sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Dois astronautas da Nasa realizam consertos na parte externa da ISS

 
Dois astronautas da agência espacial americana (Nasa) realizam há seis horas e meia uma caminhada pelo espaço para fazer consertos na Estação Espacial Internacional (ISS), segundo informou a instituição.
O comandante da ISS, Scott Kelly, e seu companheiro Kjell Lindgren têm como objetivo reconfigurar o sistema de resfriamento da estação espacial após o vazamento de amônia de 2012, indicou a Nasa nesta sexta-feira.
 
 
 
Os astronautas saíram da estação às 7h10 no horário da Costa Leste dos Estados Unidos (10h10 em Brasília) e a previsão é que terminem as tarefas seis horas e meia depois, mas poderão ficar mais tempo caso seja necessário.
Este é o segundo "passeio" espacial de Kelly e Lindgren em menos de duas semanas. Na quarta-feira passada, ambos efetuaram melhoras na estação e tarefas de manutenção de longo prazo.
A Nasa oferece em seu site o acompanhamento ao vivo dos trabalhos dos astronautas, que precisam devolver o sistema de resfriamento a sua configuração original, após a reparação de 2012.
O astronauta japonês Kimiya Yui ajudou os companheiros antes de iniciar a caminhada espacial e coordena suas atividades de dentro da estação.
Esta é a 33ª atividade da Nasa fora da estação e a 190ª na história desta plataforma, que completou 15 anos com presença humana contínua na segunda-feira passada.
A ISS é um projeto de mais de US$ 100 bilhões que conta com a participação de 15 países e orbita a uma velocidade de mais de 27 mil km/h a uma distância de 400 quilômetros da Terra.
A estação, que é integrada por 11 módulos, além de placas solares e outros equipamentos robóticos, passou a ter residentes de maneira permanente em 2000.

Brasil desmata um Israel a cada 4 anos, afirma OCDE

Desmatamento na Amazônia
 
Brasília - Em um relatório de avaliação sobre o desempenho ambiental do Brasil, divulgado na quarta-feira, 4, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) conclui que o país está progredindo, mas ainda tem desafios a superar: precisa simplificar os processos de licenciamento ambiental, aumentar os "tributos verdes" e fortalecer o elo entre meio ambiente e economia.
Segundo o relatório, embora tenha avançado ao reduzir em 40% a emissão de gases de efeito estufa em 15 anos, o Brasil desmata uma área similar ao território de Israel a cada quatro anos. O documento aponta que o país ainda sofre com escassez de água, solo contaminado e poluição atmosférica. Com 53 recomendações, o relatório foi apresentado no Ministério da Fazenda pelo secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. 

Como o Sol pode ter 'destruído' atmosfera de Marte

Cientistas americanos acreditam estar chegando perto de uma explicação para como Marte perdeu muito de sua atmosfera.

Cientistas tentam entender como Marte passou de planeta quente e úmido para gelado e seco

Pesquisadores trabalhando com o satélite Maven, que desde setembro do ano passado está orbitando o planeta vermelho, especificamente para estudar o fenômeno, apresentaram os primeiros resultados das análises.
Eles detalham como o ar marciano está sendo removido em grandes altitudes por causa da interação dos gases com o Sol. Os pesquisadores americanos calcularam a taxa com que os gases estão escapando e os dados sugerem que a "fuga" foi ainda maior no passado.
Vento solar
Diversas missões enviadas a Marte revelaram indícios de que o planeta um dia foi coberto por água e por uma atmosfera espessa - o relevo tem sinais de rios, canais e lagos. Hoje, porém, a pressão atmosférica em Marte é apenas 1% comparada com a da Terra.
Por conta disso, a água evapora instantaneamente ou congela.
 
O satélite Maven dá 'mergulhos' na atmosfera marciana
O satélite Maven dá 'mergulhos' na atmosfera marciana Foto: Nasa
 
"Estamos no caminho certo para responder muitas perguntas. Muito mais do que achei que estaríamos neste estágio", afirma Bruce Jakosky, principal cientista da equipe do projeto da agência espacial americana, a Nasa.
Jakosky disse à BBC que o projeto já teve aprovada uma nova fase de estudos, que observará atmosfera durante um ano inteiro marciano.
Cientistas dizem que parte do ar marciano pode ter reagido com a superfície e sido incorporado, mas a explicação mais provável para a perda atmosférica - e que o Maven está investigando - é que o Sol simplesmente a destruiu, fazendo com que Marte passasse de planeta úmido e quente a um seco e gelado.
O Maven tem feito uma série de mergulhos na atmosfera marciana, o que permite analisar os gases e registrar como eles se comportam quando "excitados" pela radiação solar.
Marte teria um dia contado com rios e lagos antes do "ataque" levado a cabo pelo Sol
Marte teria um dia contado com rios e lagos antes do "ataque" levado a cabo pelo Sol Foto: Nasa / BBCBrasil.com
 
O Sol emite um fluxo constante de partículas, chamado Vento Solar. Esse vento carrega campos magnéticos que, quando atingem o planeta, geram campos elétricos que aceleram partículas da atmosfera, jogando-as no espaço ou as chocando contra outros componentes da atmosfera, causando sua remoção.
A taxa de perda é ínfima per se , mas é significante quando aplicada aos 4,5 bilhões de anos de história de Marte.
"Descobrimos que 100 gramas de atmosfera escapam a cada segundo. É como se imaginássemos hambúrgueres voando para fora da atmosfera de Marte. Um por segundo. Mas na verdade, são oxigênio e dióxido de carbono deixando o planeta, dois gases importantes não só por causa da água, mas para o clima do planeta de maneira geral", explica Jasper Halekas, outro cientista envolvido no projeto.
 
 Vento solar e "bolhas energéticas" dilapidaram atmosfera marciana ao logo de milhões de anos
Vento solar e "bolhas energéticas" dilapidaram atmosfera marciana ao logo de milhões de anos Foto: iStock
 
A equipe do Maven também estudou o impacto de uma ejeção de massa em Marte há oito meses. Trata-se de uma espécie de bolha de gás expelida pelo sol, movendo-se mais rápido e carregando mais energia que o vento solar. Quando a bolha atingiu a atmosfera marciana, as taxas de escape ficaram de 10 a 20 vezes mais rápidas.
"Tempestades solares eram mais comuns e mais intensas em eras mais antigas do Sistema Solar, então acreditamos que o escape tenha ocorrido com frequência há muito tempo e deve ter 'raspado' muito da atmosfera marciana", diz Halekas.
O fenômeno teria sido evitado caso Marte tivesse retido seu campo magnético, que poderia "desviar" os ataques sofridos pelo Sol. Mas cientistas acreditam que o "motor" interno gerando tal campo no planeta parou de funcionar algumas centenas de milhões de anos atrás.
Felizmente para a Terra, o campo magnético global de nosso planeta continua a funcionar e a nos proteger. Do contrário, nosso sistema climático poderia ter sido alterado de maneira bem parecida.

Como o El Niño agrava a seca no nordeste?

El Niño é um fenômeno de interação do oceano com a atmosfera caracterizado por um aquecimento acima do normal das águas do oceano Pacífico Equatorial. Com as águas mais quentes, ocorrem grandes mudanças nos padrões normais de vento e de pressão da circulação geral da atmosfera,  que geram alteração no padrão climático de chuva e de temperatura em várias regiões do globo.
No Brasil, uma das principais interferências do El Niño é sobre a chuva no Sul e no Nordeste. Na Região Sul, o El Niño aumenta a chuva. No Nordeste, o El Niño diminui a já escassa chuva da Região.
Os gráficos vão ajudar você a entender as mudanças nos ventos e na pressão causadas pelo El Niño.
Numa situação normal, sem El Niño, com as águas do oceano Pacífico com temperatura dentro da normalidade, existe uma circulação natural sobre o Pacífico entre a costa da América do Sul e a região onde está a Indonésia.
As águas quentes ficam concentradas do lado da Indonésia. O ar quente e úmido que sai desta região se eleva gerando muitas nuvens de chuva. Em altitudes mais elevadas da atmosfera, o ar se esfria e desce seco sobre a região da costa do Peru. Em outras palavras, sem o El Niño, uma região de baixa pressão se forma na região da Indonésia e uma região de alta pressão atmosférica se forma na região do Peru. A baixa pressão produz muitas nuvens e chuva; a alta pressão reduz a nebulosidade e as condições para chuva.
A circulação de ar formada é chamada de Circulação de Walker.
 
 
Em anos de El Niño, a Circulação de Walker é modificada. O aquecimento acima do normal das águas do Pacífico força uma quebra em dois fluxos de ar.
 
 
Duas correntes de ar subsidente surgem: uma sobre a Indonésia e norte da Austrália e outra sobre o Nordeste do Brasil.
 
 
O ar subsidente (alta pressão atmosférica) inibe a formação de nuvens e a ocorrência de chuva.
 
 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Pesquisadores avançam na tradução da escrita maia

Calendário maia
 
Pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, e especialistas em escritura maia desenvolveram um algoritmo que ajudará os historiadores a traduzir a língua que era utilizada por essa civilização pré-colombina.
Após o trabalho dos pesquisadores do Centro de Pesquisas suíço Idiap, filiado à EPFL, e de especialistas em escritura maia da Universidade de Bonn, na Alemanha, será criado um catálogo digital que conterá representações de alta qualidade dos hieróglifos até agora conhecidos, segundo um comunicado divulgado nesta segunda-feira pela escola.
Esta ferramenta agilizará a identificação do significado e permitirá a posterior criação de uma base de dados virtual que poderá ser utilizada pelo conjunto da comunidade científica, similar "à ferramenta de tradução do Google, mas para historiadores".
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Atualmente, cinco milhões de pessoas na América do Sul falam línguas que têm sua origem na civilização maia, mas entre 10% e 15% da simbologia escrita continua sendo desconhecida para os especialistas.
Além disso, a maioria dos documentos escritos em língua maia se perdeu no século XVI com a conquista espanhola e só três códices foram preservados em museus de Paris, Dresden (Alemanha) e Madri.
Este fato, somado à complexa construção da linguagem maia, dificulta o trabalho de tradução dos pesquisadores, já que cada símbolo representa um som ou um significado.
Além disso, a escritura maia se estrutura em blocos, por isso que o significado de um mesmo símbolo pode mudar segundo outras imagens que o acompanhem.
Os especialistas se servem da ajuda de falantes maias ativos para realizar traduções corretas, assim como de glossários para a identificação e contextualização dos significados, o que continua sendo a maior impedimento para a correta compreensão dos textos.
Por outro lado, a representação dos sinais varia segundo a época e a criatividade dos próprios escrivãos maias, por isso que alguns caráteres podem parecer e significar coisas diferentes, e vice-versa, dependendo de sua antiguidade.
Exame.com

Nasa registra aurora improvável e perdas de gases na atmosfera de Marte

Arte mostra uma tempestade solar batendo em Marte e eliminando íons da atmosfera do planeta
 
A Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) divulga nesta quinta-feira (5) informações importantes sobre a atmosfera de Marte graças aos dados colhidos pela missão Maven (Mars Atmosphere and Volatile Evolution), em que sondas foram enviadas ao planeta vermelho. Em anúncio ao vivo, que está acontecendo desde às 17h (horário de Brasília), Michael Meyer, o cientista-chefe do Programa de Exploração de Marte, e o professor Bruce Jakosky, investigador do principal laboratório de física atmosférica e espacial da Universidade do Colorado, nos EUA, explicam as novas descobertas publicadas em quatro estudos na revista Science desta semana.
Em um deles, Nick Schneider e colegas observaram uma aurora intensa em Marte. O primeiro registro de luminescência em Marte ocorreu em agosto de 2004, pela sonda Expresso Marte, da ESA (Agencia Espacial Europeia). Essa emissão de luz foi interpretada como aurora. Desta vez, as observações mostram um fenômeno luminescente mais intenso, fornecendo informações mais detalhadas do processo físico. "Se você perguntasse para um astrônomo se há aurora em Marte, ele responderia "provavelmente não", comenta Enos Picazzio, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG - USP).
Na verdade, diz, a teoria mostra apenas uma possibilidade remota, pois para ter aurora é preciso um campo magnético, mas Marte perdeu o seu ao longo do tempo. O professor explica que o Sol constantemente emite matéria (elétrons, prótons e íons), os chamados ventos solares. No entanto, podem ocorrer eventos súbitos, decorrentes de explosões solares, que jogam grande quantidade de plasma da coroa solar no espaço e se chocam com planetas, satélites, cometas e asteroides. Quando o vento solar se choca com a magnetosfera do planeta, produz-se um efeito luminoso conhecido como aurora.
O choque do vento solar em Marte foi assunto de três das análises divulgadas pela Nasa. Na coletiva de imprensa, Meyer afirmou que, com a pesquisa, os cientistas compreenderam que "as respostas para entender a histórias de Marte e sua atmosfera estão soprando no vento", enquanto cantarolou a música 'Blowing in the Wind', de Bob Dylan. 
Na Terra esse choque é bem mais intenso nas proximidades dos polos geográficos, produzindo as auroras boreais (hemisfério Norte) e austrais (hemisfério Sul). Quanto mais intensa for a explosão solar, mais intensas são as auroras. O campo magnético da Terra é intenso porque o núcleo dela tem uma grande concentração de ferro líquido.
Já em Marte, além de essa quantidade de ferro ser menor, ele foi se resfriando ao longo do tempo, e há bilhões de anos o planeta perdeu seu campo magnético. Portanto, havia apenas uma possibilidade remota de haver auroras em Marte. Picazzio explica que essa aurora marciana, que é muito mais fraca e difusa que a terrestre, ocorre por causa da interação do magnetismo contido no vento solar e do magnetismo fóssil que restou nas rochas da crosta de Marte.

Efeito das explosões solares em Marte

Outros dois estudos avaliaram o efeito dessas explosões solares sobre a atmosfera de Marte. Justamente por não ter campo magnético, os gases na superfície do planeta sofrem mais a ação do Sol, ou seja, perde muita matéria com a passagem dessas "rajadas" provocadas pelas explosões solares. Os estudos mostram que essa perda é maior do que se imaginava.
"Para falar de maneira bem simples, o que aconteceu com a atmosfera de Marte pode ser comparado com o momento em que saio do banho e o vento tira as gotas de água do meu cabelo. Os ventos solares varreram parte das partículas da atmosfera de Marte da mesma maneira", explicou Jakosky. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Os submarinos russos podem deixar o mundo sem internet?



Os Estados Unidos temem que a Rússia esteja desenvolvendo planos para cortar redes de internet,  segundo fontes militares ouvidas recentemente pelo jornal New York Times - que expressaram sua preocupação com o aumento da atividade naval russa perto de importantes cabos submarinos.
Segundo o jornal, várias fontes confirmaram a informação. "Elas informam que, do Mar do Norte ao nordeste da Ásia – inclusive em águas próximas à costa americana – há registros de um aumento significativo da atividade russa ao longo de rotas conhecidas de cabos vitais para as comunicações em nível mundial".
 
Analistas especializados em Rússia conhecem a ameaça há muito tempo, segundo afirmou à BBC Keir Giles, investigador associado ao Programa de Rússia e Eurásia do centro de estudos Chatham House.
Contudo, segundo ele, cortar completamente a conexão de internet americana é provavelmente impossível, devido ao número enorme de conexões que entram e saem do país. "Isso só funcionaria em lugares onde a geografia particular pressupõe uma vulnerabilidade de suas comunicações por internet".
Um exemplo desses lugares é a Crimeia, península que estava sob controle ucraniano mas foi tomada pela Rússia.
Os provedores de telecomunicações da Ucrânia reportaram interrupções no serviço de internet durante a atividade militar russa na península em 2014.
Esse episódio é mencionado em um informe da Chatham House sobre as táticas , que será publicado no fim do ano. "Podem interferir na infraestrutura de internet com a finalidade de tomar o controle (da informação disponível) em regiões específicas", disse Giles. "Faz sentido, dado o intenso programa de construção de submarinos, que incluem alguns navios muito especializados."
 Sabe-se que alguns países desenvolveram capacidades para intervir em cabos de locações submarinas. Os Estados Unidos já fizeram isso na década de 1970.
Mesmo assim, os documentos dos serviços de inteligência que o ex-funcionário da NSA (agência de segurança nacional americana) Edward Snowden vazou afirmam que agências interceptaram comunicações por exemplo na Cornuália (Grã-Bretanha), em um ponto onde passa um dos maiores cabos transatlânticos.
O forte da internet
Cortar a conexão por completo seria outra coisa. A internet foi projetada com base na "resiliência", de modo que não precise de todos os seus pontos de conexão para funcionar. Ou seja, mesmo que alguns pontos sejam cortados, o tráfego de dados pode chegar por outras partes.
Mas, dito isso, há muitos pontos em que a internet seria mais vulnerável à ruptura de um cabo, segundo o correspondente da BBC Chris Baraniuk. Cabos de fibra ótica atravessam oceanos inteiros, por exemplo, levando imensas faixas de tráfego de internet de todo o mundo. Algumas das zonas mencionadas com mais atividade naval da Rússia se encontram nesses pontos, segundo as fontes militares.
BBC Brasil 

Fontes renováveis responderão por 26% da energia mundial até 2020

fontes-de-energia

 
As fontes renováveis serão as grandes responsáveis pelo aumento da capacidade energética global até 2020, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) divulgado em outubro. Elas responderão por dois terços de todo o aumento previsto para esse período. O levantamento foi apresentado a ministros de energia dos países que compõem o G20 – como Brasil, Argentina, China, Japão, Estados Unidos e União Europeia.
A projeção é que, nos próximos cinco anos, as fontes renováveis acrescentem ao sistema 700 gigawatts (GW) – número que, segundo o órgão, equivale a mais que o dobro da atual capacidade energética do Japão. Vale ressaltar que mais da metade desse aumento não virá das hidrelétricas, mas de parques eólicos (que aproveitam a força dos ventos para gerar eletricidade), e de usinas fotovoltaicas (que usam a luz do sol).
Caso as estimativas da IEA se concretizem, dentro de cinco anos 26% da produção global de energia virá de fontes renováveis – quantidade suficiente para suprir a demanda atual de China, Índia e Brasil, somados. Dois anos atrás, esse percentual era de 22%.
De modo geral, os custos relacionados à geração de energia renovável registram queda em muitas partes do mundo.
 Segundo a IEA, os países com economias emergentes ou em desenvolvimento responderão por dois terços da expansão de energia renovável no mundo. A China, sozinha, será responsável por cerca de 40% do incremento energético proveniente de fontes renováveis. Para tanto, demandará quase um terço dos novos investimentos do setor.
Energia e economia
O relatório também chama a atenção para o potencial da África subsaariana. Com excelentes fontes de vento, água e luz solar, os países da região podem encontrar nas fontes renováveis de energia uma aliada importante para o crescimento econômico. Isso requer, todavia, vontade política e um avanço no custo-efetividade da produção energética.
De modo geral, os custos relacionados à geração de energia renovável registram queda em muitas partes do mundo, diz a agência, citando como exemplos Brasil, Índia, África do Sul e EUA. Esse processo de barateamento se deve ao progresso tecnológico, assim como a melhores condições de financiamento e de distribuição de energia para novos mercados.
Contudo, o relatório também aponta alguns riscos que ameaçam o setor, como barreiras regulatórias, restrições da rede elétrica e problemas macroeconômicos. O documento ainda alerta os governantes para que eles reduzam as incertezas políticas que acabam funcionando como freios para um desenvolvimento mais amplo na área.

Nasa recruta astronautas e prepara conquista de Marte

Nasa (sigla em inglês de National Aeronautics and Space Administration) anunciou hoje (4) que vai recrutar astronautas para futuras missões à Lua e para preparar a conquista de Marte. A Nasa procura pilotos, engenheiros, cientistas e médicos.
 
 
A agência espacial norte-americana vai aceitar candidaturas entre 14 de dezembro e meados de fevereiro de 2016. A lista final vai ser anunciada em 2017. “Este próximo grupo de exploradores espaciais norte-americanos vão ajudar a atingir a meta de colocar um ser humano no Planeta Vermelho”, disse o chefe da Nasa, Charles Bolden, um ex-astronauta.
Para apresentar a candidatura, os candidatos devem ter nacionalidade norte-americana e ter pelo menos um bacharelato em engenharia, biologia, física ou matemática, emitido por uma instituição reconhecida, mas a Nasa dá preferência a quem tiver mestrados ou doutorados.
Os candidatos devem ter também três anos de experiência profissional e os pilotos mil horas de voo no mínimo.

Como as áreas verdes nas cidades geram benefícios para a saúde

home- Horto Florestal com oito mil hectares de área verde em Campos do Jordão (Foto: Márcia Tavares/Editora Globo)
 
A contribuição das árvores ou áreas verdes para a proteção da saúde nas cidades deve-se a dois fatores principais, o equilíbrio do microclima e a purificação do ar.
 
O equilíbrio do microclima: a presença de áreas verdes traz uma considerável melhoria e estabilidade microclimática devido a diversos aspectos, como a redução do calor e da insolação direta, a diminuição da velocidade dos ventos e a ampliação da umidade do ar. A diferença de temperatura entre regiões arborizadas e áridas numa mesma cidade pode chegar a mais de 4ºC.
Na cidade de São Paulo, vive-se atualmente um clima de deserto: quente e seco durante o dia; frio e seco durante a noite. O excesso de calor gerado pela ausência arbórea afeta significativamente o metabolismo humano, que, ao buscar a compensação térmica, causa diversos transtornos, como desidratação, falta de apetite, perda de energia e aumento da fadiga. Em crianças e idosos, esse desequilíbrio pode ser fatal.
As árvores refrescam o ambiente na medida em que modificam o grau de umidade local oriunda da liberação do vapor d’água para a atmosfera por meio do processo de evapotranspiração, diminuindo assim o calor superficial. Para completar, as copas das árvores, repletas de folhas, refletem uma parte da radiação solar que seria transformada em calor caso incidissem diretamente no solo asfaltado.
A purificação do ar: a literatura mundial relaciona a poluição do ar à redução da expectativa de vida e maior risco de infarto, pneumonia, bronquite crônica, asma e câncer do pulmão, entre outras doenças. O ar poluído já é a primeira causa ambiental de mortes no mundo, ultrapassando a água contaminada e doenças infecciosas.
Um dos benefícios mais importantes da presença de áreas verdes nas cidades é que as árvores produzem oxigênio por meio do processo de fotossíntese, reduzindo gases de efeitos estufa ou ainda captando parte das partículas finas em suspensão no ar.
A cobertura vegetal pode absorver e filtrar grade parte dos materiais particulados e elementos tóxicos, como enxofre e manganês, que ficam retidos nos troncos das árvores. Portanto, quanto mais densa a área verde, maior a proteção à nossa saúde.
Pessoas que residem próximas às áreas verdes nas cidades estão mais protegidas, em distância, das doenças cardiovasculares fatais. À medida que a moradia se distancia da área verde, aumenta-se o risco dos moradores terem infartos do coração.
Há evidências de que a proximidade às áreas verdes traz outros inúmeros benefícios físicos, psicológicos e mentais à saúde, como o próprio convívio social dessas pessoas nessas áreas, como praças, e a prática de exercícios físicos. Estudos relatam ainda ganhos como a melhora das funções cognitivas, diminuição da depressão, demência e doença Alzheimer, alívio de estresse, melhora do sono, redução da pressão arterial, diabetes, doença cardiovascular e derrame cerebral, além da melhoria da função do sistema imunológico e suscetibilidade a doenças.
Plantar árvores, manter as existentes e cuidar delas deve ser, portanto, considerado um investimento para qualquer cidade. E uma forma de os governos economizarem com saúde pública. Uma política bem feita na área ambiental combate a poluição e ajuda a promover estilos de vida mais saudáveis nos nossos centros urbanos.
Época.com

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Arqueólogos encontram fortaleza grega em Jerusalém mencionada na Bíblia

Local em Jerusalém onde foram encontrados resquícios de fortaleza grega citada na Bíblia na Cidade Velha
 
 Após um século de buscas, arqueólogos disseram ter descoberto os resquícios de uma antiga fortaleza grega que já foi um centro de poder em Jerusalém e um bastião usado para conter uma rebelião judaica comemorada no livro bíblico dos Macabeus.
Há tempos os pesquisadores debatem a localização da cidade de Acra, construída mais de dois mil anos atrás por Antíoco Epifânio, rei do império selêucida helênico. Muitos afirmam que ocupava o local onde hoje se encontra a Cidade Velha de Jerusalém, com vista para a Igreja do Santo Sepulcro ou junto à colina onde dois templos judeus estiveram no passado e que hoje abriga o complexo da mesquita de Al-Aqsa.
Mas os restos desenterrados pela Autoridade de Antiguidades de Israel e tornados públicos nesta terça-feira (3) estão do lado de fora dos muros da Cidade Velha e dão vista para um vale ao sul, uma área na qual, segundo os arqueólogos, a construção de Jerusalém se concentrou nos tempos do rei bíblico David.
Antíoco, que viveu entre 215 e 164 a.C., escolheu o local para Acra para poder controlar a cidade e monitorar a atividade no templo judeu, afirmou Doron Ben-Ami, que liderou a escavação.
Com um comprimento estimado em mais de 250 metros e uma largura de 60 metros, ela teria dominado o campo. Debaixo do que uma década atrás era um estacionamento pavimentado, a equipe de Ben-Ami escavou uma colina artificial composta por várias camadas de terra deixadas por sucessivas culturas.
Em uma área, eles descobriram pedras de uma seção de uma grande parede, a base de uma torre e um aterro em declive de fins defensivos que artefatos próximos, como moedas e alças de jarras de vinho, sugerem terem pertencido ao tempo de Antíoco.
Pedras de estilingue de chumbo e pontas de flecha de bronze do período também foram encontradas, talvez remanescentes de batalhas entre forças pró-Grécia e rebeldes judeus que tentavam tomar a fortaleza.
"Este é um exemplo raro de como rochas, moedas e terra podem se juntar em um episódio arqueológico único para abordar realidades históricas específicas da cidade de Jerusalém", afirmou Ben-Ami.
A localização de Acra foi mencionada vagamente em pelo menos dois textos antigos --o Livro dos Macabeus, que trata da rebelião, e um relato escrito do historiador Flávio Josefo.
 
 

Sete pesquisas úteis para a Terra realizadas no espaço

La Estación Espacial Internacional vista durante el vuelo Soyuz TMA-20 y tomada por la expedición 27
 
Desde 20 de novembro de 1998 a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) orbita a 420 quilômetros de distância da Terra a uma velocidade de 8 quilômetros por segundo. Esse centro de pesquisa espacial recebeu mais de 200 astronautas em 17 anos de vida. Em 2 de novembro de 2000 chegaram os primeiros ocupantes e, a partir daí, as pesquisas e os avanços levados a cabo lá em cima tiveram múltiplas aplicações à vida na Terra. Estes são alguns exemplos de como a pesquisa no espaço pode contribuir para resolver problemas mundiais.

Potabilizar água

Tanto na Estação Espacial Internacional como em uma pequena aldeia na África subsaariana, conseguir água potável é vital para a sobrevivência. Usando a tecnologia desenvolvida pela estação espacial, as áreas da Terra mais afetadas por esse problema podem conseguir acesso a máquinas de filtrar água e sistemas de purificação. A Corporação de Segurança da Água, empresa que colabora com a NASA, instalou em alguns países sistemas de purificação usando a tecnologia de processamento de água da NASA.

Detecção do câncer de mama

O Robô Autônomo de Imagem Guiada (IGAR, na sigla em inglês) é um instrumento cirúrgico inspirado em braços robóticos projetados pela agência espacial do Canadá na Estação Espacial Internacional. Está em ensaios clínicos para ser usado em pacientes com câncer de mama. O IGAR funciona dentro de uma máquina de ressonância magnética para ajudar a identificar com precisão o tamanho e a localização do tumor. Graças a ele, os cirurgiões também serão capazes de realizar movimentos muito precisos durante as biópsias.
 
Atendimento médico em qualquer lugar
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Para os astronautas da Estação Espacial Internacional, encontrar um médico na sala é algo complicado. Estão em órbita a cerca de 420 quilômetros sobre a Terra e precisam de um meio de conseguir atendimento médico se tiverem algum problema de saúde. Esse inconveniente foi abordado em um estudo de Diagnóstico Avançado de Ultrassom em Microgravidade. Essa pesquisa estabeleceu protocolos para realizar procedimentos complexos à distância de forma rápida, com a orientação de especialistas. Os cuidados médicos poderiam assim ser mais acessíveis em regiões remotas graças ao uso de unidades de ultrassom, de telemedicina e de técnicas de orientação à distância, como as empregadas para as pessoas que vivem na estação espacial.
 
O braço robótico que opera tumores
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O delicado toque que eliminou com sucesso um tumor em forma de ovo do cérebro de Paige Nickason, uma paciente norte-americana operada em 2008, veio da mão de um braço robótico. A tecnologia que desenvolveu o neuroArm, primeiro robô do mundo capaz de realizar essa cirurgia, nasceu da Canadarm, Canadarm2 e Dextre — da Agência Espacial Canadense —, uma família de robôs espaciais que realiza o trabalho pesado e a manutenção a bordo da Estação Espacial Internacional. Desde a cirurgia dessa paciente o neuroArm foi utilizado em 35 doentes que também tinham tumores aparentemente inoperáveis.

Entender os mecanismos da osteoporose

Embora muita gente nunca vá vivenciar a vida no espaço, os benefícios de estudar a perda de osso e músculo a bordo da estação espacial têm potencial para intervir na vida de algumas pessoas na Terra. Os cientistas da estação realizaram um estudo com ratos para compreender os mecanismos da osteoporose. Essa pesquisa tornou possível a criação do Prolia, um produto farmacêutico para tratar pessoas com essa doença.

Controlar os desastres naturais
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O ISERV (Pesquisa Ambiental e Sistema de Visualização) é um sistema de imagens que estava a bordo da estação e fez fotografias da Terra para uso em países em desenvolvimento afetados por desastres naturais. Essas imagens podem ajudar com respostas rápidas às inundações, os incêndios, as erupções vulcânicas, o desmatamento, a proliferação de algas nocivas e outros tipos de eventos relacionados com a natureza. A cada 24 horas a estação percorre mais de 90% das zonas povoadas da Terra, e esse sistema recolhia até 1.000 imagens por dia. Embora já tenha concluído com êxito a sua missão, a estação espacial continua sendo uma plataforma importante para a observação da Terra em tempos de desastre.

Descrever o comportamento dos fluidos

Os Experimentos de Fluxo Capilar a bordo da estação espacial estudam o movimento de um líquido sobre diferentes superfícies, como os que fluem ao longo de uma toalha de papel. Essas pesquisas resultaram em modelos que descrevem o comportamento de fluidos em condições de microgravidade, que deram lugar a um novo dispositivo de exames médicos na Terra. Esse novo instrumento poderia melhorar o diagnóstico de HIV e Aids nas regiões mais remotas do planeta, em parte graças aos conhecimentos adquiridos a partir dos experimentos espaciais.

Fontana de Trevi é reinaugurada após 16 meses de restauração

Fontana de Trevi antes e depois da restauração, em Roma, Itália
 
Roma e seus milhares de turistas testemunharam nesta terça-feira todo o esplendor de um dos monumentos mais emblemáticos da cidade, a Fontana de Trevi, restaurada após dezesseis meses de trabalho. A cerimônia de reinauguração da fonte, restaurada por um custo estimado em 2 milhões de euros (8,2 milhões de reais), foi realizada às 17h00 (14h00 de Brasília), na presença do diretor da casa de alta costura Fendi, Pietro Baccari - que financiou os trabalhos -, e de Karl Lagerfeld, diretor artístico da Chanel e do grupo italiano.
A restauração da fonte, inaugurada originalmente em 1762, começou em 30 de junho de 2014. Na ocasião, o então prefeito de Roma, Ignazio Marino, jogou simbolicamente uma moeda na fonte. Centenas de milhares de turistas fizeram este gesto antes dele - de acordo com a tradição, o ato de jogar uma moeda na fonte traz boa sorte e, para casais, 'garante' uma vida conjugal estável e feliz. A cada ano, quase 1 milhão de euros (4,1 milhões de reais) em moedas é recuperado na fonte e doado a instituições de caridade.
Autoridades da cidade foram acusadas de negligenciar o local e um caro projeto de restauração foi criticado por não se adequar às prioridades da cidade em tempos de crise financeira. A Fendi então decidiu doar 2,18 milhões de euros (8,9 milhões de reais) para o trabalho. A marca também doou 320.000 euros (1,3 milhões de reais) para limpar a Quattro Fontane, uma fonte menos conhecida na cidade.
 
Fontana de Trevi é vista durante cerimônia de reinauguração após passar por restauração, em Roma, Itália
Veja.com

9 evidências científicas de que alienígenas podem existir

Nos últimos meses, a Nasa anunciou que Plutão tem água congelada em sua superfície e Marte parece ter água líquida percorrendo seu território rochoso.
Essas são apenas algumas das descobertas científicas relacionadas a possível existência de vida em outros planetas. Afinal, a água é considerada um elemento essencial para a vida como conhecemos.
A agência espacial e pesquisadores de todo o mundo já encontraram outras evidências que indicam a possibilidade de vida extraterrestre em outros planetas – até em locais onde a água não existe. Veja quais são a seguir.

Água em Marte

Água em Marte
 
Marte pode até ser conhecido, atualmente, como o planeta vermelho. No entanto, há 4,5 bilhões de anos, ele poderia ter um apelido parecido com o da Terra: planeta azul.
Segundo um estudo feito pelo Centro Espacial Goddard, da Nasa, nessa época, um oceano teria coberto 19% da superfície do planeta. Para vias de comparação, o oceano Atlântico ocupa 17% da Terra.
Marte teria água suficiente para cobrir toda a sua superfície com uma camada de 140 metros de profundidade – em algumas regiões, pode ter atingido profundidades superiores a 1.600 metros.
Com essa grande quantidade de água, Marte, provavelmente, ficou úmido por um longo período de tempo. “Isso sugere que o planeta pode ter sido habitável”, escreveu Michael Mumma, autor da pesquisa, no documento.

Água em passado recente

Água em passado recente
 
Uma equipe de cientistas da Universidade de Colorado Boulder, nos EUA, descobriu evidências de que existia um lago em Marte há 3,6 bilhões de anos. Ele foi, provavelmente, um dos últimos locais com água na superfície do planeta vermelho.
Segundo o mapeamento digital e a análise mineralógica feitos no depósito de cloreto de sal, onde o rover Opportuniy da Nasa está fazendo suas pesquisas, o lago durou 200 milhões de anos a mais do que se pensava anteriormente.
Além disso, o estudo descobriu que, quando havia água em Marte, também existia vida na Terra. Com base na extensão e na espessura do sal, os pesquisadores estimam que o lago tem 8% da salinidade dos oceanos da Terra. Portanto, “devido à salinidade, o lago certamente parece ter sido habitável durante a maior parte de sua existência”, Brian Hynek, autor do estudo, ao site Science News.

Mais água, mais atual

Mais água, mais atual
 
Marte teve água há bilhões de anos atrás, porém, atualmente, o planeta vermelho tem a substância?
A Nasa anunciou em setembro que encontrou evidências de que Marte tem, sim, água líquida. A descoberta foi feita após estudos sobre inclinações lineares recorrentes na superfície do planeta vermelho. Os cientistas acreditam que elas foram formadas por água líquida salgada.
Isso foi analisado devido ao rastro químico deixado pela água. “Tudo que está fluindo em Marte está hidratando o sal e nós estamos vendo a hidratação como uma assinatura espectral”, disse Ojha ao site da Wired.

Asteroides e cometas

Cinturão de asteroides em estrela
 
Muitos cientistas acreditam que a vida na Terra teve início em um lago há cerca de quatro bilhões de anos. De acordo com essa teoria, essa lagoa era formada por substâncias químicas vindas da atmosfera e uma forma de energia necessária para a formação de aminoácidos – os blocos de construção de proteínas.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, esses aminoácidos podem ter sido formados a partir da colisão de cometas ou asteroides. Assim, se cometas foram responsáveis pela vida na Terra, eles também podem ter ajudado na formação de outros seres nos planetas dentro e fora do sistema solar. 

Água nas luas de Júpiter

Lua Europa de Júpiter
 
Júpiter tem 67 satélites naturais. Entre os quatro maiores, três (Europa, Ganímedes e Callisto) podem ter vastos oceanos sob suas geladas superfícies, segundo a Nasa.
A maior evidência que prova a presença de água nas luas foi encontrada no satélite Europa. Segundo a agência espacial, a lua tem uma crosta feita de blocos, que foram quebrados e realocados em novas posições. Para a Nasa, essas características geológicas confirmam que Europa pode ter tido (ou tem) um oceano subterrâneo.
Outra lua em que foi encontrada água subterrânea foi a Ganímedes. Ela tem em seu núcleo um campo magnético, que é alterado pelo campo magnético de Júpiter.
Essa ligação forma uma dinâmica visual tão interessante que os cientistas decidiram medir os seus movimentos. Desse modo, eles descobriram que os efeitos visuais dessa conexão se mostravam mais restritos do que deveriam.
Foi a partir de modelos gerados por computador que os pesquisadores concluíram que a atração magnética de Júpiter estava sendo alterada por um oceano salgado, capaz de conduzir eletricidade, abaixo da superfície de Ganímedes.

Enceladus

Enceladus
 
Não são apenas as luas de Júpiter que têm água. O satélite Enceladus, de Saturno, também abriga um oceano abaixo de sua camada de gelo.
De acordo com dois artigos (um pela Universidade Cornell e outro pela Universidade do Colorado, ambas dos EUA), sob a camada grossa de gelo podem ser encontradas fontes hidrotermais submarinas similares às que podem ter gerado a vida na Terra.
O habitat local também se assemelha às condições da Terra há 3,5 bilhões de anos. Naquela época, o planeta estava coberto por um único oceano, primariamente ácido. Em regiões subaquáticas, no entanto, fontes hidrotermais não ácidas se formaram.
A união dessas condições formou um local ideal para a vida surgir na Terra, de acordo com Michael Russel, cientista da NASA, em um comunicado.

Titan

Titan
 
Enceladus e Ganímedes têm água líquida abaixo de suas superfícies. Titan (a maior lua de Saturno) é o único astro do sistema solar com lagos em sua superfície. A diferença do nosso planeta para a lua de Saturno é que os lagos de Titan são de metano líquido.
A água líquida é um requisito para a vida na Terra. Porém, em outros planetas, a vida pode existir além dos limites da química à base de água.
Baseado nessa ideia, um grupo de cientistas da Universidade de Cornell acredita que a maior lua de Saturno poderia abrigar células livres de oxigênio à base de metano que metabolizam, reproduzem e podem fazer tudo que já é feito na Terra.
Para que isso aconteça, eles teorizaram uma membrana celular capaz de funcionar em temperaturas de metano líquido de 292 graus abaixo de zero. Talvez, os pesquisadores possam produzir essa substância na Terra, mas quem pode afirmar que ela já não existe em Titan?

Novo planeta

Novo planeta
 
Em julho deste ano, a Nasa anunciou que o telescópio espacial Kepler havia descoberto 500 novos exoplanetas. Um deles é o Kepler 452-b, também chamado de Terra 2.0 devido às semelhanças com o nosso planeta.
Como a Terra, o 452-b orbita em um sol semelhante ao nosso – que tem a mesma temperatura e emite 20% mais brilho. Além disso, o novo mundo também tem grandes chances de ser rochoso.
Na teoria, o Kepler 452-b teria condições de abrigar vida. “É inspirador considerar que esse planeta passou 6 bilhões de anos na zona habitável de sua estrela, o que é mais tempo do que a Terra passou”, disse Jon Jenkins, líder na análise de dados coletados pelo Kepler, ao site Business Insider.

Estrutura alienígena

Estrutura alienígena
 
O telescópio espacial Kepler da Nasa localizou em 2009 uma estrela entre as constelações de Cisne e Lira da Via Láctea, a KIC 8462852. Em outubro deste ano, os cientistas que observam a estrela perceberam grandes pedaços de matéria orbitando em sua atmosfera.
“Nós nunca tínhamos visto nada como esta estrela. Foi muito estranho”, disse Tabetha Boyajian, astrônoma na Universidade de Yale, à revista Atlantic. “Achamos que os dados pudessem estar incorretos, mas tudo checava.”
Embora as chances sejam baixas, a matéria pode ser uma megaestrutura alienígena, que está tentando retirar energia da estrela. Para comprovar a teoria, pesquisadores estão observando a estrela, que está a 1.500 anos-luz da Terra, com o Telescope Array Allan.
Para o astrofísico Neil deGrasse Tyson, a matéria encontrada provavelmente não abriga uma comunidade de ETs. "Não é porque não entendemos o que é que signifique que sejam alienígenas", afirmou Tyson no programa de televisão Late Show.
Exame.com

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Tecnologia revoluciona descobertas arqueológicas

 
No imaginário popular, o perfil do arqueólogo talvez ainda seja inspirado em Indiana Jones, com sua calça cáqui, camisa amarrotada, chapéu e o inseparável (e inútil) chicote. É certo que o personagem de Hollywood inspirou gerações, mas, hoje, os profissionais que desenterram segredos do passado contam com um arsenal tecnológico de fazer inveja a qualquer geek. Pesadas mochilas lotadas de equipamentos foram substituídas pelo multifuncional smartphone. Drones aquáticos exploram fundos de rios, mares e lagos com facilidade e, do ar, drones voadores são equipados com sensores de mapeamento a laser. Essa parafernália high-tech, além de tornar mais fácil as pesquisas, pode acelerar o ritmo de descobertas.


— Chicote, não tenho — brinca Arturo Montero, um dos principais nomes da arqueologia mexicana, especialista em civilizações pré-colombianas. — Minha principal ferramenta de trabalho é um iPhone.


Provas de que a tecnologia vem revolucionando a arqueologia são as recentes, e até inesperadas, descobertas em sítios há muito conhecidos. No início de setembro, pesquisadores revelaram a existência de um imenso monumento de pedras a menos de três quilômetros de Stonehenge, no Reino Unido. A estrutura nunca fora encontrada por estar soterrada, mas radares de penetração indicaram a presença de mais de 90 rochas enfileiradas, algumas com até 4,5 metros de altura. Este mês, um escaneamento tridimensional de alta resolução da tumba de Tutancâmon, descoberta em 1922, indicou a presença de passagens para duas câmaras secretas. Na semana passada, o governo egípcio autorizou o uso de radares de penetração no túmulo no Vale


dos Reis. Uma das teorias aventa que as salas seladas escondem o túmulo de Nefertiti.
No início da carreira, há quase três décadas, Montero carregava nas costas cerca de 35 quilos em equipamentos para as expedições em campo. Teodolito (equipamento para medir ângulos verticais e horizontais), câmera fotográfica, filmadora, cadernos de anotação, bússola e trena estão entre as ferramentas que foram substituídas por um iPhone 5 de 64 GB. Agora, todos os instrumentos de trabalho podem ser transportados nos bolsos. Além do smartphone, o arqueólogo leva consigo um celular via satélite, localizador de emergência, GPS externo, câmera GoPro, pau de selfie para observar locais
 

de difícil acesso e baterias extras.
A redução no peso facilita a mobilidade, mas a tecnologia traz ainda outras vantagens. Montero desenvolveu uma aplicação para o programa FileMaker que o permite catalogar facilmente suas fichas de campo. Antes, o arqueólogo mexicano precisava recolher todas as evidências — coordenadas geográficas, fotos, vídeos, anotações, temperatura e altitude, entre outras informações — no campo e, após retornar ao escritório, catalogá-las. Agora, basta clicar na tela do smartphone para criar uma ficha e todos os dados são inseridos in loco. E com uma conexão à internet, os arquivos são enviados ao laboratório, permitindo que pesquisadores façam a análise do material em
 

tempo real.
— Um trabalho que levava um ano, agora leva um mês — avalia Montero. — O custo também baixou muito. Com US$ 1 mil, tenho um equipamento que custaria US$ 10 mil se tudo fosse comprado separadamente.


O investimento maior é no smartphone. Nele, é possível ter acesso a aplicativos que substituem à altura ferramentas essenciais para a arqueologia. O mais básico é o Google Earth, que fornece gratuitamente o acesso a imagens de satélite. GPS, teodolito e telêmetro também têm substitutos digitais. Os mapas celestes do “computador de mão” foram importantes para que Montero realizasse sua maior descoberta: a passagem zenital do Sol sobre a pirâmide de Kukulkán, na antiga cidade maia de Chichén Itzá, em Yucatán.
Pela observação astronômica, Montero descobriu que nos dias 23 de maio e 19 de julho o Sol passa exatamente em cima da pirâmide ao meio-dia,


fazendo com que ela não projete sombras a esta hora. E, do alto da construção, apenas nessas datas, é possível seguir o caminho do astro conectando importantes construções em Chichén Itzá. É provável que esta coincidência tivesse importância religiosa para os maias e servisse como marco para correção do calendário.
— Minha especialização é em astroarqueologia — diz Montero. — Com esses aplicativos, consigo saber onde um corpo celeste estava em uma data específica.


ACHADOS À DISTÂNCIA
O franco-americano Benoit Duverneuil também aposta na tecnologia para facilitar o trabalho de arqueólogo. Em 2010, ele fundou a organização sem fins lucrativos Aerial Digital Archaeology & Preservation, que visa a ensinar a arqueólogos e historiadores o uso de drones em pesquisas. Desde então, cerca de cem profissionais já foram treinados. As pequenas e acessíveis máquinas voadoras podem ser equipadas com câmeras e filmadoras ou instrumentos mais específicos, como radares de penetração para investigação do subsolo, ou sensores a laser para mapeamento tridimensional.


Duverneuil tem formação em ciências da computação, faz dinheiro no mercado de tecnologia e usa o tempo livre para explorações, sobretudo em ruínas pré-colombianas no Peru e no Equador. Um trabalho de destaque foi a criação de um drone aquático, usado para fazer o primeiro mapeamento do fundo do lago Quilotoa, nos Andes Equatorianos.
— As tecnologias estão convergindo, agora os drones fazem parte do kit do arqueólogo — avalia Duverneuil. — Os sensores estão miniaturizando e podem ser colocados em drones. Isso pode dar um impulso para a arqueologia não invasiva.


Mas, diferentemente de Montero, Duverneuil não vê apenas vantagens no barateamento e aumento de produtividade promovidos pela tecnologia. Na sua opinião, drones e outros equipamentos estão sendo adotados, em parte, pela pressão dos contratantes, que exigem mais produção em menos tempo, e com menos dinheiro.
— Está acontecendo uma mudança de contexto. Tudo precisa ser rápido, inclusive as análises arqueológicas — diz.
E não é apenas a produção. A circulação de informações está mais ágil. Escâneres tridimensionais com resolução micrométrica permitem, por

exemplo, que uma peça encontrada na Colômbia seja transferida digitalmente para um pesquisador em São Paulo. E com a impressão 3D, o arqueólogo pode manusear o achado sem ter que se deslocar até o sítio
Essas técnicas estão sendo importantes para a conservação dos achados — comenta Paulo Zanettini, doutor em Arqueologia pela USP e diretor da Zanettini Arqueologia. — Nós realizamos uma exposição em São Paulo na qual os visitantes podiam tocar em réplicas perfeitas feitas com a impressão 3D.
Contudo, os três pesquisadores fazem questão de destacar que a tecnologia, por si só, não faz ciência. É o homem, e sua paixão pela exploração, que guiará as futuras descobertas.
— A tecnologia pode ser um deleite, mas é preciso ter em mente que a arqueologia serve para as sociedades conhecerem o passado para pensarem o presente e o futuro — diz Zanettini. — Fechar os olhos para a tecnologia seria como se negar a usar um computador. São ferramentas, para serem usadas criativamente. A boa ciência vai se valer de tudo o que estiver disponível.
O Globo.com


 
 

As misteriosas linhas no deserto do Cazaquistão que podem ser vistas do espaço

Foto: Digital Globe | Nasa
 
Vista do solo, a superfície deserta da região de Turgai, no norte do Cazaquistão, parece bastante sem graça. Mas imagens aéreas de satélites da Nasa (agência espacial americana) revelam gigantescas figuras geométricas – que lembram as famosas linhas de Nazca, no Peru, ou os geoglifos no norte do Chile– que só podem ser reconhecidos vistos de cima.
São quadrados, cruzes e outras formações que se estendem por um terreno que equivale a vários campos de futebol. Segundo pesquisadores, as marcas podem ter sido feitas há cerca de 8 mil anos.
No total – entre montículos, valetas e terraplenagens – há pelo menos 260 traços organizados em cinco formas básicas.
A maior das estruturas, localizada próximo a um antigo assentamento do período neolítico, é um quadrado formado por 101 montículos, cujas esquinas opostas são conectadas por uma cruz em diagonal.
A área combinada desta formação é superior à da grande pirâmide de Quéops, no Egito.

Observatórios

Estes desenhos incomuns foram descobertos em 2007 por Dmitryi Dey, economista e amante da arqueologia, com a ajuda do Google Earth.
Desde então, a origem e a função das formações continuam intrigando os pesquisadores.
"Nunca vi algo assim. (As estruturas) são extraordinárias", disse Compton J. Tucker, um dos cientistas da Nasa responsáveis pela divulgação das imagens.
Dey, no entanto, não acredita que os desenhos foram criados para serem vistos de cima.
Para ele, o mais provável é que as figuras criadas pelas linhas pontuadas de montículos fossem "observatórios horizontais para acompanhar o movimento do sol nascente", uma teoria também usada para explicar o propósito de Stonehenge, o famoso monumento de pedra no sul da Inglaterra.
Na pré-história, tribos viajavam para caçar nesta região.
De acordo com Dey, a cultura Mahanzhar, que habitava a região entre os anos 7.000 a.C. e 5.000 a.C., poderia ter criado algumas das formas mais antigas.
A proposta de Dey põe em dúvida as ideias estabelecidas sobre as culturas nômades pré-históricas, já que até agora se acreditava que os grupos caçadores-coletores não permaneciam tempo suficiente em um lugar para criar estruturas com a escala das que foram encontradas no Cazaquistão.
 
Foto: Digital Globe | Nasa
 
Além disso, construir estas estruturas requer um grande número de pessoas e implica "um esforço enorme", explica Giedre Motuzaite Matuzeviciute, arqueóloga da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que visitou o local no ano passado.
Matuzeviciute também resiste em classificar estas linhas de geoglifos, como as linhas de Nazca, no Peru, já que este nome é usado quando o propósito das formações é artístico, e não quando o objeto tem uma função.
Até o momento, o estudo destas estruturas avança a passos lentos e os pesquisadores esperam que a divulgação das fotos da Nasa ajude a aumentar o interesse pelo tema.
A Nasa, por sua vez, certamente está interessada: incluiu a obtenção de imagens como estas na lista de tarefas dos astronautas que estão atualmente a bordo da Estação Espacial Internacional, que esta semana celebra o 15º aniversário de sua ocupação contínua por astronautas.

Cabeça de ave rara ameaçada é mais valiosa que marfim

Citron I Wikimedia
 
O comércio ilegal de presas de elefante com frequência recebe atenção da imprensa internacional. No entanto, existe um tipo de marfim que alcança preços ainda mais altos no mercado negro.
 Ele vem de uma ave raríssima e pouco conhecida chamada calau-de-capacete (, na nomenclatura científica), que habita florestas tropicais no leste da Ásia. E, como informa a correspondente Mary Colwell, essa ave magnífica está agora ameaçada de extinção.
Não seria boa ideia dar uma cabeçada em um calau-de-capacete. A ave pesa cerca de 3kg e tem um tipo de capacete natural, chamado de elmo, feito de queratina, uma proteína fibrosa, que se estende do bico ao crânio. Essa estrutura pode corresponder a cerca de 11% do peso total do pássaro.
Em todas as outras espécies de calau - há mais de 60 na África e Ásia -, o elmo é oco. Mas no caso dessa espécie, ele é sólido. Os machos usam a estrutura em combates com outros machos e ambos os sexos a usam para extrair insetos de árvores apodrecidas.
Fazendeiro da floresta
O calau-de-capacete vive na Malásia e Indonésia. Nas ilhas de Sumatra e Bornéu, seus gritos ecoam pelas florestas. Eles tendem a se alimentar de frutas e castanhas e com frequência são chamados de "fazendeiros da floresta", porque, por meio de seus excrementos, espalham sementes por grandes territórios.
Suas asas podem chegar a dois metros de envergadura. De aparência chamativa, eles têm penas brancas e pretas e uma grande área de pele descoberta em torno da garganta. No entanto, têm fama de reclusos e cautelosos. Há muito mais chances de você ouvi-los do que de vê-los.
E esses pássaros têm boas razões para ser tímidos. São mortos aos milhares, anualmente, por caçadores que vendem seus elmos para a China.
Entre 2012 e 2014, somente na província de West Kalimantan, na Indonésia, 1.111 elmos foram confiscados de contrabandistas.
Artesanato
A pesquisadora Yokyok Hadiprakarsa, que estuda o calau-de-capacete, calcula que cerca de 6 mil desses pássaros sejam mortos a cada ano no leste da Ásia.
O elmo - que caçadores tentam a todo custo obter, correndo risco de ser presos - às vezes é chamado de "marfim". É um material de cor amarelo-dourada, macio e sedoso ao toque, perfeito para ser entalhado.
Durante centenas de anos, o elmo do calau-de-capacete foi usado por artesãos chineses na fabricação de objetos para os ricos e poderosos.
SPL
A pesquisadora Yokyok Hadiprakarsa, que estuda o calau-de-capacete, calcula que cerca de 6 mil desses pássaros sejam mortos a cada ano no leste da Ásia.
O elmo - que caçadores tentam a todo custo obter, correndo risco de ser presos - às vezes é chamado de "marfim". É um material de cor amarelo-dourada, macio e sedoso ao toque, perfeito para ser entalhado.
SPL

Durante centenas de anos, o elmo do calau-de-capacete foi usado por artesãos chineses na fabricação de objetos para os ricos e poderosos.
No Japão, o material foi usado por artesãos para esculpir netsuke, intrincadas figuras usadas para decorar cintos de quimonos masculinos.
Muitos desses objetos acabaram indo parar em outras partes do mundo. Por exemplo, na Grã-Bretanha, durante a era vitoriana (século 19), tornou-se moda colecionar netsuke.
"Há registros que mostram que o marfim de calau-de-capacete era presenteado aos shogun (generais japoneses do século 12)", disse Noriku Tsuchiya, curadora da seção japonesa do Museu Britânico, em Londres.
"Infelizmente, por volta do início do século 20, o pássaro tornou-se muito raro por causa da caça, e, hoje, o comércio legal se restringe a um número limitado de antiguidades já certificadas", acrescentou.
"Infelizmente, por volta do início do século 20, o pássaro tornou-se muito raro por causa da caça, e, hoje, o comércio legal se restringe a um número limitado de antiguidades já certificadas", acrescentou.

Ameaças

Mas, apesar de ilegal, o comércio continua sendo feito às escondidas. Cada quilo de marfim de calau vale cerca de US$ 6 mil, três vezes mais do que marfim de elefante. E, diferentemente do que ocorre com elefantes e rinocerontes mortos para extração de presas e chifres, a matança do calau-de capacete não é denunciada pela imprensa.
"Se ninguém prestar a atenção, esse pássaro vai acabar extinto", alerta Hadiprakarsa.
O pássaro tem grande importância cultural nos países que habita. Ele é o mascote de West Kalimantan, e o povo de Bornéu acredita que o pássaro transporta as almas dos mortos para a vida além da morte, age como mensageiro sagrado dos deuses e é tido como um modelo de fidelidade e constância no casamento. Matar um calau é tabu.
Esse pássaro de ciclo reprodutivo demorado não sofre ameaças apenas dos caçadores: seu habitat também está sob pressão. Segundo cálculos de pesquisadores, a cada ano, Bornéu e Sumatra perdem 3% de suas matas. Ou seja, o pássaro enfrenta dois perigos. Perder sua cabeça - ou perder sua casa.
O resultado disso é que hoje especialistas classificam o calau-de-capacete na categoria espécie quase ameaçada, e recomendam que o pássaro seja "monitorado cuidadosamente caso haja mais aumentos nos índices de declínio", segundo relatório da ONG francesa International Union for Conservation of Nature (IUCN).

domingo, 1 de novembro de 2015

O grande salto tecnológico que pode terminar com a sede no mundo

Em tempos de escassez de água em diversos Estados do Brasil, a solução para o problema poderia ser óbvia: aproveitar a abundância da água do mar para o uso comum por meio da dessalinização.
Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície da Terra e contêm 97% da água do planeta.
Mas a energia necessária para esse processo era muito custosa e, com isso, inviabilizava o uso da água do mar para esses fins.
Recentemente, porém, graças às novas tecnologias, os custos foram reduzidos à metade e enormes usinas de dessalinização estão sendo abertas ao redor do mundo.
Usinas
A maior usina dessalinizadora do planeta está em Tel Aviv (Israel) e já está sendo ampliada para alcançar seus limites máximos de produção.
Isso significa 624 milhões de litros diários de água potável. E ela pode vender mil litros (que é o consumo semanal médio de uma pessoa) por US$ 0,70 (cerca de R$ 2,71
Outra usina de dessalinização, que fica em Ras al-Khair, na Arábia Saudita, alcançará sua produção plena em dezembro.
Instalada no leste da Península Arábica, ela será maior do que a de Israel e abastecerá Riad – cuja população está crescendo rapidamente – com 1 bilhão de litros por dia.
Uma usina de energia elétrica vinculada a ela pode produzir até 2,4 milhões de watts de eletricidade.
 
A usina que será a maior do mundo, na Arábia Saudita, poderia produzir 1 bilhão de litros por dia
Usina que será a maior do mundo, na Arábia Saudita, poderia produzir 1 bilhão de litros por dia
 
Da mesma forma, será instalada em San Diego a maior usina dessalinizadora dos Estados Unidos, que estará operando a partir de novembro.
No Rio de Janeiro, o governador Luiz Fernando Pezão disse no início deste ano que está analisando a possibilidade de construir uma usina dessalinizadora para abastecer até 1 milhão de pessoas no Estado.
A técnica já é usada na região semiárida do Brasil e em outros 150 países.
Tecnologia
O método tradicional de transformar água do mar em água potável é aquecê-la e depois
recolher a água evaporada como um destilado puro.
Isso demanda uma grande quantidade de energia, mas torna-se algo factível se combinado com usinas industriais que produzem calor em seu funcionamento normal.
As novas dessalinizadoras da Arábia Saudita estão sendo construídas juntamente com usinas de energia exatamente por esse motivo.
Essa osmose reversa utiliza menos energia e deu uma nova oportunidade a uma tecnologia que existe desde os anos 1960.
Basicamente, o sistema consiste em empurrar a água salgada através de uma membrana de polímero que contém furos minúsculos, do tamanho de um quinto de nanômetro.
Esses orifícios são suficientemente pequenos para bloquear as moléculas de sal e suficientemente grandes para permitir a passagem das moléculas de água.
"Esta membrana remove completamente os sais minerais da água", explica o professor Nidal Hilal, da Universidade de Swansea, no Reino Unido.
Dessalinização
Mas essas membranas poderiam entupir facilmente, o que prejudicaria muito o desempenho do processo.
Agora, porém, existe uma tecnologia mais avançada de materiais e técnicas de tratamento prévio que fazem com que essas membranas funcionem com maior eficiência por mais tempo.
E em Israel, os designers de Sorek conseguiram poupar energia usando vasos de pressão com o dobro do tamanho.
Tecnologia alternativa
A osmose direta é uma forma alternativa de eliminar sal da água do mar, segundo o professor Nick Hankins, engenheiro químico da Universidade de Oxford.
Em vez de empurrar a água através da membrana, uma solução concentrada é utilizada para extrair o sal.
Depois, essa solução é eliminada restando apenas a água pura. "É possível separar a água do sal usando bem pouca energia", assegura o professor.
Outro método possível é a chamada dessalinização capacitiva que, basicamente, significaria ter um ímã para atrair o sal.
"Deveríamos ser capazes de dessalinizar a água usando algo entre a metade e a quinta parte da energia usada para a osmose reversa", diz Michael Stadermann, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, da Califórnia.
Essa técnica ainda está em fase de testes.
E o sal que sobra?
Um problema gerado pela dessalinização da água do mar é justamente o que fazer com o sal que sobra.
água no Golfo Pérsico historicamente tem 35 mil partículas de sal por milhão (ppm). Mas segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Água, algumas áreas próximas às usinas chegam a ter 50 mil ppm.
"É preciso garantir que a água muito salgada seja deslocada para um local suficientemente longe do mar para que não haja recirculação dessa água, porque, se isso acontecer, ela voltará ainda mais salgada", disse Floris van Straaten, da empresa de engenharia suíça Pöyry, que supervisiona a construção do projeto Ras al-Khair.
"Nossa usina está sendo instalada ao lado de uma usina de energia que usa a água do mar para refrigeração", diz Jessica Jones, da Poseidon Water, empresa que está construindo a usina de Carlsbad na Califórnia.
"Nosso descarregamento é misturado, mas, no momento em que ele entra no oceano, o sal já está dispersado."
Nos Estados Unidos, porém, grupos ecologistas têm lutado nos tribunais contra a construção de novas usinas de dessalinização, dizendo que as consequências da reintrodução da salmoura no mar ainda não foram estudadas o suficiente.
"E quando a água está sendo extraída do oceano, ela traz peixes e outros organismos. Isso tem um impacto ambiental e econômico", explica Wenonah Hauter, diretor da Food And Water Watch em Washington.
Preço da água
A dessalinização pode se tornar cada vez mais barata, ainda que ela seja muito cara para os países pobres – dos quais muitos sofrem com escassez de água.
Mais de dois quintos da população de 800 milhões do continente africano vivem em regiões de "estresse hídrico", o que significa viver com o fornecimento de menos de 1.700 metros cúbicos de água por pessoa.
A ONU prevê que, em 10 anos, quase 2 bilhões de pessoas viverão em regiões com escassez de água, vivendo com menos de mil metros cúbicos de água cada uma
Tudo o que essas regiões mais precisam é de um dispositivo de dessalinização que possa abastecer cada 100 ou 200 pessoas.
A dessalinização capacitiva é uma solução em potencial, da mesma forma que a dessalinização com energia solar, cujos custos já reduziram o triplo em 15 anos.
Assim, enquanto a dessalinização já avançou enormemente nos países ricos, também é necessário que chegue às regiões pobres, que são as que mais sofrem com a falta de água.
BBC.com

Vivemos em uma "Matrix" e teremos mundo paralelo até 2065, diz cientista da Nasa

 

Segundo Richard Terrile, o universo faz parte de um programa de computador controlado por humanoides do futuro

E se a realidade fosse uma simulação de computador criada por humanoides que estão no futuro? A ideia, similar à do filme "Matrix", de 1999, deixou de ser encarada como ficção científica e virou uma possibilidade real. Ao menos para Richard Terrile, diretor do centro de computação evolutiva e design automatizado do centro tecnológico da Nasa. Em conversa com o iG, ele diz que a evolução tecnológica está por trás dessa constatação e se propõe a criar outro mundo virtual em cerca de 50 anos.
"Quando você vai ao cinema e assiste aos filmes por meio de simuladores de realidade virutal, por exemplo, acaba tentando se desvencilhar de objetos virtuais por achar que eles são reais. É isso que fazemos diariamente. E é um tipo de realidade completamente diferente que queremos oferecer no futuro", diz. 
Para o cientista, que participou do projeto da sonda Voyager 2, responsável pela descobertas de várias luas de Saturno, Urano e Netuno em 1986, a espécie humana vive em um tipo de universo ainda mais super-realista do que o de jogos que permitem a exploração detalhada da rotina de personagens virtuais. 
"Até que uma partícula seja observada, ela não apresenta um estado definido. Conforme 'passamos de fases', vamos descobrindo outras realidades", pondera.
Leia abaixo a entrevista completa com o físico:
iG: Baseado em qual evidência o senhor chegou à conclusão de que vivemos em uma realidade programada?Richard Terrile: Vivemos em um universo com muitas propriedades matemáticas. E tudo o que produzimos para melhorar a nossa vida, para evoluir, tem base matemática. Inclusive os programas de computador. Quando você vai ao cinema e assiste aos filmes por meio de simuladores de realidade, por exemplo, sente o ar em seus cabelos e tenta se desvencilhar de objetos virtuais, por achar que eles são reais. Essa simples ação me levou a questionar:
'Por que um programa de computador super evoluído não faria a mesma coisa também com a realidade?'. O poder dos computadores é uma explicação. Já somos capazes de criar realidades digitais em videogames, nos filmes. E em não mais que meio século, a Nasa pretende oferecer essa realidade por tempo indeterminado.
iG: E como seria esse mundo virtual que a Nasa planeja oferecer?Terrile: Do jeito que as pessoas quiserem. A nossa realidade foi programada por uma espécie humana mais evoluída do que a nossa. Mas também poderemos fazer isso com o tempo. A ideia da Nasa é criar uma alternativa, uma escolha para a humanidade. Oferecer a possibilidade de viver em um local com grama de cor cinza, talvez. Um céu com outro tom de azul. Um universo novo a ser explorado. Com um um supercomputador, tudo vai ser possível.
iG: O senhor promete essa nova realidade para daqui a aproximadamente 50 anos. Esse tempo não é pouco para uma evolução tão expressiva?Terrile: Na verdade, não. Atualmente temos [na Nasa] computadores capazes de processar informações mais rápido que o cérebro humano. E se levarmos em conta a Lei de Moore [o poder de processamento dos computadores dobra a cada 18 meses], em uma década as máquinas processarão
o equivalente a 80 anos de pensamentos produzidos por uma única pessoa em apenas um mês. 
iG: Nesse tipo de programa será possível notar, no dia a dia, que estamos em um simulador digital?Terrile: Não. Até porque estamos programados para acreditar nessa realidade. Nascemos e morremos nesse simulador, então, para nós, esta é a realidade. E por isso acredito que o programa foi criado por uma espécie de humanoides muito mais evoluídos do que a gente. Porque o sistema é muito complexo. Além do nosso dia a dia, do universo, eles [humanoides] criaram consciência, sentimentos, medos. Tudo o que somos e sabemos do mundo veio por meio de um programa de computador muito avançado.
iG: Então nada do que sentimos ou pensamos é real?Terrile: – É real para a gente [pausa]. Deixa eu explicar de outra maneira: quando pensamos em Deus, pensamos que ele criou tudo: o universo, as espécies de animais, nossos sentimentos. Os humanoides, nessa concepção, são Deus. Alguém que vive no futuro e criou esse mundo para observar, talvez. Se eu estivesse 50 anos à frente da humanidade, conseguiria criar esse mundo virtual. Como em um videogame.
iG – Em sua opinião, os humanos são a primeira espécie a ser observada por esses supostos humanoides?Terrile: Provavelmente existem outras gerações e outros universos paralelos além do nosso. Acredito que existam múltiplos universos. Muitas pessoas juntas em outras simulações pelo espaço. E acredito que uma das chaves para entender esse sistema é realizar outras simulações.