segunda-feira, 9 de março de 2015

Câmeras de alta velocidade captam o cheiro da chuva

Um aspecto da tecnologia às vezes passa despercebido: máquinas incrivelmente complexas e sofisticadas proporcionam vislumbres do intricado funcionamento do tempo e do espaço, totalmente alheias às nossas percepções sensoriais.
Por exemplo, quando usamos câmeras de alta velocidade para filmar gotas de chuva, conseguimos ver por que um aguaceiro de primavera deixa um cheiro tão bom. 
Em um novo estudo, divulgado essa semana pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, cientistas conseguiram isolar o mecanismo microscópico responsável por esse fenômeno agradável. Usando tecnologia de captação de imagens em alta velocidade, os pesquisadores observaram gotas de chuva individuais enquanto caíam sobre vários tipos de superfícies e solos. 
Quando uma gota atinge uma superfície, ela imediatamente se achata e surgem bolhas na superfície porosa subjacente, que atravessam a gota e se rompem no ar. O processo dura microssegundos e dispersa os materiais depositados na superfície de contato — poeira, folhas, etc — em uma nuvem de "aerossóis frenéticos". 
Esse mecanismo pode revelar quais são os elementos aromáticos que captamos quando sentimos aquele cheirinho de terra depois de uma chuvarada de primavera.
Também pode ajudar a explicar como certos agentes poluentes se disseminam pelo ar depois da chuva, como substâncias químicas artificiais, vírus e bactérias que vivem no solo. “Até agora, as pessoas não sabiam que os aerossóis são produzidos quando as gotas de chuva caem na terra", explica o pesquisador Youngsoo Joung no site do projeto no MIT. “Essa descoberta pode ser uma boa referência para trabalhos futuros, revelando micróbios e produtos químicos existentes no solo e outros materiais naturais, além de mostrar como eles se disseminam pelo ambiente e, possivelmente, entre as pessoas".
 
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Como você pode observar nas fotos acima, a equipe do MIT usou equipamentos de última geração para captar o processo de geração de aerossóis. Se olhar bem de perto (as setas amarelas), veremos as minúsculas bolhas de ar subindo e estourando — tudo em uma escala de milímetros e microssegundos. 

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