quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Aquecimento global: 2018 é o quarto ano mais quente da história

 
GENEBRA - A tendência de aquecimento do planeta continua e 2018 deve entrar para a história como o quarto ano mais quente já registrado. Dados publicados nesta quinta-feira pela ONU apontam que os 20 anos com temperaturas mais elevadas da história foram registrados nos últimos 22 anos. Os últimos quatro anos foram também os quatro com temperaturas mais altas.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o calor também tem sido seguido por sinais como mudanças climáticas, elevação do nível do mar, degelo em muitas das regiões polares e fenômenos climáticos extremos deixando "um rastro de devastação em todos os continentes": Para 2018, as temperaturas foram em média 1 grau Celsius acima da base pré-industrial de 1850 a 1900. "Não estamos à caminho para atingir as metas de mudanças climáticas e frear as altas de temperaturas, alertou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. "A concentração de CO2 batem novos recordes e, se a atual tenderia continuar, poderemos ver uma elevação de temperaturas de 3 a 5 graus Celsius até o final do século", indicou.
Segundo ele, se todos os recursos fósseis forem explorados, a elevação das temperaturas será ainda maior.
O anúncio ocorre na mesma semana que o governo do Brasil anunciou que não irá mais sediar a COP25 em 2019, o que criou um mal-estar diplomático, obrigando a ONU a se apressar para procurar um novo lugar disposto a receber o evento.
O "Estado" apurou que estava tudo planejado para que a entidade chancelasse a conferência no País durante a reunião da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês) que ocorre a partir de segunda-feira, na Polônia e onde estarão 50 chefes de estado, chamada de COP24. Não havia sequer outro candidato, diante de um acordo que foi costurado em diversas capitais.
Mas, com a retirada da proposta brasileira, a entidade se apressa para encontrar uma solução.
 

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Chinês suspende pesquisas com bebês genéticamente alterados

He Jiankui participa de congresso sobre genoma em Hong Kong

O cientista chinês He Jiankui, que alega ter desenvolvido bebês resistentes ao vírus HIV, anunciou nesta quarta-feira (28) uma "pausa" em sua pesquisa, que é alvo de críticas na comunidade científica por suspeita de eugenia.
He diz ter criado uma técnica de engenharia genética que reescreve o DNA do embrião para permitir que ele seja resistente à Aids. Gêmeas que teriam sido submetidas a esse procedimento vieram à luz no mês passado, e uma segunda gravidez está em curso.
Durante um congresso sobre edição de genoma em Hong Kong, na China, o cientista disse que oito casais estavam envolvidos no experimento - outra mulher chegara a engravidar, mas sofreu um aborto espontâneo pouco depois -, porém acrescentou que decidiu "dar uma pausa" na pesquisa.
Segundo ele, todos os casais sabiam dos riscos inerentes à manipulação genética, mas decidiram implantar os embriões mesmo assim. He também admitiu que o experimento ocorreu fora da Southern University of Science and Technology, situada em Shenzhen e onde ele trabalhava até fevereiro passado.
O anúncio do nascimento dos gêmeas geneticamente modificadas suscitou protestos no mundo todo, inclusive na própria China, onde mais de 120 cientistas assinaram uma carta condenando a técnica e a chamando de "loucura". A Comissão Nacional de Saúde abriu um inquérito para apurar o caso.
Apesar disso, He defendeu seu trabalho. "Se há tecnologia disponível, podemos ajudar as pessoas", disse ele em Hong Kong. O gene modificado é o CCR5, usado pelo HIV para atacar o sistema imunológico.

Por que a Áustria é um "celeiro internacional" de espionagem

Eu observava à distância um avião particular vindo de Nova York aterrissar no aeroporto de Viena. Ele levava dez espiões russos. Ao lado, outro avião, este russo, com outros quatro agentes a bordo.
 
Aviões no aeroporto de Viena
Era julho de 2010 e eu cobria a maior troca de espiões entre a Rússia e os Estados Unidos desde a Guerra Fria. Entre os espiões trocados no aeroporto de Viena em 2010 estava Sergei Skripal, envenenado em Salisbury, na Inglaterra, neste ano. Oficial de inteligência russo, vinha trabalhando como agente duplo britânico. Outra era Anna Chapman, uma russa que havia sido deportada dos Estados Unidos.
Não surpreendeu que Viena fosse escolhida como o lugar para a troca.
A cidade tem tradição de ser um "celeiro de espionagem", e segue sendo assim até hoje.
O caso mais recente causou constrangimento à Áustria. Um coronel austríaco aposentado está sendo investigado por ter supostamente atuado como espião para os russos desde os anos 1990.


Karin Kneissl e Vladimir Putin

A Áustria é vista como um dos poucos países da União Europeia que se dão bem com a Rússia. O presidente russo, Vladimir Putin, foi convidado de honra no casamento da chanceler austríaca Karin Kneissl.
A reputação de Viena como um centro de espiões se deve em parte à geografia.

A Áustria e o negócio da espionagem

Anna Chapman pictured in 2010 and undated image of Sergei Skripal
 
Situada perto da chamada Cortina de Ferro, que dividia os blocos comunista e capitalista na Europa, a Áustria, que se manteve neutra durante a Guerra Fria, era conveniente para os comunistas, segundo Siegfried Beer, historiador e fundador do Centro Austríaco de Inteligência, Propaganda e Estudos de Segurança.
"Em Viena, durante a Guerra Fria, serviços de inteligência podiam organizar todo tipo de ação na Iugoslávia, Hungria, Checoslováquia e até na Polônia", diz.
"O governo austríaco queria ficar neutro, então, desenvolveu um clima na cidade onde todos se davam bem e tiravam vantagens uns dos outros. Era um negócio, a espionagem. Ainda é. Atrai muita gente com muito dinheiro ao país."
Filme clássico da Guerra Fria, O Terceiro Homem(1949) mostra que a Viena do pós-guerra foi dividida em quatro zonas, controladas pelos britânicos, americanos, franceses e soviéticos.

The Third Man

O filme fala mais de mercado negro que de espionagem, mas Beer diz que o personagem principal foi inspirado num jornalista austríaco, Peter Smolka, que trabalhou para a inteligência britânica e também para os soviéticos.

'Centenas de espiões'

A Cortina de Ferro já caiu, mas os espiões continuam lá.
Viena é sede de uma unidade das Nações Unidas e do centro de segurança europeu, a Organização Para a Segurança e Cooperação na Europa.
Isso quer dizer que muitos países têm não só embaixadas lá, mas também missões diplomáticas nessas organizações internacionais. Elas dão imunidade diplomática e cobertura a espiões.
O relatório anual do departamento do governo austríaco que cuida de proteção da constituição e combate ao terrorismo diz que a Áustria segue sendo destino de espiões estrangeiros e agentes de inteligência.

Johannes Aigner

Quando o relatório saiu, no início do ano, o chefe do departamento, Peter Gridling, não informou o número de agentes estrangeiros que trabalham lá, mas disse que é uma comunidade de centenas de pessoas.
No entanto, ele também disse que "há mais supostos serviços de inteligência em Bruxelas (Bélgica) do que em Viena".

'Fui cortejado pela Rússia e pelo MI6'

Gerhard Mangott, professor de Relações Internacionais na Universidade de Innsbruck, na Áustria, diz que é comum esses agentes tentarem recrutar informantes austríacos.
Ele ficou surpreso de saber que o governo decidiu tornar públicas as suspeitas sobre o coronel aposentado, especialmente porque Viena tem boas relações com a Rússia.
"O Serviço Secreto é muito ativo na Áustria de maneira bilateral, tenta ganhar informantes de várias instituições", disse ele.
O professor Mangott foi ele próprio cortejado pelos russos e pelos britânicos.
"Fui procurado pelo serviço secreto russo nos anos 1990 para trabalhar para eles e também devo dizer que o MI6 me procurou na mesma década para trabalhar como informante", diz ele.
"Tenho certeza de que há muitos austríacos trabalhando para serviços secretos de outros países", disse. "O fato de esse espião ter sido desmascarado não deveria ser uma surpresa para o governo."
Siegfried Beer concorda. "Os políticos deveriam saber que a espionagem é um negócio internacional. Em vez de culpar os russos eles deveriam olhar para o próprio umbigo e se perguntar como pôde um espião ficar entre nós por 25 anos."
BBC News

terça-feira, 27 de novembro de 2018

A sonda InSight já pousou em Marte - e agora?

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Agora que a sonda InSight, da NASA, pousou com sucesso, você pode imaginar o que vem a seguir. Bem, a mais recente sonda humana a chegar à superfície do planeta vermelho não está interessada apenas em rochas e moléculas. A InSight está interessada em Marte como um todo, incluindo o que está ocorrendo nas profundezas de sua superfície.
A sonda, que partiu da Califórnia e levou seis meses para chegar ao seu destino, conta com três novos instrumentos para a superfície de Marte. Um vai medir como o calor flui para fora do planeta. Outro usará os polos do planeta para estudar seu núcleo; e, por fim, o terceiro irá caçar “marsquakes” (terremotos marcianos). Esses aparelhos vão oferecer uma perspectiva aos cientistas que eles nunca tiveram antes.
“A InSight é a primeira missão enviada para observar o interior de Marte”, disse Tanya Harrison, diretora de pesquisa da iniciativa NewSpace, da Universidade do Estado do Arizona, ao Gizmodo. “Temos tantas questões não respondidas sobre o seu interior, pois nunca tivemos uma boa visão sobre este aspecto antes.”
Marte e Terra são planetas rochosos que parecem que tiveram água em sua história, mas que evoluíram de formas muito distintas. A InSight deve ajudar no estudo de como planetas rochosos se formam e evoluem. Ela também vai tentar entender se há atividade tectônica em Marte — e o nível de atividade que se move sobre e sob a superfície.
Agora que a InSight pousou, os cientistas passarão de dois a três meses analisando a sua área de pouso para determinar onde deixar dois destes três instrumentos. São eles: o SEIS ou (Seismic Experiment for Interior Structure) e o HP3 (Heat Flow and Physical Properties Probe). Um terceiro experimento, o RISE (Rotation and Interior Structure Experiment), vai ficar na sonda e monitorar a posição do polo norte de Marte para determinar o quanto o planeta está balançando. Isso pode fornecer informações sobre o núcleo do planeta, incluindo se ele tem ou não líquido e se contém outros elementos além de ferro.
Cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, têm um local para ensaio que conta com uma pilha de cascalho no laboratório, com direito a pedregulhos e tudo, além de um modelo da InSight, em que eles podem recriar o local de pouso da sonda. Eles usarão este espaço para praticar o posicionamento do SEIS e do HP3. O SEIS deve ficar na superfície do planeta abaixo de um escudo que o protegerá do vento e do calor para assegurar que suas medidas sísmicas captem apenas as alterações do planeta. O HP3 ficará enterrado a quase cinco metros de profundidade da crosta marciana para estudar o calor liberado do planeta. Um braço robótico implantará ambos.
A atividade sísmica poderia vir de várias fontes, conforme nos contou Kirsten Siebach, professora assistente do Departamento de Ciências Planetárias, Ambiente e Terra, da Universidade Rice. As potenciais fontes incluem impactos de meteoros, deslizamentos de terra ou movimentos abaixo da superfície. Essa atividade pode também determinar se há alguma substância em sua composição. O equipamento poderá ainda determinar se há algum congelamento ou derretimento líquido abaixo da superfície, disse Harrison.
É claro, a quantidade de dados que a sonda pode reunir é limitada, e ela ficará em apenas um local de Marte. Sem contar que levará um tempo para a missão revelar informações interessantes. Os pesquisadores vão ter de esperar pelo impacto da geração de ondas sonoras que deverão viajar pelo planeta, por exemplo.
Em última análise, essas medidas não só informarão os cientistas sobre Marte, mas sobre planetas rochosos de modo geral. Por que, por exemplo, a Terra tem atividade tectônica, enquanto Marte não tem? Quanto a composição de um planeta influi para que a vida e água exista em um, mas faz com que desapareceça em outro?
“Isso é uma nova forma de comparar o que está acontecendo em outro planeta com o que vemos na Terra”, disse Siebach. “Isso vai nos ajudar a entender a formação e a evolução de planetas como um todo.”

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Sonda da Nasa deve pousar nesta segunda (26), em Marte

A expectativa é de que a sonda pouse na superfície do planeta vermelho por volta das 18h, no horário de Brasília, desta segunda-feira (26). A viagem durou quase sete meses.
 
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A Nasa está na contagem regressiva para o pouso em Marte, nesta segunda-feira (26), da sonda Mars InSight, a primeira capaz de ouvir terremotos e estudar o funcionamento interno de outro planeta rochoso.
 
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A nave espacial não tripulada foi lançada há quase sete meses e percorreu 482 milhões de km. É possível assistir à transmissão ao vivo do pouso no site da Nasa (a partir das 17h do horário de Brasília).
 
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Parte de sua missão é informar dos esforços para enviar algum dia exploradores humanos ao planeta vermelho — algo que a Nasa espera concretizar na década de 2030. A InSight não tem capacidade de detectar vida no planeta — isso será deixado para os futuros robôs. A missão da agência em 2020, por exemplo, irá coletar rochas que possam conter evidências da vida antiga.
Este pouso em Marte é o primeiro desde 2012, quando o explorador Curiosity da Nasa pousou na superfície e analisou as rochas em busca de sinais de vida que possa ter habitado o planeta vizinho da Terra, agora gélido e seco.
 
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A InSight, de 993 milhões de dólares, deve sobreviver à difícil entrada na atmosfera do planeta vermelho, viajando a uma velocidade de 19.800 km/h e reduzindo rapidamente a velocidade a apenas 8 km/h.
"Nós estudamos Marte da órbita e da superfície desde 1965 — aprendendo sobre o tempo, atmosfera, geologia e química de superfície", afirmou Lori Glaze, diretora em exercício da divisão de ciência planetária da direção de missões científicas da Nasa. "Agora iremos finalmente explorar dentro de Marte e aprofundar nosso entendimento do nosso vizinho terrestre, enquanto a Nasa se prepara para enviar exploradores humanos mais fundo dentro do sistema solar".
 
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A fase de entrada, descida e aterrissagem começará às 17h47 (horário de Brasília) de segunda-feira (26). Meio de brincadeira, na Nasa se referem a essa etapa como os "seis minutos e meio de terror". A expectativa de aterrissagem é para as 18h.
 
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Na tarde de domingo (25), os engenheiros da agência corrigiram a trajetória da sonda pela última vez, para guiá-la para dentro de alguns quilômetros de seu ponto de entrada desejado sobre Marte. Cerca de duas horas antes de entrar na atmosfera, a equipe de entrada, descida e aterrissagem também pode atualizar alguns detalhes do algoritmo que guia a espaçonave em segurança até a superfície, informou a agência espacial em seu site.
Esses serão os últimos comandos enviados à InSight antes que ela se guie automaticamente, com a ajuda de robôs, pelo resto do caminho. Nenhum experimento, até hoje, foi movido roboticamente de uma nave até a superfície marciana.
 
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"Levou mais de uma década para levar a InSight de um conceito até uma nave espacial se aproximando de Marte — e ainda mais desde que eu me inspirei a embarcar nesse tipo de missão", disse Bruce Banerdt, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, em inglês) da Nasa e investigador principal da InSight. "Mas, mesmo depois do pouso, nós precisaremos ser pacientes até a ciência começar".
Banerdt acrescentou, ainda, que "aterrissar em Marte é um dos trabalhos mais difíceis já feitos em exploração planetária. É uma coisa tão difícil, tão perigosa, que sempre há uma possibilidade desconfortavelmente grande de que algo pode dar errado", disse.
Deve levar de dois a três meses para que o braço robótico da InSight coloque os instrumentos da missão na superfície. Durante esse tempo, os engenheiros irão monitorar o ambiente e fotografar o terreno em frente à sonda.
No JPL, a equipe de operações de superfície irá praticar a configuração dos instrumentos. Eles usarão uma réplica funcional do InSight em uma "caixa de areia de Marte" coberta, que será esculpida para coincidir com o local de pouso da missão em Marte. A equipe verificará se os instrumentos podem ser implantados com segurança, mesmo se houver rochas próximas ou áreas InSight em ângulo.
Uma vez que a posição final de cada instrumento esteja decidida, levará várias semanas para levantar cada um com cuidado e calibrar suas medições. Então a ciência estará realmente em andamento.

Pouso difícil


Das 43 missões lançadas a Marte, apenas 18 chegaram ao planeta vermelho — uma taxa de sucesso de cerca de 40%. Segundo a agência de notícias americanas Associated Press, os Estados Unidos já conseguiram aterrissar no planeta sete vezes nas últimas quatro décadas. A InSight pode ser a oitava vitória da Nasa.
"Ir a Marte é muito, muito difícil", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da direção de missões científicas da Nasa.
"A parte emocionante é que estamos construindo sobre o sucesso da melhor equipe que já aterrissou neste planeta, que é a equipe da Nasa" e seus colaboradores. O instrumento central da InSight é um sismômetro de detecção de terremotos que foi feito pela Agência Espacial Francesa (CNES).
"Esta é a única missão da Nasa concebida em torno de um instrumento de fabricação estrangeira", disse Jean-Yves Le Gall, presidente da CNES, à agência de notícias francesa France Presse. Por isso, acrescentou, "é uma missão fundamental para os Estados Unidos, França", e para melhorar a compreensão de Marte.
Os seis sensores de terremoto a bordo são tão sensíveis que deveriam revelar os menores tremores em Marte, como o fraco puxão de sua lua Fobos, os impactos dos meteoros e possivelmente a evidência de atividade vulcânica.
A nave também tem uma sonda que pode escavar uma profundidade de três a cinco metros, para oferecer a primeira medição precisa das temperaturas sob a terra em Marte e a quantidade de calor que escapa de seu interior.

A sismologia ensinou à humanidade muito sobre a formação da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, mas grande parte da evidência baseada na Terra se perdeu com a reciclagem da crosta, impulsada pela tectônica de placas. Este processo não existe em Marte. Com imagens em 3D, os cientistas esperam revelar como as rochas do nosso próprio planeta se formaram, e por que se tornaram tão diferentes.
O Planeta Vermelho costumava ter rios e lagos, mas, hoje, os deltas (desembocaduras) e os leitos dos lagos estão secos e o planeta está frio. Vênus é uma fornalha por causa de sua atmosfera espessa e aprisionadora de calor. Mercúrio, mais próximo do sol, tem uma superfície terminantemente assada.
O pouso da InSight será amortecido por um paraquedas. Seu escudo térmico ajudará a desacelerar a nave e a protegê-la contra a fricção da entrada na atmosfera de Marte. O local de pouso é uma área plana chamada Elysium Planitia, que a Nasa apelidou de "o maior estacionamento em Marte".

Como a Nasa vai saber que a InSight pousou?


A agência espacial explicou em seu site, no último dia 16, como funciona o processo de saber que a InSight chegou a Marte — e ele pode não ser tão instantâneo assim.
A equipe responsável pela InSight irá monitorar os sinais de rádio da sonda de Marte usando uma variedade de espaçonaves — e até mesmo radiotelescópios aqui na Terra -— para descobrir o que está acontecendo a 146 milhões de quilômetros de distância.
Como esses sinais são capturados por várias naves espaciais, eles são retransmitidos para a Terra de maneiras diferentes e em momentos diferentes. Isso significa que a equipe da missão pode saber imediatamente quando o InSight toca, ou pode ter que esperar várias horas.
Radiotelescópios
À medida que o módulo InSight desce na atmosfera de Marte, ele transmitirá sinais de rádio simples chamados "tons" de volta à Terra. Os engenheiros estarão sintonizados em dois locais: um na Virgínia Ocidental, nos EUA, e outro em Effelsberg, Alemanha.
Esses tons não revelam muita informação, mas os engenheiros de rádio podem interpretá-los para rastrear os principais eventos durante a entrada, descida e aterrissagem (EDL) da InSight. Por exemplo, quando o InSight implanta seu pára-quedas, uma mudança na velocidade altera a frequência do sinal. Isso é causado pelo que é chamado de efeito Doppler, que é a mesma coisa que ocorre quando você ouve uma mudança de sirene quando uma ambulância passa.
Duas naves espaciais do tamanho de uma maleta estão voando atrás do InSight e tentam retransmitir seus sinais para a Terra. Se funcionarem como deveriam, o par transmitirá toda a história da entrada, descida e aterrissagem conforme ela se desenrola. Isso pode incluir uma imagem da InSight da superfície marciana logo depois que a sonda toca.
InSight
Depois que aterrissar, a InSight essencialmente gritará: "Eu consegui!" Sete minutos depois, a espaçonave diz isso de novo — mas um pouco mais alto e mais claro.
Na primeira vez, ele se comunicará com um sinal sonoro que os radiotelescópios tentarão detectar. Na segunda vez, enviará um "bipe" da sua antena de banda X mais potente, que agora deve ser apontada para a Terra. Este bipe inclui um pouco mais de informação e só é ouvido se a espaçonave estiver em um estado de funcionamento saudável. Se a Deep Space Network da NASA captar esse bipe, é um bom sinal de que o InSight sobreviveu ao pouso. Os engenheiros precisarão esperar até o
início da noite para descobrir se a sonda implantou com sucesso seus painéis solares.
Mars Reconnaissance Orbiter (MRO)
Além do MarCO CubeSats, o MRO da NASA estará sobrevoando Marte, registrando os dados do InSight durante a descida.
A MRO manterá os dados que registra durante o processo de aterrissagem à medida que desaparece no horizonte de Marte. Quando voltar do outro lado, ele reproduzirá os dados para os engenheiros estudarem. Por volta das 21h (horário de Brasília), eles devem ser capazes de juntar a gravação do pouso da MRO, que é semelhante à caixa preta de um avião. Isso significa que também pode ser importante se a InSight não conseguir pousar com sucesso.
2001 Mars Odyssey
A sonda de mais longa duração da NASA em Marte também transmitirá dados após o InSight ter pousado. A Odyssey irá transmitir toda a história da descida da InSight para Marte, bem como algumas imagens. Ele também transmitirá a confirmação de que os painéis solares da InSight, que são vitais para a sobrevivência da nave espacial, foram totalmente implementados. Os engenheiros terão esses dados antes das 23h30 (horário de Brasília).
 
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profundidade. O sismógrafo irá analisar as vibrações e determinar variações na composição do solo, e acompanhando a broca há uma fita de sensores térmicos altamente precisos espaçados a cada dez centímetros, com isso saberemos exatamente como o subsolo marciano se comporta termicamente.
A broca é uma maravilha da engenharia, usando molas e motores ela é uma estaca que se enfia sozinha no solo, mas há outros equipamentos, além de duas câmeras com resolução de 1024 x 1024 pixels, cujo objetivo primário é verificar o posicionamento dos instrumentos, mas que renderão ótimas fotos. Radiômetros, sensores meteorológicos e até um refletor italiano para que sondas orbitais atinjam a InSight com lasers e meçam sua altitude com precisão.
Isso tudo, claro, só vai acontecer SE a InSight pousar com sucesso e a média de missões marcianas bem-sucedidas é só de 40%. Primeiro de tudo ela terá que passar pelos tais sete minutos de terror, uma série precisamente coreografada de manobras que devem ser executadas com precisão de pentelhonésimos de polegada, indo desde a entrada na atmosfera no ângulo preciso, ao acionamento dos paraquedas supersônicos. Ao final a InSight pousará com retrofoguetes, acionados precisamente a 1 km de altitude.
O pouso será às 17h47 no horário de Brasília, mas a NASA começará a transmitir em definitivo já às 17h. Como sempre nesses casos, nós seremos tão telespectadores quanto eles. Marte está a 145 milhões de km da Terra nessa época do ano, um sinal de rádio levaria oito minutos para chegar até a InSight e mais oito minutos para recebermos a resposta.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Ler, escrever, contar, respeitar: França volta ao básico na educação

Exame de ensino médio em um instituto de Nantes (França).
 
A escola francesa – fábrica de cidadãos, motor da meritocracia e pilar histórico da identidade da França republicana – volta ao básico. Ler, escrever, contar, respeitar. Estes são os fundamentos nos quais deverá se concentrar, de acordo com Jean-Michel Blanquer, ministro da Educação Nacional do Governo do presidente Emmanuel Macron. No ano e meio em que está no comando, Blanquer, que deu impulso à proibição de telefones celulares nas classes, também tem promovido o aprendizado de latim e grego.
"A principal questão da nossa época", diz ele em um encontro com EL PAÍS e outros meios de comunicação europeus, "é como este mundo cada vez mais tecnológico pode ser um mundo cada vez mais humano".
O reforço das línguas clássicas no ensino, progressivamente enfraquecido nos últimos anos, está entre as prioridades do Governo francês. Blanquer (Paris, 1964), um tecnocrata especialista em América Latina, que diriNa França, 12,25% dos alunos estudam latim e 0,85%, grego. Para o ministro, as línguas antigas representam mais que duas simples disciplinas. Para Blanquer, elas podem ser algo como as paredes principais do sistema. "Devemos estar atentos para que este novo mundo, caracterizado pela Internet e as novas tecnologias, não nos dê soluções enganosas. Quanto mais entramos neste mundo em que temos que saber programar, mais interessante é conhecer a história grega e latina", diz ele. "A aprendizagem do latim e do grego contribuem para o desenvolvimento da lógica, facilitam a aprendizagem de outras línguas e permitem estabelecer uma ligação entre diferentes conhecimentos".
Uma das críticas a Blanquer é que suas medidas são mais simbólicas do que profundas, uma política de gestos e mensagens. E é verdade que não propõe uma transformação radical do sistema educacional, mas sim uma soma de pequenas mudanças que, juntas, refletem uma abordagem centrista e muito macroniana: uma mistura de liberalismo com estatismo republicano; de senso comum ao modo tradicional com teorias inspiradas nas mais recentes inovações da neurociência.
Blanquer dividiu as classes dos primeiros anos do ensino básico nas zonas desfavorecidas, fixando um número máximo de alunos por sala, medida considerada chave para reduzir as desigualdades. Mas a principal medida foi a proibição dos celulares nas escolas de ensino básico e médio, até os 15 anos. “É uma mensagem para toda a sociedade”, diz Blanquer, porque “os pais devem administrar o mesmo problema em casa” e “é um vício que, infelizmente, não atinge apenas os adolescentes”.
Os sindicatos criticam o ministro pelo corte de postos de trabalho de professores, pela reforma do exame de bacharelado e pelas avaliações padronizadas dos alunos e das instituições. Na semana passada, ele enfrentou a primeira greve, que teve adesão limitada. Blanquer também é criticado por ter uma visão conservadora, em alguns aspectos antiquada, da educação, e por “reproduzir o funcionamento de uma economia e de um mundo que hoje estão esgotados", como escreveu recentemente, em uma coluna no jornal Le Monde, um grupo de professores e especialistas em educação. Os setores mais duros da direita o condenam por defender o ensino de árabe nas escolas públicas.
“O árabe é uma língua importante, assim como outros grandes idiomas da civilização, o russo e o chinês”, argumenta Blanquer. “Devemos questionar a maneira como se ensina essa língua hoje”, acrescenta, em referência às aulas de árabe em âmbitos religiosos − como as escolas corânicas −, onde se fomentam “desvios comunitaristas, muitas vezes fundamentalistas”. “Não podemos fingir que não vemos isso. E isso justifica ainda mais que este ensino ocorra na escola da República, onde está protegido das forças obscurantistas e pode ser ensinado sem conotações religiosas”, prossegue. “É uma das maneiras de lutar contra o fundamentalismo religioso.”
A França tem um instrumento particular de integração: a laicidade, cujos princípios estão definidos na lei de 1905 que estabelece a liberdade de culto e a neutralidade do Estado em relação às religiões. Às vezes isso também foi visto da forma oposta, como um instrumento de discriminação que impede a manifestação das particularidades de cada comunidade.
Foi devido à laicidade que se proibiu, em 2004, a ostentação de símbolos religiosos na escola. Para Blanquer, a laicidade é uma garantia da presença do Estado e dos valores republicanos na escola diante da “dissolução da autoridade, um laxismo que conduz à lei do mais forte”. “E em alguns bairros, a lei do mais forte é o fundamentalismo muçulmano”, acrescenta.
O problema da violência aflorou em outubro, quando foram divulgadas imagens de um aluno de 15 anos, em uma escola da periferia de Paris, apontando uma arma falsa contra sua professora. As imagens provocaram um debate sobre a necessidade de colocar policiais nas escolas. “Acima de tudo, queremos criar um contato entre as crianças e a polícia, para que as crianças se acostumem a ter uma visão positiva sobre o que é um policial”, diz o ministro. “Minha filosofia consiste em abrir a possibilidade, mas sem generalizar, como têm falado. Não se trata, de jeito nenhum, de militarizar a escola ou de torná-la policial.”
El País

NASA enfim marca teste de voo de espaçonave da SpaceX que deverá ser tripulada




O primeiro teste de voo sem tripulação da espaçonave Crew Dragon, da SpaceX, foi marcado para janeiro, segundo anúncio da NASA nesta quarta-feira (21). O teste é um marco importante para os Estados Unidos, que não consegue enviar astronautas para o espaço de forma independente desde 2011, quando o programa Space Shuttle foi aposentado.
Marque a data na sua agenda, pessoal — o teste de voo sem tripulação da espaçonave Crew Dragon, chamado de Demo-1, foi marcado para 7 de janeiro de 2019, às 13h57, horário de Brasília. Um foguete Falcon 9 será lançado do Centro Espacial Kennedy, da NASA, na Flórida, e carregará a cápsula até a Estação Espacial Internacional. A agência espacial irá monitorar cuidadosamente o desempenho do foguete, da Crew Dragon, de operações de sistema terrestre e do procedimento de encaixe.
Após os voos de teste, a NASA irá revisar os dados de desempenho e resolver problemas conforme o necessário para certificar os sistemas para missões operacionais", escreveu a agência em um comunicado. Entretanto, "como com qualquer desenvolvimento de voo espacial humano, aprender de cada teste e ajustar como for necessário para reduzir riscos à tripulação podem se sobrepor às datas planejadas", acrescentou a NASA.
Se tudo correr bem e a NASA declarar a cápsula Crew Dragon apta para ocupantes humanos, um segundo teste, chamado Demo-2, deverá acontecer em junho. O Demo-2 iria, mais uma vez, utilizar um foguete Falcon 9, mas, dessa vez, dois astronautas da NASA — Robert Behnkon e Douglas Hurley — seriam enviados à Estação Espacial Internacional, segundo informa o Spaceflight Now.
Entretanto, antes do Demo-2, a NASA pretende conduzir um teste de aborto em voo, durante o qual o sistema de aborto da Crew Dragon, sem tripulação, será ativado, descartando a cápsula do topo de um
Falcon 9 pouco depois do lançamento, segundo o Space News.
Mas estamos colocando a carroça na frente dos bois; o teste de aborto e o Demo-2 só acontecerão se o Demo-1 for considerado um sucesso pela NASA.
Sem dúvidas, esse é um teste muito importante para os programas espaciais norte-americanos. Desde 2011, os Estados Unidos têm tido que contar com parceiros para levar seus astronautas ao espaço, mais especificamente, os russos e seu programa Soyuz.
A precariedade desse acordo foi recentemente colocada em evidência depois de um lançamento abortado de um Soyuz em 11 de outubro de 2018 — um incidente que, basicamente, tornou o espaço inacessível aos astronautas da NASA até que uma revisão do ocorrido seja feita pelos russos. Considerando que o contrato da NASA com o programa Soyuz acaba neste mês, existem temores de que os EUA não terão acesso à Estação Espacial Internacional por cerca de um ano.
Sim, seria ruim haver problemas ou mais atrasos à Crew Dragon, mas isso não seria nada catastrófico. A Boeing também está trabalhando em uma cápsula tripulada, a CST-100 Starliner, que está marcada para m teste não pilotado em março de 2019, segundo a NASA, e para um teste pilotado em agosto de 2019. Para esses testes, a Boeing usará um foguete Atlas 5, da United Launch Alliance.
É importante apontar que algumas dessas datas de teste poderiam ser impactadas por uma recém-anunciada revisão de cultura de segurança no local de trabalho na SpaceX e na Boeing.
Nesta semana, a NASA disse que vai conduzir um "estudo de avaliação cultural" das duas empresas, "incluindo a adesão a um ambiente livre de drogas", antes que testes de voos tripulados possam acontecer. A NASA disse que "espera totalmente que nossos parceiros comerciais atendam a todas as exigências de segurança no local de trabalho na execução de nossas missões". Embora a NASA não admita abertamente, o estudo de avaliação cultural provavelmente é uma reação à infame aparição do CEO da SpaceX, Elon Musk, no podcast de Joe Rogan, em setembro, quando ele (aparentemente) fumou maconha e bebeu uísque durante o programa.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A névoa misteriosa que tornou 536 o pior ano da história para se estar na Terra

vulcão em erupção

Depois de estudar 20 séculos de calamidades na Europa o historiador concluiu, em artigo na revista acadêmica Science, que o ano 536 d.C "foi o começo de um dos piores períodos, senão o pior" para estar vivo.
Naquele ano, uma misteriosa névoa cobriu Europa, Oriente Médio e partes da Ásia por 18 meses. O sol perdeu a intensidade do brilho e as temperaturas caíram de 2,5 a 1,5 graus, iniciando a década mais fria dos últimos 2.300 anos.
A China chegou a ver neve naquele verão, as colheitas agrícolas de vários países europeus e asiáticos não deram frutos e a fome afetou boa parte da população durante um longo período.
Mas o que está por trás disso tudo?

erupção vulcânica

A "época obscura"

Os historiadores há anos denominam a primeira metade do século 6 como a "época obscura", mas a origem desse período de "treva" foi, por muito tempo, um mistério.
Agora, uma análise precisa do interior de uma geleira suíça, feita por uma equipe coordenada por McCormick e o especialista em geleiras Paul Mayewski, do Instituto de Mudanças Climática da Universidade de Maine, nos Estados Unidos, encontrou uma resposta.
As nuvens negras que cobriram parte do hemisfério norte eram, na realidade, cinzas procedentes de uma enorme erupção vulcânica ocorrida na Islândia.
Após o ano de 536, se seguiram outras gigantes erupções, em 540 e 547. O historiador de Harvard acredita que isso, juntamente com a chegada da peste bubônica às costas da Europa, em 541, provocou uma paralisia econômica no continente até 640 d.C.

Glaciar

O gelo analisado pelos pesquisadores aponta que as erupções provocaram aumento do nível de acetato de chumbo no ar. Para Kyle Harper, historiadora da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, o detalhado registro de desastres naturais e contaminação humana "congelado no gelo" oferece um "novo tipo de prova para compreender as causas humanas e naturais que provocaram a queda do Império Romano, assim como os primeiros movimentos da nova econômica medieval".
E essa informação congelada no gelo há séculos também permitiu esclarecer, em parte, o que levou o mundo a vivenciar um dos períodos mais tenebrosos da história.
BBC News

Após trabalhos de restauração, inclinação da Torre de Pisa começa a diminuir

Turistas posam em frente à Torre de Pisa
 
A Torre de Pisa, construída no século 12, é conhecida mundialmente por sua angulação, mas especialistas dizem que ela agora está se endireitando.
O grupo que acompanha a restauração do edifício anunciou que a torre está "estável e bem lentamente vai reduzindo sua inclinação".
O monumento medieval de 57 metros se endireitou quatro centímetros nas últimas duas décadas, segundo o grupo.
"É como se ela tivesse rejuvenescido dois séculos", disse o professor Salvatore Settis.
Nunziante Squeglia, professor de geotécnicas na Universidade de Pisa que também integra o grupo, acrescentou: "O que mais conta é a estabilidade da torre do sino, melhor do que a esperada."
Em 1990, a atração turística em Pisa, a 263 km de Roma, foi fechada ao público pela primeira vez em 800 anos por causa de temores de que pudesse desabar a qualquer momento. Naquela época, ela estava com uma inclinação de 4,5 metros.

Como a Torre de Pisa foi endireitada?

Um comitê internacional liderado pela professora e especialista polonesa Michele Jamiolkowski trabalhou para estabilizar a torre de 1993 a 2001.
No fim, a inclinação foi corrigida em 45 centímetros, ao custo de 200 milhões de libras (equivalentes a quase R$ 1 bilhão, em valores atuais).
A inclinação é tão antiga quanto a própria torre, tendo se estabelecido nos cinco anos seguintes ao início da construção, em 1173.
A camada de terra e areia sobre a qual a torre foi erguida é mais fofa na parte sul da construção. Quando os construtores chegaram ao terceiro andar, a movimentação do solo havia alterado as bases da estrutura.
E embora engenheiros possam hoje se vangloriar por salvar a obra, visitantes já contam com a garantia de que ela permanecerá disponível para as fotos.
BBC

Um astronauta capturou um fascinante fenômenode acima da Terra

Um astronauta capturou um fascinante fenômeno de cima da Terra

De cima da Terra, a noite nunca é totalmente escura. As camadas superiores da atmosfera com um brilho suave, o "brilho do ar" ("airglow" em inglês), é causado por um conjunto de fenômenos físicos. Recentemente, um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) capturou este incrível fenômeno.
Tirada a mais de 400 km acima da Austrália, a fotografia compartilhada pela NASA retrata um lindo céu noturno atravessado pela Via Láctea, com vista para uma terra não "azul como uma laranja", mas "laranja como uma laranja". O globo é envolvido por uma atmosfera de cor intensa, projetando sua luz sobre o corpo de metal da estação.
Alguns podem acreditar que essa luz não tem outra fonte além das luzes da rua que saturam nossas cidades. No entanto, uma cidade iluminada é o último lugar a partir do qual você pode observar o brilho do ar, porque sua origem é realmente celestial. De fato, ocorre na atmosfera superior, cenário de estranhas interações entre átomos ionizados, moléculas e raios solares.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Primeiro submarino brasileiro classe Scorpène será lançado ao mar em dezembro

 
Batizado de Riachuelo, o primeiro submarino da classe Scorpène construído no Brasil deverá ser lançado ao mar em 14 de dezembro deste ano. Além dele, outros três serão montados e lançados a cada 18 meses, até 2023. Há ainda a previsão de que o primeiro submarino nuclear seja concluído em 2028.
O anúncio foi feito pelo diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha do Brasil, o almirante de esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, que apresentou o Programa Nuclear da Marinha (PNM) e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), nesta sexta-feira. A palestra do almirante, realizada no auditório da Capitania Fluvial de Porto Alegre, no Centro Histórico, reuniu militares da Marinha do Brasil e representantes da Pucrs, Ufrgs, Fiergs e da empresa AEL Sistemas, que produz materiais para as Forças Armadas.
Bento Costa apresentou detalhes dos projetos e a importância dessas iniciativas para o desenvolvimento do Brasil. Sobre o projeto de submarinos, Júnior disse que o Brasil está recuperando a sua capacidade de construção. Ao detalhar o projeto, o almirante informou que o primeiro modelo de submarino (S-BR), baseado no projeto francês “Scorpene”, foi desenvolvido com transferência de tecnologia francesa do Naval Group em parceria com a Marinha do Brasil e está sendo montado no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
“O Programa Nuclear da Marinha do Brasil tem como objetivo dar maior segurança à costa brasileira e gerar impactos significativos na economia do país. Toda a atividade nuclear em território brasileiro é para fins pacíficos”, destacou o Almirante que é diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha do Brasil. Bento Costa afirmou ainda que o país está entre os mais extensos do mundo (ocupa a sexta posição) e possui grandes reservas naturais.
Em relação à tecnologia, o almirante afirmou que o programa da Marinha do Brasil traz inovação, competitividade e desenvolvimento ao país e apresentou dados dos últimos dez anos do programa. Segundo ele, o Prosub movimentou 700 empresas civis nacionais, 18 universidades e institutos de pesquisa, e foi responsável pela geração 4,8 mil empregos diretos e 12,5 mil empregos indiretos.
Sobre o programa nuclear brasileiro, o almirante disse ele começou a operar em 1914 por meio de parcerias com países como Itália, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. Já a origem do Programa do Submarino Nuclear remonta a década de 1970, com o Plano Estratégico da Marinha, que indicava a necessidade de projetar e construir submarinos de propulsão nuclear.
Na década de 1980 e 1990, foi firmada uma parceria com a Alemanha para a construção de cinco submarinos e a transferência de tecnologia. Em 2008, um acordo de parceria estratégica foi assinado com a França possibilitando a construção de quatro submarinos convencionais e um submarino de propulsão nuclear, além da construção de um estaleiro e de uma base naval. “O projeto básico do nosso submarino de propulsão nuclear foi finalizado e certificado pelos franceses em janeiro de 2017 e estamos na fase de detalhamento do projeto”, acrescentou.

O Brasil está construindo atualmente quatro submarinos S-BR dentro do Programa Prosub

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

10 coisas que você talvez não saiba sobre a Bandeira Brasileira

Resultado de imagem para fotos da bandeira do brasil
 
No dia 19 de novembro se comemora o Dia da Bandeira do Brasil, símbolo criado para marcar o fim do Império e o início da República no país. É por isso que a data é comemorada quatro dias após a Proclamação da República, ocorrida no dia 15 de novembro de 1889.
A bandeira do Brasil faz parte do nosso conjunto de símbolos nacionais - manifestações gráficas e musicais, de importância histórica, que representam a identidade do país - sendo o Hino, as Armas e o Selo Nacional nossos demais símbolos. 
Segundo o professor do Departamento de História da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP André Figueiredo Rodrigues, o uso de bandeiras para representar uma nação começou entre os séculos 18 e 19, quando os países, ao passarem por revoluções, começaram a pensar em símbolos que os identificassem como nação unida e soberana.
"Na verdade, bandeiras são usadas para representar algo desde a Antiguidade, mas, naquela época, elas estavam mais atreladas a comunidades e a objetos, como barcos, propriedades, etc.", explica Rodrigues.
"É somente quando a bandeira adquire um caráter mais coletivo e emocional, nas revoluções burguesas, que ela passa a identificar e a representar uma nação."
Para comemorar a data, separamos 10 curiosidades sobre a bandeira do Brasil. 

1) Verde e amarelo x branco e vermelho

Por mais de um século, as cores que representavam nosso país eram o branco e o vermelho. Isso porque, até 1645, o Brasil utilizava os mesmos símbolos nacionais que nossa metrópole, Portugal, sendo comum encontrar nas bandeiras anteriores brasões, coroas e escudos que representavam a família real portuguesa.
O par de cores tão famoso que atualmente identifica o Brasil no mundo inteiro, o verde e o amarelo, só passou a ser usado após a Proclamação da Independência do Brasil, em 1822. Foram adotadas, então, as cores das duas Casas que originaram o Brasil independente: o verde representava a Casa de Bragança, de dom Pedro 1º, de Portugal, e o amarelo representava a Casa de Habsburgo, de Maria Leopoldina, da Áustria.

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2) Representação política

Apesar de ser famosa a história de que a bandeira do Brasil representa nossas riquezas naturais e minerais - o amarelo seria o ouro, o verde, nossas florestas e o azul, nossos mares - na verdade a bandeira representa nosso atual sistema político, a República, adotada em 1889, em substituição à monarquia. Prova disso é que as estrelas da bandeira representam a divisão do país nos 26 Estados e mais o Distrito Federal.
"No âmbito histórico, as bandeiras nacionais refletem a evolução política e histórica do Brasil, evidenciando as conquistas político-administrativas e as vitórias que tivemos, por exemplo, sobre o colonizador europeu, Portugal, até a nossa independência", afirma Rodrigues.

3) Cópia da americana

A bandeira nacional que conhecemos hoje é a décima bandeira do Brasil.
A mais curiosa delas talvez tenha sido a nona bandeira, usada por somente quatro dias, de 15 a 19 de novembro de 1889, logo após a Proclamação da República.
Conhecida como Bandeira da República Provisória, a flâmula era igual à dos Estados Unidos, porém nas cores verde, amarelo, azul e branco.

4) Inspiração

Nossa bandeira foi projetada pelo filósofo e matemático Raimundo Teixeira Mendes e pelo filósofo Miguel Lemos, com desenho do artista e caricaturista Décio Vilares. A inspiração foi a Bandeira do Império, nossa oitava bandeira, desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret em 1822.
No lugar da esfera azul, o centro da Bandeira do Império trazia um brasão com ramos de café e tabaco e uma coroa dourada, representando a monarquia do Brasil Imperial. 

5) O céu de 15 de novembro

Além da representação política, as estrelas desenhadas dentro da esfera azul são uma representação do céu do Rio de Janeiro, às 8 e meia da manhã do dia 15 de novembro de 1889.
"Apesar de certa inexatidão astronômica, nesse momento ocorria à passagem da constelação do Cruzeiro do Sul pelo meridiano do Rio de Janeiro e, em vista disto, convencionou-se considerar aquele horário, 8h30, como sendo o da Proclamação de nossa República", conta Rodrigues.

6) Estrela solitária

De acordo com a Lei nº 8.421, de 11 de maio de 1992, as estrelas da esfera azul celeste abaixo do lema Ordem e Progresso deve ser atualizada no caso de criação ou extinção de algum Estado.
Já a única estrela acima na inscrição é chamada de Spica, a estrela mais brilhante da constelação de Virgem, e representa o Estado do Pará, que em 1889 correspondia ao maior território acima do paralelo do Equador.

7) 'Ordem e Progresso'

O lema escrito na bandeira, "Ordem e Progresso", tem inspiração em uma frase de Augusto Comte, criador da filosofia positivista, que diz: "O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim".
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"Comte acreditava que o funcionamento da sociedade deveria promover o bem-estar. Para isso, seus membros deviam aprender desde criança a importância da obediência e da hierarquia. Daí vem o nosso lema: o 'progresso' é resultado do aperfeiçoamento e do desenvolvimento da 'ordem'", explica Rodrigues.
"Ou seja, somente a ordem poderia conduzir ao progresso". Segundo o historiador, os primeiros anos da República foram marcados por medidas inspiradas no positivismo, "como a separação oficial entre o Estado brasileiro e a Igreja católica".
Outra curiosidade do Ordem e Progresso é que a frase é escrita em verde, e não em preto.

8) Proibições

Os usos e proibições da bandeira nacional são levados tão a sério que existe até uma lei para especificar como a flâmula deve ser confeccionada, como e onde deve ser utilizada e como deve ser o comportamento diante dela, a Lei 5.700/1971.
De acordo com a norma, não é permitido modificar as cores ou o lema da bandeira ao representá-la; apresentá-la em mau estado de conservação; reproduzi-la em rótulos ou embalagens de produtos; usa-la como vestimenta, agasalhando-se nela, como visto em comemorações esportivas ou em manifestações de rua.
As bandeiras rasgadas devem ser entregues à Polícia Militar para serem incineradas nas solenidades no Dia da Bandeira.
Qualquer violação ao uso da bandeira nacional será considerada contravenção, com pena de multa ao infrator. 

9) Usos obrigatórios

Todos os dias, a Bandeira Nacional deve ser hasteada no Congresso Nacional, nos Palácios do Planalto e da Alvorada, nas sedes dos ministérios, nos tribunais superiores, no Tribunal de Contas da União, nas sedes de governos estaduais, nas assembleias legislativas, nos Tribunais de Justiça, nas prefeituras e Câmaras de Vereadores, nas repartições públicas próximas das fronteiras, nos navios mercantes e nas embaixadas brasileiras.
É obrigatório hastear a bandeira nacional nos dias de festa ou de luto nacional em todas as repartições públicas, nos estabelecimentos de ensino e sindicatos, assim como é obrigatório o ensino do desenho e do significado da bandeira nacional em todas as unidades de ensino primário.
Dentro dos estabelecimentos, a bandeira nacional deve ser colocada sempre à direita de tribunas, púlpitos, mesas de reunião ou de trabalho.

10) Troca da bandeira

A bandeira que fica permanentemente hasteada na Praça dos Três Poderes, em Brasília, é a maior bandeira nacional do país, com 286 metros quadrados e 90 quilos, sustentada por um mastro de 100 metros de altura.
No primeiro domingo de cada mês, a bandeira da Praça dos Três Poderes é substituída, em uma cerimônia pública feita em formato de rodízio executado pela Marinha, Exército, Aeronáutica e Governo do Distrito Federal (GDF).