quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Frase


Meteorito de 300 kg é encontrado na Polônia

Geólogos poloneses confirmaram a notícia do maior meteorito já encontrado no leste europeu, e esperam que a descoberta ajude a entender a composição da camada interior do córtex terrestre.
"Sabemos que o córtex terrestre é composto por ferro, mas não podemos estudá-lo. Aqui temos um 'convidado' do espaço exterior que é similar em sua estrutura e podemos examiná-lo facilmente", declarou o professor Andrzej Miszynski à imprensa em Poznan, no oeste da Polônia, onde a descoberta foi anunciada nesta quarta-feira.
O exame do meteorito "pode ampliar nossos conhecimentos sobre a origem do Universo", declarou o professor Mizynski, citado pela agência polonesa PAP.
Dois caçadores de meteoritos encontraram o objeto de 300 quilos, em forma de cone, no final de setembro, a dois metros de profundidade na reserva de meteoritos de Morasko, ao norte da cidade de Poznan.
Eles usaram um detector eletromagnético e "trata-se da descoberta mais importante deste tipo nesta parte da Europa", explicou Miszynski.
Os cientistas que examinam o meteorito na Universidade de Poznan pensam que ele caiu sobre a Terra há 5 mil anos e é composto principalmente de ferro, com rastros de níquel.
Até agora, cerca de 1.500 quilos de meteoritos (menores) foram descobertos na reserva de Morasko.
 

Bananas terão papel-chave na alimentação em mundo mais quente

Um relatório recém-divulgado afirma que as mudanças climáticas poderão fazer das bananas uma fonte alimentar crucial para milhões de pessoas.
A conclusão é parte de um relatório elaborado pelo Grupo Consultor de Pesquisas Agrícolas Internacionais (CGIAR, na sigla em inglês), uma entidade que reúne pesquisadores de todo o mundo e que visa reduzir a pobreza rural, aumentar a segurança alimentar e melhorar a saúde e a nutrição humana, fazendo uso de um gerencialmento sustentável de recursos naturais.
De acordo com o CGIAR, a fruta poderá vir a substituir a batata em alguns países em desenvolvimento.             
Atendendo a um pedido do Comitê da ONU para Segurança Alimentar, especialistas analisaram os efeitos de mudanças climáticas em 22 das mais importantes commodities agrícolas mundiais.
Eles preveem uma queda na produção de batata, arroz e trigo - três dos produtos agrícolas que mais oferecem fontes de calorias.
Eles afirmam que o cultivo de batata, que cresce melhor em climas temperados, poderá sofrer com aumentos de temperatura e mudanças climáticas.
Os autores afirmam no relatório que estas mudanças poderão oferecer ''uma oportunidade para o cultivo de certas variedades de bananas'' em regiões de altitude mais elevada, até mesmo nos locais em que atualmente batatas são cultivadas.
Opção ''Não é necessariamente uma fórmula mágica, mas haverá regiões em que, à medida em que as temperaturas forem aumentando, as bananas poderão ser um opção para os pequenos agricultores'', disse, em entrevista à BBC, Philip Thornton, um dos autores envolvidos no estudo.
O documento afirma que o trigo fornece a mais importante proteína e fonte de caloria derivada de um vegetal. Mas acrescentou que o cereal enfrentará dificuldades no mundo emergente, onde preços de algodão, mandioca e soja jogaram o trigo para terras agrícolas mais pobres, o que pode fazer com que o produto esteja mais vulnerável a problemas ligados às mudanças climáticas.
Cientistas afirmam que o feijão fradinho, conhecido na África subsaariana como ''carne de pobre'' é resistente a secas e se adapta melhor a climas quentes e, portanto, poderia ser uma boa alternativa à soja. Folhas de feijão também podem ser usadas como alimento para gado.
Em alguns países, como a Nigéria e o Níger, fazendeiros já estão trocando a produção de algodão pela de feijão fradinho.
De acordo com o estudo, é provável que também se deem nos próximos anos avanços na produção de fontes de proteína animal, como uma transição para uma pecuária extensiva para a intensiva.
''Isso é um exemplo de algo que já está acontecendo. Houve uma grande transição de criação de gado bovino para a criação de cabras no sul da África, algo que ocorreu em decorrência das secas. Quando fazendeiros percebem que há problemas em suas produções, eles realmente se dispõem a mudar. A mudança é realmente possível, não é apenas uma ideia louca'', disse Campbell.
IGCiência

Agricultura deve apostar em diversidade para enfrentar mudanças climáticas

A agricultura deverá diversificar seus métodos de produção para enfrentar as mudanças climáticas, que levarão a mudanças pequenas ou radicais, segundo as regiões, advertem especialistas reunidos em uma conferência internacional no Uruguai.
Em relação às "mudanças climáticas e à segurança alimentar, a escala do problema é enorme, por isso a adaptação vai exigir pequenas mudanças em alguns locais, mas em outros vai depender de uma adaptação total", disse à AP Bruce Campbell, Diretor do Programa de Pesquisa sobre mudanças climáticas do Grupo Consultivo para a Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR).
As mudanças climáticas e seus efeitos sobre a produção agrícola mundial são um dos temas centrais da Segunda Conferência Mundial sobre Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Agrícola para o Desenvolvimento (GCARD), que é realizada até esta quinta-feira na cidade de Punta del Este (140 km a leste de Montevidéu).
Produtores de todo o mundo "veem que estão acontecendo coisas muito estranhas com o clima, de modo que não se trata de 2030, 2040 ou 2050. O problema é hoje, já, são mudanças muito extensas com as estações que começam em momentos diferentes, (como) um ano com muita chuva, outro com seca", entre outras mudanças, explicou.             
Para Campbell, diante da dimensão do problema, "nenhuma solução pode ser descartada: os transgênicos são uma solução em certos locais e a agricultura orgânica é uma solução em outros".
Em algumas zonas do planeta será insuficiente implementar mudanças nos mecanismos de produção e alguns cultivos precisarão ser descontinuados, comentou Campbell. Por exemplo, na Nicarágua "agora se produz café e é provável que em 20 anos já não seja possível plantá-lo, sendo necessário mudar", sustentou.
"Há muitos exemplos de que a agricultura está fazendo as coisas de forma errada, então as soluções podem ser a intensificação da agricultura, mas tem que ser algo sustentável, o que significa diminuir a poluição com nitrogênio, não destruir a capacidade dos solos", entre outras medidas, concluiu o especialista.             
No âmbito das organizações sociais, Marcio Lima, representante da Cáritas Brasil, considerou que as soluções passam por "pensar e elaborar novas formas de produção de alimentos", mas acredita que estas devem ser como as plantações agroecológicas e experiências orgânicas, que estão sendo implementadas em vários pontos do Brasil, e que têm os pequenos agricultores locais como protagonistas.
Uma das prioridades que os agricultores devem perseguir para cuidar do meio ambiente e da sustentabilidade de seus cultivos será mudar "a matriz produtiva muito baseada nos insumos agrícolas", como os agroquímicos.
Lima comentou que o Brasil se encaminha para fechar o terceiro ano consecutivo como "campeão no uso de agrotóxicos".
"Em 2011, pelo segundo ano consecutivo, batemos o recorde do país que mais consome agrotóxicos no mundo" e esta realidade deverá mudar se as comunidades pretendem contribuir para frear a deterioração do meio ambiente, assegurou.
O certo é que "estamos lidando com um fenômeno global que tem impacto no local", refletiu, por sua vez, Walter Oyhantcabal, diretor do grupo de mudanças climáticas do ministério de Agricultura, Pecuária e Pesca uruguaio.
Para Oyhantcabal, os países devem centrar seus esforços em gerar alianças que facilitem a busca de soluções diante do problema.
IGCiência

Sobre os índios Guarani-Kaiowá...

O povo Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul não assistiu calado à ocupação de seu território. Pelo contrário, muitos resistiram desde que o território que hoje corresponde ao sul desse Estado foi incorporado ao Brasil, após o fim da Guerra do Paraguai. Sobretudo nas últimas três décadas - após a redemocratização brasileira - as manifestações das lideranças indígenas ganharam espaço no Estado, principalmente através da grande assembleia guarani, a Aty Guasu.
Após a guerra entre Brasil e Paraguai, entre 1864 e 1870, foi registrada detalhadamente a presença dos Guarani (falantes do dialeto Ñandéva) e Kaiowá na fronteira entre Brasil e Paraguai. Mesmo assim, foi assinado contrato entre o Estado brasileiro, à época um Império, e a Cia. Matte Larangeiras, permitindo a exploração da erva-mate na região em que estavam os indígenas. Os trabalhadores envolvidos no serviço da extração da erva-mate já eram Guarani. Como, para a realização desse extrativismo vegetal, não se expulsavam os indígenas do seu território tradicional, e, assim, havia poucos conflitos entre os Guarani-Kaiowá e não indígenas.
O SPI (Serviço de Proteção aos Índios), desconhecendo o modo de viver dos Kaiowá e Guarani e o modo de ocupar seus territórios, instituiu entre 1915 e 1928 oito minúsculas reservas. Nestas reservas esse órgão impôs um ordenamento militar, educação escolar, assistência sanitária e favoreceu as atividades das missões evangélicas que se instalavam na região. Os funcionários do SPI e outros colonizadores não se conformavam com o modo espalhado (sarambi) dos indígenas de ocupar o espaço. Era preciso concentrar os indígenas para possibilitar a ocupação de seus territórios. Várias famílias extensas estabeleceram morada nessas reservas do SPI, mas muitas outras continuaram vivendo nas matas da região. Entre as décadas de 50 e 80, durante a implantação das fazendas, muitos Guarani-Kaiowá trabalharam na derrubada de todo o mato da região que habitavam. Logo em seguida, os fazendeiros recém-assentados, aliados ao poder político da região e à ditadura em vigor, começaram expulsar e dispersar de forma violenta as famílias Guarani-Kaiowá dos seus territórios tradicionais.
Como reação a esses atos truculentos dos fazendeiros e seus capangas, emergiu na década 80 um movimento político pouco conhecido no restante do país, a grande assembléia guarani e kaiowá, Aty Guasu. O objetivo foi o de fazer frente ao processo sistemático de etnocídio, a expulsão e dispersão forçada das famílias extensas indígenas do seu território tradicional. Das Aty Guasu participam hoje centenas de lideranças Guarani-Kaiowá. Durante esses eventos, ao mesmo tempo em que ocorrem discussões políticas, se realizam também rituais para o fortalecimento da luta. É das Aty Guasu que partiram nas últimas décadas as reivindicações de demarcação de terras, além de denúncias e sugestões sobre possíveis soluções para o problema dos Guarani-Kaiowá.
Apesar das dificuldades, muitas das reivindicações, aos poucos, vêm sendo atendidas pelos poderes públicos. Além de organizar as Aty Guasu, os Guarani-Kaiowá passaram a reocupar partes de seu território que já se encontravam identificada, mas ainda permaneciam na posse de fazendeiros. Depois da retomada desse pedaço da terra, os indígenas mudavam definitivamente para essas áreas, saindo das reservas do SPI ou das margens de rodovias onde se encontravam assentados depois de terem sido expulsos pelos fazendeiros. Ao mesmo tempo em que se organizou o movimento de retomada/reocupação de território tradicional Guarani-Kaiowá, os fazendeiros se organizaram e passaram a recorrer destacadamente a duas instâncias de poderes adversos para reprimir e extinguir o movimento indígena. Primeiro, passaram a recorrer a pistoleiros – que eles, recorrendo a um eufemismo, chamam de “seguranças armados” –, que despejam os indígenas dos locais reocupados, além de assassinar, massacrar, torturar crianças, mulheres e idosas indígenas. Os pistoleiros e seus contratantes agem impunemente há décadas na região e já atuaram dezenas de vezes contra grupos indígenas que retomavam suas terras.
Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram.
No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.
De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.
Artigo de Tonico Benites - Antropólogo, professor e doutorando ( UFRJ) - Guarani- Kaiowá

Sobre o "Dia das Bruxas"...

O Halloween é uma festa comemorativa celebrada todo ano no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos. Ela é realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos. Neste país, levada pelos imigrantes irlandeses, ela chegou em meados do século XIX.
Acredita-se que originou-se com o antigo festival Celta, o Samhain, quando as pessoas acendiam fogueiras e usavam trajes para afastar fantasmas.
No século VIII, o Papa Gregório III designou o dia primeiro de novembro como um momento para homenagear todos os santos e mártires; esse feriado, o Dia de Todos os Santos, incorporou algumas tradições do Samhain. A noite anterior era conhecida como "All Hallow's Eve" (Véspera do Dia de Todos os Santos), e mais tarde Halloween, popularmente conhecido como Dia das Bruxas.
Com o tempo, o Halloween evoluiu para um evento secular e da comunidade, caracterizado por atividades infantis como, por exemplo, o "Gostosuras ou travessuras". Em vários países ao redor do mundo, como os dias ficam mais curtos e as noites ficam mais frias, as pessoas continuam a inaugurar a temporada de inverno com encontros, fantasias e doces.
História do Dia das Bruxas
A história desta data comemorativa tem mais de 2500 anos. Surgiu entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros.
Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.
Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).
Símbolos e Tradições
Esta festa, por estar relacionada em sua origem à morte, resgata elementos e figuras assustadoras. São símbolos comuns desta festa: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein.
As crianças também participam desta festa. Com a ajuda dos pais, usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura”. Felizes, terminam a noite do 31 de outubro, com sacos cheios de guloseimas, balas, chocolates e doces.
Halloween no Brasil
No Brasil a comemoração desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois valorização e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.
Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado.
Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci (comemorado também em 31 de outubro).
 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Frase


Curiosity encontra em Marte minerais semelhantes ao de vulcão havaiano

Cientistas afirmaram hoje que o solo de Marte contém minerais similares aos encontrados no vulcão Mauna Kea, no Havaí.
As descobertas anunciadas nesta terça-feira (30) representam o último passo para o melhor entendimento para saber se o ambiente no planeta vermelho seria acolhedor para vida microbiana.             
O jipe-robô Curiosity ingeriu a primeira amostra de solo e usou um de seus instrumentos para destrinchar os minerais contidos na amostra. Uma análise revelou que continha feldspato e olivina, minerais tipicamente associados a erupções vulcânicas.
O Curiosity pousou no solo marciano em agosto em uma cratera próxima ao equador de Marte. Durante este período, enviou milhares de fotos do planeta vermelho, fotografou eclipse em Marte e encontrou indícios de um antigo rio. Atualmente o planeta vermelho é seco e coberto de poeira, mas cientistas acreditam que no passado era mais quente e úmido.
IGCiência

Especialistas discutem possíveis vínculos entre mudanças climáticas e furacões

Para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), existe um vínculo provável entre as mudanças climáticas e os furacões.
A organização prevê que estes fenômenos serão mais intensos no século XXI, embora a questão seja objeto de intenso debate entre os especialistas.
"A pesquisa científica sobre o impacto das mudanças climáticas nos furacões é um tema que continua em aberto", declarou Serge Planton, encarregado do grupo de pesquisas climáticas do serviço meteorológico francês Meteo France.             
Para ele, "a complexidade do fenômeno - um furacão depende da temperatura da superfície do mar, mas também da estrutura dos ventos em todo o volume da atmosfera - não responde de forma linear, simples, ao aquecimento global".             
Em seu último relatório sobre eventos climáticos extremos, o IPCC considera difícil assegurar que tenham aumentado a intensidade, a frequência ou a duração dos furacões nos últimos 40 anos, quando se iniciaram as observações por satélite.
No entanto, no Atlântico Norte, onde Sandy se originou, "aumentou o número de furacões, em particular os de maior envergadura", avaliou a agência nacional americana oceânica e atmosférica (NOAA).
"Quarenta anos é muito pouco tempo para tirar conclusões" relativas à possível incidência das mudanças climáticas neste aumento, avaliou Planton.
No entanto, um estudo publicado nesta terça-feira na revista Proceedings, da Academia de Ciências dos Estados Unidos (PNAS), tende a confirmar esta incidência do aquecimento global.
Após reconstituir as variações do mar no Golfo do México desde 1923, os investigadores chegaram à conclusão de que "as temporadas de ciclone dos anos quentes foram mais ativas do que as dos anos frios".
Com base em modelos, o IPCC considera "provável" que não haja mais ciclones ou que inclusive haja menos, mas que sejam mais intensos, mais chuvosos e com mais ventos.
Embora os estudos disponíveis sobre o Atlântico Norte tendam a confirmar estes prognósticos, "há uma incerteza sobre estas projeções e são necessárias outras pesquisas", afirmou a NOAA.
No entanto, para Tom Mitchell, encarregado do tema no Instituto de Desenvolvimento de Ultramar britânico, há "já muita coerência entre o que se vê no mundo e os prognósticos do IPCC sobre os eventos extremos".
IGCiência

Atlas da ONU mostra riscos para a saúde relacionados ao clima

Duas agências da ONU apresentaram esta segunda-feira um "atlas da saúde e do clima", um novo instrumento destinado a ilustrar com mapas quais são os riscos para a saúde em caso de mudanças climáticas ou condições meteorológicas extremas.
"Um mapa vale 1.000 palavras", declarou, ao apresentar o atlas, Margaret Chan, diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao lado de Michel Jarraud, secretário geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Este documento "científico", que será publicado em todos os idiomas da ONU, apresenta gráficos, desenhos, mapas geográficos e meteorológicos distribuídos em cinquenta páginas, bem como uma ilustração de várias doenças relacionadas com o clima (malária, diarreia, meningite, dengue).
Este atlas, afirmou Chan, pode ser usado como guia para ajudar aos tomadores de decisão a prevenir algumas doenças relacionadas com o clima.
Chan deu como exemplo os países subsaarianos, afetados anualmente por ventos quentes que transportam o vírus da meningite.
Se chegarmos a saber com antecedência quando chegam estes ventos, isto "nos permitirá lançar alertas e iniciar campanhas de vacinação antes da chegada dos ventos", declarou Chan.
Michel Jarraud destacou que as fortes ondas de calor, como a experimentada pela Rússia pela primeira vez há dois anos, podem ocorrer a cada 5 ou 10 anos até o fim do século.
É importante primeiro prevenir as pessoas idosas, que segundo as previsões da OMS serão maioria até 2050.
Exame.com

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

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Mudança climática torna chuvas do Pacífico Sul imprevisíveis, diz estudo

As alterações que a mudança climática devem provocar nos padrões das ilhas do Pacífico Sul serão extremas e imprevisíveis, segundo um estudo publicado neste domingo pela edição online da revista científica “Nature Climate Change”.
As chuvas na região devem ser afetadas de duas maneiras opostas. Por um lado, o aumento na temperatura tende a aumentar o volume de chuvas localmente. Por outro, a evaporação da água dos oceanos será alterada.
A simulação conduzida pela equipe de Matthew Widlansky, do Centro Internacional de Pesquisas do Pacífico, na Universidade do Havaí, nos EUA, mostrou que a região equatorial passará a receber mais chuva, o que pode causar seca nas ilhas mais ao sul.
Com a simulação, os cientistas concluíram que a coincidência entre os dois fatores cria um cenário em que é muito difícil prever as precipitações de chuva.
A região do Pacífico Sul, na Oceania, é composta por arquipélagos como Tonga, Fiji e Samoa. Essas ilhas, muito baixas e vulneráveis às mudanças do oceano, também sofrem com a ameaça do aumento do nível do mar, outra possível consequência do aquecimento global.
G1

Especialista: risco de furacões na América do Sul é mínimo

Na América do Sul, especialmente no Brasil, o risco de ocorrer furacão é mínimo devido à ausência da combinação de fatores essenciais ao fenômeno: aquecimento da água do oceano e ventos constantes e fracos. Portanto, a ameaça do Furacão Sandy, que atingiu o Caribe e agora chega à Costa Leste dos Estados Unidos, não deve preocupar quem vive na América do Sul. Um furacão pode variar de 1 a 5, da escala Saffir-Simpson – a partir do nível 3 que é acima de 178 quilômetros por hora, o fenômeno é considerado grave.
A análise à Agência Brasil foi feita pelo professor de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, Ernani Nascimento. Ele é considerado um dos principais estudiosos em furacões do país. “O Atlântico Norte e os ventos daquelas regiões têm os combustíveis essenciais para a ocorrência de um furacão”, descreveu ele.
Nascimento acrescentou que o atual período do ano favorece a combinação de aquecimento da água com ventos fracos e constantes nos países cercados pelo Oceano Atlântico Norte. Segundo ele, essa é uma das principais causas dos furacões.
Porém, o professor disse que é impossível avaliar se as mudanças climáticas, que vêm ocorrendo nos últimos anos, acentuaram as possibilidades de furacões no mundo. De acordo com Nascimento, é necessário aguardar mais, pelo menos, uma década para fazer a avaliação. No entanto, ele ressaltou que há estudos que mostram que as mudanças podem estimular, sim, a ocorrência de furacões.
Nascimento observa de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a passagem do Furacão Sandy pelo Caribe e pelos Estados Unidos. Por enquanto, o rastro do furacão deixou pelo menos 50 mortos no Caribe. Nos Estados Unidos, as autoridades temem porque a chegada do furacão está associada à passagem de duas tempestades.
Especialistas norte-americanos analisam que as tempestades podem estimular o furacão a seguir do Leste dos Estados Unidos para o Oeste do país, situação que pode ser agravada com a mudança da lua que influencia a alta das marés. Como precaução, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decretou estado de emergência em várias cidades, enquanto as autoridades locais suspenderam voos, o funcionamento do transporte urbano e das escolas.
Exame.com

Chegada do homem a Marte pode ser ameaça para o planeta

Cientistas afirmam que a chegada do homem a Marte pode ser uma grande ameaça para o planeta vermelho, uma vez que trilhões de micróbios viajariam com cada astronauta que pisar em solo marciano. Enquanto esses micróbios evoluíram em milhares de anos para ajudar as pessoas a fazerem tudo, desde digestão a impedir bactérias de prejudicar vidas, não existe explicação em como eles poderiam interagir com o ambiente do planeta.
De acordo com o jornal britânico Daily Mail, agências espaciais estão repensando maneiras de minimizar os riscos de contaminação. "Se tivermos astronautas humanos em Marte, não existe forma de esteriliza-los. Eles estariam 'vomitando' milhares de micróbios a cada segundo. Seria um grande problema", explicou Cynthia Phillips, do Instituto de Pesquisa à Inteligência Extraterrestre, dos Estados Unidos.
Robôs como a Curiosity da Nasa, que pousou em Marte no dia 5 de agosto, podem ser limpos, mas ainda não existe forma de fazer o mesmo com exploradores humanos. Os dados que a sonda Curiosity está coletando do território vermelho podem ajudar cientistas a entender o quão sensível a superfície do planeta pode ser para contaminação.
O fundador da empresa americana SpaceX, Elon Musk, afirmou que pretende mandar astronautas para Marte em 15 anos; e a empresa holandesa Mars One quer pousar uma nave com quatro pessoas no planeta em 2023 como os primeiros passos para estabilizar uma colônia permanente por lá. O Tratado do Espaço Externo de 1967 diz que países podem ser responsáveis por atividades interplanetárias de empresas privadas em suas fronteiras, e podem ser levados a julgamento internacional com acusações de contaminações a outro planeta.
"Se você quer ser um bom cidadão do Sistema Solar, seguirá as regras de proteção planetária, assim como você recolhe o lixo e não espalha poluição no país", afirma Cassie Conley, oficial de proteção planetária da Nasa.

Astrônomos "caçam" Plutão para proteger espaçonave de choque

Astrônomos estão constantemente monitorando Plutão com o objetivo de obter uma maior confiança para afirmar que não haverá risco de a sonda americana New Horizons, que será enviada ao espaço em julho de 2015, se chocar com o planeta anão durante a trajetória. A espaçonave passará muito próxima do astro e suas luas e ainda existe uma possibilidade de sua posição interferir na viagem.
O astrônomo do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, Roberto Vieira Martins, explica que há uma falta de confiabilidade muito grande nas efemérides do planeta. "Isso porque ninguém costuma corrigir os dados em função da refração (causada pela atmosfera)", afirma. Vieira e sua equipe monitoram Plutão para tentar executar essa correção apropriada dos dados e dar mais confiança às estimativas de posição e distância do planeta. São observadas as variações de brilho e sumiço temporário da estrela em que plutão passa à frente. Com isso, os pesquisadores conseguem dados importantes da dinâmica do sistema plutoniano. O trabalho, até agora, envolveu 151 noites de observação no Observatório Pico dos Dias, em Itajubá (MG), 13 noites no telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO), compreendendo um período de 17 anos.
Folha.com

domingo, 28 de outubro de 2012

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O futuro chegou

Convenção em Londres reúne objetos imaginados pelos roteiristas de "Jornada nas Estrelas" que viraram realidade:


Um aparelho de teletransporte, uma injeção indolor, um sensor que, passado sobre o corpo, diagnostica várias doenças. Equipamentos capazes de realizar essas proezas já estão por aí, mas continuam parecendo obra de ficção. Há mais de quatro décadas, eram inimagináveis, exceto para os criadores e roteiristas do seriado de tevê “Jornada nas Estrelas” (Star Trek). O programa original, exibido entre 1966 e 1969, contava as aventuras pelo espaço do Capitão James T. Kirk e sua tripulação dentro da nave Enterprise, no ainda longínquo século XXIII.
 
 
 TELETRANSPORTE
Em “Jornada nas Estrelas”, o “transportador” movia pessoas de um
local para outro em segundos. Na vida real, uma equipe de cientistas europeus
teletransportou partículas a uma distância de 143 km usando lasers
A saga intergaláctica continua tão forte no imaginário coletivo que, mesmo tendo a série original acabado há mais de 40 anos, continua gerando eventos temáticos. O mais recente foi o Destination Star Trek, uma convenção encerrada no domingo 21 em Londres. Nela, atores conversaram com os fãs e foram exibidos figurinos, peças dos cenários e objetos futuristas para a época. Um dos motivos para o sucesso duradouro é que as tramas exibidas na telinha eram convincentes, mesmo sendo fantasiosas. “A série nunca subestimou seus espectadores. Não apenas a ciência mostrada era explicada, como a história tinha uma continuidade, visual e conceitual”, diz Larry Nemecek, ator, autor de livros e consultor de documentários sobre a série. Também trabalhou como roteirista de um dos episódios de “Jornada nas Estrelas – Voyager”, a quarta encarnação da série original.

“Na minha opinião, a série respeitava a ciência real. Astronomia, planetas, estrelas e a extensão da nossa galáxia foram tratados de forma única”, diz David Batchelor, fã da franquia e tecnólogo aeroespacial no Centro de Voos Espaciais Goddard, da Nasa. “Ela inspirou cientistas e engenheiros que eu conheço hoje a seguir essa carreira. Graças à série, outros estudantes foram influenciados a entrar para áreas como a medicina ou a Ciência da computação", afirma.
 
 
Ao respeitar conceitos científicos, o criador da série, Gene Roddenberry, e seus roteiristas acabaram prevendo muitas tecnologias que só iriam se tornar reais anos ou décadas mais tarde. “É difícil encontrar um dispositivo ou tecnologia imaginados em “Jornada nas Estrelas” que não tenha sido reproduzido pela ciência ou que pesquisadores não tenham pelo menos tentado imitar”, diz Nemecek.

O “comunicador” nada mais é do que o nosso celular. O PADD, dispositivo sensível ao toque, pode ser comparado aos tablets atuais. Os “phasers”, armas que emitiam feixes de energia, lembram os tasers, que imobilizam o alvo ao disparar uma descarga elétrica. Tomografia computadorizada, scanners e ressonância magnética são parentes dos equipamentos médicos à disposição de Kirk, Spock e demais tripulantes.
 
Até coisas mais banais hoje, como análises de banco de dados, pareciam futurísticas na série. “No episódio ‘Semente do Espaço’, um criminoso é identificado por registros em um computador. Essas cenas certamente inspiraram departamentos policiais a pressionar por equipamentos mais modernos, que fazem isso hoje”, opina David Batchelor. “Roddenberry foi policial antes de trabalhar na tevê, então talvez essa fosse uma de suas fantasias”, diz.

Tecnologias mais avançadas, como dispositivos de invisibilidade, teletransporte e “dobras espaciais” – meio de propulsão de naves mais rápido do que a luz –, encontram um paralelo com a ciência real, ainda que em estágios preliminares de pesquisa. A série também deu suas “viajadas” e cometeu equívocos. “Em ‘O Inimigo Interior’, o Capitão Kirk é duplicado ao passar pela máquina de teletransporte, dividindo-se entre um gêmeo ‘bom’ e o outro ‘ruim’. Isso não é nada realista”, afirma Batchelor.
 
Mas, no geral, os roteiristas conseguiram não só inventar criaturas cheias de personalidade, com suas fraquezas e pontos fortes, como também imaginar um universo convincente. “Gene Roddenberry queria que os espectadores acreditassem em seus personagens e naquele cenário futurístico”, diz Nemecek. Acabou indo além. Passadas mais de quatro décadas, a série continua inspirando cientistas no mundo todo, pois a jornada tem de continuar.
IstoÉ.com 
 
 

Peixe de Fukushima continua impróprio para consumo, aponta estudo

Os peixes do litoral da Província de Fukushima - região atingida por terremoto, tsunami e acidente nuclear em março do ano passado - continuam apresentando níveis de radioatividade que os tornam impróprios para o consumo, de acordo com as rígidas normas de segurança estabelecidas pelo próprio Japão. A situação dos peixes é sinal, segundo artigo publicado hoje na revista Science, de que a usina nuclear continua a vazar contaminantes radioativos no oceano. Desde o acidente, o governo japonês tem feito monitoramentos mensais em amostras de peixes, crustáceos e algas marinhas coletadas em Fukushima e nas províncias vizinhas. Os relatórios têm constatado que, quanto maior a proximidade de Fukushima, maior o risco de encontrar peixes contaminados.             
Na região próxima ao vazamento de material radioativo, 40% das espécies de peixes que vivem no fundo do mar tinham nível de césio acima do limite de segurança estabelecido pelo Japão, de 100 becquereis por quilo. Até abril deste ano, esse limite era de 500 bq/kg. A tolerância foi reduzida pelo governo com o objetivo de estimular a confiança para o consumo dos produtos domésticos. Porém, como aponta o cientista Ken Buesseler, pesquisador do Instituto Oceanográfico Woods Hole e autor do artigo da Science, o efeito foi o contrário. O fato de a população passar a ver com maior frequência produtos considerados impróprios para o consumo aumentou ainda mais a ansiedade pública no Japão, país que apresenta um dos maiores consumos per capita de frutos do mar.
     Durante o acidente, 80% do material radioativo que vazou da usina Daiichi foi parar no oceano. Parte foi levada pelos ventos e parte foi diretamente jogada no oceano pelas águas usadas para resfriar as turbinas da usina. Para Buesseler, a maior radioatividade identificada em peixes do fundo do mar aponta para um possível vazamento contínuo. "Precisamos de um entendimento melhor das fontes e vazamentos de césio e outros radionucleotídeos que continuam a provocar o que temos visto no oceano próximo a Fukushima", diz. Emico lembra que, no caso do acidente de Chernobyl, em 1986, vários rios da região foram contaminados com césio-134 e césio-137. Em cerca de 15 anos, a contaminação dos peixes desses rios diminuiu em quase 93%.
No limite
De acordo com a física Emico Okuno, professora do Departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da USP, o novo limite estabelecido no Japão é dez vezes inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "É um limite de precaução", diz Emico. No caso dos peixes das províncias vizinhas a Fukushima, a quantidade de radioativos é similar à encontrada em alimentos que consumimos habitualmente. Já na própria região do acidente, a situação é outra: "Muitos dos peixes de Fukushima não devem ser consumidos, pois estão altamente contaminados. A ingestão contínua pode causar câncer no futuro." A física destaca o fato de que a contaminação parece não ter se dispersado.
IGCiência

Estamos mais perto dos E.Ts

Se o desígnio da humanidade for um dia colonizar as estrelas, nas grandes navegações do futuro Alfa Centauri será um destino preferencial. Caso exista uma segunda Terra a povoar, é lá que ela deve se esconder. O sistema Alfa Centauri é composto de três estrelas. Alfa Centauri A e B têm dimensões próximas do Sol e orbitam uma em torno da outra. A terceira estrela, Proxima Centauri, é muito menor e gira em torno das outras duas. As três estrelas ficam a 4,3 anos-luz de distância (ou 41 trilhões de quilômetros). É uma distância inatingível com a tecnologia atual. Ainda assim, o sistema Alfa Centauri é o vizinho mais próximo de nosso Sistema Solar.
Essa vizinhança aumenta a importância do anúncio feito na semana passada por astrônomos europeus na revista britânica Nature. Os cientistas usaram o Observatório Europeu Sulino, no Chile, para detectar um planeta rochoso do tamanho da Terra em órbita de Alfa Centauri B. Apesar do nome nada criativo, o planeta Alfa Centauri Bb é a descoberta mais aguardada desde que os primeiros planetas de outros sóis (os extrassolares) começaram a ser detectados em 1992. Já são conhecidos 842 planetas. Outros 2.300 aguardam confirmação.
 
O achado de Alfa Centauri Bb é o ápice de uma série recente de descobertas que aumentaram as chances de encontrarmos vida extraterrestre. Além de planetas como a Terra ser mais comuns por aí do que se imaginava, pesquisas em microbiologia vêm mostrando que as bactérias, as formas primitivas e onipresentes de vida, conseguem proliferar em condições mais adversas do que se previa. E mais: novas evidências sugerem que, havendo chance, a vida se instala e evolui mais rápido do que se supunha. Tudo isso significa que as possibilidades de esbarrarmos em mundos habitados lá fora se multiplicaram. Só não espere ETs muito evoluídos ainda.
Alfa Centauri Bb, propriamente dito, não é um mundo hospitaleiro. É infernal, com temperaturas de 1.200 graus. Tem uma órbita equivalente à de Mercúrio, o planeta mais próximo de nosso Sol. Uma segunda Terra precisaria estar na região em torno de uma estrela onde as temperaturas são amenas o suficiente para permitir a existência de água em estado líquido na superfície, conhecida como zona habitável. A Terra fica bem no meio da zona habitável do Sistema Solar. Marte, no limite externo, é gelado. Vênus é um forno. Alfa Centauri Bb não está numa órbita amena, mas saber que existe suscita grandes esperanças de achar um planeta capaz de abrigar vida. A experiência mostra que planetas não costumam andar sozinhos. Os 842 planetas conhecidos fora do Sistema Solar se congregam em 664 sistemas planetários. Segundo um dos autores da pesquisa, o suíço Stephane Udry, “achar um planeta pequeno (como Alfa Centauri Bb) significa haver uma grande probabilidade de encontrar outros, incluindo na zona habitável”.
Quantos planetas não se esconderiam no sistema Alfa Centauri? Detectar todos passou a ser uma prioridade da astronomia. Uma vez achado um gêmeo da Terra – algo com chance de ocorrer na próxima década –, o passo seguinte seria identificar os elementos químicos de sua atmosfera alienígena. Isso é possível com observatórios astronômicos de alta precisão. Se os instrumentos revelarem traços de água, oxigênio e nitrogênio, seria um planeta candidato a abrigar vida. Caso encontrem carbono, o elemento constitutivo da vida, melhor ainda. Mas seria vida bacteriana, multicelular ou inteligente? O astrônomo americano Carl Sagan costumava dizer que “suposições extraordinárias exigem evidências extraordinárias”. A única forma de verificar seria ir até Alfa Centauri.
Daqui até lá é uma boa esticada. Um fóton, uma partícula de luz cruzando o espaço a 300.000 quilômetros por hora, completa 7,5 voltas na Terra em um segundo. Nessa velocidade, ele levaria 4,3 anos para atingir Alfa Centauri. Se vivêssemos no século XXIII fictício do seriado Jornada na estrelas e estivéssemos zunindo no espaço a bordo da nave estelar Enterprise, bastariam sete dias, 14 horas, 38 minutos e 24 segundos para visitar Alfa Centauri. Na vida real, limitada à tecnologia de transporte espacial existente, uma nave precisaria de 76.850 anos para completar o percurso, voando a 17 quilômetros por segundo, a velocidade da sonda Voyager I, o veículo mais rápido já disparado pelo homem.
No futuro, talvez o engenho humano consiga criar meios para viajar muito mais rápido. Uma nave que acelere a 30% da velocidade da luz levaria menos de 13 anos para alcançar o sistema Centauri. Seria um tempo de viagem aceitável para futuros astronautas, dispostos a embarcar numa travessia sem volta para colonizar as estrelas? Era esse o motivo da saga interplanetária da família Robinson, os heróis do seriado Perdidos no espaço. Sua missão era iniciar a colonização de um planeta em Alfa Centauri. Perderam-se pelo caminho. Se tivessem conseguido, o que encontrariam?
 
 
Quanto mais os biólogos investigam os locais inóspitos de nosso planeta, mais se surpreendem com a resistência dos micro-organismos. Não importa se vivendo em água a 350 graus, num lago hiperácido que dissolve ossos, ou imersas em banho radioativo, sempre se encontra uma espécie de bactéria adaptada a ambientes extremos onde nenhuma outra prolifera.
 As bactérias são as formas de vida mais antigas do planeta. Bastou que a Terra se formasse e sua crosta solidificasse para que, há 3,8 bilhões de anos, elas começassem a pulular em oceanos primordiais. Os domínios da vida permaneceram microscópicos por 3 bilhões de anos. De repente, há 600 milhões de anos algo aconteceu. Surgiram os primeiros animais e plantas. Desde então, uma explosão de criatividade anatômica permitiu à fauna e à flora assumir formas e proporções inéditas e maravilhosas. Os anfíbios gigantes deram lugar aos dinossauros, que cederam a vez aos mamíferos.
Os exobiólogos, estudiosos de vida alienígena, partem da experiência terrestre para apostar que, diante de condições propícias à evolução da vida num planeta extrassolar, ela se instalaria rapidamente. Com o tempo, a vida evoluiria em formas e cores – sem necessariamente desembocar em espécies inteligentes.
Embora a vida seja fácil, bastando boas condições para que surja, a inteligência é um evento mais raro. A vida na Terra precisou de 3,5 bilhões de anos para chegar a seres dotados de consciência. E nas estrelas? Em 1961, o astrônomo americano Frank Drake procurou estimar o número de civilizações na Via Láctea. Chegou a um total de 10 mil. Três décadas antes da descoberta dos planetas extras-solares, Drake ponderou que só uma em cada dez estrelas teria planetas. Para Drake, a existência de sistemas planetários era a exceção. Hoje se sabe que é regra. Refazendo os cálculos a partir das novas evidências, é possível supor que nossa galáxia abrigue 100 mil civilizações. Uma talvez habite Zarmina, um planeta a 600 anos-luz. Ou então Kepler 22b. Mais próximo, fica a 22 anos-luz.
Quando se avistar uma nova Terra em Alfa Centauri, a probabillidade será que abrigue vida bacteriana. Com muita sorte, terá algo que poderemos classificar como animais. Seres inteligentes, é muito improvável. Ainda levará séculos para fazermos contato com ETs.
Época.com

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Frase


Buraco na camada de ozônio é o segundo menor em 20 anos

Pesquisadores da Agência Americana Oceanográfica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) anunciaram nesta quarta-feira que o buraco na camada de ozônio registrado em 2012 é o segundo menor dos últimos 20 anos. O buraco se forma anualmente entre setembro e outubro sobre a Antártida, e este ano teve um tamanho médio de 17,9 milhões de quilômetros quadrados.
Os pesquisadores afirmam que o tamanho menor se deve às temperatuas mais altas registradas no planeta durante este ano. "As temperaturas foram um pouco mais quentes na alta atmosfera, sobre a Antártida, o que permitiu uma destruição menor do ozônio em comparação com o ano passado", explicou Jim Butler, do laboratório de pesquisas sobre o sistema terrestre da NOAA.
O buraco na camada de ozônio alcançou seu tamanho máximo este ano no dia 22 de setembro, atingindo 21,2 milhões de quilômetros quadrados, equivalente à superfície dos Estados Unidos, Canadá e México juntos. Comparativamente, o maior buraco registrado teve extensão de 29,9 milhões de quilômetros quadrados, e foi medido no ano 2000.
Histórico — O ozônio é uma molécula composta de três átomos de oxigênio que se forma na alta atmosfera, onde ajuda a filtrar os raios ultravioleta do sol. Se não forem bloqueados, esses raios podem danificar a vegetação e provocar câncer de pele.
O buraco nessa camada começou a se formar devido aos componentes liberados pelos clorofluocarbonos (CFC) usados pelo homem nos sistemas de refrigeração e aerossóis desde a década de 1920. Com o passar dos anos, a produção de CFC foi reduzida para praticamente zero, graças a um protocolo internacional firmado em 1987, em Montreal, no Canadá. Estas substâncias, no entanto, persistem muito tempo na atmosfera. E seu efeito é ainda mais danoso quando o clima está mais frio, já que as condições atmosféricas favorecem o acúmulo de CFC sobre a Antártida.
Apesar da aplicação do Protocolo de Montreal há mais de duas décadas, os cientistas preveem que será necessário esperar mais dez anos antes que a camada comece a se regenerar. Segundos os cálculos, ela só vai recuperar seu tamanho original a partir de 2060.
Veja.com

Explosão no espaço põe em alerta agências no mundo inteiro

Operadores de satélites e agências espaciais do mundo inteiro estão em alerta depois que um estágio de um foguete russo modelo Breeze M se desintegrou no espaço no último dia 16, lançando uma nuvem de destroços na região em torno do planeta ocupada pela Estação Espacial Internacional (ISS) e numerosos satélites de comunicação, científicos e militares.
O foguete foi lançado em 6 de agosto levando a bordo dois satélites de comunicação, um da Indonésia e um russo, para serem colocados em uma órbita geoestacionária, a cerca de 35 mil quilômetros acima do equador. Uma falha no último estágio, no entanto, deixou o conjunto perdido no espaço, mas ainda com os tanques carregados de combustíveis extremamente voláteis, prováveis causadores da catastrófica explosão.
Desde a desintegração, militares americanos e diversas instituições internacionais estão monitorando mais de 500 grandes pedaços do foguete dispersados pela explosão. Até o momento, no entanto, não foram identificados destroços em rotas que possam ameaçar a ISS.
No entanto, a nuvem de pedaços que se formou é uma das maiores dos últimos anos e se soma a outros milhares de dejetos que já flutuam na órbita terrestre, um fenômeno  preocupante para os satélites e a Estação Espacial Internacional. Segundo a Nasa, mais de 21 mil dejetos de mais de 10 centímetros flutuam atualmente no espaço.

Homem registra suposto óvni nos EUA

Diversas testemunhas afirmam ter avistado um objeto voador não identificado em formato cilíndrico no leste do Estado americano do Kentucky no último dia 16. O astrônomo amador Allen Epling, que estava em casa durante a suposta aparição, registrou o óvni em vídeo após um amigo avisar que tinha um estranho avião no céu. As informações são do site The Huffington Post.
Segundo Epling conta à WYMT-TV, o objeto "parecia com duas lâmpadas fluorescentes, lado a lado, paralelas, muito brilhantes. Elas brilhavam tanto que pareciam se fundir, e você poderia ver claramente a olho nu. Então ele escureceu e quase ficou invisível."
No vídeo divulgado no Youtube, ele avisa: "Eu quero enfatizar que o objeto não está se movendo. A imagem é instável porque eu seguro a câmera com uma mão enquanto tento registrar o vídeo pelo telescópio". Ele diz ainda que o registro foi feito com "tempo claro, céu sem nuvens, nenhuma aeronave à vista, altitude desconhecida, mas definitivamente acima da altitude de cruzeiro (dos aviões)."
Segundo o Appalachian News-Express, a polícia do Estado registrou cinco ligações da cidade de Pikeville e de outros locais no Kentucky sobre o objeto. O aeroporto regional da cidade não registrou nenhum óvni nos céus da região.
Epling afirma que o objeto pode ser algum tipo de balão, mas, "se for um balão, como ele consegue manter sua estrutura àquela altitude? Não é algo que eu consiga reconhecer. Definitivamente não era um avião, e eu nunca vi um helicóptero parecido com aquilo."

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

frase


Substâncias tóxicas ameaçam saúde de 125 milhões de pessoas no mundo



Poluentes e substâncias tóxicas resultantes de atividades industriais ameaçam a saúde de 125 milhões de pessoas no mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, onde 80 milhões correm risco de morrer prematuramente ou perder qualidade de vida pelo contato com essas substâncias. O dado foi divulgado nesta quarta-feira em teleconferência pela diretora-executiva da Cruz Verde da Suíça, Nathalie Gysi, durante a apresentação do "Relatório de Meio Ambiente 2012".              
O documento, apresentado pela Cruz Verde Suíça e pelo Instituto Blacksmith de Nova York, identifica os dez piores poluentes de todo o mundo e quantifica a escala global o dano que as substâncias tóxicas causam à saúde. O chefe do projeto do Blacksmith Institute, Bret Ericson, detalhou que as pesquisas foram realizadas em 2.600 áreas industriais de 49 países com níveis de renda baixos ou moderados nas regiões da América Latina e do Caribe, do leste da Europa, da Ásia e da África.             
Alguns dos produtos tóxicos mais nocivos são o chumbo, o cromo, o mercúrio e o amianto (ou asbesto), em processos como a reciclagem de baterias, a fundição de chumbo, a mineração e o processamento de minerais. Os poluentes também afetam pessoas que trabalham em lixões de resíduos industriais e domésticos, e em outros processos como o curtume, a mineração artesanal, a fabricação de produtos - eletrônicos, baterias e revestimentos metálicos -, a produção química e a indústria do tingimento têxtil.
IGCiência

Meterologistas preveem "chuva de sangue" no Reino Unido


Se os meteorologistas estiverem certos, os britânicos do sudeste do país podem ser testemunhas de um fenômeno raro e inusitado nesta semana: a chamada chuva vermelha, também conhecida como chuva de sangue.
O fenômeno ocorre quando a poeira de regiões desérticas se mistura com a umidade das nuvens, resultando em uma chuva de coloração avermelhada que deixa uma fina camada de pó sobre ruas, casas, árvores e outras superfícies.
Segundo especialistas, a poeira vermelha é proveniente de fortes tempestades de areia no deserto do Saara que, apesar de ocorrerem a 2 mil quilômetros de distância, levantam partículas minúsculas levadas pelo vento para outras regiões.
Philip Eden, especialista em clima, explica que a poeira - e, consequentemente, a chuva - também pode ser amarronzada ou cor de areia.
As nuvens que causariam a chuva vermelha chegaram à Grã-Bretanha com uma massa de ar quente vinda da África - que deve fazer as temperaturas no país atingirem 20 graus Celsius nos próximos dias, algo incomum para o meio de outono.
DIFERENTES CORES
"Os montes de areia têm cores diferentes no Saara, o que significa que a cor da chuva e do revestimento que ela deixa também podem variar", diz Eden.
A chuva colorida é rara no Reino Unido sendo mais comum em países do sul da Europa, como Espanha, Itália, Portugal e sul da França, que estão mais próximos do Saara.
Ela também já foi registrada em países escandinavos.
Um incidente bem documentado desse fenômeno aconteceu em 2001, no sul do Estado indiano de Kerala, quando uma chuva de uma forte cor vermelha coloriu a região por semanas.
Naquela ocasião, o tom avermelhado foi tão intenso que até a roupa dos moradores ficou manchada.
Além disso, há relatos de "chuvas de sangue" em textos históricos. O fenômeno é mencionado na Ilíada, de Homero, escrita no século 8 a.C., e em textos do século 12 do escritor Geoffrey de Monmouth, que popularizou a lenda do Rei Arthur.
Antigamente, muitos acreditavam que a chuva era realmente de sangue e o fenômeno era considerado um mau presságio.
Segundo meteorologistas britânicos este ano o clima no país foi marcado por temperaturas e fenômenos meteorológicos atípicos, com um longo período de seca na primavera seguido de uma temporada de chuvas torrenciais.
Folha.com

Britânicos dizem estar perto de traduzir escrita mais antiga ainda não decifrada

A luta de estudiosos para desvendar segredos de cinco mil anos guardados na escrita mais antiga do mundo ainda não decifrada pode estar chegando ao fim.
Um projeto internacional de pesquisa, liderado pela Oxford University, na Inglaterra, já lança luz sobre uma sociedade perdida que viveu na Idade do Bronze, no Oriente Médio, cujos trabalhadores escravos viviam com rações mínimas de alimento, à beira de morrer de fome.
"Acho que estamos finalmente a ponto de romper a barreira", disse Jacob Dahl, acadêmico do Wolfson College da Oxford University e diretor do Ancient World Research Cluster.
A escrita usada por essa civilização é chamada de proto-Elamita e foi usada entre 3200 AC e 2900 AC em uma região que corresponde hoje ao sudoeste do Irã.
A arma secreta de Dahl para decifrar o código é um aparelho capaz de ver a escrita com uma clareza nunca conseguida antes.
A máquina tem forma de uma abóbada e emite flashes de luz sobre objetos que contêm amostras da escrita.
Os flashes fazem parte de um sistema computadorizado que usa uma combinação de 76 tipos de luzes para captar cada pequena ranhura ou sulco na superfície dos objetos.
Assim, os cientistas conseguem produzir uma imagem virtual que pode ser vista de todos os ângulos possíveis.
A análise está sendo feita no museu Louvre, em Paris, onde está a maior coleção de amostras desse tipo de escrita do mundo.
ESFORÇO COLETIVO
Dahl e sua equipe pretendem disponibilizar as imagens pela internet. O objetivo é que o público e outros acadêmicos ajudem na decodificação dos textos.
"Estamos enganados quando achamos que quebrar um código tem a ver com um gênio solitário que de repente entende o significado de uma palavra. O que funciona com mais frequência é o trabalho paciente de uma equipe e o compartilhamento de teorias. Colocar as imagens na internet deve acelerar esse processo."
Até agora, Dahl já decifrou 1.200 sinais mas disse que, depois de mais de dez anos de estudos, muito ainda se desconhece - mesmo palavras básicas como vaca ou gado.
"É um território desconhecido da história da humanidade", ele disse.
ESCRITA ADULTERADA
Mas por que essa escrita seria tão difícil de interpretar?
Dahl acha que sabe, em parte, a resposta. Ele descobriu que os textos originais parecem conter muitos erros - e isso dificulta o trabalho de encontrar padrões consistentes.
Ele diz acreditar que isso se deva à ausência de estudo e aprendizado naquela sociedade. Os estudiosos não encontraram evidências de listas de símbolos ou exercícios para que os escribas aprendessem a preservar a precisão da escrita.
Isso teve conseqüências fatais para o sistema de escrita, que foi sendo adulterado e depois desapareceu após apenas 200 anos.
"A falta de uma tradição de estudos significou que muitos erros foram cometidos e o sistema de escrita pode ter se tornado inútil", disse Dahl.
O que dificulta ainda mais a decodificação é o fato de que esse é um estilo de escrita diferente de qualquer outro daquele período.
Além disso, não foram encontrados textos bilíngues - recurso que auxiliaria muito o trabalho dos pesquisadores.
Segundo Dahl, a escrita proto-Elamita foi elaborada a partir de uma língua da Mesopotâmia que foi alterada.
VIDA DURA
As placas usadas para o registro dos símbolos da escrita revelam detalhes íntimos dos escribas: algumas trazem as marcas das unhas dos autores.
Os pequenos símbolos e desenhos, gravados no barro de forma ordeira e cuidadosa, são claramente o produto de uma mente inteligente.
Embora ainda envoltos em mistério, os textos permitem que vislumbremos um pouco da realidade vivida por esse povo.
Segundo Dahl, os textos incluem um sistema de numeração, o que indica que muitas das informações contidas nas placas são de natureza contábil.
A sociedade era agrícola e bastante simples. Havia uma camada de líderes, figuras poderosas de nível médio e trabalhadores - que eram tratados como se fossem "gado com nomes".
Os líderes tinham nomes que refletiam seu status - o equivalente a alguém ser chamado de "Senhor Cem" para indicar o número de pessoas que estavam abaixo dele.
Dahl disse que é possível saber qual era a dieta dos trabalhadores: cevada, possivelmente triturada para formar um mingau e cerveja fraca. A quantidade de alimento que eles recebiam ficava pouco acima do limite da sobrevivência.
Aqueles de status mais elevado comiam iogurte, queijo e mel. Eles também criavam cabras, carneiros e bois. "Sua expectativa de vida pode ter sido tão longa como a de hoje", disse Dahl.
Dahl tem esperanças de que, com apoio suficiente, os segredos dessa última grande escrita, remanescente dos primórdios da nossa civilização, poderão ser finalmente desvendados.
Folha.com

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Frase


Nave Soyus é lançada em direção à ISS com 3 tripulantes

Com três astronautas a bordo, dois russos e um americano, a nave espacial russa Soyuz TMA-06M foi lançada na manhã desta terça-feira a partir da base cazaque de Baikonur com destino à Estação Espacial Internacional (ISS).
Segundo o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia, a nave foi lançada às 8h51 (de Brasília) com a ajuda de um foguete portador Soyuz-FG, uma operação que foi realizada com sucesso e sem contratempos, informaram as agências russas.
A tripulação da Soyuz TMA-06M, composta pelos cosmonautas russos Oleg Novitski e Oleg Tarelkin e pelo astronauta americano Kevin Ford, completará uma missão de 148 dias a bordo da plataforma orbital.
Para Novitski e Tarelkin, que realizarão mais de 50 experimentos científicos durante sua permanência na ISS, este é o primeiro voo ao espaço. Já Ford, por outro lado, esteve na plataforma orbital em agosto de 2009, quando pilotou a nave espacial Discovery na missão STS-128 à ISS.
Durante seus quase cinco meses de estadia na plataforma, entre outras funções, a tripulação receberá quatro cargueiros russos Progress e um europeu ATV-4, os quais levarão oxigênio, alimentos e combustível.
O acoplamento da nave russa com a ISS está programado para ocorrer nesta quinta-feira. Segundo o plano de voo, a Soyuz TMA-06M se conectará ao módulo Poisk, um segmento russo da plataforma.
Atualmente, Estação Espacial Internacional conta com três tripulantes: a americana Sunita Williams, comandante da missão, o russo Yuri Malenchenko e o japonês Akihiko Hoshide.
A ISS é um projeto que conta com a participação 16 países e que tem um custo estimado em US$ 100 bilhões.
Exame.com 

Trangênicos: saiba onde eles estão e você nem imagina

Implantar características novas ou melhorar as já existentes em determinado organismo são o principal objetivo dos transgênicos. Apesar das propagadas vantagens da aplicação da técnica, não são poucos os impasses científicos e até mesmo filosóficos que envolvem a prática.
Incertezas à parte, uma coisa é certa: os transgênicos já estão em sua mesa. Sabe-se que, em nível mundial, as principais culturas que possuem elementos transgênicos são o tomate, a soja, o algodão, o milho, a canola e a batata. Além desses, há outros produtos que também são alvo da técnica de transgenia e você talvez nem imagine: óleos, farinhas e grãos, molhos e condimentos, enlatados, sopas e pratos prontos, matinais e cereais, chocolates e balas, biscoitos e salgadinhos, pães e bolos, bebidas, laticínios e margarinas, massas, congelados e rações para animais.
No Brasil, para saber se um alimento possui ou não elementos transgênicos, basta ficar atento ao rótulo. De acordo com a regra definida pelo decreto 4.680/2003, qualquer embalagem de alimento que possua mais de 1% de origem transgênica deve conter um "T" de cor preta sobre um fundo amarelo, em formato de triângulo (semelhante a uma placa de trânsito).
"Tanto nos produtos embalados como nos vendidos a granel ou in natura, o rótulo da embalagem ou do recipiente em que estão contidos deverá constar, em destaque, no painel principal e em conjunto (…) uma das seguintes expressões, dependendo do caso: '(nome do produto) transgênico', 'contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)' ou 'produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico'", indica o decreto.

OGM e transgênicos
Há duas categorias quando o assunto é manipulação genética dos organismos. Os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e os transgênicos. Todo transgênico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgênico. Ficou confuso? Calma! O engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, que também é mestre em Economia Rural e doutor em Engenharia de Produção, explica a diferença.
"Por definição, uma planta ou animal transgênico é aquele que foi transformado pela agregação de genes provenientes de seres com os quais o organismo original não poderia se relacionar sexualmente. Logo, há transferência de um gene que é alheio à sua carga natural, ou seja, há uma anomalia sob a perspectiva da evolução natural. Já um OGM é aquele que sofreu modificação em sua carga genética natural. Essa modificação pode ser, por exemplo, uma mutação induzida em um ou alguns de seus genes", explica.
De acordo com o doutor em Fitopatologia, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e conselheiro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Marcelo Gravina de Moraes, a Lei de biossegurança brasileira não faz distinção entre OGM e transgênicos. "As alterações feitas a partir dos genes da própria espécie geram um organismo chamado de cisgênico. Todavia, não existe nenhum caso de cisgênico em uso comercial. Na prática, a lei considera ambos o mesmo caso", esclarece.
Prós e contras

As propagadas vantagens da aplicação da técnica incluem o surgimento de plantas resistentes às pragas (insetos, fungos, vírus, bactérias e outros) e a diminuição no uso de herbicidas, pesticidas, inseticidas e outros agrotóxicos. A resistência a ataques de insetos e a infecções virais, a redução do custo de produção em virtude de menor exigência de agrotóxicos e a consequente maior rentabilidade ao agricultor são outros argumentos dos grupos favoráveis aos transgênicos.
Os principais questionamentos dizem respeito à polinização cruzada (entre transgênicos e culturas não modificadas), aos ainda não totalmente estudados possíveis impactos na saúde humana/animal e às possíveis reações alérgicas a esses alimentos. Há também fatores socioeconômicos (diferenças entre bases e culturas agropecuárias dos países) e indagações sobre a utilização de compostos químicos. A lista inclui ainda o risco de redução da biodiversidade, como consequência da maior agressividade das culturas transgênicas, abrangendo a eliminação de insetos e fungos, o que interferiria nas populações de insetos benéficos ou predadores e na comunidade de organismos do solo.
Polêmicas
Quando o assunto são os riscos que os transgênicos podem trazer, tanto para a saúde humana quanto para os ciclos de produção dos alimentos e para o ecossistema como um todo, os especialistas consultados pelo Yahoo! possuem opiniões contrárias.
Segundo Melgarejo, ainda não se sabe a dimensão completa dos problemas que podem ser causados pelos transgênicos. "Os estudos a que tive acesso são insuficientes para atestar a inexistência de riscos. Cada transgênico implica numa determinada carga de riscos - há as tecnologias HT, BT, ou mesmo os chamados transgênicos voltados ao enfrentamento de fatores abióticos (resistência a secas, inundações, etc.) ou ao enriquecimento dos padrões alimentares. É preciso avaliar o tema com base no caso a caso."
Já Gravina defende que os transgênicos são testados quanto a sua biossegurança alimentar e ambiental desde o início da pesquisa até antes de serem liberados comercialmente. "Em nenhum caso, até hoje, se verificou o caso de um transgênico oferecer mais risco que um organismo convencional para a alimentação ou para o meio ambiente. Essa afirmação tem por base um número muito grande de publicações científicas que formam um consenso sobre a biossegurança e também por meio da análise de agências regulatórias de diversos países e organizações internacionais, como a FAO e a OMS, por exemplo."
Há certo consenso na comunidade científica de que os efeitos em longo prazo, ainda desconhecidos, da introdução de alimentos transgênicos na cadeia alimentar, tanto no meio ambiente quanto na saúde pública, só serão conhecidos após os necessários tempos de utilização. Mas, será que vale a pena correr esse "risco"?
Doutor Gravina explica que o prazo de análise (longo prazo) a que os alimentos derivados de transgênicos são submetidos não é menor do que o de outras modificações usadas na produção de alimentos. "Ao contrário, as análises sobre os transgênicos são minuciosas e não são realizadas em nenhum outro caso. Por isso, se conhece muito mais sobre a composição, ausência de alergenicidade e de toxicidade de um alimento produzido com um transgênico do que um alimento convencional. Portanto, não há riscos desconhecidos, mas sim muito mais informação sobre transgênicos.
Assim, podemos considerar que, em muitos casos, o uso de transgênicos pode ser até mais seguro que alimentos convencionais. No caso ambiental, isso já é verificado através da redução do uso de agroquímicos, de água e de combustível em lavouras transgênicas em comparação às tradicionais.
A doutora em Ciências Sociais e conselheira da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Marijane Vieira Lisboa, alerta que a experiência com novas tecnologias aponta que, ao mesmo tempo em que elas resolvem problemas humanos e melhoram a qualidade de vida, também revelam - em geral, bem posteriormente - aspectos negativos impensados. Alguns exemplos são a relação entre mudanças climáticas e uso de combustíveis fósseis, a depredação da camada de ozônio e o uso de aerossóis, os agrotóxicos e as diversas doenças ocasionadas nos homens, entre outros.
"Por isso há a necessidade de uma cuidadosa avaliação sobre as vantagens oferecidas por uma tecnologia nova frente aos riscos potenciais. Uma rigorosa avaliação desses riscos, por sua vez, é praticamente impossível no caso de tecnologias tão novas quanto os transgênicos, pois seria necessário poder saber antecipadamente todos os possíveis efeitos colaterais que poderiam surgir para que se pudesse medir os seus riscos", ressalta.
Marijane alerta que, no caso dos transgênicos, não se tem adotado o mínimo de precaução. Os estudos feitos pelas empresas para avaliar a segurança dos produtos para a alimentação humana e animal são de curto prazo, com poucos animais e visando verificar algumas poucas alterações, segundo ela. "Por trás dos transgênicos existem cientistas cujas carreiras, laboratórios e instituições de pesquisas dependem do desenvolvimento de transgênicos.
As empresas de biotecnologia atuantes investem bilhões de dólares nessa pesquisa e desenvolvimento, não estando dispostas a perdê-los para aqueles poucos cientistas que investigam efeitos colaterais indesejados. Ou seja, não existe uma verdadeira controvérsia científica em torno dos transgênicos, pois os seus defensores se recusam a discutir seriamente os seus prováveis impactos e desqualificam sistematicamente os cientistas críticos. Basta consultar as atas da CTNBio para constatar como não há tal debate científico, em que pese os protestos de um pequeno número de cientistas e representantes de movimentos sociais que adotam uma atitude de precaução", assevera.

Relação de alimentos com OGM

De acordo com a doutora em Alimentos e Nutrição e membro da CTNBio, Suzi Barletto Cavalli, ainda não há pesquisa científica na nutrição que traga informações detalhadas, como a descrição de quais são os elementos transgênicos que certo alimento possui, porque possui e quais são as alterações provocadas, além dos benefícios e malefícios dessas alterações, tanto no que diz respeito ao mundo dos produtores de alimento quanto dos consumidores.
As alterações mais comuns dizem respeito à implantação de fragmentos DNA de bactérias, vírus ou fungos no DNA da planta, codificando a produção de herbicidas. Assim, as plantas que receberam esses genes produzem toxinas contra as pragas da lavoura, não necessitando de certos agrotóxicos.
Há também produtos que são modificados para se obter maior valor nutricional, como o arroz dourado da Suíça, muito rico em betacaroteno, substância precursora da vitamina A.
Alguns vegetais são modificados para resistirem ao ataque de vírus e fungos, como a batata, o mamão, o feijão e banana. Outros são modificados para que a produção seja aumentada e os vegetais sejam de maior tamanho. E existem também alimentos que têm o seu amadurecimento prolongado, resistindo por muito mais tempo após a colheita.
 

Projeto-piloto de trem aéreo da Nasa cruzará o céu de Tel Aviv


Projeto-piloto de trem aéreo da Nasa cruzará céu de Tel Aviv

Modelo do trem aéreo que será implementado em Tel Aviv (Foto: Divulgação)
 
Sistema terá trilhos suspensos, com trens a uma altura de 7 metros
Um projeto-piloto feito em colaboração com a Nasa (agência espacial americana) deve levar às ruas de Tel Aviv, em Israel, um trem aéreo elétrico, com trilhos de alumínio, que está sendo promovido como uma "forma ecológica e rápida" de facilitar o transporte público.
Segundo anúncio do prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, o chamado "trem aéreo" terá uma primeira fase com uma linha de 7 km, perto do porto (norte da cidade), a ser concluída em dois anos.
Os veículos poderão alcançar uma velocidade de 240 quilometros por hora e "voarão" em uma altura de 7 metros, presos sob trilhos suspensos no ar.
O sistema será movido a eletricidade, parte da qual será "produzida pelo próprio sistema", disse o diretor da empresa Skytran, responsável pela tecnologia.
Senders explica que dentro de cada veículo haverá um "motor linear" que será movido por um misto de eletricidade e ondas magnéticas.
"A principal inovação do projeto é o movimento por intermédio de ondas magnéticas, e essa é a contribuição tecnológica da Nasa", diz. "Não haverá atrito entre o veículo e o trilho de alumínio, já que, a partir do momento em que o veículo começar a se mover, se criará, por meio da onda magnética, uma especie de travesseiro de ar e cada bondinho navegará no ar."
O único momento em que haverá atrito com o cabo de alumínio será quando o veículo parar nas estações.
Custos e capacidade
Modelo do trem aéreo que será implementado em Tel Aviv (Foto: Divulgação)
Vagão será movido por eletricidade e ondas magnéticas, diz criador
"Trata-se de uma maneira econômica, rápida e ecológica de resolver o problema do transporte público", diz Senders, afirmando que o projeto custará apenas US$ 6 milhões por quilômetro.
Para efeitos comparativos, a prefeitura de Jerusalém concluiu recentemente a construção de um bonde que cruza a cidade, que durou 12 anos e custou mais de dez vezes o preço por quilômetro.
Os trilhos de alumínio do trem aéreo de Tel Aviv serão erguidos entre postes, que também servirão como fonte de energia. "O sistema aproveitará ondas magnéticas que serão geradas pelo próprio movimento dos veículos sob os trilhos de alumínio", afirma a prefeitura.
Os veículos serão leves e pesarão apenas 200 quilos cada, e poderão transportar dois passageiros por vagão. Mas, segundo Sanders, poderá transportar até 11 mil pessoas por hora.
Os passageiros que entram nos bondinhos podem apertar um botão indicando em qual estação querem parar, como em um elevador.
"O sistema tem características de uma espécie de internet física", explica Senders, "uma rede ilimitada de linhas aéreas, que poderá, inclusive, ter estações dentro de edifícios e sobre os prédios".
BBC.com