quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Os eventos astronômicos imperdíveis de 2015

O ano de 2014 foi um prato cheio para a exploração espacial, principalmente devido ao pouso do robô Philae no cometa 67P, em novembro. Em 2015, sondas estudarão pela primeira vez dois planetas anões: Plutão, ainda pouco conhecido pela ciência, e Ceres, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Entre os eventos visíveis a olho nu, o destaque do ano é o eclipse lunar na noite de 27 de setembro. As condições de observação serão favoráveis para todo o Brasil, e não será preciso madrugar para ver o fenômeno: a Lua começará a escurecer por volta das 22h. Confira o que mais esperar no céu e no espaço em 2015.
 
Eclipses lunares
 
O destaque do ano é o eclipse lunar de 27 de setembro, visível em todo o Brasil. A Lua começará a escurecer às 22h07, ficará totalmente encoberta às 23h11 e voltará ao normal à 1h27. “A Lua terá uma aparência avermelhada, causada pelos raios solares refratados pela atmosfera terrestre”, explica Gustavo Rojas, astrofísico da Universidade Federal de São Carlos. Por causa da coloração, a ocorrência é conhecida como "Lua de sangue”.
O eclipse de 27 de setembro também coincide com a data de uma superlua, fenômeno em que o satélite aparece maior e mais brilhante no céu, por estar no ponto de sua órbita mais próximo da Terra. “A Lua vai aparecer um pouco maior no céu, mas isso não é muito perceptível. Para a maioria dos espectadores será um eclipse como os demais”, afirma Rojas. O próximo eclipse lunar tão bem visível no Brasil acontecerá novamente apenas em 2019.
  Em 4 de Abril haverá outro eclipse lunar, mas ele só poderá ser visto no Acre e no Oeste do Amazonas.
 
Eclipses solares
 
Assim como no ano passado, nenhum dos dois eclipses solares de 2015 será visível do Brasil. No dia 20 de março, um eclipse total do Sol, quando toda a luminosidade da estrela é encoberta pela Lua, será visível apenas do Ártico. Já em 13 de setembro haverá um eclipse parcial, que poderá ser observado na Antártida, Namíbia e África do Sul.
 
Chuvas de meteoros
 
 
Quando a Terra cruza a órbita de cometas, as partículas liberadas por eles provocam as chuvas de meteoros. Isso porque, ao se aproximar do Sol, o cometa perde matéria e deixa um rastro pelo caminho. Ao entrar em contato com a atmosfera terrestre, essas partículas queimam, formando os meteoros que vemos no céu.
 “O ano promete ser bom para os que gostam de estrelas cadentes. Algumas das principais chuvas de meteoros do ano acontecerão sob condições favoráveis, em períodos em que o céu está escuro pela ausência do brilho lunar”, afirma Gustavo Rojas.
  Os meteoros Geminídeos atingem o pico na noite de 13 para 14 de dezembro, considerada uma das melhores do ano por ser uma das mais intensas. Outras datas que terão boas condições de observação são 22 de Abril, noite dos meteoros Lirídeos, e 21 de outubro, noite dos Orionídeos. “As três chuvas acontecerão durante o quarto crescente. Portanto, no fim da madrugada (melhor horário para a observação dos meteoros) a Lua não estará no céu”, explica.
 
Planetas em oposição
 
 
Quando um planeta está em oposição em relação ao Sol, é o melhor momento para observá-lo. Aqui da Terra, conseguimos ver a oposição de Marte, Júpiter e Saturno, que ficam visíveis, cada um no seu período de oposição, durante toda a noite. Urano e Netuno, mesmo ficando mais brilhantes, não atingem o nível suficiente para serem vistos a olho nu, enquanto Mercúrio e Vênus, por estarem mais perto do Sol do que a Terra, nunca ficam em oposição para nós – embora ambos sejam normalmente visíveis.
Para observar um planeta em oposição, deve-se olhar, no começo da noite, na direção Leste, onde o Sol nasce. O ponto mais brilhante será o planeta. Júpiter fica em oposição no dia 2 de fevereiro, Saturno em 23 de maio, Urano em 11 de outubro e Netuno em 11 de setembro. Marte só ficará em oposição em 2018.
 
Conjunções planetárias
 
 
Em 22 de Fevereiro, Vênus e Marte estarão lado a lado no céu logo após o entardecer. E em 26 de outubro, os dois planetas mais brilhantes, Júpiter e Vênus, aparecerão um ao lado do outro antes do amanhecer. Nos dois casos, deve-se olhar na direção em que o Sol está (Oeste do primeiro caso e Leste do segundo).
  Em 28 de outubro, Vênus, Marte e Júpiter estarão em conjunção, enquanto no dia 7 de dezembro será a vez da Lua e de Vênus estarem próximos. Nesses últimos casos, deve-se olhar para o Leste antes de o sol nascer.
 
Chegada a Plutão
 
 
A sonda, lançada pela Nasa em 19 de janeiro de 2006, será a primeira a estudar Plutão de perto, assim como Charon, a maior lua desse planeta anão. Em seguida, a New Horizons viajará para uma região do Sistema Solar conhecida como Cinturão de Kuiper, que se estende de Netuno até depois de Plutão. Nesse Cinturão existem diversos planetas anões, mas a área foi até hoje pouco explorada por missões espaciais. Esses pequenos planetas são importantes por tratar-se de relíquias de mais de 4 bilhões de anos. A viagem ao Cinturão de Kuiper, no entanto, está prevista para o período entre 2016 e 2020.
 
Chegada ao planeta anão Ceres
 
 
Lançada em 2007 pela Nasa, a Missão Dawn orbitará o planeta anão Ceres, a fim de estudar sua estrutura interna, densidade, forma, tamanho, composição e massa, entre outros aspectos. Ela deve chegar ao seu destino em 1.º de fevereiro de 2015, onde ficará por cinco meses. A missão acaba oficialmente em julho, mas a sonda continuará na órbita de Ceres depois disso.
 
Novidades no cometa 67P
 
 
A sonda Rosetta, que liberou o módulo Philae para o pouso no cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko em novembro de 2014, continuará em atividade em 2015. Ela acompanhará a trajetória do cometa rumo ao Sol, registrando a formação de sua cauda e as diferentes densidades da poeira que esse corpo vai liberar conforme se aquece. 
 Apesar de estar atualmente em modo de hibernação por falta de bateria, Philae, que foi parar em uma parte do cometa onde a luz do Sol não atinge seus painéis da forma que os cientistas tinham planejado, pode despertar novamente. 
  A esperança dos cientistas é que, conforme o 67P se aproxime do Sol, o Philae receba mais luz solar e saia do modo de hibernação por volta de maio ou junho. Se o Philae despertar, os cientistas podem tentar refazer algumas medições que parecem não ter dado certo, como a ferramenta de perfuração. 
Veja.com
 
 

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