Ainda que não tenha fornecido muitos detalhes sobre o projeto, tampouco uma previsão de lançamento, a Roscosmos (agência espacial russa) revelou um pouco do que será sua espaçonave movida a propulsão nuclear, capaz de levar humanos para Marte "em um futuro muito próximo".
Projetos conceituais foram exibidos, com a nave, no momento, estando em fase de desenvolvimento no Centro de Pesquisas Keldysh, na Rússia. "Hoje, o Keldysh está trabalhando no desenvolvimento de uma espaçonave equipada com motores mais potentes — uma nova classe de unidades de energia nuclear, que não precisam de luz solar nem de baterias solares para operar", explicou um porta-voz da
Roscosmos.
A ideia é que tecnologia de propulsão nuclear revolucione as viagens espaciais, uma vez que não depende de outros combustíveis e nem do Sol para funcionar. Os métodos atuais de propulsão usam coisas como propelentes químicos ou motores elétricos de baixa potência, que justamente dependem de baterias solares. E esses métodos são mais lentos, fazendo com que astronautas a bordo de uma nave do tipo acabem ficando mais tempo no espaço do que deveriam.
"Uma pessoa não deve passar mais de um ano ou dois no espaço. A espaçonave movida a energia nuclear permitirá uma jornada relativamente rápida e, o mais importante, um voo de retorno", declarou Vladimir Koshlakov, diretor do Keldysh. Ele também acredita que "esta tecnologia tem especial significado para voos interplanetários e pesquisa de planetas distantes".
Um voo para Marte usando essa tecnologia nuclear seria, portanto, tecnicamente mais viável em um futuro próximo, enquanto a NASA, por exemplo, não deve levar humanos ao Planeta Vermelho antes da década de 2030. Na visão de Koshlakov, com o sistema nuclear, levaria pouco mais de meio ano para que, tecnicamente falando, seja possível levar humanos a Marte. Ainda, "a viagem até a Lua duraria vários dias, enquanto um voo para Marte duraria cerca de sete ou oito meses", disse o especialista.
Além dessa espaçonave cujo objetivo é chegar a Marte, a Roscosmos também já estaria planejando um protótipo de outro motor nuclear, este "de classe megawatt", capaz de alçar voos para o espaço profundo e, quem sabe, explorar outros sistemas estelares.
Vale lembrar que esta não é a primeira vez em que a Rússia faz experimentos com tecnologia nuclear para viagens espaciais: entre os anos de 1970 e 1998, a então União Soviética lançou 32 naves com reatores nucleares termoelétricos a bordo, com o país testando motores nucleares desde os anos 1960.
Fonte: The Sun
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