segunda-feira, 9 de março de 2015

Dupla de pilotos suiços tentará dar a volta ao mundo em avião movido a energia solar


Logo depois do amanhecer desta segunda-feira, uma dupla de pilotos suíços vai embarcar na primeira tentativa de viagem de volta ao mundo em um avião movido a energia solar. Serão 35 mil quilômetros percorridos. O tempo de duração deve chegar a cinco meses.
Bertrand Piccard e André Borschberg são os fundadores e pilotos do projeto Solar Impulse. Em um comunicado publicado neste domingo eles disseram esperar incentivar a substituição de “tecnologias poluentes antigas por tecnologias limpas e eficientes”. O voo partirá e terminará em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
O Solar Impulse foi o primeiro avião capaz de voar dia e noite sem combustível, propelido apenas pela energia do sol. A aeronave Solar Impulse 2, que será usada nesta jornada, é feita de fibra de carbono e tem 17.248 células solares que a abastecem com energia renovável.
 
O avião é um monolugar e Piccard e Borschberg se revezarão durante a jornada. Os pilotos terão de suportar cerca de 250 horas cada dentro de uma cabine estreita, sem controle de oxigênio ou de temperatura.
Borschberg afirmou que o maior desafio será manter a concentração. Ele aprendeu técnicas de hipnose e meditação para encarar a viagem. Já Piccard é psiquiatra e, em 1999, integrou a primeira equipe a dar uma volta de balão ao redor do mundo.
- O tempo não é mais tão importante - disse Borschberg ao jornal “The Guardian“ - Você tem todo o tempo, e a única maneira de lidar com isso é estar no momento presente. Se você começa a pensar em quantas horas restam até chegar ao destino, fica louco. Portanto, a única maneira é estar
presente... De certa forma, é quase uma experiência espiritual o que vamos atravessar.
A velocidade máxima da aeronave é de 140 quilômetros por hora, mas os pilotos devem limitá-la
presente... De certa forma, é quase uma experiência espiritual o que vamos atravessar.
A velocidade máxima da aeronave é de 140 quilômetros por hora, mas os pilotos devem limitá-la à metade para economizar energia.
Borschberg afirmou que o sucesso do projeto Solar Impulse deve ser visto como um passo inicial em direção a um "jumbo" carbono zero. Os combustíveis fósseis têm dominado os voo motorizado desde o século XIX.
Atualmente, a aviação queima mais carbono por passageiro a cada quilômetro que qualquer outra modalidade de transporte de massa. O setor já foi identificado por comitê do Reino Unido dedicado a alterações climáticas como a mais difícil fonte de grandes emissões a se livrar do carbono.
Temos de perceber que estamos entre os irmãos Wright e Charles Lindbergh na década de 20 do século passado. Então vai demorar, como tomou no passado 25, 30, 35 anos, para voar limpo. As novas tecnologias têm de ser desenvolvidas, isso vai levar tempo - admitiu Borschberg.

 






 


 

O retrato mais longo do mundo irá durar mil anos

 
O artista Jonathon Keats quer realizar um projeto que ele não verá concluído. Nem seus filhos. Nem seus netos. Trata-se do projeto millenium, que irá fazer uma fotografia com exposição de mil anos. Ou seja, durante um milênio, esta câmera estará registrando a cidade de Temple, no Arizona. E o resultado será revelado em 3015.
O projeto foi desenvolvido pelo Museu de Arte da Universidade Estadual do Arizona. A câmera será instalada por lá, voltada para a cidade, com o objetivo de capturar as mudanças da civilização durante esse longo período.
"As pessoas que verem o retrato finalizado serão impactadas por nossas escolhas - e elas não tem controle nenhum sobre elas. Se elas não vão influenciar nossas decisões, pelo menos podem testemunhá-las", conta Keats.
A câmera é feita de metal sólido e usa tinta a óleo em vez de filme. Existe uma placa de ouro na frente da câmera que possui uma minúscula abertura e, durante mil anos, a luz que passar por lá vai fazer a tinta desbotar em lugares nas quais a luz for mais intensa, criando uma imagem.
De acordo com Keats, se casas forem demolidas com o passar dos anos, elas irão aparecer como 'fantasmas' na imagem.
Galileu.com
 

Cientistas vão religar acelerador de partículas, em Genebra

LHC

A busca pelos segredos do universo ganhará o que muitos acreditam ser seu maior capítulo a partir das próximas semanas. Em Genebra, o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) religará o maior acelerador de partículas do mundo, desta vez com uma potência duas vezes superior àquela que foi utilizada para descobrir o Bóson de Higgs - a partícula elementar que dá massa a todas as outras -, um dos maiores feitos da história da física.
O acelerador, conhecido como LHC (Large Hadron Collider ou Grande Colisor de Hádrons), custou 8 bilhões de dólares e levou mais de 20 anos para ser projetado e construído. Hoje, o túnel de 27 quilômetros situado cerca de 30 andares abaixo da cidade de Genebra e parte do território da França é considerado um exemplo de cooperação internacional.
Ao fazer prótons circularem pelo túnel a uma velocidade recorde, os cientistas promoveram choques para simular o que teriam sido os instantes que se seguiram ao Big Bang. Quatro aparelhos foram utilizados para capturar imagens desses choques, com até 40 milhões de fotos. A meta era a de tentar identificar a origem do universo, uma das campanhas mais ambiciosas da ciência.
Apesar de confirmar a teoria de Higgs e de revelar dezenas de outras novas informações sobre a origem da matéria, o projeto frustrou alguns cientistas por não trazer outras novidades para o mundo da ciência. A opção em 2012, portanto, foi a de usar uma pausa já planejada, suspender os trabalhos e desligar o acelerador. A pausa seria usada para manutenção e para incrementar ainda mais a potência do que já era o maior experimento da física.
Agora, as colisões de prótons vão ocorrer em uma energia de 13 trilhões de eletrovolts, algo jamais visto na ciência. A data ainda não está fixada, mas seria entre o fim deste mês e abril. "No fundo, ninguém sabe o que esperar. Apenas sabemos que será um momento histórico", declarou o diretor do Cern, Rolf Heuer. "O mais incrível é que estamos abrindo uma nova fronteira e que ninguém sabe dizer onde vai dar."
Uma das esperanças é de que as descobertas ajudem a montar um quebra-cabeça que muitos consideram sem uma solução: a revelação da natureza da matéria negra. Cálculos baseados em interações gravitacionais entre galáxias sugerem que há cinco vezes mais matéria negra no Universo que matéria comum, o que forma parte das coisas que podem ser vistas. O problema é que essa matéria negra até hoje não foi detectada diretamente nem ninguém conseguiu identificar suas características.
Ao repetir o momento posterior ao Big Bang, a meta é justamente criar condições para que se possa identificar essa matéria negra. Para conseguir isso, as partículas vão percorrer os túneis do acelerador a uma velocidade superior à da luz. Ao colidirem, elas vão criar uma energia recorde.
Frédérick Bordry, responsável no Cern pelo acelerador, deixou claro que o mundo não deve esperar resultados no curto prazo. "Não vamos nos arriscar", disse. "Este ano será usado para preparar a máquina e a meta é de que ela esteja em plena produção de resultados em 2016 e 2017".
Brasil - O Cern alerta que o Brasil corre o risco de ficar fora do experimento se não acelerar sua adesão à entidade. No fim de 2013, depois de três anos de uma arrastada negociação, o Conselho Executivo do Cern deu a luz verde para que um tratado de adesão fosse desenhado entre a entidade, com sede em Genebra, e Brasília.
O acordo foi traçado e enviado ao Brasil. Mas, até agora, não existe um entendimento e, até que o acordo seja aprovado e depois ratificado pelo Congresso Nacional, o risco é de que o LHC já tenha cumprido parte de sua missão. A adesão ao Cern deve custar 10 milhões de dólares por ano ao Brasil, mas abrirá as portas para licitações milionárias e formação de centenas de cientistas, além de participar do projeto. Há quatro anos, diplomatas brasileiros mediaram a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Cern.
Veja.com
 

Câmeras de alta velocidade captam o cheiro da chuva

Um aspecto da tecnologia às vezes passa despercebido: máquinas incrivelmente complexas e sofisticadas proporcionam vislumbres do intricado funcionamento do tempo e do espaço, totalmente alheias às nossas percepções sensoriais.
Por exemplo, quando usamos câmeras de alta velocidade para filmar gotas de chuva, conseguimos ver por que um aguaceiro de primavera deixa um cheiro tão bom. 
Em um novo estudo, divulgado essa semana pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, cientistas conseguiram isolar o mecanismo microscópico responsável por esse fenômeno agradável. Usando tecnologia de captação de imagens em alta velocidade, os pesquisadores observaram gotas de chuva individuais enquanto caíam sobre vários tipos de superfícies e solos. 
Quando uma gota atinge uma superfície, ela imediatamente se achata e surgem bolhas na superfície porosa subjacente, que atravessam a gota e se rompem no ar. O processo dura microssegundos e dispersa os materiais depositados na superfície de contato — poeira, folhas, etc — em uma nuvem de "aerossóis frenéticos". 
Esse mecanismo pode revelar quais são os elementos aromáticos que captamos quando sentimos aquele cheirinho de terra depois de uma chuvarada de primavera.
Também pode ajudar a explicar como certos agentes poluentes se disseminam pelo ar depois da chuva, como substâncias químicas artificiais, vírus e bactérias que vivem no solo. “Até agora, as pessoas não sabiam que os aerossóis são produzidos quando as gotas de chuva caem na terra", explica o pesquisador Youngsoo Joung no site do projeto no MIT. “Essa descoberta pode ser uma boa referência para trabalhos futuros, revelando micróbios e produtos químicos existentes no solo e outros materiais naturais, além de mostrar como eles se disseminam pelo ambiente e, possivelmente, entre as pessoas".
 
Câmeras-de-alta-velocidade-captam-o-cheiro-da-chuva-2
 
Como você pode observar nas fotos acima, a equipe do MIT usou equipamentos de última geração para captar o processo de geração de aerossóis. Se olhar bem de perto (as setas amarelas), veremos as minúsculas bolhas de ar subindo e estourando — tudo em uma escala de milímetros e microssegundos. 

sábado, 7 de março de 2015

Nova tecnologia promete o uso em larga escala da energia solar

A SOLUÇÃO - Flexíveis, as placas solares OPV se ajustam a qualquer estrutura; na imagem, uma delas foi moldada como uma folha
A SOLUÇÃO - Flexíveis, as placas solares OPV se ajustam a qualquer estrutura; na imagem, uma delas foi moldada como uma folha
Se toda a radiação que atinge a Terra em um único dia, vinda do Sol, virasse eletricidade, seria possível sustentar o consumo da humanidade ao longo de 27 anos. A energia solar, limpa e renovável, funcionaria como perfeito substituto do petróleo, finito e refém da gangorra dos preços. Representaria ainda o mais magnífico processo de troca de matriz energética, no avesso da poluição provocada pela queima de combustíveis fósseis, o mais rápido e danoso atalho para o aquecimento global. E, no entanto, por que a energia solar ainda é pouco usada, quase sempre mais promessa que realidade? As placas de silício necessárias para captá-la por meio de painéis são caras, pesadas e grossas. Apesar de úteis em grandes espaços, como campos, são inúteis para substituir o petróleo na vida urbana. Nos últimos cinco anos, porém, surgiu uma nova tecnologia afeita a vencer esses desafios. Construídas com material não tóxico, as placas OPV (sigla em inglês para painéis fotovoltaicos orgânicos) têm a finura de uma cartolina e a flexibilidade do plástico. Podem ser coladas no teto de um carro, nas janelas de prédios ou mesmo em mochilas.
A inovação pode ser o empurrão que faltava para a adesão maciça à energia solar. As placas delgadas de OPV funcionam de modo ligeiramente diferente das de silício, as mais populares - no caso das OPV, o revestimento feito de tinta orgânica reage quimicamente ao contato com a radiação, liberando os elétrons que formam a corrente elétrica (veja o quadro ao lado). Nos painéis tradicionais, o calor associado à luz ativa os circuitos de silício, em um processo mais complexo.
O Sol sempre foi, é natural, a principal fonte de energia para a Terra, e o homem se aproveita disso há muito tempo. Já na Grécia antiga, casas eram construídas voltadas para o sul para ser mais bem iluminadas e aquecidas pela luz. Mas as placas solares tais como as conhecemos só começaram a ser concebidas na segunda metade do século XIX, quando o matemático francês Augustin Mouchot notou que o ritmo de consumo de carvão após a Revolução Industrial não era sustentável a longo prazo e foi buscar alternativas. Mouchot utilizou um espelho côncavo para canalizar a luz, aquecer a água e construir o primeiro motor movido a energia solar. As pesquisas evoluíram a passos curtos até os anos 50, quando a empresa americana Western Electric começou a comercializar tecnologias fotovoltaicas de silício que impulsionaram essa indústria. Foi, porém, apenas na década de 80 que os painéis de silício ganharam o mercado e, de imediato, começaram a ser exaltados por conservacionistas como a alternativa ecologicamente adequada ao petróleo e ao carvão.
Veja.com

A casa onde Jesus passou a infância

Uma casa com pórticos arqueados e feitos de calcário, material considerado puro pelos judeus do século primeiro. Nem suntuosa, nem muito pobre. Este pode ter sido o lar de Jesus Cristo durante sua infância em Nazaré, segundo pesquisa realizada por um time de arqueólogos da Universidade de Reading, no Reino Unido. A equipe descobriu que, cerca de 600 anos após a crucificação, os bizantinos acreditavam que o menino Jesus havia vivido seus primeiros anos no local. Por isso, ao redor da construção, ergueram uma igreja que se tornou um importante centro de peregrinação para cristãos do período.
 
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Ruínas da residência do século primeiro que teria sido a morada de Cristo (acima)
e convento das Irmãs de Nazaré, onde o tesouro arqueológico
foi descoberto pelos pesquisadores (abaixo)
 
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Hoje, no mesmo lugar está o convento das Irmãs de Nazaré, que foi crucial para a identificação. A principal evidência de que os cristãos daquele tempo acreditavam ser aquela a moradia do pequeno Cristo está num documento chamado “De Locis Sanctis” (Os Locais Sagrados), escrito em 670 d.C. pelo abade irlandês Adomnàn de Iona. No texto, o monge conta a história da suposta peregrinação a Nazaré feita pelo bispo franco Arculf e explica que naquele tempo existiam duas grandes igrejas na cidade, a Basílica da Anunciação e um outro templo próximo, que contava com uma cripta com duas tumbas e um poço em seu interior. Entre as sepulturas, estava uma casa que os bizantinos acreditavam ter pertencido à Sagrada Família. De acordo com os pesquisadores, a descrição da segunda igreja se encaixa perfeitamente com as ruínas sob o convento – que, além disso, está a poucos metros da Basílica da Anunciação, conforme descrito no “De Locis Sanctis”.
 
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Se esta realmente foi a casa de Jesus, seus padrões de vida estavam acima da alardeada origem humilde. Chefe da equipe acadêmica da Universidade de Reading, o arqueólogo Ken Dark explica que os moradores do local não eram nem muito pobres, nem muito ricos, a julgar pela estrutura do imóvel e pelos objetos encontrados. Ele também considera que os que lá viveram provavelmente eram judeus, já que a construção foi feita em calcário, um material que respeitava as regras de pureza daquele povo. A datação foi feita através do estilo arquitetônico e dos modelos cerâmicos encontrados.
O especialista acredita que este pode ser realmente o antigo lar do menino Jesus, mas diz que as evidências científicas só permitem afirmar com certeza que os bizantinos acreditavam nessa possibilidade. “Por se tratar de uma residência do século primeiro, talvez eles estivessem corretos na identificação de onde Cristo foi criado, mas é muito difícil ligar evidências arqueológicas a pessoas específicas”, disse à ISTOÉ. A descoberta foi publicada no periódico Biblical Archaeological Review, reunindo material de dois estudos anteriores do próprio Dark. No artigo, ele revela que na escavação foram achados potes de cozinha, um fuso de tear e uma decoração de mosaicos bizantinos feita séculos depois da crucificação. “Os adornos sugerem que o local era de importância especial e possivelmente venerado”, escreveu ele.
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Os escombros foram descobertos por acaso no século 19 pelas freiras que moravam no convento. Em 2006, a equipe de Dark fez a datação das ruínas da residência e do antigo templo erguido em volta dela, chamado de Igreja da Nutrição (uma referência onde Maria amamentou Jesus). Depois dos bizantinos, o templo foi abandonado por um período e voltou à ativa durante as Cruzadas, antes de ser destruído pelo fogo no século 13. Mas a descoberta não é uma unanimidade entre a comunidade acadêmica. “A importância do achado está em iluminar o contexto histórico de Cristo, e não em confirmar sua presença física naquela residência”, afirma o arqueólogo Rodrigo Silva, professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo. Presidente da Associação Brasileira de Arqueologia do Mediterrâneo Oriental, Jorge Fabbro acha pouco provável que Cristo tenha passado a infância na casa. “A única evidência que os pesquisadores têm é uma tradição bizantina em relação àquele local. Essas tradições não têm valor histórico porque são muitas vezes exageradas. Do ponto de vista científico, a ligação com a figura de Jesus é precária”, afirma. Para Dark, no entanto, “as novas informações do projeto transformam o conhecimento arqueológico do período romano e da Nazaré bizantina.” Alheios às considerações acadêmicas, os cristãos do mundo todo devem adotar o local como uma importante ponto de peregrinação para alimentar a fé.
IstoÉ.com  

sexta-feira, 6 de março de 2015

Brasil, Colômbia e Peru lideram lista de países com mais água no mundo

 
Caso more ou não num deserto, a água é um dos elementos mais valiosos para a humanidade. No entanto, segundo dados do Banco Mundial, até 2050, mais de um bilhão de pessoas viverão em cidades sem água suficiente. À medida que a população aumenta, também cresce a necessidade de abastecimento. O principal problema é que a quantidade de água no mundo não aumenta.
Nesse cenário, a América Latina desempenha um papel-chave, porque possui a maior quantidade de água doce do mundo. Segundo a Global Water Partnership (GWP), quase um terço dos recursos hídricos renováveis estão na América do Sul.
Na lista de países que contam com a maior quantidade de água, três da América Latina estão entre os primeiros: Brasil (primeiro), Colômbia (terceiro) e Peru (oitavo).
Mas essa abundância de água não é suficiente para todos. Em cidades como Lima, São Paulo e Cidade do México, onde a demanda por esse recurso é muito elevada, grande parte da água potável é desperdiçada devido ao uso ineficiente e às instalações precárias, agravando assim a crise futura. São os bairros de maior renda que mais desperdiçam água em comparação aos bairros pobres, cujos habitantes sofrem com a escassez diária do recurso.

Alto preço da água

Segundo informações do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mais de 1,1 bilhão de pessoas, distribuídas em 31 países, não têm acesso à água potável.
No Peru, por exemplo, onde uma grande região do país é um enorme deserto, os que estão mais afastados obtêm água através de caminhões-pipa, poços artesianos, rios, valas ou nascentes. Muitas vezes a qualidade dessa água é inadequada e seu abastecimento não é seguro. A cobertura de água e saneamento no país já supera 90%, mas são justamente os que não têm acesso à rede que pagam mais pelo serviço.
A Superintendência Nacional de Serviços de Saneamento (SUNASS) indica que um metro cúbico de água para um usuário conectado à rede pública custa aproximadamente 30 centavos de dólar, enquanto a compra de água de caminhões-pipa pode chegar a custar mais de 4 dólares (12 reais) por metro cúbico, ou seja, 12 vezes mais.
“A água aqui é cara, para cada tanque nos cobram até 10 soles [cerca de 3,3 dólares] e além disso é suja”, comenta Juan, que mora com a família num bairro pobre na periferia de Lima. O tanque comprado não chega a durar um dia (um metro cúbico).
Mas o problema não é apenas que a água esteja disponível para todos. Em países como o Uruguai, onde a cobertura do sistema de água atinge 100%, quase a metade da água potável se perde devido às tubulações velhas, roubos e fraude. Isso se repete por toda a região.

Cuidar de um recurso não renovável

Apenas 2,5% da água no mundo é consumível. A água se encontra nos rios, lagoas, montanhas com neve, entre outros lugares. À medida que a demanda por água cresce, as cidades se veem obrigadas a depender das fontes que se encontram mais distantes da cidade e cujo aproveitamento é mais caro.
A agricultura utiliza aproximadamente 70% da água potável globalmente. Se em 2050 a população mundial atingir 9 bilhões, vamos precisar de alimentos para o número de habitantes atual e um volume ainda maior para cobrir essa demanda extra.
Aprender a reutilizar a água, especialmente no setor agrícola, é uma das soluções-chave para enfrentar a crise. Infelizmente, cerca de 90% da água residual de países em desenvolvimento flui sem tratamento até os rios, lagos e zonas costeiras. Segundo especialistas do Banco Mundial, na América Latina, três quartos da água fecal ou residual volta para os rios e outras fontes hídricas, criando um sério problema de saúde pública e para o meio ambiente.
As estações de tratamento de água, como a usina Taboada, em Lima, se transformaram em uma peça importante para a solução do problema. Os resíduos sólidos, em vez de serem lançados ao mar, podem ser reutilizados para fins comerciais como combustível, fertilizantes e material de construção.
Outras alternativas nos mostram que é possível fazer mais. No Peru, a capital econômica de 2015, um cartaz publicitário está produzindo água a partir da umidade do ar de Lima, que alcança 98%. Outro projeto está focado em melhorar as tubulações antigas da cidade e assim evitar vazamentos de água e consequente perda.
Finalmente, já que 71% dos glaciares tropicais – situados entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio – do mundo se encontram no país, um projeto busca aproveitar a água dos Andes, cerca de 7.240 quilômetros de picos cobertos de neve que desempenham um papel vital no abastecimento de água da região, e que se veem ameaçados devido ao derretimento causado pelo aquecimento global.
El País

25 gramas são o máximo de açúcar que se pode ingerir por dia

Colher de açúcar

A inocente sobremesa depois do almoço já não é mais tão inocente assim. Diante dos comprovados prejuízos que o excesso de açúcar tem provocado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma nova diretriz: incentivar os países a reduzirem o consumo de açúcar para até 5% da dieta diária da população.
Na vida prática, isso significa consumir no máximo 25 gramas do doce por dia, algo em torno de 6 colheres de chá ou um pouco menos do que duas colheres de sopa. Pareceria uma quantidade razoável se o órgão considerasse apenas a adição de açúcar que fazemos no dia a dia, como no cafezinho.
Mas a indicação da OMS engloba também o açúcar “escondido” nos alimentos industrializados e feitos em casa, como biscoitos, bebidas, bolos, e, ainda, naqueles açúcares naturais presentes no mel, em xaropes, sucos de fruta e concentrados de fruta. Uma latinha de 350 ml refrigerante, por exemplo, chega a ter quase 40g.
Os únicos açúcares que ficaram de fora da mira da organização (e, portanto, não entram na conta dos 25g) são aqueles presentes em frutas e vegetais frescos e integrais, já que não há indícios de que sejam prejudiciais à saúde.

No ano de 2014, a OMS já havia levantado essa ideia de reduzir pela metade a quantidade de açúcar da rotina, cujo teto estabelecido era de 10% da ingestão de alimentos por dia. Agora, a instituição oficializou o novo parâmetro e está empenhada em espalhar a mensagem pelo mundo.
A nova diretriz tem base em diversos estudos que mostram que tanto adultos quanto crianças que consomem menos açúcar têm menos chances de sofrer com obesidade e cáries dentárias do que aqueles que abusam do ingrediente.
As recomendações da OMS aos países incluem a criação de guias alimentares de acordo com os costumes e comidas disponíveis nos locais, assim como novas políticas de rótulos de produtos e educação. Outra indicação é regular o mercado de comidas e bebidas não alcoólicas ricas em açúcares e novas políticas fiscais sobre esses alimentos.
Na esfera individual, a sugestão é, claro, reduzir ao máximo a ingestão dessa substância, que, apesar de muito saborosa, pode causar problemas sérios à saúde.

Marte pode ter tido mais água do que o Oceano Ártico

  (Foto: reprodução - nasa)

Esse pode ter sido Marte há alguns bilhões de anos - novas evidências sugerem que o planeta vermelho podia ter mais água do que o Oceano Ártico.
Na revista Science, cientistas publicaram um artigo que levanta a possibilidade de que Marte tinha água suficiente para cobrir toda a sua superfície, há 4,5 bilhões de anos. Essas conclusões foram baseados na análise da crosta de Marte, que tem um local aparentemente 'marcado' por um oceano nas suas planícies norte. Esse oceano cobriria 20% do nosso vizinho.
Durante seis anos, pesquisadores da Nasa usaram três grandes telescópios no Chile e no Havaí para comparar a diferença na quantidade de moléculas de água na atmosfera de Marte entre suas estações. Nessa atmosfera existe H2O, nossa velha conhecida e HDO, que ocorre quando um dos átomos de hidrogênio é substituído por um isótopo chamado deutério.
Essa molécula com deutério age de forma diferente da água normal, por causa de seu peso. O hidrogênio da água pode se vaporizar e 'ir embora de Marte'. Mas o deutério é mais pesado e ficaria para trás.
Como em suas calotas polares, Marte apresenta muito deutério, cientistas suspeitam que ele perdeu uma grande quantidade de água. O que isso muda? Os dados indicam que o planeta era úmido e habitável por um tempo maior do que foi estimado antes.
Mas o que aconteceu com a água? Pesquisadores acreditam que a atmosfera marciana decaiu há alguns bilhões de anos, perdendo o calor e a pressão necessária para manter a água em sua forma líquida. Então o oceano se condensou e apenas 13% dele ainda está lá, em forma de calotas de gelo ainda visíveis.
Galileu.com
 

quinta-feira, 5 de março de 2015

Frase

Foto de Frase Seleta.

Lendária civilização perdida é encontrada embaixo de uma floresta em Honduras

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A Cidade do Deus Macaco. “La Ciudad Blanca”, ou A Cidade Branca. Estes são nomes dados à lendária cidade perdida que teria existido em uma floresta intocada em Honduras – e National Geographic encontrou evidências de que ela realmente existiu.
Uma expedição retornou esta semana de uma localização remota — e secreta — de Honduras, onde não foi só confirmado o rumor da existência da cidade, mas de uma civilização inteira. Uma civilização tão nova aos arqueólogos que ainda nem recebeu um nome. É uma descoberta incrível; mas antes de entrarmos em detalhes, vamos dar uma olhada no histórico do local.
O que é a Cidade do Deus Macaco?
Por muito tempo, ela foi só um rumor: uma cidade perdida localizada dentro de uma floresta em La Mosquitia, na costa leste de Honduras. Ela vem sendo procurada há centenas de anos por exploradores. Dizem que a cidade era formada por uma comunidade pré-colombiana de tamanho e riqueza consideráveis, e que existiu 1.000 anos antes de Cristo. O apelido “Cidade do Deus Macaco” se originou de um explorador americano que afirmou ter ouvido o nome de habitantes locais durante uma expedição.
Por que ela nunca foi encontrada?
Em primeiro lugar, a área onde a cidade se encontra é incrivelmente remota. Assim como diversas florestas tropicais, ela é um território inóspito para exploradores, especialmente para aqueles que não sabem o que estão procurando – mas os supostos avistamentos continuaram.
A alegação mais famosa sobre a cidade veio de um homem chamado Theodore Morde, cuja descoberta — não confirmada — foi noticiada pelo New York Times nos anos 1940, como pode ser visto na imagem acima.
Mas também existiram muitas outras alegações notáveis. Em um livro sobre a expedição de Morde, chamado Jungleland: A Mysterious Lost City, a WWII Spy, and a True Story of Deadly Adventure, o autor Christopher Stewart enumera algumas:
Em 1928, em um voo sobre a América Central, Charles Lindbergh avistou uma série de ruínas brancas — “uma incrível metrópole antiga”. Anos depois, o antropólogo W.D. Strong alegou ter encontrado diversos artefatos abandonados próximos à bacia de um rio e que, durante os seis meses de expedição, ouviu “muitas histórias sobre ruínas arqueológicas”. Não muito depois, S.J. Glassmire, um engenheiro de mineração e garimpeiro de ouro do Novo México, anunciou que havia encontrado uma cidade perdida com “13 quilômetros quadrados” e “pedras de calcário desmoronando”.
 Por décadas, pareceu que a Cidade do Macaco de Ouro permaneceria para sempre uma história de rumores sem fundamentos.
Então o que mudou?
Bem, a tecnologia mudou. Graças ao LIDAR, que mede distâncias iluminando um alvo com um laser e analisando a luz refletida, arqueólogos podem ver a Terra de formas completamente novas. Para gerar um modelo 3D bastante preciso da superfície da Terra, a tecnologia envia feixes de laser a partir de um avião, passando pela folhagem da floresta e qualquer
Embora a cidade tivesse finalmente sido descoberta pelo ar, ela ainda precisava ser confirmada em terra.
forma de vida.



Em um artigo para a New Yorker em 2013, Douglas Preston — quem inclusive escreveu o artigo da National Geographic desta semana — acompanhou uma equipe que usava o Lidar na área que supostamente deveria abrigar a cidade perdida, e testemunhou a revelação de imagens detalhadas de pilares e piramides construídos pelo homem. É uma evidência bem real de uma cidade perdida e, conforme explicou Preston, terá enormes implicações em como os arqueólogos entendem as civilizações pré-colombianas:
Antigas teorias diziam que o solo das florestas tropicais da América Central e do Sul era pobre demais para acomodar grandes populações, e aquelas áreas poderiam suportar apenas pequenas tribos de caçadores. Mas aparentemente, a Floresta Amazônica já abrigou sofisticadas civilizações agrícolas que desmataram enormes áreas para construir vilas, cidades e uma rede de ruas e canais.
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Abaixo da terra?
Sim, um expedição retornou semana passada à área identificada pelo Lidar, e trouxe consigo 52 artefatos enterrados no solo, além de materiais de terraplanagem. Ah, e um homem-jaguar:
O objeto mais marcante a ser retirado do solo é a cabeça do que Fisher especula ser um “homem-jaguar”, possivelmente a representação de um xamã em estado de transformação espiritual. Alternativamente, o artefato talvez tenha relação com jogos de bola que eram presentes na vida pré-colombiana na Mesoamérica.
A National Geographic enviou Preston e o fotógrafo Dave Yoder na expedição que trouxe uma série de fotos e textos sobre as descobertas. Aparentemente, o número de construções era tanto que fez a equipe acreditar serem diversas cidades, ao invés de apenas uma:
Era definitivamente uma cidade anciã. Arqueólogos, no entanto, não acreditam mais na existência de uma única “cidade perdida”, ou Ciudad Blanca, como descrita pelas lendas. Eles acreditam que Mosquitia abrigava muitas “cidades perdidas”, que, quando juntas, representam algo muito mais importante — uma civilização perdida.
 
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E agora?
Bem, conforme Preston explica, a maior dificuldade agora é proteger a cidade de ladrões e do crescente desmatamento. Uma vez que a cidade esteja protegida, começará o processo de catalogar e estudar as ruínas.
É incrível como o advento da tecnologia ajudou a descobrir uma civilização perdida inteira: apenas imagine quais outras cidades perdidas e histórias irão emergir, conforme o lidar e outras tecnologias se tornam cada vez mais comuns para os arqueólogos.
 
 

Astrônomos descobrem planeta gigante com quatro sóis

Planeta possui quatro sóis e tem 10 vezes a massa de Júpiter
 
Um planeta gigante, pelo menos dez vezes maior que Júpiter, com grande massa gasosa e que orbita em torno de quatro sóis. Assim é o exoplaneta KIC 4862625, do sistema estelar Ari 30, nova descoberta divulgada nesta quarta-feira (4) pela Nasa, a Agência Espacial americana.
Além de ser o segundo planeta com quatro sóis que se tem notícia, este chamou a atenção dos astrônomos por não apresentar uma superfície real, ou seja, sem um núcleo sólido.
Até então, pensava-se que o KIC 4862625, descoberto há alguns anos, tinha três sóis. Mas com a utilização de um sistema Robo-AO no telescópios do Observatório Palomar, em San Diego (EUA), foi possível remover os efeitos da atmosfera e melhorar a visualização. O primeiro planeta com quatro sóis foi descoberto em 2013 por cientistas da missão Kepler.
O sistema Ari 30, os cientistas sabem agora, é um planeta e dois sistemas binários. E é altamente improvável que ele tenha vida por ali.
Lewis Roberts, principal autor da descoberta divulgada na revista americana "Astronomical Journal", e seus colegas querem entender qual a influência de tantos sóis no planeta, que orbita a 136 anos-luz da Terra, e tudo indica que este tipo de sistema multi-solar, que geralmente consiste de dois pares de estrelas gêmeas circulando uns aos outros a grandes distâncias, é mais comum do que se imagina.
A evidência sugere que os sóis podem influenciar o destino dos planetas, alterando as órbitas e até mesmo provocando o crescimento mais maciço deles.
A estrela recém-descoberta parece não ter afetado a órbita do planeta. A razão exata para isso é incerta, por isso a equipe está planejando novas observações.
 

10 tecnologias emergentes que "mudarão o mundo"

 O Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente 18 especialistas para responder a esta questão, listou dez inovações que podem mudar nossas vidas, transformar indústrias e proteger o planeta.

1. Carros movidos a hidrogênio
O fórum reconhece que estes veículos são uma promessa de longa data, mas diz que "só agora a tecnologia parece ter chegado ao ponto no qual montadoras planejam incorporá-la em lançamentos para consumidores".
Carros a hidrogênio têm algumas vantagens em relação aos atuais modelos, movidos a gasolina, álcool, diesel ou eletricidade.
Nos carros elétricos, é preciso recarregar suas baterias a partir de uma fonte externa de energia. Já as células de combustível geram eletricidade diretamente, usando combustíveis como hidrogênio ou gás natural. Esta energia fica armazenada nas baterias.
 
Carros movidos a hidrogênio geram menos impacto ao meio ambiente Foto: EPA / Copyright
 
Isso permite que eles percorram grandes distâncias, como veículos movidos a combustível - o que não ocorre com os modelos elétricos, que ainda têm uma autonomia limitada.
Além disso, a recarga de uma célula de gás de hidrogênio comprimido leva apenas cerca de três minutos. Por fim, o uso de hidrogênio como combustível não gera monóxido de carbono, como ocorre com carros comuns, mas vapor d'água, o que ajuda a reduzir a poluição no ar.
Mas ainda há dois obstáculos: produzir hidrogênio barato em larga escala e criar uma infraestrutura para distribuí-lo à população.
"O transporte de hidrogênio por longas distâncias, mesmo que comprimido, ainda não é considerado economicamente viável hoje em dia", afirma o fórum. "No entanto, técnicas inovadoras de armazenamento logo reduzirão este custo e os riscos associados a esta prática."
O fórum espera que, em uma década, milhões de veículos movidos a hidrogênio estejam em uso.
 
2. Robótica
Outra tecnologia que há muito tempo se faz presente no imaginário coletivo, a robótica tem passado por avanços que estão permitindo que finalmente deixe de estar confinada a fábricas e outras tarefas simples.
"Sensores melhores e mais baratos permitem que robôs sejam capazes de compreender e responder ao ambiente em torno dele. Seus 'corpos' estão se tornando mais adaptáveis e flexíveis", afirma o fórum.
"E eles estão mais conectados, beneficiando-se da computação em nuvem para acessar e processar informações remotamente, em vez de terem que ser inteiramente programados para realizar uma tarefa autonomamente."
Com isso, os robôs estão assumindo uma variedade de tarefas, como um controle preciso de pragas em plantações e sua colheita ou cuidando de idosos e pacientes, inclusive na sua reabilitação física.
Além disso, robôs menores e mais habilidosos estão não apenas realizando tarefas repetitivas em fábricas no lugar das pessoas, mas também colaborando com humanos em vez de substituí-los.
"O medo de que robôs conectados à web possam fugir do controle se tornará mais proeminente, mas, conforme estas máquinas realizam tarefas domésticas e as pessoas se familiarizam com elas, esse receio deve ser amenizado", afirma o fórum.
 
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3. Plástico 'thermoset' reciclável
Ao contrário dos termoplásticos, que podem ser aquecidos e reaquecidos para adquirirem diferentes formas e serem reciclados, os plásticos "thermoset" só podem passar por este processo uma única vez.
Isto confere durabilidade a este tipo de plástico, tornando-o uma parte importante do mundo atual, com seu uso em celulares, computadores e aeronaves, mas também faz com que seja impossível reciclá-los.
Mas, em 2014, houve avanços significativos nesta área, com a descoberta de uma nova categoria reciclável de plásticos "thermoset", com o uso de ácido para quebrar a cadeia de polímeros que os forma e os reutilizar na fabricação de novos produtos, mantendo suas características mais úteis, como a rigidez e a durabilidade.
"Apesar de nenhum processo de reciclagem ser 100% eficiente, esta inovação - se for empregada amplamente - pode gerar uma grande redução no lixo descartado", destaca o fórum.
"Esperamos que este novo tipo de plástico 'thermoset' substitua o antigo em cinco anos e se torne onipresente em bens fabricados por volta de 2025."
 
4. Engenharia genética agrícola
A engenharia genética gera uma grande polêmica, mas o fórum defende que "novas técnicas permitem 'editar' o código genético de plantas para torná-las mais nutritivas ou resistentes às mudanças climáticas".
Atualmente, a engenharia genética de cultivos agrícolas depende de bactérias para transferir uma parte de DNA para outro genoma, algo que já foi comprovado ser tão arriscado (ou seguro, de acordo com o ponto de vista) quanto realizar esta transferência por cruzamento de espécies.
"No entanto, técnicas mais precisas de edição genética foram desenvolvidas nos últimos anos", afirma o fórum.
Engenharia genética de cultivos podem beneficar especialmente pequenos produtores Foto: BBC Mundo / Copyright
Engenharia genética de cultivos podem beneficar especialmente pequenos produtores
 

Elas conferem às plantas uma maior resistência a pragas e insetos, reduzindo a necessidade de uso de pesticidas, e aumentam a sustentabilidade de cultivos ao reduzir a necessidade de água e fertilizantes.
"Muitas destas inovações serão particularmente benéficas para agricultores de pequeno porte de países em desenvolvimento. Assim, a engenharia genética pode se tornar menos controversa, à medida que seu benefício seja reconhecido para aumentar a renda e melhorar a dieta de milhões de pessoas."
 
5. Manufatura aditiva (impressão 3D)
Hoje, a fabricação de produtos começa por um grande pedaço de determinado material, como madeira, metal ou rocha, e passa pela remoção de camadas até atingir a forma desejada.
Por sua vez, a manufatura aditiva - também conhecida como impressão 3D - parte do zero e aplica camadas do material até atingir a forma final, usando um modelo digital como guia.
 
 
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"Produtos fabricados assim podem ser altamente personalizados para cada usuário, ao contrário de produtos feitos com processos de fabricação em massa", esclarece o fórum.
Além disso, usando células humanas como material básico, esta técnica permite criar tecidos orgânicos que podem ser usados no teste de segurança de medicamentos, além de transplantes.
"Um próximo estágio importante da manufatura aditiva seria fabricar desta forma componentes eletrônicos, como placas de circuitos", destaca o fórum.
 
 

"Esta ainda é uma tecnologia nascente, mas deve se expandir rapidamente na próxima década com oportunidades e inovações que a aproximarão do mercado de massa."
 
6. Inteligência artificial
Nos últimos anos, a inteligência artificial evoluiu bastante, com smartphones reconhecendo a voz de seu dono, carros que dirigem a si mesmos ou drones.
Hoje, esta tecnologia faz com que uma máquina reconheça um ambiente a sua volta e reaja a ele.
"Mas estamos dando um passo à frente com máquinas capazes de aprender autonomamente ao assimilar grandes volumes de informação", diz o fórum.
"Assim como os novos robôs, esta inteligência artificial nascente levará a um aumento significativo de produtividade. Máquinas com acesso rápido a uma imensa fonte de dados poderão responder a situações sem cometer erros com base em emoções, como no caso de diagnóstico de doenças."
O fórum reconhece que esta tecnologia tem riscos atrelados a ela, como máquinas superinteligentes que um dia poderiam suplantar a humanidade.
"Especialistas levam este receio cada vez mais a sério, mas, por outro lado, isso pode tornar ainda mais evidente a importância de atributos essencialmente humanos, como criatividade e relações interpessoais."
 
7. Manufatura descentralizada
Este tipo de fabricação de produtos muda completamente a noção que temos hoje da manufatura.
Em vez de reunir todo o material necessário para fazer um produto em um único - e enorme - local e depois distribuí-lo ao público, a manufatura descentralizada distribui a fabricação de diferentes partes do produto por diversos locais. E o produto final acaba sendo montado muito próximo de onde consumidor está.
"Na prática, isso substitui a cadeia de fornecedores de materiais pela informação digital. Em vez de fazer uma cadeira em uma fábrica central, fábricas menores e locais recebem instruções de como fazer suas peças, que podem ser montadas pelo próprio consumidor ou em oficinas", esclarece o fórum.
"Isso permite usar recursos de forma mais eficiente, com menos desperdício, diminuindo o impacto ambiental. Também reduz a barreira de entrada para novas empresas num mercado ao diminuir a quantidade de dinheiro necessário para criar um protótipo e fabricar produtos."
O fórum defende que esta nova técnica de fabricação mudará o mercado de trabalho e a economia da manufatura, mas também apresenta riscos, por ser mais difícil de regular.
 
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"Nem tudo poderá ser feito desta forma. Cadeias de produção ainda serão necessárias para bens de consumo mais importantes e complexos."
 
8. Drones inteligentes
Drones são usados amplamente nos dias de hoje, na agricultura, no cinema e em outras aplicações que requerem uma vigilância aérea ampla e barata.
"Mas, até agora, eles têm pilotos humanos, que os controlam a partir do solo", explica o fórum.
"O próximo passo é desenvolver máquinas que voam por conta própria, o que permite uma série de novos usos."
Para isso, os drones precisam ser capazes de usar sensores para reagir ao ambiente a sua volta, mudando sua trajetória e altura de voo para evitar colisões com outros objetos em seu caminho.
Isso permitirá que estes robôs assumam tarefas perigosas para humanos, como manutenção de redes elétricas. Ou realizar entregas de medicamentos urgentes mais rapidamente.
Na agricultura, poderiam auxiliar no uso mais preciso de fertilizantes e água ao analisar plantações desde o ar.
"Com esta tecnologia, os drones poderão voar de forma mais próxima a humanos e em cidades", destaca o fórum.
"Mas, para serem amplamente usados, eles terão que se provarem capazes de voar em meio às mais difíceis situações, como em tempestades de areia e nevascas. Quando isso ocorrer, eles nos tornarão imensamente mais produtivos."
 
9. Tecnologia neuromórfica
Ainda hoje, os mais avançados computadores não conseguem superar a sofisticação do cérebro humano.
Estas máquinas funcionam de forma linear, transferindo informação entre chips e um processador central por meio de uma rede. Já um cérebro funciona de forma totalmente interconectada, com uma densidade de conexões que superam em muito a de um computador.
Novos chips buscam simular complexa rede de interconexões do cérebro Foto: SPL / Copyright
Novos chips buscam simular complexa rede de interconexões do cérebro
 
Mas cientistas já trabalham na criação de chips neumórficos, que simulam a arquitetura cerebral e aumentam exponencialmente a capacidade de um computador processar informações e reagir.
 
"Uma limitação da transferência de dados entre uma memória e um processador central é que isso usa grandes quantidades de energia e gera muito calor", afirma o fórum.

"Chips neumórficos são mais eficientes neste aspecto e mais poderosos, funcionando como uma rede de neurônios."
O fórum acredita que esta tecnologia, em estágio de protótipo em empresas como a IBM, é a próxima etapa da computação de ponta e permitirá um processamento de dados mais ágil e potente, abrindo caminho para máquinas aprenderem por conta própria.
"Computadores serão capazes de antecipar e aprender, em vez de apenas reagir de acordo com a forma como foram programados."
 
10. Genoma digital
O primeiro sequenciamento do genoma humano levou muitos anos e consumiu dezenas de milhões de dólares, mas, hoje, isso pode ser feito em minutos por algumas centenas de dólares. "Essa habilidade de desvendar nossa genética individual promete levar a uma revolução, com serviços de saúde mais personalizados e efetivos", defende o fórum.
Isso porque muitos dos males que enfrentamos derivam de um componente genético. Com esta digitalização do DNA, um médico poderia, por exemplo, tratar um câncer de acordo com a composição genética do tumor.
O fórum ressalta, no entanto, que, assim como toda informação pessoal, será necessário proteger o genoma de uma pessoa por motivos de privacidade.
"Mas os benefícios provavelmente superarão os riscos."                                                                                                                                                      

                                                                                                                                                                                                                                          

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quarta-feira, 4 de março de 2015

Qual o papel do Pantanal em relação às mudanças climáticas?

Áreas alagadas do Pantanal (Foto: Divulgação/Bichos do Pantanal)

Qual a importância do ecossistema Pantanal no combate às mudanças climáticas? Essa é a resposta que uma pesquisa da Radboud University de Nijmegen, da Holanda, busca desvendar através de um levantamento inédito do papel da vegetação aquática da região na captura dos gases que provocam o aquecimento do planeta e as mudanças climáticas.
 
As áreas alagadas continentais correspondem a 3% das regiões do planeta,  a grande maioria já é comprovadamente áreas importantes para a retenção de carbono, como as grandes turfeiras do Hemisfério Norte, que estocam grande quantidade de matéria orgânica, onde estão toneladas de CO2 e metano, gases de grande efeito em relação ao aquecimento global. A hipótese dos pesquisadores é que o Pantanal, com seus 250 mil quilômetros quadrados de áreas alagáveis, tenha um papel ativo em relação às emissões dos gases do efeito estufa.
O foco dessa pesquisa é desvendar como as plantas aquáticas, como o aguapé,  funcionam nos diferentes ambientes do Pantanal. Uma das teorias é que as bactérias associadas as raízes dos aguapés consomem o metano produzido no ambiente aquático, o que pode ajudar a reter o gás. Outra hipótese é que a formação de um ambiente sem oxigênio pode ajudar a liberar gases-estufa para o ambiente.
A proposta da pesquisa é fazer um comparativo do comportamento das plantas de aguapés em áreas preservadas e alteradas do Pantanal, bem como em regiões de reservatórios artificiais (açudes para bebedouros de animais e pequenas centrais hidrelétricas - PCH).
A pesquisa é executada pelo ecólogo Ernandes Sobreira Oliveira Junior,  doutorando da Radboud University de Nijmegen, da Holanda, pelo programa Ciência Sem Fronteiras.  O levantamento de dados no Pantanal ocorre com  apoio do Projeto Bichos do Pantanal, patrocinado pela Petrobras, do Fundo de Ecologia da Holanda  - KNAW Fondes Ecologie, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Mato Grosso (Fapemat) e das universidades Federal de Juiz de Fora e do Estado de Mato Grosso (Unemat) - que fornecem apoio laboratorial e pessoal para a análise das amostras coletadas nesse estudo.
O estudo pretende revelar como as baías naturais do Pantanal, as quais apresentam grande quantidade de aguapé, se comportam em relação as emissões dos gases do efeito estufa. O aguapé é uma das vegetações mais abundantes do mundo e é considerada a maior erva daninha do planeta, porém poucos estudos mostram qual seria a função dessa planta nas mudanças climáticas
Muito se fala na importância da Amazônia como um grande sumidouro de carbono, o que queremos mostrar é o papel do Pantanal no balanço dos gases do efeito estufa.
O Pantanal também tem um papel de protagonista no enfrentamento das mudanças climáticas, e as ações em prol da preservação dos ambientes aquáticos desse ecossistema podem ganhar muitos reforços dentro do cenário nacional e mundial, algo fundamental para proteger as mais de 4,7 mil espécies de fauna e flora que vivem nessa que é uma sensível e importante área natural do Brasil.
Época.com

Cientistas acham fóssil de primeiro humano de 2,8 milhões de anos

Fóssil
Há 2,8 milhões de anos, os primeiros membros do gênero Homo, no qual pertencem todas as pessoas vivas até hoje, já caminhavam pela savana no território da atual Etiópia, afirma um novo estudo.
A conclusão vem da análise de uma mandíbula descoberta por cientistas americanos e etíopes, cujas características parecem estar no meio do caminho entre as do australopitecos, homens macacos mais primitivos que povoavam a África até então, e as do gênero humano propriamente dito, cujas espécies mais conhecidas só surgem 2 milhões de anos atrás. 
A transição evolutiva que levou a origem do nosso gênero pode ter sido relativamente rápida, afirmou em entrevista um dos autores do estudo Brian Villmoare, da Universidade Nevada em Las Vegas.
Os dados podem explicar a origem do gênero humano, porque os australopitecos parecem ter preferido áreas de vegetação mais fechada. Os Homos seriam resultado da adaptação a ambientes abertos. A hipótese, porém, precisa ser mais estudada.

Árvores da Amazônia absorvem menos carbono durante as secas, diz pesquisa

floresta amazônica

Cientistas britânicos revelaram que o ritmo de absorção de carbono das árvores da Amazônia pode diminuir durante períodos de seca severa, segundo uma pesquisa publicada nesta quarta-feira na revista Nature. Pela primeira vez, uma equipe internacional, liderada por especialistas da Universidade de Oxford, coletou evidências diretas que relacionam a queda da absorção ao clima mais seco.
"Essa diminuição na captação de carbono não reduz as taxas de crescimento das plantas, mas provoca um aumento na mortes das árvores", disse Christopher Doughty, da Escola de Geografia e Meio Ambiente da Universidade de Oxford. De acordo com Doughty, principal autor do estudo, quando as árvores morrem e se decompõem, as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera aumentam, o que poderia acelerar a mudança climática durante as secas.
Pesquisa - Os cientistas mediram as taxas de crescimento e a fotossíntese da vegetação em treze áreas da floresta amazônica no Brasil, Peru e Bolívia e compararam as árvores afetadas pela forte seca de 2010 com as que não foram prejudicadas pelo fenômeno climático. As microrregiões selecionadas representavam as diversas condições da meteorologia e de solo da bacia amazônica, mediam 1 hectare cada um e continham entre 400 e 500 árvores.
Durante três anos, os pesquisadores passaram várias semanas em cada um dos locais para medir a taxa de crescimento de cada árvore e quantificar o surgimento de pequenas raízes. Os dados revelam que, apesar de a taxa de fotossíntese ter sido constante entre as árvores não afetadas pela seca, o mesmo índice sofreu uma queda significativa entre as prejudicadas. De acordo com a pesquisa, é provável que a situação tenha ocorrido devido ao aumento no número de árvores que morrem nos anos posteriores ao período de seca.
Este estudo internacional é a primeira análise detalhada em grande escala do ciclo completo do carbono, observando o crescimento e o metabolismo das parcelas florestais da bacia do Rio Amazonas. A Rede Mundial de Vigilância de Ecossistemas (GEM, na sigla em inglês) continuará monitorando as florestas tropicais da América, da África e da Ásia durante as próximas décadas para determinar como elas são afetadas pela mudança climática. "Só por meio da vigilância minuciosa poderemos entender as relações entre a mudança climática e a biosfera", disse Yadvinder Malhi, coordenador do GEM.

terça-feira, 3 de março de 2015

Erupção no Chile provoca elevação do nível das águas de rios

Erupção do vulcão Villarrica, no Chile

Um dos vulcões mais ativos da América do Sul entrou em erupção na madrugada desta terça-feira no sul do Chile, expelindo fumaça no ar, enquanto a lava descia por suas encostas.
A situação fez com que as autoridades retirassem milhares de pessoas da região.
O vulcão Villarrica entrou em erupção às 3h (horário local), segundo o Escritório Nacional de Emergências, que emitiu um alerta vermelho e ordenou a retirada das pessoas.
Meios de comunicação locais mostraram imagens de explosões no topo do vulcão, fumaça densa e rios de lava. Autoridades temem que deslizamentos, provocados pelo derretimento da neve que cobre a superfície da montanha, possa representar um perigo para as comunidades próximas.
O vulcão de 2.847 metros de altura localiza-se na região central do Chile, a 670 quilômetros ao sul de Santiago. Em seu sopé está localizada a pequena cidade de Pucón, cuja população é de cerca de 22 mil habitantes.
Na segunda-feira, as autoridades chilenas haviam emitido um alerta laranja por causa do aumento da atividade no vulcão. Cerca de 3.500 pessoas já haviam sido retiradas, dentre elas turistas, disse o Ministro do Interior e da Segurança, Rodrigo Penailillo.
Penailillo informou que a erupção provocou a elevação do volume das águas de vários rios da região, por causa do derretimento da neve na encosta da montanha. Villarica é coberto por uma camada de neve de 40 quilômetros quadrados.
Autoridades observam atentamente as quarto comunidades que podem ser atingidas por deslizamentos de terra com o derretimento da neve. Cerca de 200 pessoas, que estão sem ligação com vias importantes por causa da destruição de duas pontes, também são monitoradas. As pontes foram destruídas pela elevação do nível das águas dos rios.
A presidente Michelle Bachelet chegou a Pucón em meio a saudações e vaias nesta terça-feira para verificar os preparativos de segurança e declarou emergência agrícola para ajudar os fazendeiros.
O Chile tem mais de 2 mil vulcões na Cordilheira dos Andes e cerca de 90% deles permanece ativo. O Villarrica é considerado um dos mais perigosos.
Exame.com

Planeta anão Ceres recebera a primeira visita de uma sonda espacial

Modelo mostra dawn se aproximando de Ceres (Foto: nasa)

Ceres, o menor dos planetas anões do Sistema Solar, receberá no dia 6 de março a visita de uma sonda da agência espacial americana (Nasa) que averiguará se o corpo celeste esconde sob sua superfície uma camada de água gelada.
Em entrevista coletiva, técnicos da Nasa ofereceram nesta segunda-feira detalhes da missão da sonda Dawn, lançada ao espaço em 2007 e que se dedicará a enviar durante 16 meses imagens de Ceres aos cientistas para que possam estudar sua superfície e entender melhor sua origem e evolução.
"Dawn está prestes a fazer história", afirmou Robert Mase, diretor da missão da sonda no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, na Califórnia.
Ceres foi descoberto em 1801 por Giuseppe Piazzi e primeiro foi considerado um cometa, depois um planeta e um asteroide, até que finalmente foi catalogado como planeta anão em 2006.
A sonda Dawn começou a fase final de aproximação de Ceres em dezembro e já enviou à Nasa imagens nas quais se pode ver um brilho dentro de um das crateras da superfície escura do planeta anão.
A diretora do Programa de Pequenos Corpos Espaciais, Carol Raymond, explicou que os brilhos retratados nessas fotografias seguem sendo um "mistério".
"Nunca antes tínhamos visto no espaço brilhos como estes. Estão dentro de uma cratera no qual a Agência Espacial Europeia (ESA) encontrou vapor de água e não sabemos se poderia estar relacionado", declarou Raymond.
As imagens que permitem ver os brilhos, e que Raymond mostrou durante sua entrevista coletiva, foram feitas pela sonda no final de fevereiro a uma distância de 46.000 quilômetros do planeta anão.
O pesquisador principal da missão de Dawn, Chris Russell, disse em comunicado que os brilhos de Ceres poderiam ter uma origem vulcânica, mas prefere esperar imagens de maior resolução para poder fazer afirmações geológicas.
"Estudar Ceres nos permitirá fazer uma pesquisa histórica do espaço, poderemos adentrar no primeiro capítulo da história de nosso sistema solar", afirmou o diretor da Divisão de Ciências Planetárias da Nasa, Jim Green, em videoconferência da sede da agência espacial em Washington.
"Os dados enviados de Dawn poderiam contribuir para avanços significativos em nossa compreensão de como se formou o sistema solar", acrescentou o cientista.
A sonda Dawn já visitou, durante 14 meses, entre 2011 e 2012, o asteroide gigante Vesta, que, como Ceres, se encontra no cinturão de asteroides compreendido entre as órbitas de Marte e Júpiter e que abriga centenas de corpos celestes.
Na ocasião, a sonda conseguiu fazer mais de 30.000 imagens do corpo e proporcionou aos cientistas melhores conhecimentos sobre a composição e a história geológica de Vesta, que tem um diâmetro médio de 525 quilômetros.
Ceres, com um diâmetro médio de 950 quilômetros, poderia ter se formado mais tarde que Vesta e poderia ser mais frio em seu interior, segundo explica a Nasa em seu site.
Provas científicas, recolhidas pela agência espacial, sugerem que Vesta só conserva uma pequena quantidade de água, já que se formou antes que Ceres, quando o material radioativo era mais abundante e fazia mais calor.
Segundo a Nasa, Ceres poderia abrigar um grosso manto de gelo e esconder um oceano sob sua crosta gelada. Além disso, os cientistas estimam que 25% de sua massa planetária poderia ser água.
Galileu.com

segunda-feira, 2 de março de 2015

Dados mundiais de satélite indicam que desmatamento está acelerado

 floresta amazônica desmatamento Pará (Foto: Nelson Feitosa/Ibama)
Imagens de satélite indicam que as florestas tropicais, da Amazônia às Filipinas, estão desaparecendo em um ritmo mais acelerado do que se imaginava, afirmou uma equipe de pesquisadores florestais da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
A taxa anual de desmatamento entre 1990 e 2010 foi 62% mais alta do que na década anterior, e acima das estimativas, de acordo com um estudo conduzido com mapas de satélites que cobrem 80% das florestas tropicais do mundo.
O novo estudo questiona um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que indicou que o ritmo do desmatamento diminuiu 25% entre 1990 e 2010.
Até agora, “o relatório Avaliação de Recursos das Florestas (FRA, na sigla em inglês) da FAO era a única fonte disponível para estimar a mudança de longo prazo nas florestas e suas tendências”, disse Do-Hyung Kim, principal autor do estudo, que deve ser publicado no periódico "Geophysical Research Letters".
“Entretanto, o relatório da FAO foi criticado pela falta de consistência de seus métodos de pesquisa e da definição do que é uma floresta. Nosso resultado é importante por fornecermos uma alternativa ao FRA baseada em imagens de satélite”, afirmou.
O levantamento da FAO se baseou em grande parte em relatos dos próprios países onde estão as florestas tropicais, disse Kim. Em comparação, ele e seus colegas da Universidade de Maryland analisaram 5.444 imagens da rede de satélites Landsat de 1990, 2000, 2005 e 2010 para avaliar quanto de floresta se perdeu ou se recuperou em 34 países, que representam cerca de 80% das florestas tropicais do mundo.
No período entre 1990 e 2000, a taxa anual de desmatamento em todos os países foi de quatro milhões de hectares por ano, segundo o estudo.
Entre 2000 e 2010, a taxa de desmatamento chegou a 6,5 milhões de hectares por ano, um aumento de 62 por cento – uma área florestal do tamanho do Sri Lanka por ano.
América Latina lidera desmatamento O estudo revelou que a América Latina tropical teve as maiores taxas de desmatamento anuais – 1,4 milhão de hectares por ano entre os anos 1990 e 2000. O Brasil liderou a lista, com um desmatamento anual de 0,6 milhão de hectare por ano.
A Ásia tropical teve a segunda maior alta, 0,8 milhão de hectares por ano, liderada por países como Indonésia, Malásia, Camboja, Tailândia e Filipinas, e a África tropical teve a menor incidência anual de desmatamento, apesar do aumento constante devido aos cortes principalmente na República Democrática do Congo e em Madagascar.
Entretanto, Rodney Keenan, pesquisador florestal da Universidade de Melbourne que participou do último levantamento da FAO, declarou que o relatório da agência pode não ser tão inexato quanto parece.
“O estudo de Kim só usou imagens automáticas geradas remotamente. Isso oferece um quadro de um aspecto da mudança florestal, enquanto estimativas no local e o gerenciamento de informações oferecem outras perspectivas”, como saber se terras desmatadas serão reflorestadas, disse ele.
Kim, por sua vez, afirmou que o FRA não captou sinais de desmatamento óbvios nas imagens de satélite.
A FAO deve publicar uma avaliação florestal atualizada em setembro no Congresso Florestal Mundial.

Veja o que aconteceria se um asteroide de 500 km de diâmetro atingisse a Terra

Impacto romperia a crosta terrestre e lançaria os detritos em órbita (Foto: Reprodução)

Um dos maiores temores da humanidade é que a Terra esteja em rota de colisão com algum asteroide gigante que tenha o potencial de nos aniquilar por completo. O medo não é de forma alguma infundado: estes monstros existem mesmo no espaço e podem, sim, se chocar contra nós. Na verdade, a história do nosso planeta é repleta desses impactos. Enquanto ainda estava em formação, a Terra era bombardeada com maior frequência, e acredita-se que a Lua tenha sido formada graças a um destes eventos.
De acordo com o Jet Propulsion Laboratory, da NASA, 556 asteroides pequenos cruzaram a atmosfera de 1994 até 2013. A maioria deles se desintegra, no entanto alguns conseguem chegar até a superfície e provocar estragos, como o objeto que atingiu a cidade de Chelyabinsk, na Rússia, há dois anos. Mas o que aconteceria com o nosso planeta se colidisse com um asteroide ~realmente~ grande? O Discovery Channel fez uma simulação que dá uma resposta a esta dúvida.
O vídeo mostra um asteroide com diâmetro de 500 quilômetros (quase a distância de São Paulo a Belo Horizonte) se chocando contra o Oceano Pacífico e produzindo ondas de choque que viajam em velocidades hipersônicas. Um episódio destes decretaria o fim da vida na Terra. A força do impacto seria tamanha que romperia completamente a crosta terrestre da região, lançando os detritos ao espaço. Eles entrariam em uma órbita baixa e, conforme fossem caindo, destruiriam toda a superfície.
Como se o cenário não fosse catastrófico o bastante, a destruição não para por aí: uma tempestade de fogo se espalharia pela atmosfera e vaporizaria qualquer forma de vida em seu caminho. Em apenas um dia, o planeta inteiro se tornaria inabitável. O mais chocante de tudo é a quantidade de vezes que os cientistas acreditam que tal apocalipse tenha acometido a Terra ao longo de sua história - seis. Além de conter imagens de tirar o fôlego, a simulação ainda é acompanhada pela belíssima 'The Great Gig In The Sky', do Pink Floyd.
 
Galileu.com