Um planeta recém-descoberto pode se tornar o novo local predileto na busca por sinais de vida fora do nosso Sistema Solar.
Situado a 40 anos-luz de distância, na órbita de uma estrela anã vermelha menor e mais fria que o Sol, o LHS 1140b é maior e tem muito mais massa que a Terra - não por acaso, tem sido chamado pelos cientistas de "Superterra".
Segundo os astrônomos, o planeta provavelmente retém boa parte de sua atmosfera - o que o torna um alvo interessante para futuros estudos.
A descoberta foi feita com a ajuda do Observatório de Genebra, na Suíça, e do Observatório de La Silla, no Chile, entre outros. Os resultados serão publicados na edição da revista científica Nature desta quinta-feira.
De acordo com Jason Dittmann, pesquisador do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em Cambridge (Massachusetts, EUA) e autor principal do estudo, trata-se do planeta "mais interessante que descobrimos na última década".
"Não podíamos desejar um alvo melhor para realizar uma das maiores buscas da ciência - a procura por vida fora da Terra", afirmou.
Menos radiação
De acordo com outro integrante da equipe de pesquisadores, Nicola Astudillo-Defru, do Observatório de Genebra, na Suíça, a estrela anã vermelha LHS 1140 gira mais lentamente e emite menos radiação de alta energia que outras estrelas semelhantes.
Para existir vida tal como a conhecemos, um planeta precisa de água em sua superfície e de uma atmosfera. Um problema é que, quando jovens, as anãs vermelhas emitem uma radiação que pode prejudicar as atmosferas dos planetas em sua órbita.
No caso descoberto agora, porém, cientistas desconfiam que o planeta possa ter possuído um oceano de magma no passado - a lava fervente pode ter alimentado a atmosfera com vapor depois que a estrela passou a emitir brilho constante.
Essas condições assegurariam que o planeta tenha água.
Os pesquisadores envolvidos na descoberta do LHS 1140b estimam que ele tenha pelo menos 5 bilhões de anos de idade e calcularam que seu diâmetro tem quase 18 mil km - 1,4 vezes mais do que a Terra. Já a massa é em torno de sete vezes maior.
A grande densidade do planeta indica que ele deve ser rochoso e ter um núcleo de ferro.
Agora, o telescópio espacial Hubble, da Nasa, irá observar o planeta recém-descoberto para medir exatamente quanta radiação de alta energia ele recebe. Isso é importante para saber mais sobre a eventual capacidade que o planeta tem de suportar vida.
Outros telescópios poderão, no futuro, fazer observações detalhadas das atmosferas de planetas distantes - quando isso acontecer, diz a equipe de cientistas, o LHS 1140b é um candidato excepcional para tais estudos.
BBC Brasil
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