2,3 bilhões para construção da terceira ponte no Estreito do Bósforo, diante da falta de financiadores internacionais. O governo, por sua vez, teve de reduzir o tamanho do projeto após fracassar nas ofertas pelo projeto, que era inicialmente estimado em US$ 6 bilhões.

Financiamento. Ainda assim, autoridades descartam visões de que a Turquia vai ter dificuldades para levantar cerca de US$ 300 bilhões em dívida para bancar seus projetos de infraestrutura. "Não haverá qualquer dificuldade de financiamento", garantiu o ministro dos Transportes, Binali Yildirim.
        "Devido às circunstâncias globais, todos estão em busca de países estáveis para investir, como a Turquia. Em todos os lugares há uma crise econômica ou uma guerra, mas nós temos estabilidade econômica e crescimento. Se os organismos internacionais não quiserem emprestar à Turquia, elas poderão muito bem manter seus recursos em caixa", desdenhou.
                Implementar os projetos será crítico para o premiê Erdogan à medida que as eleições se aproximam.
        Os arranha-céus que proliferam e agora são uma marca no horizonte de Istambul, os projetos de estradas que viram autoestradas quadruplicarem na última década e os resplandecentes shopping centers que são uma testemunha de uma demanda insaciável dos consumidores ajudaram a transformar a vida na Turquia.
       
                "A velha ordem já era, estamos entrando numa nova era", disse um maquinista de 40 anos, Erhan Buran, que conduziu o trem que transportou o ministro
Yildirim e a imprensa até o lado asiático de Istambul no último domingo. "Eu não poderia nem sonhar com um túnel como esse, e agora ele tornou-se real". Com Dow Jones Newswires
Como resultado, o apoio a Erdogan subiu a 50% nas eleições gerais de 2011, de 34% em 2002. Com o túnel Marmaray, Erdogan pretende fazer mais do que meramente conectar os dois lados de Istambul, onde o premiê já foi prefeito: ele também quer consolidar sua liderança ao atrelar a si próprio aos antepassados otomanos da Turquia e lançar as bases para a prosperidade do país no futuro.
  
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Nações Unidas criarão plano de defesa contra asteroides

 Planeta Terra ganhará em breve um grupo de defesa contra asteroides. A iniciativa será liderada pela ONU, que aprovou em Assembleia Geral medidas para proteger o planeta de objetos errantes.
 

Entre os pontos principais desse plano está a criação de um Grupo de Alerta Internacional Para Asteroides. Caso seja identificada uma ameaça, o Comitê Para Usos Pacíficos do Espaço coordenaria uma missão para lançar uma nave e destruir o objeto. As informações são da Scientific American.
A ideia do plano é permitir que os países compartilhem informações sobre objetos espaciais perigosos, evitando que episódios como o de fevereiro, em que um asteroide atingiu a Rússia de surpresa, não se repitam. Atualmente, não há uma agência com a tarefa específica de atacar ameaças desse tipo.
O astronauta Ed Lu, da Associação de Exploradores Espaciais (ASE na sigla em inglês), é um dos pioneiros da iniciativa.
"Há 100 vezes mais asteroides lá fora do que o número já encontrado", diz Lu. "Há cerca de 1 milhão de asteroides grandes o bastante para destruir a cidade de Nova York ou maiores. Nosso desafio é encontrar esses asteroides antes que eles nos encontrem."
Exame.com
 

domingo, 27 de outubro de 2013

A controvérsia no caso dos beagles do Instituto Royal

Interessante este artigo que mostra os dois lados do caso envolvendo os cães da raça beagle:
 
A controvérsia no caso dos beagles do Instituto Royal
 Por Ulisses Capozzoli
O episódio envolvendo a invasão do Instituto Royal para o resgate de 178 cães da raça Beagle, em São Roque, a 66 km de São Paulo, ao que tudo indica até agora gerou mais ruído e discussão sem sentido que oportunidade de reflexão sobre uma questão de enorme importância.
A invasão da unidade da empresa e retirada dos animais que serviam de cobaias para experimentos científicos veiculada de maneira um tanto sensacionalista pela mídia até agora só produziu dois blocos antagônicos: um favorável e outro contrário à operação.
A questão, no entanto, é mais complexa e não tem como ser encaminhada de forma promissora com apego, por exemplo, a certa ortodoxia legal, de um lado, e liberdade de ação ilimitada, de outro.
Daí a necessidade de uma reflexão mais equilibrada e promissora sobre o caso.
A invasão do Instituto Royal pelos ambientalistas faz sentido de um ponto de vista, digamos, histórico.
Mas a operação em si, independentemente de outras consequências, traz riscos que certa ingenuidade dos ambientalistas não considerou.
Vamos a cada uma delas.
A brutalidade e desamor com animais, especialmente os domésticos e em particular envolvendo cães, tratados pela mídia nos últimos tempos têm sensibilizado toda e qualquer pessoa com um mínimo de percepção e preocupação quanto aos direitos elementares que se deve ter com tudo o que vive: humanos e animais.
Nos dois casos, no entanto, o noticiário da TV em horário nobre, e as páginas de jornais e revistas, têm demonstrado a crise de valores em que vivemos e as consequências amplas e complexas dessa situação em termos de violência, brutalidade e desamor.
Animais mutilados, arrastados, presos a carros e motocicletas como forma de punição, espancados como via de liberação de rancor, ódio e outras formas de transgressões patológicas certamente criaram, no conjunto da sociedade, um sentimento de impunidade em relação aos infratores.
Sem falar dos odiosos rodeios de espetáculos grotestos, como as chamadas “festas de peão boiadeiro”, cópias precárias do que ocorre no Texas, nos Estados Unidos, e disseminadas pelo país como cogumelos que brotam em qualquer lugar.
Da mesma forma, os relatos de cães que aguardam fielmente pelo retorno de seus donos mortos e que jamais retornarão (caso de um mecânico e de um tratador, entre outros) sensibiliza e sugere que os animais podem ser mais sensíveis e “generosos” que boa parte dos humanos.
Certamente esse tipo de procedimento esteve presente na decisão dos ambientalistas em invadir a sede do Instituto Royal e liberar os 178 beagles utilizados em experimentos científicos exatamente por serem dóceis e gentis no trato.
Os advogados do Instituto alegam que a empresa tinha autorização legal para realizar pesquisas com os animais e que, portanto, os ambientalistas são raivosos, inconseqüentes e especialmente criminosos, neste último caso por mais de uma razão.
A verdade, no entanto, é que o fato de o Instituto Royal dispor de licença para pesquisa com os beagles é, certamente, uma situação necessária mas não suficiente e exatamente neste ponto pode estar o núcleo fundamental de toda a questão.
Isso significa que o Instituto, seguramente informado do inconformismo dos ambientalistas (nada disso ocorre da noite para o dia sem certa fermentação de ânimos), deveria ter tratado a questão mais cientificamente e, o que significa dizer com mais responsabilidade e eficiência.
E isso não aconteceu.
O Instituto Royal deveria ter convidado um grupo de representante dos ambientalistas, com participação do Ministério Público, para conhecer e discutir a situação dos animais.
E isso não aconteceu.
Os ambientalistas já haviam estimulado o Ministério Público a se pronunciar sobre a situação da pesquisa com os beagles, mas esse processo, como se sabe, é indesejavelmente lento, burocrático e, em boa parte dos casos, absolutamente frustrante.

Então, se o Instituto Royal não teve procedimento devido (procedimento científico, pode se dizer) para lidar com o entorno social em sua sede de pesquisa com animais, é preciso que isso seja formalmente reconhecido e que o Instituto seja responsabilizado por isso.
E, certamente,o mais importante que apenas a responsabilização do Instituto Royal por isso: que o reconhecimento dessa situação seja capaz de criar um ambiente novo e  promissor em relação ao uso de animais como cobaias na produção de medicamentos para humanos.
Pode-se, como defendem alguns, dispensar inteiramente o uso de cobaias vivas nesse tipo de investigação científica?
A resposta, aqui, está muito longe de um puro “sim” ou “não”.
É mais complexa e desafiadora.
E exatamente por isso deve ser analisada num contexto mais amplo e sempre com a preocupação de evitar, de forma crescente, o uso dessas cobaias vivas.
As razões para isso são de diversas ordens e uma delas é o elementar direito natural de os animais poderem viver de forma digna, da mesma forma que os humanos, ainda que ambos, homens e animais, partilhem neste momento de um mundo violento, insensível e aparentemente sem muita perspectiva de mudança no futuro imediato.
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) liberou, nesta semana, uma nota para a mídia condenando a invasão do Instituto Royal pelos ambientalistas e isso foi aproveitado pela empresa para se passar por vítima de truculência por parte dos ambientalistas.
Na verdade, a nota da SBPC não foi uma iniciativa muito inteligente, porque foi unilateral, restrita e para ser claro: ortodoxa e formal.
Para posicionar-se devidamente num caso como este a respeitabilíssima SBPC teria a obrigação de fazer uma reflexão mais ampla e colocar a questão na dimensão necessária.
E isso não aconteceu.
Quanto aos ambientalistas, invadindo o laboratório como fizeram, poderiam (ou podem) ter sido vítima de contaminações de que, provavelmente, sequer suspeitaram quando se decidiram pela iniciativa. Essa é uma situação ameaçadora que não pode ser desconsiderada nem em relação ao grupo invasor, nem em termos de saúde pública.
Também o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp (ex-presidente da SBPC) teve uma fala aparentemente mal humorada com jornalistas, quando se referiu a esse acontecimento e condenou de forma unilateral a invasão dos ambientalistas para liberar os 178 beagles cobaia do Instituto Royal.
 

O ministro Raupp, uma pessoa afável, brilhante e com julgamento criterioso e por isso mesmo equilibrado (eu o conheço há tempos e convivi profissionalmente com ele tanto no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, quanto na própria SBPC) soou autoritário e excludente em sua fala.
E isso foi uma grande pena.
O ministro disse que o momento de se debater o uso ou não de animais como cobaias em laboratórios já havia ficado para trás e com isso desqualificou sumariamente os ambientalistas.
Os fatos, no entanto, em casos como esse, não são definitivos da mesma forma que, em ciência, as coisas também podem não ser definitivas.
Uma teoria científica, por exemplo, só pode ser aceita se for refutável e isso significa que o destino de uma teoria científica é literalmente o de viver na corda bamba.
Numa noite desta semana o âncora de um canal de TV aberta e popular se meteu a comentar o caso da invasão do Instituto Royal, aparentemente encorajado pela sumária nota liberada pela SBPC.
O fato, no entanto, é que o pobre homem mal sabia do que falava, em um discurso superficial, obscuro, desinformado e por isso mesmo com todo potencial para aumentar a confusão sem lançar uma única semente com possibilidade de frutificar uma perspectiva mais inteligente, necessária e melhor fundamentada, envolvendo todos os protagonistas de uma história emblemática como a liberação dos 178 pequenos beagles do Instituto Royal em São Roque.
Scientific American.com
 

Como são recicladas as embalagens longa vida

Papel, alumínio e plástico compõem a fórmula da embalagem que, como o próprio nome diz, dá vida longa ao seu conteúdo. Ao criar uma barreira que impede a entrada de luz, ar, água, microorganismos e odores externos, essas caixinhas isolam alimentos como leite, sucos e molhos de tomate, dispensam refrigeração e permitem que produtos perecíveis sejam transportados em longas distâncias sem estragar. Além disso, são consideradas uma das embalagens mais leves do mercado – o peso de uma unidade corresponde a 97% de produto e 3% de embalagem.
Quase um milagre. Elas foram criadas na Suécia nos anos 1950 e ganharam o mundo com a praticidade tão característica dos tempos industriais. O milagre só não é completo porque as embalagens longa vida, quando jogadas no lixo, são um verdadeiro desperdício de recursos naturais - o que acontece com várias outras “invenções” humanas que hoje se acumulam indefinidamente no planeta. Afinal, jogar um pacotinho desses no lixo é dar cabo de um curto ciclo de vida do papel, alumínio e plástico, ao mesmo tempo.
A parte boaEmbora recente, já existe tecnologia para fazer a separação dos componentes e a reciclagem das embalagens longa vida – algo não muito simples. Uma vez que os elementos são “grudados” um no outro, é difícil separá-los. As fotos abaixo dão uma ideia bastante clara:
 
O gargalo do problema ainda é a abrangência da coleta seletiva especializada nesse tipo de resíduo. A Tetra Pak criou o Rota da Reciclagem, sistema que aponta a localização e o contato de cooperativas, pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis e comércios ligados à cadeia de reciclagem de embalagens longa vida em todo o território nacional. Mas nem todas as capitais brasileiras tem postos de coleta, o que impossibilita algumas regiões de entrar no (re) ciclo. Atualmente, mais de 35 indústrias reciclam as embalagens da Tetra Pak e estão localizadas nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Bahia e Distrito Federal.
Em 2011, 59 mil toneladas de embalagens foram recicladas no Brasil, o que representa 27,1% – um pouco acima da média mundial, que é de 21,6%, segundo o CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem). Em 2012, o número aumentou para 65 mil toneladas – e as projeções são de aumento para os próximos anos.
Como é feita a reciclagemO processo acontece em duas etapas. A primeira é a retirada do papel e posteriormente o processamento do plástico e do alumínio.
1. Nas fábricas de papel, as embalagens são jogadas em um “liquidificador gigante”, o hidrapulper (imagem acima). As fibras são agitadas com água e sem produtos químicos, hidratando-se e separando-se das camadas de plástico e alumínio. Após a separação, as fibras de papel podem se transformar em caixas de papelão, tubetes, chapas, palmilhas e produtos em polpa moldada.
2. Para separar o alumínio e o plástico, a Tetra Pak desenvolveu no Brasil a tecnologia se separação térmica em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP) e inaugurou a primeira planta do mundo para esse tipo de reciclagem em 2005. No processo, o plástico transforma-se em parafina e o alumínio (imagem abaixo) é recuperado com grau de pureza de mais de 90%. Ambos seguem principalmente para a indústria química.
3. Outro processo permite que o plástico e o alumínio sejam triturados e prensados a quente, transformando-os em uma chapa semelhante ao compensado de madeira que pode ser usada na fabricação de divisórias, móveis, pequenas peças decorativas e telhas. No caso das telhas, o plástico e o alumínio são picotados e passam por uma secagem. Então são cobertos por uma camada de filme plástico e prensado a quente. O polietileno derrete e adere ao alumínio formando uma resistente chapa. Ainda quente a chapa é colocada no molde da telha, onde adquire formato.
Superinteressante.com
 

sábado, 26 de outubro de 2013

O que os cientistas dizem do novo clima do Brasil

 
O clima brasileiro será bem diferente até o fim deste século. As estimativas mais seguras do que pode acontecer foram apresentadas hoje pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). Durante meses, alguns dos maiores especialistas do país avaliaram todo o conhecimento científico disponível sobre o tema para produzir o consenso das previsões para as próximas décadas. O esforço, promovido pelos ministérios de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, mobilizou 345 cientistas de universidades e centros de pesquisa desde 2009.
As principais conclusões estão na ilustração acima.
Os números ainda não são precisos. No campo dos modelos que preveem as mudanças climáticas, avaliar o que pode acontecer com a chuva está entre as tarefas mais difíceis. Isso porque a formação de chuvas não responde de forma automática ao aumento de temperatura média. Mesmo assim, o relatório atual já tem mais precisão do que as avaliações anteriores. Consegue dar um cenário para a Amazônia. Ao contrário do que muita gente imagina, a região é bem diversa. Seus climas sofrem influências diferentes e também responderão de forma não homogênea. Os novos modelos de computador mostram que há boas chances de o norte da Amazônia (Roraima e norte do estado do Amazonas) ter reduções de chuvas. O leste (região do Pará e Maranhão) também. Já outras porções da Amazônia ainda não são bem compreendidas. Faltam medições locais e mais investimento em pesquisas para os cientistas conseguirem entender os padrões de chuvas nesses lugares.
Outro dos aspectos críticos das previsões são as mudanças nos regimes de chuva. E mudança no volume de água disponível em algumas bacias hidrográficas importantes do país. Os rios do leste da Amazônia e do Nordeste brasileiro pode ter redução de até 20% na vazão. A bacia do rio Tocantins pode perder 30% do volume. Já a bacia do Paraná e do Prata pode ganhar de 10% a 40% de volume de água.
“O principal objetivo desse painel é levantar toda a literatura existente sobre o tema e chegar aos consensos científicos”, afirma Eduardo Assad, da Embrapa, coordenador do relatório. O trabalho também revelou que há algumas lacunas de conhecimento. “Sabemos muito pouco sobre as mudanças nos oceanos e nas zonas costeiras”, diz. Isso implica descobrir com mais segurança como mudarão as áreas de produção pesqueira ao longo de nossa costa. Também avaliar os impactos do aquecimento e das mudanças de acidez da água. Na medida em que o mar absorve o excesso de gás carbônico que jogamos na atmosfera, a água fica mais ácida. Isso afeta várias formas de vida, como peixes, crustáceos e corais. Hoje, os brasileiros sabem muito pouco sobre as consequências dessas alterações em curso na biodiversidade de nosso litoral.
Outra lacuna perigosa no conhecimento científico sobre o aquecimento diz respeito aos eventos extremos. São fenômenos como as chuvas torrenciais de verão que batem recordes históricos, provocam grandes enchentes e desabamentos, com perdas materiais e de vidas. “Pesquisas mostram que essas chuvas já estão aumentando em frequência e intensidade por causa do aquecimento global”, diz Assad. É razoável supor que as consequências danosas também aumentam. Mas não há estudos precisos mostrando como as cidades podem ficar mais vulneráveis com esse novo regime de tempestades de verão, para quantificar os prejuízos possíveis e orientar mais ações de prevenção. “Por mais que possamos imaginar que mais chuvas e mais fortes trarão mais desastres, não podemos extrapolar. Precisamos manter o rigor científico”, afirma.
Segundo Assad, a cautela pode parecer excessiva mas se justifica diante da pressão que os pesquisadores sofrem quando falam de mudanças climáticas. Virou um assunto sensível para qualquer cientista. “Tem muita gente torcendo para que a gente publique algo errado para questionar a credibilidade dos estudos sobre clima”, afirma.
O PBMC dividiu seu trabalho em três etapas. O primeiro relatório do grupo, sobre as bases científicas do aquecimento, foi divulgado há algumas semanas. O segundo relatório, divulgado hoje pelo painel, é dedicado aos efeitos das mudanças climáticas no Brasil. O terceiro e último relatório da série, sobre possíveis ações de mitigação, sairá em novembro. 
Época.com

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

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Espelhos gigantes iluminam cidade que ficava na sombra durante o inverno

A cidade de Rjukan, na Noruega, está localizada em um vale cercado por montanhas - tão altas que deixam a população completamente na sombra nos meses de inverno, entre setembro e março.
 Mas isso deve mudar com a instalação de grandes espelhos em seus topos.
 Martin Andersen, um dos idealizadores do projeto, diz que o objetivo dos espelhos é refletir parte da luz do sol que bate na montanha para a cidade. De acordo com ele, a ideia era muito lógica: já que havia sol no topo do vale, por que não refletir a luz para baixo?
 O fundador da hidrelétrica local teve ideia parecida há cem anos, mas na época não havia tecnologia suficiente.
O prefeito de Rjukan diz que os céticos agora festejam os efeitos dos novos espelhos, e que não há como negar que a ideia atraiu atenção de todo o mundo.

Sol sofre três explosões de radiação em apenas dois dias, registra Nasa

 
O Sol emitiu uma forte labareda nesta sexta-feira (25), atingindo seu ápice às 8h, no fuso horário de Brasília, informou a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana). Com isso, são três explosões solares identificadas pelo Observatório Solar Dinâmico em apenas dois dias.
Segundo a Nasa, as labaredas solares são potentes explosões de radiação. Apesar de nocivas, não conseguem atravessar a atmosfera da Terra para afetar fisicamente os seres humanos. No entanto, a radiação, quando intensa o suficiente, pode perturbar a atmosfera na camada onde estão GPS (sistemas de posicionamento global) e satélites de comunicações.
O efeito das explosões pode causar interferência em rádio-telecomunicações, nas trajetórias dos satélites artificiais, em linhas de potência e mesmo na aurora boreal. Em consequência das explosões solares, sinais de rádio podem ser interrompidos em qualquer lugar do planeta por minutos até horas.
A Agência Espacial explica que o aumento do número de erupções são bastante comuns no momento, pois o ciclo de atividade normal de 11 anos do Sol está perto das condições máximas. O primeiro registro de labaredas solares do atual ciclo ocorreu em fevereiro de 2011.
De acordo com Observatório Astronômico Frei Rosário, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), além da luz e do calor, o Sol emite um fluxo de partículas carregadas denominado vento solar. A velocidade de propagação desse fluxo é estimada em cerca de 450 quilômetros por segundo.
As variações no vento solar estão associadas às variações nas atividades das manchas solares e nas erupções de labaredas na superfície do Sol, também conhecidas como flares.
 

Astrônomos descobrem novo sistema solar com sete planetas

Astrônomos descobriram um raro sistema planetário com um número de planetas que se assemelha ao do sistema solar. Dois times diferentes de pesquisadores apontaram para a recente descoberta de um sétimo planeta ao redor da estrela anã KIC 11442793.
O sistema tem similaridades com o nosso sistema solar — que tem oito planetas —, mas todos os seus sete planetas orbitam muito mais próximos de sua estrela, que está localizada a cerca de 2,5 mil anos luz da Terra.
O sistema solar foi descrito em dois estudos colocados no Arxiv.org, um arquivo eletrônico para artigos científicos que ainda não foram publicados em um periódico cientifico.
Duas pesquisas
Uma das identificações foi feita por voluntários usando o site Planet Hunters. O site foi criado para permitir que voluntários tivessem acesso a dados públicos enviados pelo telescópio espacial Kepler da Nasa, que foi lançado para procurar os chamados exoplanetas – planetas que orbitam estrelas distantes.
Kepler usa o método de "trânsito" para descobrir novos planetas, o que significa procurar pelas curvas de luz deixadas por um planeta quando este passa em frente à sua estrela hospedeira. Mas a grande quantidade de dados existentes não permite que os cientistas examinem cada curva de luz, e por isso eles desenvolveram programas de computador para procurar a assinatura de um trânsito planetário.
"Este é o primeiro sistema de sete planetas registrado pelo Kepler. Nós acreditamos que a identificação é segura," disse Chris Lintott, da Universidade de Oxford, coautor do artigo do Planet Hunters.
O time de Lintott submeteu sua pesquisa ao Astronomical Journal para ser revisada. Outro time de astrônomos de vários países europeus submeteu um segundo estudo registrando sua descoberta do sétimo planeta à outra publicação científica, o Astrophysical Jounal.
Semelhanças
Todos os sete planetas estão bem mais próximo de sua estrela mãe em uma comparação com as distâncias dos planetas do Sistema Solar. Na verdade, todos caberiam dentro da distância entra a Terra e o Sol — mostrando um espaço bastante "lotado".
"Esta é uma das razões pelas quais eles são fáceis de ver, porque quanto mais perto eles estão de seu sol, mais frequentemente ele giram ao seu redor", disse Simpson.
O novo planeta é o quinto mais distante de sua estrela mãe, e leva quase 125 dias para completar uma órbita. Com um raio 2,8 vezes maior que o da Terra, ele faz parte de um grupo que inclui dois planetas com praticamente o mesmo porte da Terra, três "super-Terras" e dois corpos maiores.
"De certa forma, ele realmente se parece com o nosso Sistema Solar, com todos os pequenos planetas no interior e os grandes planetas na parte de fora. E isso não é necessariamente o que vemos normalmente", disse o coautor Robert Simpson, também da Universidade de Oxford.
Acredita-se que outra estrela, a HD 10180, tenha sete ou nove sinais planetários. Um sol distante chamado GJ 887C também pode ter uma família de sete planetas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

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Passagem de meteoro é registrada no interior de SP e intriga moradores

Uma 'bola de fogo', que cortou o céu em alta velocidade, por volta das 23h30 de quarta-feira, 23, encantou moradores de diferentes regiões do Estado de São Paulo e se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. O fenômeno foi registrado por moradores de Andradina, Jaboticabal, Bauru, Penápolis, e Tanabi, que postaram vídeos e discutiram o assunto na internet.
 
O professor Rodolfo Langhi, diretor do Observatório Didático Astronômico, da Unesp, de Bauru, analisou diversos vídeos com as imagens e chegou à conclusão que se trata de um meteoro, ou, menos provável, de lixo espacial, que em contato com gases, e devido à alta velocidade, sofreu um atrito muito forte, se incendiou e se desintegrou na atmosfera. "Trata-se de um bólido, um corpo rochoso, um meteoro com grande intensidade de brilho e fragmentação do corpo", diz. "É menos provável, mas também pode ter sido um satélite ou lixo espacial". Um dos vídeos tem mais de 10 segundos de duração. Nele, o meteoro, registrado em Andradina, aparece já com uma espécie de cauda, resultado da fragmentação.
A passagem da "bola de fogo" fez a alegria de quem a presenciou. "Estava na frente de casa, conversando com amigos, quando vimos a bola céu. Foi uma surpresa e tanto, contou o estudante João Victor Freitas, 16 anos, morador em Andradina. "A bola tinha uma cauda e por isso achamos que pudesse ser um cometa", disse.
Mas, segundo Langhi, não se trata da passagem do cometa ISON, prevista para ocorrer no Brasil, a partir de final de outubro e início de novembro, quando poderá ser visto a olho nu por alguns dias. Segundo Langhi, o meteoro passou a uma distância máxima de 100 quilômetros da terra, enquanto o cometa estará a 9 milhões de quilômetros de distância e por isso, aparentemente, estará em menor velocidade.
Estadão.com

Como é explorado o petróleo no fundo do mar


Japão aprova canhão espacial para explorar asteroide

 
A agência de exploração espacial japonesa Jaxa anunciou nesta quarta-feira ter testado com sucesso uma espécie de canhão espacial que deverá retirar amostras do subsolo do asteroide "1999JU3".
Este instrumento, uma combinação entre uma bomba e um canhão, equipará a sonda Hayabusa-2, que decolará no próximo ano para tirar amostras do asteroide em 2018 e trazê-las de volta à Terra em 2020.
Quando alcançar a órbita desejada do pequeno asteroide, a sonda Hayabusa-2 liberará este "canhão espacial" e depois ficará à espera do outro lado do asteroide. O canhão então lançará uma bala de metal sobre o asteroide para criar uma cratera na qual, posteriormente, pousará a sonda que vai recolher as amostras do subsolo.
Os cientistas da Jaxa consideram que é mais interessante analisar o subsolo que a superfície do asteroide, pois o material externa fica alterado por sua exposição permanente aos raios cósmicos.
Uma sonda similar ao Hayabusa-2 foi lançada em 2003 para tirar amostras do asteróide Itokawa, apesar de empregando uma técnica diferente.
Compreender os materiais dos corpos celestes pode ajudar, explicou Jaxa, a explicar melhor as condições de formação da Terra e a aparição da vida.
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

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Incêndio florestal pode ter relação com mudança no clima, diz ONU

 
Os incêndios florestais estão ligados ao aquecimento global e a ondas de calor cada vez mais intensas, informou nesta terça-feira (22) Christiana Figueres, secretária-executiva das Nações Unidas para o clima em uma entrevista concedida à CNN.
As declarações vieram à tona em um momento de acalorado debate na Austrália sobre a existência de um vínculo entre o aquecimento global e os incêndios, uma vez que o premier australiano, Tony Abbott, um cético do clima, chegou a descrever a ciência que atribui as alterações nas temperaturas do planeta às atividades humanas como uma "idiotice absoluta".
Consultada sobre o assunto, Christiana disse que existe um vínculo e prosseguiu informando que a "Organização Meteorológica Mundial não estabeleceu um vínculo direto entre este incêndio e as mudanças climáticas. Ainda. Mas o que é absolutamente claro é que a ciência nos diz que há um aumento de ondas de calor na Ásia, Europa e Austrália, e que elas vão se manter em intensidade e frequência".
Dados do Serviço de Meteorologia da Austrália mostram que 2013 caminha para se tornar o ano mais quente do país, superando o recorde anterior de 2005, segundo pesquisadores da organização sem fins lucrativos Climate Council.
De acordo com a instituição, o mês passado foi o setembro mais quente já registrado na Austrália, com temperaturas médias nacionais 2,75 graus mais quentes do que a média de longo prazo.
Existem no país discussões sobre a contribuição das mudanças climáticas para os incêndios sem controle a oeste de Sydney, que até agora destruíram centenas de casas e deixaram um homem morto. Figueres disse que a decisão de Abbott de anular uma taxação sobre emissões de carbono, projetada para combater as mudanças climáticas, terá um elevado preço político.
"Na verdade, já estamos pagando o preço do carbono", afirmou. "Estamos pagando o preço com incêndios florestais, estamos pagando o preço com secas".
Figueres pediu ação para enfrentar as crescentes emissões de gases de efeito estufa. "Poderíamos, como humanidade, adotar ações vigorosas e poderíamos ter um cenário muito, muito diferente. Este é o cenário que vale a pena examinar", acrescentou.
"Temos muito pouco tempo", acrescentou. "O importante é que nós ainda temos tempo, embora à medida que nós nos atrasarmos, estaremos fechando a janela para nós mesmos", concluiu.

China diz que condição climática ificulta dispersão de poluição

 
A luta da China contra a poluição atmosférica, problema que praticamente paralisou uma cidade de 11 milhões de habitantes nesta semana, está sendo atrapalhada pelas condições climáticas adversas, disse uma autoridade ambiental nesta terça-feira.
A qualidade do ar nas cidades chinesas é motivo de crescente preocupação para os líderes do país, já que esse problema leva as prósperas populações urbanas a se voltarem contra um modelo econômico que prioriza o crescimento acima de tudo - mesmo que isso destrua o ar, o solo e a água.
Nos últimos anos, o governo já anunciou vários planos para combater a poluição, mas aparentemente houve poucos progressos, especialmente no norte e nordeste.
Harbin, uma fria metrópole no nordeste chinês, praticamente parou na segunda-feira quando o índice de poluição atmosférica chegou a cerca de 50 vezes o limite máximo tolerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Essa névoa severa, acima de tudo, é causada pelas condições climáticas", disse Fang Li, diretor-adjunto do departamento municipal de proteção ambiental de Pequim, a jornalistas. "No momento, as emissões poluentes totais superaram a capacidade ambiental", acrescentou, ao apresentar novas medidas da capital chinesa para lidar com a névoa poluente.
Ele disse que no caso de Harbin a visibilidade ficou muito reduzida porque, coincidentemente, houve uma neblina forte no mesmo dia em que começou o uso da calefação invernal. "Se você equacionar poluição pesada com calefação de inverno, então o inverno inteiro seria assim. Não é possível", afirmou.
A calefação coletiva, acionada pelo governo numa data previamente marcada, atende a 65% da população de Harbin, segundo dados do ano passado citados pela imprensa estatal. Grande parte desse aquecimento vem da queima de carvão.
Em Pequim, a calefação central geralmente começa em meados de novembro. A fumaça emitida pelas usinas de calefação e pelas fábricas, os ventos do deserto do Gobi e os escapamentos de milhões de veículos muitas vezes se combinam para que a cidade passe dias coberta por uma camada de névoa. Em janeiro deste ano, o índice de poluição na capital chegou a 45 vezes o nível tolerado.
Fang disse que neste inverno boreal a prefeitura interditará obras e fábricas e proibirá fogueiras e churrascos ao ar livre se houver previsão de três dias de poluição em níveis preocupantes. Em casos excepcionais, acrescentou ele, poderá haver suspensão de aulas e restrições à circulação de veículos.

EUA pedem flexibilidade em novo acordo mundial sobre o clima

Cerca de 190 países concordaram há dois anos em firmar um pacto para suceder o Protocolo de Kyoto, o qual obrigaria todas as nações a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. O pacto deveria ser assinado até 2015, para entrar em vigor em 2020.
Os países vão reunir-se novamente no mês que vem em Varsóvia para definir o conteúdo e formato do novo acordo, mas os avanços têm sido lentos este ano.
Enquanto isso, vem crescendo o consenso no meio científico de que a humanidade é a responsável pelo aquecimento global, o que aumenta a pressão sobre os governos para comprometerem-se com cortes mais ambiciosos de emissões. Mas a maioria deles está concentrada em reavivar economias fragilizadas em vez de combater a mudança climática.
Em discurso numa conferência na Chatham House, em Londres, o enviado especial dos EUA para a Mudança Climática, Todd Stern, disse que será necessária flexibilidade para que um novo acordo possa ser ambicioso e justo. "A abordagem rígida é a inimiga", afirmou.
Para Stern, em vez de negociar metas e cronogramas, os países deveriam poder determinar os próprios níveis de compromisso, dependendo de suas circunstâncias e meios.
Isso poderia ser verificado em um período de consultas --antes de um acordo com compromissos-- durante o qual todos os países e órgãos externos poderiam revisar os dados, e no qual os países poderiam explicar por que suas propostas são justas e adequadas.
Em 2009, os EUA apresentaram uma proposta de cortes profundos em suas emissões, de 30 por cento abaixo dos níveis de 2005, a serem cumpridos até 2025, e de 42 por cento até 2030, mas o país ainda não reafirmou essa sugestão.
Segundo Stern, um acordo terá mais chance de funcionar se as normas que o governam forem menos rígidas.
Um sistema muito formal baseado em regras para alcançar metas, e em penalidades para quem não o cumpre, pode parecer bom, mas limitaria a participação e o interesse de muitos países, acrescentou. A natureza jurídica do acordo também precisa ser flexível.
Há dois anos, os países não especificaram exatamente quais seriam, do ponto de vista legal, as bases para o cumprimento de um novo pacto, o que abriu brechas para "um protocolo, um outro tipo de instrumento legal ou um acordo com força legal".
Os países estão nas etapas iniciais da discussão sobre quais aspectos de um novo acordo seriam obrigatórios, mas a insistência em que todos os pontos sejam de cumprimento internacionalmente obrigatório pode ser prejudicial, afirma Stern.
Mas críticos dizem que flexibilidade poderia enfraquecer um novo pacto climático, deixando as nações menos inclinadas a se comprometer com cortes rígidos de emissões ou a cumpri-los.
O novo acordo vai substituir o Protocolo de Kyoto, de 1997, pelo qual 35 nações industrializadas se comprometiam a cortar suas emissões até o final de 2012. No ano passado, o protocolo foi estendido para 2020, mas depois dessa data um novo pacto deve entrar em vigor.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

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Asteroide gigantesco pode atingir a Terra em 2032

 
No mês passado, um asteroide com cerca de 400 metros de largura passou perto demais da Terra. E a ~boa~ notícia é que ele vem nos fazer outra visitinha em 2032. Astrônomos ucranianos descobriram recentemente que esse asteroide gigante tem chances reais de atingir o nosso planeta.
O 2013 TV135, como ele é chamado, recebeu uma classificação número 1 na escala Torino Impact Hazard, o sistema que mede o perigo de destruição por impacto de asteroides. Isso significa que  ele “merece monitoramento cuidadoso” da NASA. É a segunda vez na história que um asteroide alcança esse nível de classificação. Para ter uma ideia do estrago que ele causaria, seu impacto pode gerar uma destruição similar a de várias bombas atômicas ao mesmo tempo.
 
 
 Agência Espacial Americana afirmou que não há o que temer, já que a probabilidade da colisão é de uma em 63 mil. “Em outras palavras, a atual probabilidade de não ocorrer o impacto em 2032 é de cerca de 99,998%“, disse Don Yeomans, gerente do programa “Near-Earth Object Program Office”. A verdade é que os cientistas ainda não sabem se o asteroide vai colidir com a Terra e muitos detalhes de sua trajetória orbital ainda estão desconhecidos. Até 2032, só resta torcer para que os astrônomos descubram a trajetória do asteroide com mais precisão…e o quanto antes.
Superinteressante.com

Estudo diz que risco de seca no sul da Amazônia é maior do que se pensava

 
Novo estudo publicado pela revista “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, alerta que a vegetação do sul da Amazônia tem um risco maior de mortalidade por causa da seca do que avalia o mais recente relatório de mudanças climáticas da ONU.
As medições de chuva apontam que, desde 1979, a estação seca amazônica tem aumentado em uma semana por década, enquanto a temporada de queimadas também tem se estendido.
O trabalho de Rong Fu, da Universidade do Texas, e sua equipe, contrasta fortemente com as previsões do painel climático da ONU, o IPCC, que considera que a estação seca na floresta amazônica deverá estar no máximo 10 dias mais longa até o fim do século, mesmo nos cenários mais negativos.
Segundo Fu, a duração da estação de seca é o mais importante fator de controle da floresta. “Se ela for muito longa, a floresta não sobrevive”, alerta o pesquisador. A estação de seca é importante porque o solo amazônico tem capacidade limitada de absorver água durante o período de chuvas, ou seja, a floresta tem um máximo de umidade de que disporá durante a estiagem.
Os autores acreditam que a mudança climática causada pelo homem é a explicação mais provável para o aumento da estação seca na Amazônia, pois bloqueia a chegada de frentes frias subtropicais, que poderiam estimular a precipitação sobre a floresta, e, além disso, dificulta que o ar quente e seco próximo ao solo se misturar com massa frias e úmidas mais altas.
A Amazônia, em geral, costuma absorver carbono da atmosfera. No entanto, quando passa por secas muito prolongadas, pode se tornar um ecossistema que libera carbono, contribuindo para o aquecimento global. Os pesquisadores alertam que, com o aumento das estações secas, esse processo pode se tornar norma, em vez de exceção.
G1

domingo, 20 de outubro de 2013

Fukushima dentro de um mês e meio, poderá ser palco do momento mais perigoso para a humanidade

Nós estamos agora, a cerca de um mês e meio do que pode ser o momento mais perigoso para a humanidade desde a crise dos mísseis em Cuba. Não há desculpas para não agir. Todos os recursos precisam estar focados no tanque de combustível do reator quatro de Fukushima.
A empresa proprietária de Fukushima, a Tokyo Electric (Tepco), diz que daqui cerca de 45 dias eles começarão a tentar remover mais de 1.300 tubos de combustível de um dos tanques que está bastante danificado a cerca de 50 metros do chão. Este tanque está em cima de um prédio muito danificado que está afundando, entortando e pode facilmente cair com o próximo terremoto ou até mesmo sozinho.
As quase 400 toneladas de combustível naquela piscina podem derramar 15 mil vezes mais radiação do que foi derramada em Hiroshima.
A única coisa certa sobre essa crise é que a Tepco não tem os recursos financeiros ou científicos para lidar com a situação. Nem mesmo o governo japonês. A situação demanda de um esforço mundial coordenado dos melhores cientistas e engenheiros que nossa espécie pode prover.
Por que isso é tão sério?
Nós já sabemos que milhares de toneladas de água muito contaminada estão vazando de Fukushima desde 2011 e indo direto para o oceano Pacífico. Já foram encontrados cardumes de sardinha com traços de contaminação na costa da Califórnia… E nós devemos esperar coisas muito piores.
O governo proibiu a pesca na região após encontrarem peixes com o nível de radioatividade 10 vezes acima do comum.
A Tepco continua a jogar mais e mais água na região dos três núcleos dos reatores destruídos para de alguma forma mantê-los resfriados. O vapor que sai destes indica que a fissão nuclear pode ainda estar ocorrendo no subsolo. Mas ninguém sabe exatamente onde estes núcleos estão.
Esta água jogada torna-se radioativa ao entrar em contato com o núcleo. Como não pode ser descartada, sua maioria está agora armazenada em milhares de enormes porém frágeis tanques que foram montados com pressa em volta do local. Muitos já estão vazando. Eles podem simplesmente se desmontar no próximo terremoto, liberando milhares de toneladas de veneno permanente no Pacífico.
A água que está sendo jogada no local está prejudicando as bases das estruturas que sobraram, inclusive a do prédio que suporta o tanque de combustível da unidade quatro.
Mais de 6.000 varas de combustível estão em um tanque apenas a cinquenta metros da unidade quatro. Algumas destas contendo plutônio. O tanque não tem nenhuma contenção extra, está vulnerável à perda do isolamento estrutural, ao colapso de algum prédio próximo, outro terremoto, outra tsunami e mais.
No geral, mais de 11.000 varas de combustível estão espalhadas ao redor da Fukushima. De acordo com o especialista do departamento de energia Robert Alvarez, há cerca de 85 vezes mais césio no local do que o que foi liberado em Chernobyl. Pontos de radioatividade continuam sendo encontrados em todo o Japão. Há indicações de áreas com grande incidência de problemas na tireoide de crianças.
A missão principal é que estas varas de combustível devem sair de alguma forma com segurança deste tanque de combustível do reator quatro o mais rápido possível.
Qual o risco que estas varas de combustível apresentam?
O combustível gasto têm de ser mantido de alguma forma debaixo da água. É revestido em uma liga de zircônio que irá entrar em ignição espontaneamente se exposto ao ar. Usado por muito tempo em lâmpadas de flash de câmeras fotográficas, o zircônio queima com uma chama extremamente clara e quente.
Cada bastão emite radiação o suficiente para matar alguém próximo a ela em questão de minutos. A ignição de uma poderia forçar toda a equipe a abandonar o local e deixaria equipamentos elétricos inutilizados.
De acordo com Arnie Gunderson, uma engenheira nuclear com quarenta anos de experiência em uma indústria que fabrica estas varas de combustível, as que estão dentro do reator da unidade quatro estão tortas, danificadas e trincadas ao ponto de quebrarem. As câmeras mostraram quantidades preocupantes de destroços no tanque de combustível, que parece estar bem danificado.
Os desafios de esvaziar este tanque são cientificamente enormes, diz Gundersen. Mas deverá ser feito com 100% de perfeição.
Se a tentativa falhar, as varas podem ser expostas ao ar e pegar fogo, liberando quantidades horroríficas de radiação na atmosfera. O tanque pode cair no chão, derrubando as varas juntas em uma pilha que poderia ativar a fissão e explodir. O resultado seria uma nuvem radioativa que ameaçaria a segurança e saúde do mundo todo.
Os primeiros vestígios de radiação que Chernobyl emitiu chegaram na Califórnia em dez dias. Os vestígios de Fukushima chegaram em menos de uma semana. Um novo incêndio no tanque de combustível do reator quatro pode derrubar uma corrente contínua de radiação venenosa por séculos.
O embaixador aposentado Mitsuhei Murada diz que se esta operação der errado, “destruiria o ambiente mundial e nossa civilização. Não é ciência astronômica ou se conecta com debates sobre plantas nucleares. Esse é um assunto sobre a sobrevivência humana”.
Nem a Tokyo Electric ou o governo do Japão pode fazer isso sozinho. Não há desculpas para não organizar um esforço em conjunto mundial dos melhores engenheiros e cientistas disponíveis.
O relógio está contando e não podemos evitá-lo. O desfecho de um possível desastre nuclear mundial está quase batendo na porta. Para ajudar, a melhor coisa que você pode fazer é passar esta informação para outras pessoas afim de mobilizar e conscientizar o mundo do perigo que estamos enfrentando e assim pressionar as autoridades a se organizarem.