A instalação de tendas de atendimento na área externa do Hospital Lehigh Valley, em Allentown, no estado americano da Pensilvânia, é o retrato da gravidade da atual epidemia de gripe no Hemisfério Norte. O número de pessoas em busca de auxílio foi tão grande que a instituição teve de improvisar em caráter emergencial um esquema de assistência. Pelo quadro observado até a semana passada, trata-se do mais sério e perigoso surto que surge nos EUA desde 2009, quando o vírus da gripe suína espalhou-se pelo mundo – e, o temor maior, é que a situação do presente se torne tão letal como a pandemia de nove anos atrás, quando cerca de cinquenta mil pessoas morreram.
No território americano, 63 crianças haviam falecido até a quinta-feira 15, a taxa de hospitalização em razão da enfermidade alcançou 60 pessoas a cada 100 mil e 10% dos óbitos foram decorrentes de pneumonia resultante de complicações da doença. No Reino Unido, os serviços de emergência estão superlotados e, também na quinta feira, já chegava a 231 o total de mortos. O subtipo do Influenza (vírus da gripe humana) predominante é o H3N2, com enorme capacidade de mutação – com isso ele engana o nosso sistema imunológico e escapa também da cobertura vacinal (a taxa de imunização não ultrapassa os 10%, índice bem abaixo do padrão). Inevitavelmente o H3N2 afetará pesadamente o Brasil no outono e inverno, não sendo aceitável, portanto, que as autoridades da área da saúde pública aleguem, no final do mês que vem, que foram apanhadas de surpresa. Um importante (e preocupante) sinal de alerta veio na quinta-feira 15: a China anunciou o registro do primeiro caso conhecido de um tipo de vírus (gravíssimo) causador de gripe aviária. Sua identificação pela ciência: H7N4 (H e N são as proteínas que o compõem). Sua ação: devastadora.
10% das mortes foram em decorrência de pneumonia originada pela gripe
63 crianças morreram de gripe (vírus H3N2) nos EUA desde outubro do no passado
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