A velocidade de expansão do universo é 10% mais rápida do que se imaginava, informou um estudo publicado na revista científica "Astrohpysical Journal".
Com isso, há a possibilidade de estudar um lado misterioso do cosmo, pois a descoberta fornece os primeiros indícios de uma "Nova Física", ou seja, uma física cujas regras não correspondem ao "Modelo Padrão" - teoria que descreve as forças e partículas fundamentais que constituem a matéria, dentre elas os "férmions" e "bósons".
Os resultados se devem a um dos "pais" da descoberta de que a expansão está acelerando: o ganhador do Nobel da Física, Adam Riess. Contribuíram também para a descoberta o "Space Telescope Science Institute" e John Hopkins University. Mas, a descoberta também foi possível graças ao dados do telescópio espacial Hubble.
Para Antonio Masiero, vice-presidente do Instituto Nacional de Física Nuclear, o resultado "abre as portas a uma viagem no mistério". "Veremos sinais chegarem de qualquer mundo novo, mundo estes que não sabemos do que são feitos, nem onde se encontram", completou.
Para calcular a velocidade de expansão do universo, mediu-se a distância de galáxias distantes observadas pelo telescópio da Nasa, o Hubble, e aquele da Agência Espacial Europeia (Esa). O Hubble observou estrelas pulsantes chamadas "Cefeide" - estrelas gigantes, maiores e mais brilhantes que o Sol e excelentes em medir distâncias extragalácticas.
Contudo, as estrelas utilizadas estão 10 vezes mais distantes que da outra vez, quando os estudos na área começaram e permitiram calcular que as galáxias se afastam entre elas em um ritmo mais rápido que o previsto. Tudo indica que o "motor" que "empurra" o universo à expansão, ou seja, a energia escura - suposta força energética que está distribuída pelo espaço - ocuparia 75% do cosmo, e que ela afasta as galáxias uma da outra.
Isso significa também que a aceleração poderia não ter um valor constante, mas variar com o tempo. Uma outra hipótese que surge é a existência de novas partículas, similares ao neutrino - partícula subatômica sem carga elétrica, mas ainda obscura - os chamados "neutrinos estéreis."
Além da possibilidade de que a matéria escura - ou seja a matéria invisível que ocupa cerca de 25% do cosmo - interaja com a matéria visível mais fortemente do quanto se pensava.
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