sábado, 31 de outubro de 2015

A maioria dos planetas parecidos com a Terra ainda estão para nascer

 (Foto: Reprodução/Hubble Site)

Astrônomos estão conduzindo pesquisas extensas para estimar quantos planetas presentes na Via Láctea podem ser habitáveis. O estudo busca corpos que estejam distantes de suas estrelas de forma que estas possam regular suas temperaturas para proporcionar o surgimento de vida. A busca por vida extraterrestre se baseia na hipótese de que frações de mundos, onde a vida é originada, evoluem para civilizações tecnológicas e inteligentes. Até evidências serem encontradas, a Terra é o único planeta habitável do universo.
Novos dados coletados pelo telescópio espacial Hubble da Nasa mostram que a Terra foi um dos primeiros planetas habitáveis a aparecer.
Quando o sistema solar surgiu, há 4,6 bilhões de anos, somente 8% dos planetas potencialmente habitáveis que poderiam se formar existiam. “Nossa maior motivação era entender o lugar da Terra no contexto do restante do universo”, disse o autor do estudo, Peter Behroozi, do Space Telescope Science Institute, em Baltimore, no estado de Maryland, nos Estados Unidos. “Comparada aos outros planetas que serão formados no universo, a Terra surgiu bem cedo.”
Os dados do Hubble também mostraram que o universo estava criando estrelas a uma velocidade de 10 bilhões de anos atrás, mas a fração de hidrogênio e gás hélio envolvida era pouca. Atualmente o nascimento das estrelas ocorre em uma velocidade muito menor, mas há tanto gás disponível que o universo continuará criando estrelas e planetas no futuro.
“Há material restante o suficiente pós Big Bang para produzir ainda mais planetas no futuro, na Via Láctea e além”, afirmou a pesquisadora Molly Peeples, também do Space Telescope Science Institute.
A pesquisa indica que planetas como de tamanhos parecidos com a Terra, nas zonas habitáveis de suas estrelas, são onipresentes em nossa galáxia. Os cientistas preveem a existência de um bilhão de ~mundos na Via Láctea atualmente e que uma boa parte deles seja rochoso. A estimativa aumenta ainda mais quando consideramos as outras 100 bilhões de galáxias possíveis de serem observadas no universo.
Isso mostra a possibilidade de planetas habitáveis surgirem no futuro. Chances são que a última estrela a queimar não o fará até 100 trilhões de anos do presente. É tempo o suficiente para qualquer coisa acontecer nas superfícies desses corpos.
Galileu.com

Deserto do Saara receberá maior usina de energia solar do planeta



Marrocos é um dos países com mais incidência de sol no planeta: são cerca de três mil horas ensolaradas por ano. Fazendo uma conta rápida (365 dias no ano multiplicado por 24 horas no dia = 8760 horas em um ano) e se pensarmos que até no Marrocos o sol precisa descansar (ou seja, que lá também existe noite) isso quer dizer que há sol em 68% do período diurno do país. A ironia é que mesmo com a abundância desse recurso natural preciossísimo, 97% da energia utilizada pelo povo marroquino vem de fora. Uma imensa usina de energia solar está a caminho para acabar com esse antiquado contraste.
Imensa não – estamos falando da maior usina do mundo. A ideia é que o projeto fique pronto até 2020 – até lá, cerca de 2 bilhões de dólares terão sido gastos na sua construção e instalação. A expectativa é que a usina gere 500 MW e ocupe um espaço equivalente ao de Rabat, capital do país.
A usina está sendo construída em Ouarzazate, cidade conhecida como “a porta do deserto”, por ser uma das entradas para o deserto do Saara. A tecnologia que será empregada por lá não é a mesma dos tradicionais painéis fotovoltaicos – serão utilizados espelhos curvados de cerca de dez metros de altura; essas estruturas estarão ligadas a canos com um líquido dentro e, assim que o líquido esquenta e é transformado em vapor, uma turbina gera a eletricidade.
Se hoje o Marrocos compra de outros países quase toda sua energia, a ideia é que com essa usina o país possa até exportar energia para a Europa. Alguns cientistas afirmam que se todos os desertos do mundo fossem utilizados para capturar energia solar, a demanda energética da humanidade estaria garantida por um ano. 
A primeira fase do projeto deve ser lançada já em novembro desse ano – só esse trecho conta com 500 mil espelhos solares espalhados por 800 fileiras. 
Galileu.com

Objeto não identificado está em rota de colisão com a Terra

 
Um objeto espacial detectado no início do mês está em rota de colisão com a Terra, com queda prevista para o próximo dia 13, informa artigo publicado recentemente na revista científica “Nature”. De acordo com pesquisadores, o corpo tem entre um e dois metros de diâmetro, e deve queimar por completo durante a entrada na atmosfera do planeta. Apesar de não apresentar riscos para a Humanidade, o fenômeno tem importância ímpar para a ciência, por proporcionar a oportunidade inédita de acompanhamento e testar planos de esforços coordenados para uma situação de perigo real.
O WT1190F foi detectado pelo Catalina Sky Survey, programa baseado na Universidade do Arizona, em Tucson, com objetivo de descobrir cometas e asteroides que se aproximam da Terra. Agora, um projeto internacional de
observação está sendo montado para acompanhar a entrada do objeto na nossa atmosfera, informou Gerhard Drolshagen, da Agência Espacial Europeia (ESA).
— O que nós planejamos parece estar funcionando — disse Drolshagen. — Mas ainda faltam duas semanas.
Os cálculos indicam que o WT1190F possui uma órbita elíptica de duas vezes a distância da Lua, e deve atingir a Terra às 4h20 (pelo horário de Brasília) do dia 13 de novembro, atingindo o oceano Índico, a cerca de 65 quilômetros ao sul do Sri Lanka. À primeira vista, os astrônomos não sabiam de onde o
objeto havia surgido, mas o astrônomo independente Bill Gray, que rastreia destroços espaciais para o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, afirma que ele já foi visto em 2012 e 2013. A expectativa é que todo o corpo seja consumido no calor da entrada na atmosfera.
— Mas eu não gostaria de estar pescando naquela região — brincou Gray.
A trajetória aponta que o WT1190F possui baixa densidade e, provavelmente, é oco. Isso sugere um objeto artificial, “um pedaço perdido da História espacial que volta para nos assombrar”, disse Jonathan McDowell, astrofísico do Centro para Astrofísica Harvard–Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts. Pode ser um estágio de foguete gasto ou painéis perdidos em recentes missões à Lua. Também pode se tratar de destroços de décadas, talvez da época das missões Apollo. Um objeto localizado em 2002 foi identificado como uma peça descartada do foguete Saturno V que levou a segunda missão tripulada à Lua.
Apesar das especulações, os cientistas não sabem exatamente o que é o WT1190F. Mas existe um consenso: a descoberta do objeto a apenas um mês do impacto indica a importância de se aumentar os esforços para a identificação de corpos que apresentem riscos de colisão. Gareth Williams, astrônomo do Minor Planet Center, em Cambridge, Massachusettes, afirma que existem apenas 20 objetos parecidos com o WT1190F sendo rastreados atualmente. Provavelmente existem muitos outros destroços espaciais em órbita ao redor do sistema Terra-Lua.
De acordo com Drolshagen, da ESA, os planos envolvem a coleta de informações espectrais do objeto, que podem ajudar a identificá-lo. O projeto envolve observações a bordo de aviões e navios. Entretanto, após a colisão, os esforços concentrados para estudar esse tipo de objeto devem ser desfeitos. Diferente dos asteroides que se aproximam da Terra, destroços espaciais em órbita distante do planeta não recebem atenção. Até mesmo as forças armadas americanas, que rastreiam o lixo espacial, não possuem capacidade para identificar o WT1190F e predizer sua trajetória.
— Não existem esforços oficiais, com financiamento, para rastrear órbitas profundas da mesma forma que rastreamos órbitas baixas — disse McDowell, do Centro para Astrofísica Harvard–Smithsonian. — Eu acredito que isso precisa mudar.






O som pode viajar pelo espaço - nós é que não conseguimos ouvi-lo

 (Foto: NASA)

Aquela história de que "no espaço ninguém pode ouvir você gritar", do filme Alien (1979) não é completamente verdade. A ideia aqui era a de que o som não poderia ser carregado no vácuo do espaço porque não existiriam moléculas pelas quais as vibrações do áudio poderiam passar. 
No entanto, o espaço não é apenas um vazio completo. O gás e a poeira interestelar deixados para trás por estrelas velhas e por vezes usados para criar novas têm o potencial para carregar ondas de som — nós é que não podemos ouvi-las. As partículas estão tão espalhadas que as ondas ficam em uma frequência inaudível para os ouvidos humanos.
O som viaja pelo espaço conforme as moléculas se chocam umas com as outras. Isso acontece de forma parecida com as marolas que são formadas quando jogamos uma pedra no lago. Conforme as marolas vão ficando mais distantes, o som gradualmente perde sua força. Por esse motivo só conseguimos ouvir o sons gerados nas nossas proximidades.
Quando uma onda de som passa, ela causa oscilações na pressão do ar e o tempo entre elas representa a frequência do som (medida em Hertz). Já a distância entre os picos de oscilação demonstra o comprimento da onda. 
Se a distância entre as partículas de ar for maior que o comprimento da onda, o som não consegue cumprir os intervalos e as "marolas" param. Logo, os sons precisam ter um grande comprimento de onda — cujo volume seria muito baixo para a audição humana — para ir de uma partícula para a outra em determinadas partes do espaço. A partir do momento que os sons ficam abaixo de 20 Hz, nós não conseguimos ouvi-los. 
Galileu.com

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Sudeste perdeu 56 trilhões de litros de água, mostram dados da Nasa

 
Novos dados de satélite mostram que a seca no Brasil é pior do que se pensava, com o Sudeste perdendo 56 trilhões de litros de água em cada um dos últimos três anos, disse um cientista da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) nesta sexta-feira (30).
A pior seca do país nos últimos 35 anos também tem levado o Nordeste brasileiro, região maior, mas menos povoada, a perder 49 trilhões de litros de água a cada ano nos últimos três anos, comparando com os níveis normais, afirmou o hidrólogo da Nasa, Augusto Getirana.
Os brasileiros estão bastante conscientes da seca, dado o racionamento de água, blecautes e reservatórios vazios em partes do país, mas esse é o primeiro estudo que documenta exatamente a quantidade de água que tem desaparecido dos lençóis de água e reservatórios, disse Getirana.
"É muito maior do que eu imaginava", disse Getirana à Thomson Reuters Foundation. "Com as mudanças climáticas, isso vai acontecer com mais e mais frequência."
O sistema da Cantareira, que fornece água para 8,8 milhões de moradores de São Paulo, tinha, por exemplo, menos de 11 por cento da sua capacidade no ano passado, segundo autoridades locais.
A pesquisa de Getirana, publicada nesta semana no Journal of Hydrometeorology, tem como base 13 anos de informações dos satélites Recuperação da Gravidade e Experimento Climático (Grace, na sigla em inglês) da Nasa, que circulam a Terra detectando mudanças no campo de gravidade causadas pelos movimentos da água no planeta.
O país não tem uma falta de água absoluta, afirmou o pesquisador. O problema é que as regiões muito povoadas, particularmente o Sudeste, dependem de aquíferos e reservatórios locais, que não estão sendo reabastecidos devido à seca.
Teoricamente, a água pode ser transportada de outras partes do país para cidades afetadas, disse ele, mas os custos financeiros e logísticos seriam enormes.
As novas informações de satélite devem representar um chamado de alerta para os políticos gerenciarem melhor a água e atuarem em relação às mudanças climáticas para lidar com a crise, declarou Getirana.
Os dados não permitem que os pesquisadores façam previsões de quanto tempo a seca vai durar, disse ele, acrescentando que os níveis de água continuaram a cair nos últimos meses.
 

Projeto vai 'escanear' as pirâmides do Egito em busca de mistérios ocultos



As pirâmides do Egito sempre despertaram a curiosidade da Humanidade. Desde a sua construção até os seus múltiplos significados e câmaras secretas, tudo é rodeado de um profundo mistério que vem crescendo desde que o cinema e a literatura passaram a explorar o tema. O fato é que nós imaginamos mais coisas do que realmente sabemos sobre elas. Sabendo disso, o Ministério das Antiguidades (imagina que legal viver em um país com um ministério desses) anunciou a força-tarefa definitiva para investigar a ciência por trás – e sobretudo por dentro – das pirâmides.
O Scan Pyramids irá reunir engenheiros, arquitetos, arqueólogos e outros profissionais da França, Canadá e Japão, além do próprio Egito. Como não poderia deixar de ser, uma das prioridades do projeto é não comprometer as estruturas milenares, então o que há de mais moderno em radiação infra vermelha e na detecção de raios cósmicos será usado nos trabalhos. Segundo a Forbes, esse tipo de tecnologia foi usada por cientistas em pirâmides históricas do México e de Belize e do que restou dos reatores nucleares de Fukushima, no Japão.
  Além de encontrar uma resposta consensual sobre a metodologia empregada na construção das pirâmides, também é esperado que o projeto investigue a existência de câmaras secretas ainda não descobertas no interior das construções – existe uma hipótese que diz que a lendária rainha egípcia Nefertiti estaria atrás de uma das portas internas da tumba de Tutancâmon.  
Ao todo, quatro pirâmides serão analisadas. Na cidade egípcia de Dahshur as escolhidas foram a Pirâmide Curvada e a Pirâmide Vermelha, ambas construídas há cerca de 4.600 anos e com 105 metros de altura. Em Guizé as pirâmides investigadas serão as de Quéops (construída há cerca de 4.500 anos, 146 metros) e a de Quéfren, erguida mais ou menos na mesma época de sua conterrânea, mas com aproximadamente três metros a menos de altura. O Projeto Scan Pyramids deve ser concluído até o fim de 2016.

Promessas de países para salvar o clima ainda são insuficientes, diz ONU

Os planos de cerca de 150 países para reduzir as emissões de gases do efeito estufa vão desacelerar a mudança climática, mas as nações ainda precisam fazer mais para limitar a elevação das temperaturas globais a no máximo 2°C, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (30).
Cientistas alertam que o aquecimento precisa ficar abaixo desse nível no fim do século (em relação à temperaturas anteriores a 1850) para evitar os piores efeitos da mudança climática – como inundações, secas e elevação do nível do mar.
Os planos citados pela ONU serão a base de um acordo global para combater a mudança climática a ser assinado em dezembro em Paris.
 
Negociadores se reúnem em Bonn, Alemanha, para produzir esboço de acordo a ser negociado na Cúpula do Clima de Paris (Foto: IISDRS)
Emissões Essas estratégias nacionais seriam capazes de restringir o aumento das emissões dos 49 GtCO2/ano (bilhões de toneladas de CO2 por ano) de 2010 para o equivalente a 56,7 GtCO2/ano até 2030, quatro bilhões a menos do projetado caso nenhuma medida seja tomada, afirma um novo relatório.
"É um passo muito bom, mas não é suficiente", afirmou Christiana Figueres, chefe da UNFCCC, a convenção do clima da ONU, durante a apresentação do documento em Bonn, na Alemanha.
As promessas dos países, conhecidas como INDC (Intenções de Contribuição Nacionalmente Determinadas) serão os blocos de construção para um acordo na cúpula do clima de Paris, que será realizada de 30 de novembro a 11 de dezembro. O tratado vai guiar o combate ao aquecimento global a partir de 2020.
Sem projeção oficial
Christiana Figueres não afirmou qual temperatura provável o planeta terá em 2100, porque a maioria dos INDCs se estendem só até 2030. Mas a chefe da convenção do clima da ONU disse que análises independentes mostram que as promessas só limitariam o aumento de temperatura a 2,7°C, no mellhor cenário.
Segundo o IPCC (painel de cientistas do clima da ONU), isso já é um progresso, pois um cenário de emissões desenfreadas poderia levar o planeta a até mais 5°C.
Quase 200 governos concordaram em 2010 a limitar a 2°C graus acima dos níveis pré-industriais, implicando que Paris terá de estabelecer caminhos para aumentar as ações nos anos seguintes. O aumento na temperatura até agora já foi de cerca de 0,9°C.
Os negociadores terão de decidir em Paris como os INDCs serão incorporados pelo novo acordo e sobre como rever as promessas periodicamente, afirmou Figueres.
"Muitos países têm sido saudavelmente conservadores com relação ao que apresentaram", disse, lembrando que muitos países, particularmente a China, provavelmente atingirão redução de emissões maior do que as metas que propuseram.
Sinal para o mercado
O relatório desta sexta-feira é a tentativa mais oficial de tentar somar o impacto dos INDCs e foi bem recebido por grupos de investimento financeiro.
"Planos nacionais fortes dão o tipo de sinal vital de mercado requerido por formuladores de políticas quando os investidores querem reduzir os riscos de ativos encalhados no setor de combustíveis fósseis e fazer enormes investimentos em tecnologias de baixo carbono", afirmou Stephanie Pfeifer, chefe executiva do IIGCC (Grupo Internacional de Investidores para Mudança Climática).
Grupos ambientalistas afirmam que o acordo de Paris precisa ser o ponto de partida para cortes de emissões mais profundos.
"Insistimos que o acordo de Paris estabeleça um mecanismo para fazer países diminuírem mais suas emissões, sem atraso", disse Martin Kaiser, chefe de política do clima internacional do Greenpeace.
"O mundo precisa que Paris emita um sinal claro e inspirador de que o jogo está mudando, que todos os países estão levando a ciência do clima a sérdio, abraçando todo o potencial da enerigia limpa renovável e descontinuando os combustíveis fósseis."
Intenções nacionais A maior parte dos quase 200 países signatários da Convenção do Clima já submeteu à ONU suas propostas de redução de emissões, incluindo grandes emissores como EUA, China, Índia, Brasil e União Europeia.
Uma projeção feita sob encomenda da ONU sugere que, para que os 2°C sejam evitados, as emissões globais precisam começar a cair a partir de 2020. A soma das intenções dos países declaradas até agora, porém, indica um prolongamento do período de aumento de emissões.

O incrível Lago rosa na Ucrânia nem parece real

Nem parece real: conheça incrível lago rosa na Ucrânia

O Koayshskoye está localizado na Reserva Natural de Opuksky
Assim como o Yellowstone National Park, nos Estados Unidos, possui uma piscina termal com águas coloridas, a Reserva Natural de Opuksky, na Ucrânia, também conta com um lago inteiramente rosa. O fotógrafo Sergey Anashkevych, um fotógrafo da Criméia, em uma viagem ao local fez várias fotos incríveis da beleza natural.
O Koayshskoye tem essa cor rosada devido a presença de uma alga microscópica que se prolifera no lago. Quando a água evapora, o sal cristaliza em torno das rochas, formando pedras de cristais da cor rosa.
Por não estar situado próximo a Kiev, capital da Ucrânia e uma das cidades mais visitadas do país, o parque acaba atraindo mais moradores locais do que turistas. As pessoas que visitam o Koayshskoye acreditam que as águas coloridas possuem substâncias curativas.
Com apenas dois quilômetros de largura, quatro de comprimento e pouco mais de um metro de profundidade, o lago separa-se do Mar Negro por apenas uma faixa de terra. Sua localidade e as pedras rochosas que aparecem bem visíveis por toda a sua extensão, tornam o lago ainda mais bonito.

Como assistir à rara conjunção de Vênus, Marte e Júpiter que acontece durante essa semana

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Ao longo das próximas noites, quem observar o céu poderá ver Vênus, Marte e Júpiter andando juntos no céu da manhã. Aqui está o que você precisa saber sobre essa rara conjunção e como assistir.
De agora até a primeira semana de novembro, os planetas mais brilhantes no céu da noite - Vênus, Marte e Júpiter - vão aparecer como um trio de pontos brilhantes nas horas próximas ao amanhecer. E você não precisará de binóculo nem telescópio para ver. Essa conjunção rara não vai acontecer de novo até janeiro de 2021.
A melhor hora para ver os planetas será pouco antes do nascer do sol em direção ao leste, em todo o mundo, onde quer que haja um céu claro.
O maior e mais brilhante será Vênus. O gigante gasoso Júpiter vai aparecer 12 vezes mais fraco, e Marte 250 vezes mais fraco. Marte vai aparecer em uma direção ESE a uma altura de cerca de 25 graus acima do horizonte, enquanto Júpiter estará um pouco acima.
Segundo o astrônomo amador Ian Musgrave da Universidade de Adelaide:
"Os planetas não estão próximos em um sentido literal. Eles ainda estão milhões de quilômetros distantes um dos outros, mas eles atingiram um ponto em suas órbitas em que aparecem alinhados da nossa perspectiva da Terra. Como Sam Lindsay da Royal Astronomical Society disse à BBC, o agrupamento é aleatório, e os planetas estão "caminhando em suas próprias órbitas ao redor do sol, o que leva tempo diferente para eles caminharem, e eles chegaram a um ponto em que aparecem alinhados no céu da Terra."
A Lua crescente vai se juntar aos planetas na semana que vem.
"No dia 7 de novembro, Júpiter e a Lua crescente estarão bem próximos, com Vênus e Júpiter logo abaixo," destacou Musgrave à ABC News. "E então no dia oito, você verá dois planetas, Marte e Vênus, bem próximos e também perto da Lua, de uma forma que deve ficar fantástica nas primeiras horas do dia." 
 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A arriscada tarefa de desmantelar um submarino nuclear

Centenas de submarinos nucleares já foram desmantelados nos Estados Unidos e na Rússia
 
Submarinos nucleares há tempos povoam o mundo da ficção científica. Em filmes como Caçada ao Outubro Vermelho (1990) ou seriados de TV como Viagem ao Fundo do Mar, eles sempre são retratados como instrumentos de poderio geopolítico deslizando em silêncio pelas profundezas dos oceanos em missões ultrassecretas.
Mas no fim de sua vida útil, esses submarinos se tornam nada mais do que perigos flutuantes, carregados de um letal combustível nuclear gasto que é extremamente difícil de ser removido.
Equipes militares já tiveram que ir a extremos inimagináveis para poder dar fim às numerosas e combalidas frotas de submarinos de ataque e lançadores de mísseis balísticos que foram reunidas pelas potências mundiais nas últimas décadas.
O resultado é a existência de alguns dos mais estranhos "cemitérios industriais" do planeta espalhando-se da costa noroeste dos Estados Unidos até Vladivostock, na Rússia, pelo Círculo Polar Ártico.
 
Aquário radioativo
Mesmo esvaziados e desmantelados, os cascos dos submarinos continuam radioativos
 
Esses "lixões" submarinos podem assumir várias formas. Na ponta mais degradada do espectro, no Mar de Kara, ao norte da Sibéria, reatores e combustível espalhados pelo leito a 300 metros de profundidade.
Acredita-se que até o início dos anos 90, os russos teriam continuado a descartar seus submarinos nucleares aqui da mesma maneira com que se livravam dos modelos a diesel: afundando-os no oceano.
O depósito de submarinos a diesel nas enseadas da Baía de Olenya, na Península de Kola, na Rússia, é uma visão chocante: proas enferrujadas com torpedos expostos, torres de controle corroídas tombadas e cascos arrebentados.
Segundo a Bellona Foundation, organização de monitoramento ambiental com sede em Oslo, na Noruega, os soviéticos transformaram o Mar de Kara em "um aquário de lixo radioativo". O leito do oceano está tomado por cerca de 17 mil contêineres de dejetos radioativos de uso naval, 16 reatores nucleares e cinco submarinos nucleares completos – um deles com seus dois reatores ainda repletos de combustível.
Recentemente, a região do Mar de Kara tem sido cada vez mais explorada por empresas de petróleo e gás natural. Segundo Nils Bohmer, diretor da Bellona, a perfuração acidental desses dejetos pode, em teoria, romper o invólucro de reatores ou o revestimento de varetas de combustível, liberando radionuclídeos em áreas pesqueiras.
 
Esvaziados e removidos
Reatores nucleares de submarinos russos armazenados perto de Vladivostok
 
Já os "cemitérios" oficiais de submarinos nucleares são muito mais visíveis – é possível até "visitá-los" com o Google Earth. Basta dar um zoom no maior depósito de lixo nuclear dos Estados Unidos, em Hanford, no Estado de Washington, na Baía de Sayda, na Península de Kola, ou ainda nos estaleiros perto de Vladivostok, também em solo russo.
São fileiras e mais fileiras de gigantescos contêineres de aço, cada um com cerca de 12 metros de comprimento. Em Hanford, eles foram perfilados em valas térreas e esperam serem sepultados para sempre. Na base submarina de Pavlovks, perto de Vladivostok, eles flutuam nas águas do Mar do Japão, amarrados a um pier. Esses "latões" são tudo o que resta de centenas de submarinos nucleares.
O processo de desmantelamento de uma embarcação como essa é altamente meticuloso. Primeiro, o submarino "defunto" é rebocado até uma doca tornada segura para a retirada do combustível. Ali, todos os líquidos no compartimento dos reatores são drenados. Cada tanque é, então, removido e colocado em um barril, que por sua vez é enfileirado para ser descartado em uma usina de armazenamento e reprocessamento.
Nos Estados Unidos, esse lugar é o Naval Reactor Facility, no Laboratório Nacional de Idaho. Na Rússia, a usina de produção e reprocessamento de plutônio de Mayak, na Sibéria, é o destino final desses submarinos.
Apesar de o maquinário dos reatores – geradores a vapor, bombas, válvulas e canos – não conterem mais urânio enriquecido, seus metais são considerados radioativos por causa das décadas de bombardeamento de nêutrons destruindo seus átomos.
Por isso, depois da remoção do combustível, o submarino é levado até uma doca em terra, onde o compartimento que abrigava o reator e duas outras seções vazias de cada lado são cortados. Depois, espessos lacres de aço são soldados em cada saída.
A Rússia também usa essa técnica porque os países ocidentais temiam que os processos menos rigorosos usados pelo país aumentassem os riscos de materiais nucleares caírem nas mãos "erradas".
Na Baía de Andreeva, perto de Sayda, por exemplo, os russos ainda armazenam combustível nuclear gasto de 90 submarinos dos anos 60 e 70.
Em 2002, os países do G8 deram início a um programa de desmantelamento que previa a transferência de know-how americano. Isso envolveu a melhoria de tecnologias e de armazenamento na estação de Severodvisnk e a construção de uma doca seca para armazenar os reatores destruídos.
 
Riscos ainda presentes
Mas Bohmer afirma que nem sempre foi possível descontinuar submarinos dessa maneira. Alguns dos equipamentos soviéticos tinham reatores resfriados por metal líquido, uma mistura de chumbo e bismuto que retira calor do miolo, em vez do reator de água pressurizada, mais comum.
Em um reator defunto, a mistura de chumbo e bismuto congela e se torna um bloco sólido e impossível de manejar.
Segundo Bohmer, dois submarinos como esse ainda não foram descontinuados e tiveram que ser levados para uma doca extremamente remota na Baía de Gremikha por questões de segurança.
Usando o método da "unidade de três compartimentos", a Rússia já desmantelou 120 submarinos nucleares da Frota do Norte e 75 submarinos de sua Frota do Pacífico. A França também usou o mesmo procedimento.
Na Grã-Bretanha, no entanto, os submarinos nucleares da Marinha são projetados para que o módulo do reator seja removido sem precisar destruir compartimentos do meio.
 
Pressão ambientalista
Os planos do governo britânico de desmantelar 12 submarinos defuntos estacionados em Devonport, no sul da Inglaterra, e sete em Rosyth, na Escócia, não devem ser colocados em prática tão cedo, enquanto ainda não se decide para onde serão levados.
Isso tem causado preocupação entre as comunidades vizinhas a esses locais, já que o número de submarinos descontinuado está aumentando.
Grupos ambientalistas também fizeram um alerta sobre o armazenamento de combustível nuclear nos Estados Unidos. O laboratório em Idaho é o destino final de todo o combustível gasto desde que o primeiro submarino nuclear, o Nautilus, foi desenvolvido, em 1953.
"O combustível gasto é armazenado acima da superfície, mas o resto dos dejetos estão enterrados acima do aquífero que alimenta o rio Snake, e a prática deve continuar por mais 50 anos", diz Beatrice Brailsford, do Snake River Alliance, grupo de lobby ambientalista.
Mesmo cercado de altas medidas de segurança, o material radioativo pode ocasionalmente vazar das maneiras mais inesperadas. Tanto o laboratório em Idaho quanto a base em Hanford já sofreram vazamentos raros de radiação por causa dos ventiladores que resfriam os tanques de dejetos, soprando água contaminada pela região ao redor das usinas.
 
Planos de mais submarinos
Essas medidas caras e de longo prazo não parecem deter a vontade das potências mundiais de construir novos submarinos nucleares. "Não há nenhum indício de que a Marinha americana acredite que esses submarinos tenham sido menos do que um sucesso estelar, e já está construindo equipamentos para substituí-los", afirma Edwin Lyman, analista de políticas nucleares da Union of Concerned Scientists, um grupo de pressão de Cambridge, Massachusetts.
Os Estados Unidos não estão sozinhos: a Rússia tem quatro novos submarinos sendo construídos em Severodvinsk e pode montar outros oito antes de 2020. A China também está fazendo o mesmo.
Ao que parece, os cemitérios de submarinos e os depósitos de combustível gasto continuarão movimentados.
BBC Brasil

2015 quebra recorde de quantidade de furacões e tufões no mundo

O furacão Patrícia, em foto de satélite da Nasa, no dia 23 de outubro de 2015 (Foto: NOAA GOES Project/NASA via AP)
O furacão Patrícia, em foto de satélite da Nasa, no dia 23 de outubro de 2015 (Foto: NOAA GOES Project/NASA via AP)
 
 Só este ano, 22 furacões ou tufões de categoria 4 ou 5 foram registrados no planeta. O recorde anterior era de 2004, que registrou 18.
Ao que tudo indica, 2015 ficará marcado como um ano de clima extremo. Além de provavelmente quebrar todos os recordes de calor, este ano também viu a maior quantidade de furacões e tufões de categoria 4 ou 5 já registrados. Os furacões de categoria 4 ou 5 na escala Saffir-Simpson são os mais devastadores, com ventos passando de 250 km/h.
O recorde foi quebrado no dia 17 de outubro, com a formação do tufão Koppu, no litoral das Filipinas. Desde então, meteorologistas registraram o super tufão Champi e o furacão Olaf, no Pacífico, e o furacão Patrícia, no litoral do México. O Weather Channel publicou a lista dos 22 furacões ou tufões.
Por que tantos furacões este ano? O El Niño é provavelmente um dos culpados. El Niño é o aquecimento natural e cíclico da superfície do Oceano Pacífico. A água mais quente é um elemento crucial para a formação de furacões. Não por acaso a maioria deles este ano se formou no Pacífico, nas áreas onde a água está mais quente.
Outro fator também pode ter contribuído: o aquecimento do planeta causado não por ciclos naturais, mas pelo homem, por meio de emissão de gases de efeito estufa. As previsões indicam que furacões de alta intensidade deverão se tornar mais comuns em um mundo mais quente. Entretanto, fazer uma ligação direta entre um evento específico e o aquecimento global é muito difícil. É impossível saber se Patricia se formaria ou não se o planeta não estivesse mais aquecido.
Época.com

OMM detecta em outubro o terceiro maior buraco na camada de Ozônio já visto

 
Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou nesta quinta-feira que neste mês de outubro foi registrado o terceiro maior buraco da camada de ozônio, embora tenha esclarecido que isto não contradiz o processo de recuperação desta proteção natural contra os raios solares.
"Isto mostra que o problema do buraco de ozônio segue conosco e que é preciso manter certa vigilância, mas não há razão para um alarme indevido", garantiu o cientista Geir Braathen, do Serviço Atmosférico da OMM.
A diminuição da camada de ozônio ocorre anualmente durante a primavera no hemisfério sul devido às temperaturas extremamente frias na estratosfera (localizada a cerca de 25 quilômetros de altura) e à presença na atmosfera de gases que devoram o ozônio.
Segundo a OMM, a média calculada durante 30 dias do buraco de ozônio foi neste ano de 26,9 milhões de quilômetros quadrados, o que representa a terceira medida mais importante depois dos recordes registrados em 2000 e 2006.
Os cientistas calcularam o recorde para um só dia em 2 de outubro, quando o buraco alcançou 28,2 quilômetros quadrados, sua dimensão máxima para este ano.
As temperaturas na estratosfera antártica variam de ano em ano, o que faz com que alguns anos o buraco da camada de ozônio sejam relativamente pequenos e outros relativamente grandes.
"De maneira geral, isto não reverte a recuperação a longo prazo para a camada de ozônio que é projetada nas próximas décadas", indicou a OMM.
 

Descoberta surpreendente em cometa sugere outra origem para o Sistema Solar

A descoberta pode forçar uma reconsideração sobre o que se sabia até agora sobre a formação do Sistema Solar
 
Uma nova descoberta está intrigando os cientistas a respeito da origem do Sistema Solar.
A sonda espacial Rosetta identificou uma molécula de oxigênio na nuvem de gás que envolve o cometa que ela está estudando entre a Terra e Júpiter – chamado 67P/Churyumov-Gerasimenko.
A descoberta, divulgada na publicação científica , foi uma grande surpresa para os pesquisadores, que achavam que o oxigênio teria reagido com outros elementos quando os planetas estavam se formando.
O resultado indica que as ideias atuais que os cientistas tinham até aqui sobre a origem e a formação do Sistema Solar podem até estar erradas.
Pesquisadores usaram um instrumento da Rosetta para "farejar" a atmosfera ao redor do cometa. A sonda foi lançada em 2004 e chegou ao seu alvo no ano passado – desde então, os cientistas têm estudado as informações trazidas por ela.
Sistema Solar
Os pesquisadores da Nasa (agência espacial americana) descobriram que o oxigênio era o quarto gás mais comum ao redor do cometa, depois de vapor de água, monóxido de carbono e dióxido de carbono.
Uma das cientistas envolvidas, Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna, disse que inicialmente os pesquisadores até pensaram que aquilo que tinham visto nas informações da sonda era um equívoco.
"Quando vimos isso pela primeira vez, nós tivemos uma primeira reação de negação porque não era algo que nós esperávamos encontrar em um cometa", afirmou.
O oxigênio reage muito facilmente com outros elementos para formar outros compostos e não costuma ficar na sua forma única. Os pesquisadores sugerem que o oxigênio deve ter congelado de maneira muito rápida e ficado preso em pedaços de material no início da formação do Sistema Solar.
"Foi a descoberta mais surpreendente que fizemos até agora (sobre o cometa)", disse Altwegg. "A maior pergunta que fica agora é como ele chegou ali."
Várias teorias atuais sobre como os planetas e os cometas se formaram em volta do Sol sugerem um processo violento que teria aquecido o oxigênio congelado – e ele teria, então, reagido com outros elementos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Furacão Patrícia é um indício que o El Niño será 'monstruoso' no Pacífico

Furacão Patricia em Houston
Carros submersos em Houston pelas chuvas do furacão Patrícia
 
Enquanto o México respira após a passagem do furacão Patrícia, o resto do Pacífico tira conclusões. A formação em apenas dois dias do mais potente furacão já registrado pelo Serviço Meteorológico dos EUA confirmou que o aumento de temperaturas no Pacífico está intensificando as precipitações e dá indícios de que a temporada de chuvas conhecida como El Niño pode ser a mais destrutiva em décadas. A imprensa da Califórnia, especialista em alertar sobre o apocalipse, desde o começo de 2015 inventa nomes como “El Niño Monstruoso” e “El Niño Godzilla” para explicar o que deve acontecer nessa região até o final do ano. O furacão Patrícia foi o primeiro exemplo real dessa ameaça.
O fenômeno do El Niño é formado por uma corrente quente no Pacífico da altura do litoral do Peru que altera o clima e provoca fortes chuvas. Especialistas da Organização Meteorológica Mundial alertaram em setembro que o próximo El Niño será um dos mais fortes desde 1950. A última vez em que foi registrado um aquecimento com essas características no Pacífico foi em 1997. Em agosto, as temperaturas já estavam entre 1,3 e 2 graus centígrados acima da média.
Não é certo que o fenômeno tenha sido a causa da formação do Patrícia, mas contribuiu para que fosse tão intenso, segundo os meteorologistas, e é o responsável pelo número incomum de tormentas tropicais ocorridas no Pacífico em 2015. Ocorreram oito, o dobro do último recorde, segundo declarações do pesquisador do clima Phil Klotzbach à revista National Geographic no domingo. No ano do pior El Niño já registrado, 1997, o furacão Pauline causou estragos em Guerrero e Oaxaca, no México.
Na Califórnia, as notícias se sucedem desde o começo do ano sobre o aquecimento do mar. Os surfistas afirmam que não viram correntes parecidas em pelo menos uma geração. Os cada vez mais frequentes avistamentos de tubarões próximos à costa são atribuídos à temperatura da água. Há dez dias, banhistas de Oxnard encontraram uma serpente marinha muito venenosa (serpente de barriga amarela) cuja presença no sul da Califórnia também foi atribuída ao aumento das temperaturas. Essa espécie não era vista na região há 30 anos, também durante uma temporada de El Niño. O fenômeno também é responsabilizado pelos altos índices de mortalidade de leões marinhos no litoral em 2015.
 
 
O fenômeno já se nota no litoral da América do Sul. Em julho, 14 regiões do Peru foram declaradas em estado de emergência. Em uma entrevista ao EL PAÍS, o coordenador técnico de emergência peruano disse que existiam condições para a formação de um El Niño “extraordinário”. No Chile, agosto e setembro trouxeram muita chuva ao centro do país depois de oito anos de seca. O deserto chileno, que se transforma em atração turística quando tem flores, mostra o maior florescimento dos últimos 18 anos.
O último sinal de preocupação foi lançado na sexta-feira pela agência federal de emergências dos Estados Unidos (FEMA). Em uma entrevista coletiva um de seus responsáveis, Roy Wright, recomendou aos habitantes da Califórnia que comprem seguros contra inundações, até mesmo se viverem em regiões afastadas do litoral.
O sul da Califórnia, particularmente, está muito mal preparado para qualquer precipitação que seria considerado normal em outro lugar. Em Los Angeles, uma hora de chuva pode deixar bairros inteiros sem luz e provocar grandes engarrafamentos. Na região norte da cidade, na entrada do deserto de Mojave, no sábado uma tempestade transformou a areia do deserto em um rio de barro que sepultou até o teto quase 200 veículos. As equipes de resgate encontraram um cadáver em um deles vários dias depois.
Depois de quatro anos de seca, o sul da Califórnia não precisa de chuvas torrenciais. A imprensa californiana lembra que a temporada do inverno de 1997-1998 provocou 17 mortos e 500 milhões de dólares (1,96 bilhão de reais) em danos. Essa chuva é necessária no norte, onde está a reserva de água que abastece quase todo o Estado. A previsão mais recente da administração através do NOOA (Administração de condições atmosféricas e dos oceanos) indicou em 15 de outubro que a possibilidade de chuvas em Los Angeles é de 60% a 69%, enquanto ao norte de Sacramento, onde é mais necessária, é de 30% a 39%.

Agência espacial russa anuncia planos de enviar humanos a Lua em 2019

 
A Roscosmos, agência espacial federal russa, anunciou nesta terça-feira (27) seus planos de levar humanos a Lua em 2029 como parte do objetivo de criar e manter uma estação própria no satélite.
Segundo Vladimir Solntsev, chefe da Roscosmos Energia, a agência já está construindo a espaçonave para a missão, com seu primeiro voo ao espaço marcado para o ano de 2021. 
Solntsev ainda explicou durante o anúncio que depois do voo inicial, a sonda deverá se acoplar na Estação Espacial Internacional em 2023 e dois anos depois a Roscosmos enviará uma nave não tripulada a Lua, antes de sua versão com astronautas atingir o satélite em 2029.
Há cerca de duas semanas, a BBC reportou que a Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês) e a Roscosmos estariam conversando sobre uma missão colaborativa para enviar uma sonda tripulada ao polo sul da Lua. 
Batizada de Luna 27, a missão seria a primeira de uma série que levaria homens novamente a superfície de nosso satélite.

Seria este o iceberg que afundou o "Titanic"?

Para alguns especialistas, esse pode ser o iceberg que afundou o "Titanic"
Para alguns especialistas, esse pode ser o iceberg que afundou o "Titanic"
 
Uma foto que pode ser do iceberg responsável pela tragédia do vai à leilão nos EUA neste fim de semana.
A região do Golfo Pérsico é vulnerável a altas temperaturas por causa de tendências meteorológicas regionais. Durante o verão, o céu limpo permite ao sol aquecer fortemente as águas do Golfo, que são rasas e portanto se aquecem mais rápido do que as dos oceanos. Como resultado, o aquecimento do mar também produz maior umidade, afetando, principalmente, as cidades costeiras.
O tripulante que tirou a foto fez anotações no verso da imagem, dizendo ter visto manchas vermelhas na superfície do gelo. A mesma cor do casco do .
No entanto, especialistas divergem sobre a "autenticidade" do iceberg e há uma corrente que defende que outro bloco de gelo, registrado em uma foto tirada pelo capitão do , um dos navios que participaram do resgate às vítimas do naufrágio, corresponde mais à descrição feita por quem estava a bordo do .
Por isso, a expectativa casa de leilões americana Henry Aldridge and Son de arrecadar em torno de R$70 mil com a foto, que faz parte de um leilão de objetos ligados ao notório transatlântico, é modesta em comparação com os valores de outros itens.
Recentemente, um violino usado por um dos músicos da orquestra do navio foi vendido por mais de R$ 4 milhões.

Aquecimento pode tornar Golfo Pérsico inabitável, diz estudo

Fortes ondas de calor provocadas pelo aquecimento global podem limitar a sobrevivência humana em países do Golfo Pérsico até o final deste século, aponta uma nova pesquisa realizada por cientistas americanos.
 
Aumento de temperatura devido à mudança climática impediria corpo humano de se resfriar através do suor, dizem cientistas
 
Segundo eles, o aumento da temperatura devido à emissão de gases de efeito estufa impediria o corpo humano de se resfriar através da transpiração, ameaçando cidades como Abu Dhabi, Dubai, Doha ou no litoral do Irã.
Conduzido pelos professores americanos Jeremy Pal e Elfatih Eltahir, ambos do MIT (Massachusets Institute of Technology), em Boston, nos Estados Unidos, o estudo aponta que ondas de calor mais intensas do que as registradas até agora se tornariam constantes a partir de 2070. "Nossos resultados revelam um lugar do globo onde a mudança climática, na ausência de reduções significativas das emissões de gás O Golfo Pérsico, onde a população vem aumentando rapidamente, sofreu neste ano uma de suas piores ondas de calor, com temperaturas chegando a 50°C, e causando inúmeras mortes. "Esperamos que uma informação como essa possa ser útil em fazer com que os países da região se interessem pela redução das emissões de gases de efeito estufa. Eles têm um interesse vital em apoiar medidas que ajudam a reduzir a concentração de CO2 no futuro", disse Eltahir.
Países ricos da região, como a Arábia Saudita, vem frequentemente tentando frustrar negociações de mudanças climáticas a nível internacional. Por trás disso, está a continuidade da exploração de petróleo e gás, principais fontes da economia dessas nações.
Modelos matemáticos
O estudo analisou como a combinação de temperatura e umidade, chamada de Temperatura de bulbo úmido (WBT, em inglês), aumentaria se as emissões de dióxido de carbono continuarem a manter a tendência atual e se a temperatura global subir 4°C neste século, conforme previsões anteriores.
Segundo os cientistas, quando a WBT ultrapassa 35°C, o forte calor e a umidade tornariam fisicamente impossível para o ser humano mais condicionado se resfriar com o suor, com consequências fatais após seis horas.
Para pessoas menos condicionadas, a WBT fatal seria inferior a 35º C. A temperatura WBT de 35°C ─ uma combinação de 46°C de calor e 50% de umidade ─ foi quase alcançada em Bandar Mahshahr, no Irã, em julho deste ano.
Para chegar às conclusões, os pesquisadores usaram modelos matemáticos para mostrar que as temperaturas extremas poderiam ocorrer a cada uma ou duas décadas após 2070 ao longo da maior parte da costa do Golfo, se o aquecimento global não for interrompido.
Usando uma medida normal de temperatura, o estudo revelou que os termômetros passariam a marcar em média 45°C durante o verão, enquanto que poderia chegar a 60°C no Kuwait.
Perto da costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita, onde se localizam Meca e Jedá, a WBT não deve passar do limiar dos 35°C, mas ficaria em torno de 32°C ou 33°C.
Ainda assim, segundo os cientistas, o cenário inviabilizaria o Hajj, a peregrinação anual que os muçulmanos fazem à cidade sagrada de Meca. "Um dos rituais do Hajj – o dia de Arafah – exige que os fiéis rezem em uma localidade fora de Meca do nascer ao pôr do sol. Mas sob essas condições, seria muito difícil realizar esses rituais em áreas abertas", disse Elthair.
Ar condicionado?
O ar condicionado continuaria protegendo as pessoas em áreas fechadas, dizem os cientistas.
Eles alertam, contudo, que países mais pobres do Golfo teriam dificuldades financeiras de custear a infraestrutura.
No Iêmen, por exemplo, a WBT poderia alcançar 33°C, próxima ao limiar de sobrevivência. "Sob tais condições, o aquecimento global provocaria a morte prematura dos mais fracos ─ a saber, crianças e idosos", disse.
A região do Golfo Pérsico é vulnerável a altas temperaturas por causa de tendências meteorológicas regionais. Durante o verão, o céu limpo permite ao sol aquecer fortemente as águas do Golfo, que são rasas e portanto se aquecem mais rápido do que as dos oceanos. Como resultado, o aquecimento do mar também produz maior umidade, afetando, principalmente, as cidades costeiras.

Suposto urso polar aparece em foto de Marte divulgada pela Nasa

 
Diversos cientistas que procuram provar a existência de vida extraterrestre analisaram uma imagem de Marte, divulgada pela Nasa e encontraram uma silhueta que lembra uma espécie de urso polar.
Segundo Scott C. Waring, estudioso de OVNIs e vida extraterrestre, não há dúvida: a silhueta na imagem, que mostra a área da Cratera Gale, na superfície do planeta vermelho, é uma criatura. Para ele, um urso polar.
"Existe uma razão para a Nasa usar fotos em preto e branco: esconder as criaturas e plantas que são coloridas. Este é um ótimo exemplo disso. Esta criatura tem pelos de verdade no corpo. Não é uma estátua, é uma criatura viva", afirmou Waring, que é editor do site "UFO Sightings Daily".
Waring ainda afirmou que irá enviar a imagem para a ONU.
Em setembro, cientistas da agência espacial anunciaram ter encontrado sinais de que Marte tenha água corrente durante o verão, o que aumenta as chances de vida no planeta vermelho.

Nasa está prestes a ver oceano subterrâneo em lua de Saturno



 
De acordo com o Business Insider, uma nave da NASA está prestes a fazer uma descida ao spray de gelo que sai do Enceladus, uma lua de Saturno. A pequena lua que orbita o planeta maravilhou os cientistas quando, em 2005, descobriram que lá havia gelo.
Depois de anos de observação, a NASA anunciou, no início do ano, que o Enceladus tinha, definitivamente, um oceano subterrâneo. Ainda que a nave não consiga recolher provas de alguma forma de vida, os cientistas esperam que a aproximação dê novas informações da habitabilidade do oceano.
 

Como é o asteróide que está se aproximando da Terra


 
O Dia das Bruxas, data bastante popular nos países de língua inglesa, está chegando. E, a exemplo dessa celebração em que crianças se disfarçam para pedir doces, se aproxima também o momento da visita da "Grande Abóbora".
Não se trata, porém, de mais um personagem dessa festa pagã de origem celta, mas sim de um asteroide gigantesco que, segundo a Nasa (agência espacial americana) descobriu recentemente, passará relativamente perto da Terra às 19:05 (horário de Brasília) de 31 de outubro.
Conhecido tecnicamente como TB145, esse objeto tem uma largura aproximada de 400 metros. Isso faz com que ele seja 20 vezes maior que o meteorito que explodiu sobre o céu de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, destruindo centenas de janelas e deixando mais de mil feridos por causa de seus detritos.
Sua velocidade também é maior: enquanto o meteorito entrou na atmosfera a uma velocidade de 19 km por segundo, a "Grande Abóbora" se movimenta a 35 km/s.
No entanto, o asteroide felizmente passará a uma distância que, se é bem próxima em termos espaciais, é considerada segura para o nosso planeta.
Quando estiver mais perto, o TB145 estará a 480 mil quilômetros da Terra. Isso representa 1,3 vez a distância entre a Lua e a Terra.
O asteroide não será visto facilmente. "Será preciso ao menos um pequeno telescópio para vê-lo", afirmou Paul Chodas, diretor do Centro para Estudo dos Objetos Próximos da Terra do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
Para a agência espacial americana, essa será uma excelente oportunidade para estudar o asteroide. A próxima vez em que um objeto tão grande passará tão perto do nosso planeta deve ser apenas em agosto de 2027.
A Nasa planeja obter imagens de radar para analisar sua superfície e para detectar se ele está ou não acompanhado de uma lua, o que pode apontar pistas sobre sua massa e densidade.
"A influência gravitacional do TB145 é tão pequena que não terá efeitos detectáveis na Lua, nas placas tectônicas ou nas marés da Terra", explicou a Nasa em um comunicado.
 

Consequências catastróficas

Felizmente, a "Grande Abóbora" passará rapidamente pelo céu, cumprindo sua órbita.
No entanto, não haveria tempo hábil para evitar uma colisão se a Terra estivesse em seu caminho. "Um asteroide deste tamanho é muito difícil de desviar com um alerta de apenas 20 dias", afirmou Chodas à revista Popular Science.
Em caso de um choque com a Terra, um pedaço gigante de rocha ou gelo como o TB145 poderia causar uma devastação catastrófica, avaliou o pesquisador.
Cientistas estão trabalhando atualmente em planos para desviar e destruir esse tipo de objeto – nosso planeta é alvo do impacto de asteroides medianos a cada 100 mil anos, em média.
A Nasa assegura que não temos com o que nos preocupar. Ao menos desta vez.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

"Aldeia lunar" internacional deve ter habitantes robôs e depois humanos

Nesta foto de setembro de 2006, é possível ter uma visão telescópica de quase toda a Lua
Nesta foto de setembro de 2006, é possível ter uma visão telescópica de quase toda a Lua
 
A Agência Espacial Europeia (ESA) propôs construir uma audaciosa "aldeia lunar" internacional, que pode ser edificada por robôs e permitiria o retorno do homem ao satélite após décadas de ausência.

O novo diretor-geral da ESA, Johann-Dietrich Woerner, defendeu sua ideia de "Moon village" para a comunidade espacial reunida no 66º Congresso Internacional de Astronáutica (IAC), organizado em Jerusalém na semana passada. O projeto já havia sido mencionado por Woerner em entrevista à BBC, pouco após ser empossado, em julho.
"A ideia foi colocada na mesa", declarou à AFP Franco Bonacina, porta-voz do diretor-geral da ESA. "Ainda não existe um documento que descreva o programa".

"A expressão 'Aldeia Lunar' não quer dizer que vamos construir na Lua um povoado com escolas, igrejas, casas", explica. "É um conceito que prevê uma participação internacional para realizar missões diversas e variadas na Lua, talvez no lado escuro". As instalações não precisam ficar concentradas num único local.
 Woerner, ex-chefe da Agência Espacial Alemã, parte da constatação de que a aventura da Estação Espacial Internacional (ISS) lançada em 1988 deve ser concluída até 2024.

"É preciso pensar no que se quer fazer em seguida. Daí a ideia de encorajar a comunidade internacional a fazer algo juntos na lua", disse Bonacina. "Trata-se de reunir e federar ideias" em torno do satélite da Terra, que ainda tem muito a nos ensinar.
O diretor-geral da ESA, "para quem o espaço não tem fronteiras, quer que todos participem nesta aldeia lunar", disse Bonacina. A China, que não participa na Estação Espacial Internacional, mas leva um programa lunar ambicioso, seria bem-vinda.

Polo sul
O programa americano Apollo permitiu que o homem desse seu primeiro passo na Lua em 21 de julho de 1969. No entanto, desde dezembro de 1972, nenhum ser humano pisou novamente no satélite.
 Por outro lado, desde os anos 1990, uma série de sondas foram enviadas ao redor da lua, incluindo a europeia SMART1, em 2003.
 Bernard Foing, principal pesquisador da missão SMART1 e diretor do Grupo internacional para a exploração lunar, descreve p que poderia ser a aldeia na Lua.
 "Haverá uma etapa de aldeia robótica. Depois uma etapa de estação habitada. E isso também nos permitirá preparar expedições ainda mais distantes", disse à AFP.

"É um plano progressivo que começa com missões orbitais". "Um marco importante" será a missão norte-americana Orion, da qual a ESA participa, agregou.
 Para o horizonte 2021/2023, a cápsula transportará quatro astronautas em órbita ao redor da Lua.
 Com a Orion, a Nasa aspira sobretudo uma missão habitada rumo a Marte.
 A ESA colabora também com a missão russa Lua 27, prevista para 2020. Ele prevê o envio de uma sonda para explorar as regiões polares da Lua, onde há depósitos de gelo.
 "No polo sul localizamos locais que contêm gelo no subsolo próximo, que são muito bem iluminados e oferecem uma boa possibilidade de comunicação", disse Foing. Todos os elementos necessários para instalar uma base habitada.

Por que o mar está sendo tingido de rosa em praias na Califórnia

Os especialistas esperam que um dia seja possível consultar na internet a previsão de qualidade de água em uma praia como se consulta a previsão do tempo atualmente

As praias da Califórnia são conhecidas no mundo todo, atraindo milhões de turistas e surfistas. Praias como Malibu, Santa Monica ou Venice (as mais famosas) ficam na região metropolitana de Los Angeles, a segunda mais povoada dos Estados Unidos.
Quando chove, as autoridades proíbem banhistas de entrar na água por vários dias por causa da grande quantidade de agentes contaminantes de todos os tipos que acabam no mar e ameaçam a saúde da população.
Para conhecer os efeitos desta contaminação e saber quando é seguro voltar para a água, um grupo de cientistas, liderado pelo Instituto de Oceanografia Scripps de San Diego, lançou ao mar do sul da Califórnia e de Tijuana grandes quantidades de um corante fluorescente rosa e não poluente para analisar como a substância se comporta.
Eles vão analisar a partir da terra, do próprio mar e do ar o comportamento da substância como se ela fosse uma contaminação real, registrando para onde ela se move e o tempo que leva para se diluir na água.
Com a informação, poderão criar em computadores modelos que ajudem as autoridades de cidades litorâneas a tomar decisões em momentos de contaminação, em quais praias o banho de mar deve ser proibido e quais ecossistemas estão em perigo.
"No sul da Califórnia, como em muitos outros lugares do mundo, temos um problema com a qualidade das águas costeiras", disse à BBC Mundo Falk Feddersen, especialista do Instituto Scripps e líder do estudo.
"Quando chove, e até quando não chove, há ocasiões em que as praias se contaminam com substâncias tóxicas e é preciso fechá-las ao público. Estas substâncias se movem em direções diferentes e se dissolvem na água. Com este estudo o que queremos saber é como esta contaminação evolui."

Expedição tenta alcançar 'lugar mais inacessível do mundo'

No centro do Oceano Ártico ainda há um polo a ser conquistado. E agora uma equipe britânica planeja uma viagem de mais de 1.000 km para ser a primeira a atingir o lugar mais remoto do mundo.
 
 Equipe britânica Ice Warrior pretende viajar de mais de 1.000 km até o lugar mais remoto do mundo
 
O Ártico pode ser um lugar cruel, sobretudo em seu ponto mais distante. O Polo Norte ou Ártico de Inacessibilidade marca o lugar mais difícil de alcançar. É o ponto mais afastado de qualquer porção de terra, a cerca de 450 km do Polo Norte geográfico.
Chega-se a esse ponto cruzando uma camada espessa de gelo que cobre um oceano de até 5,5 km de profundidade. As temperaturas podem atingir -50Cº no inverno e é escuro de outubro a março.
A expedição do próximo ano será a terceira tentativa de Jim McNeill's nesse polo. As duas viagens anteriores do explorador não saíram como planejadas. Na primeira vez, uma infecção por uma bactéria comedora de carne o manteve no acampamento base.
 
 
 
Na segunda tentativa, em 2006, ele caiu no gelo depois de uma tempestade. "Os três dias seguintes foram horríveis", ele diz. "A camada de gelo de três metros e meio estava quebrando de forma contínua, e dormir se tornou um problema real."
McNeill chegou a 270 km da última porção de terra, mas com o chão se desintegrando, foi obrigado a interromper a jornada.
 
Jim McNeill é o lider da expedição que deve partir em 2016
Jim McNeill é o lider da expedição que deve partir em 2016
 
Antártica
Na outra extremidade da Terra, na Antártida, também há o ponto mais distante da costa. Por causa de discordâncias sobre o local em que a costa acaba, exploradores viajaram a diferentes locais em busca do Polo Sul de Inacessibilidade.
A tradição diz que esse ponto foi atingido pela primeira vez no final dos anos 1950, por uma expedição russa. A equipe montou uma estação de pesquisa no local, com um busto do líder comunista Vladimir Lênin (1870-1924). Quando o local foi revisitado em 2007, a cabana estava soterrada e apenas a estátua aparecia em meio à neve.
Enquanto outras equipes alcançaram o Polo Sul de Inacessibilidade, o Polo Ártico se mostra mais difícil de alcançar. Considerava-se que o explorador polar australiano Hubert Wilkins havia sobrevoado o ponto em 1927.
 
 Um busto de Lênin marca o Polo Sul de Inacessibilidade
Um busto de Lênin marca o Polo Sul de Inacessibilidade Foto: Divulgação/BBC Brasil
 
O explorador britânico Wally Herbert pensou ter alcançado o local a pé durante sua jornada de 5,9 mil km pelo Oceano Ártico congelado nos anos 1960. Mas o polo estava no lugar errado.
McNeill foi o primeiro a suspeitar que as coordenadas estavam erradas. Um grupo de cientistas seguiu suas pistas, usando dados de satélite para obter um panorama mais nítido da área.
"Acredite ou não, mas a linha da costa do Ártico até o final dos anos 1990 e começo dos anos 2000 ainda tinha grandes erros por causa de mapeamentos incorretos de longa data", afirma Ted Scambos, do Centro Nacional de Neve e Gelo dos EUA, que participou do estudo.
 
Grupo irá usar qajaqs - um misto de trenó e canoa
Grupo irá usar qajaqs - um misto de trenó e canoa
 
Eles descobriram que o Polo Norte de Inacessibilidade estava a 214 km de distância do ponto antigo. Deveria ter sido um erro simples de detectar, diz Gareth Rees, do Instituto de Pesquisa Polar Scott, na Inglaterra, que ajudou a calcular a nova localização.
Se você imaginar o maior círculo possível de desenhar em qualquer oceano, o polo de inacessibilidade está no centro, diz Rees. Ele tocará a terra em três pontos, e esses locais definem o polo. No entanto, os velhos mapas apenas mostravam dois pontos, então estavam errados. "É um mistério que não resolvemos."
 
A Conquista do Polo Norte
 
O americano Robert Peary (1856-1920) reivindicou a descoberta do Polo Norte em 1909 (foto), mas hoje muitos questionam a precisão de sua navegação.
  • A primeira jornada comprovada foi feita pelo norueguês Roald Amundsen e pelo americano Lincoln Ellsworth; eles sobrevoaram o polo em 1926.
  • Os primeiros exploradores a alcançarem o polo integravam uma expedição soviética de 24 pessoas em 1948.
  • A primeira conquista comprovada do Polo Norte foi realizada por uma equipe britânica liderada por Wally Herbert (1934-2007) em 1969.
  • As novas coordenadas do Polo Norte de Inacessibilidade foram anunciadas em 2013. Ninguém até hoje atingiu o local de forma deliberada. A escala do desafio pode ser desconcertante para muitos.
    "O gelo pode formar grandes montanhas", diz Nick Cox, da operação britânica da Antártica e gerente da estação ártica do Reino Unido. "Sempre há a possibilidade de cair por entre o gelo."
    As jornadas até os polos extremos são diferentes. "Na Antártica é uma longa e gelada jornada de ski cross-country, mas no Ártico é como uma corrida de obstáculos", explica Scambos.
     
    Nova jornada
    Isso não desanimou McNeill a planejar sua terceira tentativa. Em 2016, um time de voluntários em seu projeto Ice Warrior (Guerreiro do Gelo) irá dar a largada em seus - um misto de trenó e canoa.
     
    Jornada pelos confins do Oceano Ártico se assemelha a uma corrida de obstáculos, dizem especialistas
    Jornada pelos confins do Oceano Ártico se assemelha a uma corrida de obstáculos, dizem especialistas
     
    Se tudo correr bem, eles levarão 80 dias para atingir o objetivo
    . Eles medirão o gelo no caminho para colher dados sobre como ele está se desfazendo. Também registrarão a presença de ursos polares, embora ainda não saibam quantos aparecerão na rota.
    "Eu não chamaria a região de um lugar inóspito", diz Donatella Zona, uma ecologista especializada no Ártico da Universidade de Sheffield. Mas não há conhecimento suficiente sobre a biodiversidade do Ártico, em parte pela dificuldade de realizar pesquisas de campo. "É muito duro. São meses de escuridão completa e temperaturas de -40Cº a -50Cº", ela diz.
    A corrida para estudar o Ártico em meio a mudanças climáticas está se tornando mais urgente. Há quem diga que o Polo de Inacessibilidade não será inatingível por muito tempo. Há diferentes previsões sobre quando não haverá mais gelo de verão no Oceano Ártico, tornando a navegação na região mais fácil.
    A camada de gelo do Ártico está ficando mais fina e o terreno, mais instável
    A camada de gelo do Ártico está ficando mais fina e o terreno, mais instável Foto: BBC
     
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    Dobrar energia nuclear para 2040 ajudaria a conter mudança climática, diz ONU

    Apesar do medo gerado após o acidente de Fukushima em 2011 e a rejeição ao seu uso em muitos países, a energia nuclear pode ser um aliado essencial na luta contra a mudança climática se sua capacidade de produção dobrar para o ano 2040, segundo um relatório da agência da ONU apresentado nesta terça-feira em Viena.
    "A energia nuclear não produz praticamente nenhuma emissão de gases do efeito estufa ou poluentes e só emissões muito baixas durante tudo seu ciclo vital", assegura esse trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que será debatido na Conferência do Clima de Paris no final deste ano.
    O relatório lembra que a comunidade internacional acordou em 2009 tentar manter abaixo de 2 graus centígrados o aumento da temperatura do planeta, o limite sob o qual ainda é possível evitar os efeitos mais devastadores da mudança climática.
    Para contribuir para essa meta, a produção de energia nuclear teria que duplicar, até os 862 gigawatts elétricos, nas próximas duas décadas.
    Sem energia nuclear é "improvável" que se consiga deter a mudança climática, opina David Shropshire, chefe de Planejamento e Estudos Econômicos da AIEA.
    "Seria preciso atividades muito importantes para substituí-la, bem mediante um aumento das energias renováveis até um nível que é difícil de acreditar, ou com uma eficiência energética aplicada até tal extremo que requeria uma enorme quantidade de dinheiro", explicou.
    Segundo este especialista, para que o átomo mantenha seu papel na luta contra o aquecimento global, será necessário construir entre dez e vinte centrais atômicas ao ano até 2040, algo possível se os governos investirem nesta fonte de energia.
    Em geral, este reporte apresenta a energia nuclear como uma fonte mais barata que o carvão, mais limpa inclusive que a solar e a eólica e com suficiente capacidade como para satisfazer a crescente demanda de eletricidade.
    Segundo a AIEA, nos últimos 25 anos o uso de energia nuclear evitou a emissão de 56 gigatoneladas de CO2, equivalente às emissões globais de dois anos.
    Por exemplo, Shropshire defende que o preço da eletricidade gerada pela nuclear é de entre US$ 26 e 64 por megawatt/hora, frente aos US$ 65-95 das usinas de carvão.
    Com relação às emissões de gases do efeito estufa, o relatório diz que, levando em conta todo o ciclo vital (desde a extração de materiais até a construção e gestão da usina e o processamento de resíduos) as da energia nuclear são menores que as da solar e eólica.
    Com esses argumentos, este organismo da ONU insiste que a energia nuclear deve ser levada em conta no futuro e devem acabar com as "incertezas" que a rodeiam e que a podem fazer menos atrativa que o uso de combustíveis fósseis.
    Incertezas que têm a ver, segundo o relatório, com o elevado investimento inicial que representa uma usina atômica e o tempo que demora em rentabilizá-la (frente à atual queda do preço do petróleo, por exemplo), mas também com a "falta de apoio do público e governamental".
    Rússia, China e outros países da Ásia e Europa do Leste são os mais interessados em ampliar e renovar suas instalações nucleares, enquanto a Europa e Estados Unidos, manterão, no melhor dos casos, seu atual capacidade.