Um terço das geleiras do Himalaia pode derreter até o fim do século em razão das mudanças climáticas, que ameaçam as fontes de água doce para cerca de 1,9 bilhão de pessoas, mesmo que os atuais esforços para reduzir o aquecimento global funcionem. Mas se essas ações falharem, o impacto pode ser ainda pior: dois terços das geleiras da região poderão derreter até 2100.
As informações são de um estudo publicado na segunda-feira, 4, pelo Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado de Montanhas. "O aquecimento global está a caminho de transformar os glaciares, os picos das montanhas cobertas por geleiras da região do Hindu Kush e Himalaia", disse Philippus Wester, do Centro, que liderou as pesquisas.
O estudo foi realizado durante cinco anos e observou os efeitos das mudanças climáticas na região que passa por Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, China, Butão, Bangladesh e Mianmar. A área, que inclui algumas das montanhas mais altas do mundo, tem geleiras que alimentam sistemas fluviais como os rios Indo, Ganges, Yangtzé e Mekong.
As pesquisas apontam que o impacto do derretimento pode variar de inundações causadas pelo aumento de escoamento a uma elevação dos níveis de poluição do ar em razão do carbono negro e
Segundo um estudo recente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, precisariam ser reduzidas a um nível que o planeta consegue absorver - conhecido como net-zero - até 2050 para manter as temperaturas globais em 1,5°C, como previsto no acordo.
O Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado de Montanhas disse que o estudo contou com o trabalho de mais de 350 pesquisadores e especialistas de 22 países.
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