segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Estas são as atrações do Museu Nacional que você não poderá mais ver

 
Brasil acordou órfão de parte importante de sua história. Na semana em que se celebra mais um aniversário da independência, o país assistiu atônito a uma de suas maiores tragédias.
As chamas que atingiram o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, levaram consigo itens imprescindíveis para contar a história da nação. O Museu Nacional era dono do maior acervo de história natural e antropologia da América Latina.
Foram 20 milhões de objetos, como os restos mortais de Luiza – o fóssil humano mais antigo do Brasil, entre outros itens consumidos pelas chamas símbolo de uma nação que teima em entender a cultura como espaço de desenvolvimento.
Estas são algumas das obras que você não vais mais ver:

1. Luzia – fóssil mais antigo das Américas




Os restos mortais de Luzia foram encontrados por historiadores em meados da década de 1970. Com mais de11 mil anos, os fósseis estavam depositados na Lapa Vermelha, região da Lagoa Santa, em Minas Gerais.
Em abril de 1998, Luzia ganhou reconhecimento facial e foi possível dizer que o esqueleto, segundo os especialistas, pertencia a uma mulher que viveu até os 25 anos. A descoberta foi recebida com empolgação pela comunidade científica, pois as características morfológicas mostravam uma brasileira da pré-história, com traços semelhantes aos das populações originárias de África e Austrália. Os fósseis de Luzia não existem mais e fazem parte de outros tesouros que você não poderá ver novamente.

2 . Trono do Reino do Daomé



O Museu Nacional celebrou recentemente 200 anos de história. A abundância de objetos históricos representa o espírito cosmopolita de membros da família real portuguesa, em especial Dom Pedro II e Dom João IV.
Uma das primeiras peças do Museu Nacional é um trono africano do século XVIII. O objeto chegou ao brasil por meio de Dom João IV, que recebeu a peça de presente em 1811. O trono do Rei Adandozan (1718-1818), tinha um metro de altura e, de acordo com historiadores, foi projetada na passagem do século XVIII ao XIX.  
Raridade sem precedentes, o trono foi incorporado ao acervo do Museu Nacional em 1818, antes mesmo do museu ser criado. A troca de gentilezas tinha como intuito melhorar as relações entre o Reino de Daomé, atualmente Benin, e o Reino de Portugal e Brasil.
Junto ao trono, havia também uma sandália real. Estes eram os principais itens vindos de países africanos. O incêndio levou objetos fundamentais para o entendimento da presença africana na formação social do Brasil.

3. Meteorito do Bendegó




Os efeitos da destruição do acervo do Museu Nacional serão sentidos décadas a fio. Porém, no meio deste caos pelos descaso com o patrimônio público, uma boa notícia. São grandes as chances do Meteorito do Bendegó ter resistido ao incêndio.
Um dos principais atrativos do Museu Nacional, ele é feito de ferro maciço e pode suportar temperaturas superiores a 1 mil graus. A peça faz está em exposição desde 1892 e foi encontrada na Bahia, por Joaquim da Motta Botelho, próximo do riacho Bendegó, no século 18.

4. Maxakalisaurus topai, o dinossauro de Minas Gerais



Vai doer saber que nunca mais será possível admirar o fóssil da maior espécie de dinossauro que uma dia habitou o Brasil. O Maxakalisaurus topai  foi apresentado ao público em agosto de 2006 e teve o esqueleto reconstruído por membros da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Desde então, esbanjava grandeza em uma das principais salas expositivas do Museu Nacional. O esqueleto tinha 13 metros de altura e simbolizava um animal que viveu há cerca de 80 milhões de anos atrás. Virou pó.

5. Múmia Kherima



O acervo do Museu Nacional era de uma riqueza absurda. Entre as peças mais valiosas da coleção estava uma múmia de quase 2 mil anos. Com os membros enfaixados individualmente e faixas no peitoral e cinturão, ela pertencia a uma princesa de Tebas – próximo de onde fica a cidade de Luxor, chamada Khermia.
Ela seria uma virgem assassinada a punhaladas e era uma das NOVE múmias no mundo tudo que foram enfaixadas e decoradas sobre linho. Khermia chegou ao Brasil em 1824, dentro de um caixote de madeira. Era considerada o item mais valioso da coleção de Nicolau Fiengo. A múmia foi comprada por Dom Pedro I e depois levada ao Museu Nacional, iniciando a primeira coleção de relíquias egípcias das Américas.

6. Máscara indígena do povo Tikuna



A partir de agora, vai ser mais difícil entender a importância dos indígenas na construção do Brasil. O incêndio do Museu Nacional consumiu documentos imprescindíveis, como a máscara indígena do povo Tikuna.
 
Os Tikuna habitam a região do Alto Solimões, Amazonas e no final do século XIX, foram escravizados por comerciantes para a produção de borracha. Atualmente, eles somam mais de 40 mil pessoas. A coleção do Museu Nacional tinha objetivos coletados em expedições como a realizada em 1912, que teve a participação do médico e antropólogo Edgar Roquette-Pinto.

7. Sala do Trono




Antes de se tornar Museu, o casarão de São Cristóvão esteve nas mãos de um senhor de escravizados e posteriormente se tornou lar da família real portuguesa. Nos tempos de monarquia, era considerado um dos palcos de poder mais importantes de Dom Pedro II.
A sala retratava com fidelidade o funcionamento do Paço de São Cristóvão. Ela foi construída justamente para ser o tempo do imperador e se tornou um de seus maiores símbolos.
A decoração contava com pinturas do italiano Mario Bragaldi nas paredes e no teto. Os efeitos são resultados de uma técnica chamada de trompe l’oeil, dando efeito de alto relevo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário