quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Forebear: Portal mostra 11 milhões de sobrenomes pelo mundo

Forebear
 
O total de 11 milhões, embora sendo muito alto, não abrange todos os sobrenomes do mundo, mas é o suficiente para fazer com que o site de buscas Forebears possa se gabar por compilar uma enorme base de dados, que pode ser pesquisada gratuitamente, sobre a origem e distribuição de nomes de família em todo o mundo.
O buscador mostra sobre um mapa-múndi os países com maior ou menor frequência de um sobrenome. Também traz uma lista com o número de pessoas que possuem determinado sobrenome, sua frequência de uso (seguindo um formato do tipo "uma em cada X pessoas tem esse sobrenome") e a posição que ocupa no ranking de sobrenomes de determinado país.
O Forebears também fornece, em forma de dicionário, informações sobre o significado dos sobrenomes e os motivos históricos para a sua distribuição geográfica no planeta. O portal afirma que a maioria dos sobrenomes no mundo é patronímica, ou seja, deriva do nome de um ancestral masculino, mas também há muitos relacionados a profissões, regiões geográficas ou lugares, e, em menor medida, os descritivos e matronímicos (derivados do nome de uma antepassada).
 
 
O portal usa uma variedade de fontes, tais como registros civis e de igrejas relativos a nascimentos, casamentos ou falecimentos, censos, testamentos, hemerotecas, obituários ou listas telefônicas. Além do buscador de sobrenomes, o site fornece informações sobre centenas de fontes para genealogistas.
El País.com

Água está presente desde o início da formação da Terra, indica novo estudo

 
A origem da água na Terra, um dos grandes mistérios da ciência, pode estar mais perto de ser revelado depois de um grupo de pesquisadores ter encontrado indícios de que o planeta teve o líquido desde a sua formação, conforme um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista americana "Science".
Os cientistas sempre tentaram determinar se a água, que cobre dois terços da superfície terrestre, estava presente desde a formação do planeta ou se chegou mais tarde, com um cometa ou meteorito.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Havaí (EUA) descobriu que rochas da ilha de Baffin, no Canadá, contêm indícios de que a água faz parte do planeta desde o início.
Essas rochas foram coletadas em 1985, de modo que os cientistas tiveram um longo tempo para analisa-las e concluir que há componentes das profundezas do manto terrestre.
As rochas são as mais primitivas já encontradas na superfície da Terra. Por isso, a água que elas contêm é um recurso de grande valor para estudar as origens da Terra e a procedência do líquido.
"Descobrimos que a água tinha muito pouco deutério, o que indica que não chegou à Terra após ela ser formada. As moléculas de água foram levadas provavelmente no pó que existiu em um disco ao redor de nosso Sol antes de os planetas se formarem", explica no estudo a líder da pesquisa, Lydia Hallis.
Com o tempo, esse pó rico em água foi secando e se compactando lentamente para formar o planeta, indica a pesquisa.
"Apesar de uma boa proporção de água ter se perdido pela evaporação do calor do processo de formação, uma quantidade suficiente sobreviveu para formar a água da Terra", afirma Hallis.
A equipe de pesquisadores disse que com a tecnologia disponível até poucos anos atrás não era possível realizar uma análise desse tipo e pedem mais avanços no setor.
A porcentagem de hidrogênio em relação ao deutério na água proporcionou aos cientistas provas essenciais para determinar a origem. Eles descobriram que a água de diferentes corpos planetários do Sistema Solar têm porcentagens distintas dos dois elementos.

"Cofre" de sementes no Ártico pode ser esperança de lavouras do futuro

Foto: BBC
 
Em pouco menos de um mês, líderes mundiais se encontrarão em Paris para tentar entrar em acordo sobre ações contra as mudanças climáticas e o aumento da temperatura global. Uma das principais preocupações é que o aquecimento global afete safras de alimentos.
Para garantir que plantas sobrevivam aos piores cenários possíveis, amostras de sementes estão sendo reunidas no chamado Silo Global (ou Internacional) de Sementes – um armazém nas ilhas Svalbard, no Ártico. A BBC teve acesso ao interior do local. Confira o depoimento do repórter David Shukman:
"Chegar ao que supostamente é o lugar mais seguro do planeta dá uma sensação amedrontadora.
No topo de uma montanha no Ártico, em meio à ventania, uma porta de concreto leva ao Silo Global de Sementes Svalbard, construído para assegurar a sobrevivência das plantas mais valiosas do mundo.
Criado para suportar as condições mais pessimistas de um apocalipse, o lugar faz com que os visitantes não se sintam muito bem.
A primeira barreira para chegar lá é a localização absolutamente remota – as ilhas Svalbard ficam a apenas 1.300 km no Polo Norte.
E, apesar das muitas luzes vindas da Noruega, e do aumento da popularidade de aventuras no Ártico, a população no local é esparsa e o turismo de massa ainda não é uma opção.
Há ainda um perigo não planejado: uma lâmina de gelo duro cobre o pequeno estacionamento do local. Cada passo dado pode ser traiçoeiro.

As chaves do reino

Foto: BBC
 
A porta externa é feita de aço, mas pode ser aberta com uma chave surpreendentemente comum – do tipo que a maioria de nós usa em casa.
Os primeiros passos nos tiram do vento cortante e nos levam a uma atmosfera de extrema quietude. Um conjunto de capacetes de segurança está esperando para ser usado.
Outra porta se abre para um túnel que suavemente desce mais profundamente dentro da montanha. A temperatura é -4ºC e agora estamos no "permafrost" – solo que nunca descongela.
A maior parte do túnel é forrada de concreto, mas mais para dentro as paredes de rocha estão expostas. Nossas vozes começam a ter eco.
O conceito do projeto é simples: imaginar tudo o que pode dar errado com as principais lavouras do mundo e assegurar que amostras delas fiquem intocadas aqui.
Por isso, a entrada do lugar fica 130 metros acima do nível do mar – uma distância confortavelmente acima das piores projeções do quanto os oceanos podem subir caso haja um derretimento total das calotas polares nos próximos séculos.
Ser esculpido na rocha também deve garantir que as sementes sejam imunes à guerra. Svalbard fica bem distante de qualquer conflito militar, mas digamos que um deles exploda no Ártico – o que não é totalmente inconcebível – e que uma arma aleatória chegue até lá. Em teoria, ela não deveria conseguir passar.
Chegamos a outra porta, sobre a qual há uma fina camada de gelo. A temperatura está caindo.

Passar por ela nos leva a um lugar chamado "a catedral", uma vasta caverna que dá acesso aos silos de sementes propriamente ditos.
Sobre nós estão os canos prateados do sistema de resfriamento e cristais de gelo cintilam nas paredes rochosas.

Caixas da Coreia do Norte

Há mais uma porta à frente, que está incrustada no gelo. O ar ali dentro é mantido há -18ºC. Estamos protegidos contra o frio por nossas roupas, mas qualquer pedaço de pele exposta fica gelado rapidamente e minha caneta para de funcionar quase imediatamente. Gravamos vídeos o mais rápido que podemos.
O armazém tem filas de prateleiras, cada uma delas cheia de grandes caixas de plástico do tipo que você usa para guardar arquivos dentro de casa. Dentro delas há pequenos pacotes que contêm as sementes. São mais de 865 mil pacotes no total, representando mais de 5 mil espécies e quase a metade das lavouras mais importantes do mundo.

As etiquetas são fascinantes – há sementes da África, da Ásia e das Américas. Há, inclusive, caixas da Coreia do Norte.
Mas a história mais emocionante é a que está por trás das caixas plásticas da Síria. Havia um centro regional de pesquisas de agricultura em áreas secas em Aleppo. Mas cortes de energia constantes e a guerra civil, que teve início em 2011, impediram a continuidade do trabalho. Por causa disso, as sementes fizeram uma longa jornada até aqui.
Esse é exatamente o propósito deste lugar. A maior parte dos países têm seus próprios armazéns das variedades de plantas mais importantes, mas o Silo Global de Sementes foi feito para funcionar como uma alternativa a estas alternativas.
O lugar começa a fazer sentido quando você pensa em locais onde enchentes ameaçam silos de sementes nacionais; onde a agricultura de escala industrial reduziu tanto a variação genética que pragas podem ser catastróficas; onde projeções para mudanças climáticas ameaçam suprimentos de alimentos.
 
Foto: BBC
 
No início deste mês – muito antes do que se esperava – veio o primeiro exemplo de que o cofre está realmente fazendo seu trabalho.
Algumas das sementes sírias, incluindo variedades antigas e possivelmente resistentes de trigo, cevada e grão-de-bico, foram retiradas das prateleiras congeladas porque são necessárias no Oriente Médio.
No total, 128 caixas – de um total de 350 enviadas originalmente de Aleppo – foram levadas de volta, para serem usadas no Líbano e no Marrocos.
As sementes derivam de plantas cultivadas em alguns dos primeiros exemplos de agricultura no Crescente Fértil – região que engloba Palestina, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Chipre e partes da Síria, do Iraque, do Egito, do sudeste da Turquia e sudoeste do Irã. Agora, elas serão plantadas para produzir duplicatas.
Em breve, haverá agricultores no Oriente Médio cujas lavouras do futuro poderão render mais ou ser mais resistentes à seca, porque pacotes de sementes foram guardados em um bunker nas montanhas solitárias do distante Ártico."
BBC Brasil

Philae completa 1 ano pousado em cometa, mas se aproxima do fim de sua missão

 
O módulo Philae, que viajou ao espaço com a sonda Rosetta, completa nesta quinta-feira (12) um ano pousado na superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko e, apesar de seus transmissores e receptores terem falhado, ainda poderia enviar sinais antes de se desligar definitivamente dentro de dois meses.
Os responsáveis do Centro Aeroespacial Alemão (DLR), encarregados de vigiar o Philae, deram entrevista coletiva para rever os 12 meses transcorridos desde que o módulo fez história ao aterrissar pela primeira vez em um cometa.
Entre as boas notícias, a constatação de que o módulo está apoiado sobre suas três pernas, após a aterrissagem acidentada de um ano atrás.
O diretor do Projeto Philae, Stephen Ulamec, também destacou a possibilidade de que o módulo, em silêncio desde o dia 9 de julho após ligar sete vezes, envie de novo informação à sonda Rosetta, que se encontra a cerca de 200 quilômetros de distância dele.
Os cientistas não têm nenhuma certeza de que vai fazê-lo, mas sabem que essa possibilidade termina em janeiro.
Neste momento o Churyumov-Gerasimenko está a 245 milhões de quilômetros de distância do sol e a cada dia - que no cometa dura 12,6 horas - recebe cerca de quatro horas de sol, suficiente para o módulo carregar sua energia.
As condições, no entanto, piorarão nas próximas semanas quando o cometa se afastar do sol e sua temperatura baixar. Se o interior do Philae baixar dos 51 graus Celsius abaixo de zero, o módulo não será mais operacional e a missão acabará, o que vai acontecer previsivelmente e no mais tardar em janeiro.
Segundo explicou o engenheiro do DLR Koen Geurts, se o módulo recebeu os comandos que lhe foram enviados, seu disco rígido deve estar carregado de dados científicos.
Dos sinais captados, os cientistas deduzem que um de seus dois receptores e um de seus dois transmissores não funcionam e que o segundo transmissor pode ter também problemas, o que explicaria por que a comunicação é tão irregular.
No dia 13 de agosto o cometa chegou no ponto mais próximo ao sol e, aparentemente, o Philae superou esse momento sem se reaquecer, ao ter aterrissado em um local de sombra que lhe protegeu das altas temperaturas.
O DLR continua pensando em estratégias para ativar o transmissor não danificado e tentar restabelecer uma comunicação suficientemente estável para transferir dados.
A equipe, garantiu Ulamec, está preparada para utilizar rapidamente os instrumentos do Philae, tirar fotografias e realizar medições se o módulo, que já tem os comandos para isso, se ativar ao conseguir a energia suficiente.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Estudo mostra que oeste do Saara já foi coberto por rios


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O mapa mostra em azul as principais bacias fluviais atuais da África - do Nilo, do Congo, do Níger e do Senegal. Em cinza, aparece a provável extensão do rio Tamanrasett, onde hoje está a parte ocidental do deserto do Saara.
 


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O oeste do Saara, hoje coberto de areia, foi no passado uma imensa área verdejante coberta por uma vasta rede de rios. A conclusão é de um novo estudo publicado nesta terça-feira, 10, na revista Nature Communications.
 
Há anos os cientistas descobriram no Oceano Atlântico, na costa da Mauritânia, a oeste do deserto, resíduos e canais submarinos que indicavam a existência, em algum momento do passado, de grandes rios desaguando na região.
 
Agora, usando uma técnica de imageamento por satélite capaz de detectar o que há no subsolo, pesquisadores conseguiram a primeira prova direta de que havia mesmo uma bacia de rios de 520 quilômetros de extensão onde hoje só existe deserto.
De acordo com a autora principal do estudo, Charlotte Skonieczny, do Instituto Francês de Pesquisa sobre Exploração do Mar (Ifremer, na sigla em francês), a vasta rede de rios do Saara existiu - e voltou a desaparecer - em vários períodos ao longo dos últimos 245 mil anos.
 
As imagens de radar obtidas com um satélite japonês revelou partes do antigo sistema fluvial em camadas rasas da superfície arenosa da Mauritânia.
 
Esses canais enterrados, entretanto, provavelmente faziam parte do Tamanrasett, um rio hipotético que os cientistas acreditam ter se estendido por 500 quilômetros através do Saara ocidental, com nascente nas montanhas Atlas e no planalto de Hoggar, na atual Argélia.
Segundo os pesquisadores, o sistema fluvial era reativado a cada vez que ocorria um dos chamados Períodos Úmidos Africanos. Nesses períodos, todo o norte da África - atualmente desértico - adquiria um clima semelhante ao do Quênia atual, com zebras, leões e girafas circulando por savanas e pastagens.
 
De acordo com os cientistas, a água deve ter corrido pelo rio Tamanrasett pela última vez há cerca de 5 mil anos. "Se ainda existisse atualmente, o rio Tamanrasett seria o 12º maior da Terra", escreveram os cientistas.
 
Os leitos de rios localizados pelos satélites sob as dunas do deserto alinham-se quase perfeitamente com um grande cânion submarino - descoberto em 2003 e batizado de Cânion do Cabo Timiris -, que se estende a partir da costa da Mauritânia por três quilômetros oceano adentro, com cerca de 2,5 quilômetros de largura e um quilômetro de profundidade em alguns pontos.
Os cientistas também haviam descoberto no oceano profundo, na região do Cânion do Cabo Timiris, a presença de material granulado fino, provavelmente originário de rios, além de um grande canal submarino escavado na plataforma continental da costa do Saara Ocidental.
 
Tudo levava a crer que já houve uma rede fluvial considerável desaguando na região, mas até agora não havia nenhuma prova direta de sua existência. O alinhamento dos antigos leitos de rios sob a areia com a região do cânion demonstra pela primeira vez que o Tamanrasett não era só uma especulação.

ONU anuncia acordo para rastrear voos civis por satélite

Homem olha um avião da Malaysia Airlines manobrando em um terminal do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, na Malásia
 
A Oganizações das Nações Unidas (ONU) anunciou hoje (11) um acordo mundial para vigilância de voos civis por satélite.
O acordo foi acertado em Genebra, na Suíça, durante a Conferência Mundial de Radiocomunicações.
De acordo com a ONU, a iniciativa poderá prevenir novos desaparecimentos misteriosos de aviões, como foi o caso do voo MH370, da Malaysia Airlines, em março de 2014.
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A conferência, que reuniu representantes de mais de 160 países, consiste na atribuição de frequências radioelétricas para monitorizar os voos da aviação civil à escala mundial A localização global dos aviões, em qualquer lugar do mundo, só estará operacionalizada em 2017. Atualmente, 70% da superfície terrestre (oceanos, desertos e montanhas) não permitem esse tipo de acompanhamento.
Os aviões também têm de estar devidamente equipados para o sistema ser operacional.
“O fato de atribuir frequências para que estações espaciais possam receber sinais ADS-B [Automatic Dependent Surveillance-Broadcast, informações relativas à origem/destino, rota, velocidade, altitude etc] dos aviões permitirá acompanhar os voos em tempo real e em qualquer parte do mundo”, adiantou François Rancy, diretor de Radiocomunicações da União Internacional das Telecomunicações (UIT), organismo especializado das Nações Unidas para área das tecnologias de informação e comunicações.
A execução da medida será de responsabilidade da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), outra agência da ONU, com sede em Montreal, no Canadá, que trabalhará em cooperação com as companhias aéreas internacionais.
O acordo ocorre após o desaparecimento misterioso do voo MH370, em 8 de março de 2014. 
O Boeing 777 fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo, quando desapareceu dos radares sem deixar qualquer vestígio.
Exame.com
 

"SeaWorld" deixará de fazer espetáculos com orcas em San Diego

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A empresa de zoológicos aquáticos SeaWorld anunciou na segunda-feira que deixará de fazer os espetáculos com orcas em seu parque de San Diego, Califórnia (EUA). Esses espetáculos circenses são a principal atração comercial do SeaWorld, mas nos últimos dois anos se transformaram em uma mancha que preocupava os investidores. O documentário Blackfish – Fúria Animal, lançado em 2013, provocou uma onda de críticas ao SeaWorld pelo tratamento dado às orcas, que teve consequências na cotação da empresa na bolsa.
Blackfish, coproduzido pela rede de comunicação CNN, conta a história de uma orca que matou sua treinadora em 2010 no parque SeaWorld de Orlando, Flórida. O documentário investiga a história do animal e descobre que esteve envolvido em mais duas mortes. Também revela as trágicas condições de cativeiro da orca ao longo de sua vida. Inclui testemunhos de ex- funcionários do SeaWorld e conclui que este tipo de baleia sofre graves danos psicológicos em cativeiro. A empresa, que sempre contestou as acusações de maus tratos aos animais, afirma que o documentário é sensacionalista e destaca a vocação pedagógica de seus parques e seus investimentos milionários em programas de conservação.
 onda de críticas contra o cativeiro das orcas, entretanto, não parou que crescer nos últimos dois anos. Em 2014, a equipe do filme Jackass modificou um cartaz do SeaWorld em uma estrada de San Diego ao que acrescentou a expressão “é muito ruim”. A mensagem #Seaworldsucks invadiu as redes. Em dezembro de 2014, o presidente executivo da empresa foi demitido depois de um ano terrível em que as ações desvalorizaram mais de 50% na bolsa. Em setembro desse ano, foi apresentada uma demanda coletiva contra a empresa por não ter informado, ao ir para a bolsa, que maltratava os animais. O enorme dano à imagem do SeaWorld é considerado a principal razão da redução de visitantes e receita no último ano.
A decisão de suspender os espetáculos circenses com orcas foi comunicada pelo presidente executivo, Joel Manby, em um encontro com investidores. O parque promete uma “experiência orca” diferente para 2017. O SeaWorld tem 11 parques aquáticos nos Estados Unidos que receberam 23 milhões de visitantes em 2013. A empresa tem quatro orcas no zoológico Loro Parque, em Tenerife, Espanha. Na conferência não ficou claro se esses espetáculos cessarão também em outros parques ou só em San Diego.
Nós começamos por escutar nossos visitantes e nossos espetáculos evoluem de acordo com o que ouvimos, e até agora foi isso que ouvimos na Califórnia, querem experiências que sejam mais naturais”, disse Manby, citado pelo jornal local San Diego Union Tribune.
Em outubro passado, o SeaWorld pediu permissão à Comissão Costeira da Califórnia para realizar um investimento de 100 milhões de dólares (380 milhões de reais) a fim de ampliar as piscinas onde guarda suas orcas. A Comissão pôs como condição que a empresa deixe de criar orcas em cativeiro. O SeaWorld considerou que as condições ultrapassam as competências do estado e prometeu combater a decisão nos tribunais. A sessão pública da Comissão Costeira recebeu tanta gente que teve de mudar de auditório para acomodar 650 pessoas, o que dá ideia da enorme atenção com que se escrutina qualquer passo da empresa desde o efeito Blackfish.
El PAÍS

Astrônomos identificam objeto mais remoto do Sistema Solar

Esta representação artística mostra o planeta anão Sedna, que antes era considerado um dos objetos mais distantes (Foto: Nasa/JPL - Caltech/R.Hurt)
 
Astrônomos identificaram o objeto mais distante no Sistema Solar: observações do telescópio japonês Subaru revelaram o corpo, que deve ser gelado, a 15,5 bilhões de quilômetros do Sol, cerca de três vezes mais longe do que Plutão.
O objeto foi catalogado com o nome de V774104 e, segundo estudos iniciais, teria entre 500 e mil quilômetros de extensão.
Agora, os cientistas terão que rastrear o planeta anão durante um ano para descobrir qual é a forma e o tamanho de sua órbita em torno do Sol.
A descoberta do objeto mais distante do Sistema Solar foi anunciada no 47º Encontro Anual da Sociedade Americana de Astronomia - Divisão para Ciências Planetárias, que está ocorrendo perto de Washington.
A equipe responsável pela descoberta é liderada por Scott Sheppard, da Instituição Carnegie para Ciência, e Chad Trujillo, do Observatório Gemini no Havaí. "Não conseguimos explicar as órbitas desses objetos a partir do que sabemos sobre o Sistema Solar", disse Sheppard à revista especializada Science .
Órbitas esquisitas
O objeto até então considerado mais distante era o planeta anão Eris. Esse corpo celeste, que tem uma lua chamada Dysnomia, se move em uma órbita que fica entre 5,7 bilhões e 14,6 bilhões de quilômetros do Sol.
Para compreender um pouco melhor esses números: a Terra está a 149 milhões de quilômetros do Sol e até mesmo o mais distante planeta maior, Netuno, a 4,5 bilhões de quilômetros de distância, parece mais próximo quando comparado a essas descobertas.
Mas a grande questão é se o V774104 caminha em sua órbita para dentro do local onde está atualmente, como Eris, ou para fora, como os objetos conhecidos como 2012 VP113 e Sedna.
Esses dois corpos estão ligeiramente mais próximos da parte mais interna do Sistema Solar do que Eris, mas as análises de suas órbitas mostram que eles vão alcançar grandes distâncias no espaço, chegando a 66 bilhões e 140 bilhões de quilômetros respectivamente.
Modelos que explicam a formação do Sistema Solar sugerem que objetos assim provavelmente não foram criados com essas órbitas esquisitas.
Uma explicação para isso é que esses objetos sofreram perturbações gravitacionais devido à passagem de um planeta (provavelmente um que foi expulso de nosso Sistema Solar logo no começo de sua história) e foram puxados para suas trajetórias atuais.
Alguns cientistas até especulam que estes objetos podem ter sido "roubados" de uma estrela que se formou a partir do mesmo "berçário" de onde saiu o Sol, há 4,6 bilhões de anos.
 

Lixo espacial vai se desintegrar sexta-feira sobre águas do Sri Lanka

(Nasa) Imagem da Terra, no dia 20 de julho de 2015
 
Um lixo espacial proveniente de um foguete lunar vai entrar na atmosfera nesta sexta-feira e irá se desintegrar sobre as águas territoriais do Sri Lanka, de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), que espera estudar o fenômeno.
"Este evento apresenta um risco extremamente baixo para as pessoas, mas poderia ajudar os cientistas a entender melhor como objetos - naturais ou antrópicas - reagem com a atmosfera da Terra", explicou a ESA.
O lixo espacial, batizado WT1190F, deve entrar na atmosfera da Terra e se desintegrar por volta das 4h18 (de Brasília) no Sri Lanka, contou à AFP Jérémie Vaubaillon, astrônomo do Observatório de Paris.
Iniciando sua entrada a cerca de 100 km da Terra, o objeto, que mede "no máximo alguns metros de diâmetro", vai ficar muito quente ao entrar em contato com moléculas da atmosfera e depois se desintegrar, segundo a ESA.
Grande parte do WT1190F vai queimar. O resto deve cair no oceano a cerca de 65 km da costa sul do Sri Lanka. "A sua massa não é suficiente para constituir um risco para a área, mas o show pode ser espetacular, porque por alguns segundos o objeto vai se tornar muito brilhante no céu", diz a ESA.
"Inicialmente, não há perigo para as populações em terra firme já que os destroços residuais cairão na água", declarou Jérémie Vaubaillon.
Descoberto em 2013, o WT1190F foi inicialmente confundido com um asteroide antes que os astrônomos percebessem recentemente que era lixo espacial.
Com a proliferação de dispositivos enviados ao espaço, a queda de lixo espacial se tornou muito comum.
Mas o WT1190F é especial. "Ele chega de muito longe e sua órbita é 'caótica'. Nós acreditamos que trata-se de um terceiro estágio de foguete espacial lunar, mas não sabemos de qual país", afirmou Vaubaillon.
"Sua órbita é matematicamente impossível de prever", afirmou. Por isso, a "surpresa" dos astrônomos.
O Observatório de Paris está enviando duas pessoas para o Sri Lanka para fazer imagens de sua entrada na atmosfera.
Por seu lado, os especialistas da ESA irá acompanhar o evento de um avião, o que irá garantir a sua visibilidade independentemente do clima, de acordo com Vaubaillon.
Um barco da Marinha do Sri Lanka será despachado para tentar recuperar os destroços, acrescenta.
A ESA espera que a observação do evento permitirá "melhorar os modelos e ferramentas que predizem retornos na atmosfera" de detritos espaciais ou asteroides.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Cientistas identificam pontos de calor misteriosos no interior de Grande Pirâmide do Egito

Um time internacional de arquitetos e cientistas detectou anomalias térmicas nas Pirâmides de Gizé, no Egito. Usando câmeras termais, os especialistas observaram temperaturas maiores em três pedras adjacentes à base da Grande Pirâmide.
As causas seriam a existência de áreas "ocas" no interior da pirâmide, correntes de ar internas ou variações no uso dos materiais de construção.
Os arquitetos e cientistas estão procurando compartimentos secretos nas pirâmides.
Construídas como tumbas para os faraós Quéops, Quefren e Miquerinos, as pirâmides foram erguidas entre os anos 2613 e 2494 antes de Cristo.
Especialistas de Egito, França, Canadá e Japão fizeram um mapeamento infravermelho das pirâmides durante o nascer e o por do sol, quando as pedras de calcário usadas para a construção esquentam e esfriam, respectivamente. De acordo com um comunicado do Ministério das Antiguidades, a conclusão é pela existência de diversas anomalias térmicas observadas nos monumentos durante as fases de aquecimento e esfriamento.

AP

Mas chamou a atenção especificamente o caso de Quéops.
"A primeira fileira de pedras da pirâmide supostamente deveria ser uniforme. Mas chegamos aqui e descobrimos que há diferenças nas formações", informou o ministro para Antiguidades Mamdouh al-Damati, posando em frente às pedras que registraram temperaturas diferentes.
Outras anomalias termais foram detectadas na parte superior da Grande Pirâmide.
A estrutura será alvo de mais investigações durante a gigantesca operação de mapeamento dos monumentos, que teve início no final de outubro e deverá durar até o final de 2016.

Danos ambientais são irreversíveis, avalia ambientalista, em Mariana - MG

Rejeito de mineração funciona como 'cimento', e vai acabar com a pesca em grande parte da calha   do rio, segundo, coordenador do Projeto Manuelzão
 
Os danos ambientais em consequência do rompimento da barragens de rejeitos na localidade de Bento Rodrigues, em Mariana, serão permanentes e vão acabar com a pesca em parte dos rios Guaxalo do Norte e Rio do Carmo, que desaguam no Rio Doce.
 
O próprio Rio Doce, por sua vez, também pode ser afetado pelo grande volume de lama de rejeito da mineração, e terá a vida aquática comprometida.
A avaliação é do coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinicius Polignano. O projeto ambiental, ligado à Universidade Federal de Minas Gerais, monitora a atividade econômica e seus impactos ambientais nas bacias hidrográficas dos principais rios mineiros.
Segundo Polignano, o rompimento das barragens da Samarco no distrito de Bento Rodrigues é, sem dúvidas, a maior tragédia ambiental da história de Minas Gerais. Isso porque, além de destruir totalmente o povoado, a lama que estava represada pode inviabilizar a pesca em uma área enorme.
 
O ambientalista explica que a lama de rejeito de mineração não é tóxica, mas isso não significa que seus efeitos não sejam danosos. Segundo ele, a natureza do material, a sílica (tipo de areia) misturada à lama rica em ferro funciona, na prática, como uma espécie de 'cimento'.
 
"Esse material é inerte, e nele não nasce praticamente nada. Ele recobre o leito e as reentrâncias e pedras do fundo do rio, mudando radicalmente todo o ecossistema", destaca.
O resultado da camada de 'cimento' sobre o rio é que, além de matar peixes, algas, invertebrados, répties e tudo o que recobriu, a lama acaba com os locais onde estas espécies se abrigavam e reproduziam. Buracos em pedras, altos e baixos do rio são aplainados e recobertos com o material viscoso.
 
O leito do rio se torna praticamente estéril. 
 
"Sabemos que muitas espécies de peixes sobem para as nascentes para se multiplicar. Agora essas nascentes estão recobertas de lama", diz.
  Outro problema grave é que a lama chegou até a foz do rio, no Espírito Santo. Isso significa que o Rio Doce pode ter consequências em toda a sua extensão. "Essa tragédia chegou a 400 quilômetros do ponto de origem. Levaremos anos para compreender  melhor efeito devastador desse acidente, mas seguramente eles serão muito graves", diz Polignano.
 
Pequenos agricultores também serão afetados
 
Além do leito do rio, nos locais onde a margem foi recoberta com lama, é muito difícil que as roças de pequenos agricultores sejam retomadas.
 
Tradicionalmente, as áreas de várzea são onde o solo é mais rico para a agricultura, por ter mais matéria orgânica. Essas áreas, recobertas, perdem seu potencial de produção. Em muitos casos, retirar a lama com enxada ou mesmo maquinário pesado pode ser inviável.
"É importante ressaltar que, quanto mais próximo do acidente, maior o impacto da lama. Mas é inegável que haverão consequências para os moradores de toda a extensão do rio", afirma o ambientalista.

Parceria entre observatórios formará telescópio virtual "do tamanho da Terra"

 
 
O observatório chileno Alma (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), situado no Deserto do Atacama, anunciou nesta terça-feira que vai se unir a dois telescópios milimétricos localizados na Europa e na América do Norte para formar um único telescópio virtual com tamanho similar ao da Terra e com capacidade para distinguir um objeto de dez centímetros na Lua.
Em comunicado, o Alma, considerado uma das maiores plataformas astronômivirtualcas do mundo, explicou que o telescópio terá uma altíssima resolução por meio da técnica de interferometria de linha de base muito longa (VLBI, na sigla em inglês).
Além disso, o observatório informou que neste ano foram realizados três testes de VLBI com outros telescópios internacionais, um passo essencial para incluir o Alma no projeto "Event Horizon Telescope", rede mundial de telescópios que estudará o buraco negro supermassivo situado no centro da Via Láctea.
Para que o observatório pudesse ser parte deste projeto, a capacidade de seus telescópios precisou ser aumentada, potencializando suas 66 antenas para que estas funcionassem ao mesmo tempo como uma só, de superfície de 85 metros de diâmetro, para depois ser parte de um telescópio VLBI muito maior.
O primeiro teste de capacidade para funcionar em VLBI aconteceu em janeiro deste ano, quando um dos telescópios do Alma foi ligado ao telescópio Atacama Pathfinder Experiment, situado a dois quilômetros de distância.
Em outro teste, realizado em março, a distância alcançada foi ainda maior, com a ligação com o radiotelescópio de 30 metros do Institut de Radioastronomie Millimetrique (IRAM), situado em Sierra Nevada, no sul da Espanha.
Os dados obtidos desta última união foram combinados em uma só observação com uma resolução de 34 microssegundos de arco, o que equivale a distinguir um objeto de menos de dez centímetros na Lua visto desde a Terra.
A observação mais recente foi realizada em agosto, quando o Alma foi conectado a seis antenas do Observatório Radioastronômico Nacional dos Estados Unidos, o que formou um telescópio virtual do tamanho da Terra e permitiu a observação do quasar 3C 454.3, um dos objetos mais brilhantes no céu observado em nosso planeta, apesar de estar a uma distância de 7,8 bilhões de anos-luz.

Após cúpula preparatória, países querem acordo universal sobre clima em Paris

Os 70 países que participaram durante os últimos três dias da conferência informal preparatória da iminente Cúpula do Clima (COP21) concordam que é necessário alcançar um "acordo universal", anunciou nesta terça-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
O chefe da diplomacia francesa manifestou ao apresentar as conclusões que conta com a "confirmação de uma vontade compartilhada de alcançar um acordo universal" porque a comunidade internacional tem uma "obrigação absoluta de sucesso" na cúpula.
Paris foi o palco desde domingo de uma reunião onde 70 países estiveram representados (60 deles por seus ministros) para acercar posturas antes do início da Cúpula do Clima entre 30 de novembro e 11 de dezembro.
"O trabalho que resta é considerável, mas o sucesso é imprescindível", ressaltou Fabius, que enumerou algumas das posições comuns do grosso dos países envolvidos, como fazer um balanço do estipulado a cada cinco anos para que "revise em alta os compromissos nacionais" ou buscar novas formas de financiamento.
As conclusões foram apresentadas por Fabius junto com o ministro peruano de Ambiente, Manuel Pulgar Vidal, e a responsável da ONU para a mudança climática, Christiana Figueres.
Pulgar Vidal destacou que o objetivo desta reunião prévia não era alcançar acordos concretos, mas criar "um bom ambiente de confiança para avançar na COP21", algo que segundo sua opinião ocorreu, o que permite ser otimista por um texto final ao término da cúpula.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Essas nuvens maravilhosas parecem ondas

Ondas no céu (Foto: Reprodução)
 
Há alguns dias, a estação de esqui Breckenridge Resort postou a foto acima no Twitter. Pairando sobre as montanhas geladas do Colorado, Estados Unidos, estava uma formação de nuvens bastante curiosa - e muito bonita. Elas pareciam formar uma sequência perfeita de ondas, como se o céu estivesse reproduzindo aquilo que normalmente acontece no mar. O efeito da luz solar na "crista" das nuvens deixou a cena toda ainda mais bonita.
Pode até parecer uma montagem de Photoshop, mas o fenômeno é real e tem uma explicação física bem consistente, fornecida pela dinâmica ou mecânica dos fluidos. Nesse caso específico, o padrão ondulado surgiu devido à chamada instabilidade de Kelvin-Helmholtz. O efeito ocorre quando duas camadas de fluidos apresentam velocidades diferentes.
No caso das nuvens, elas estavam entre uma camada superior de ar que se deslocava mais rapidamente que a inferior, fazendo com que o fluido mais lento seja lançado para cima. Quando temos a sorte de flagrar isso acontecendo bem quando uma nuvem está no meio do processo, podemos admirar ondas no céu por alguns instantes, até que o efeito se desfaça. O mesmo fenômeno ocorre quando o vento passa por uma superfície aquosa, e também na grande mancha vermelha de Júpiter.

Concentração de CO2 bateu recorde em 2014, revela agência

Entre 1990 e 2014, houve um aumento de 36% no forçamento radioativo causado por gases como o dióxido de carbono (CO2),  metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), de acordo com a OMM
 
Estudo mostra que o dióxido de carbono, o principal gás com efeito estufa de longa duração, aumentou para 397,7 partes por milhão (ppm) no ano passado.
 
O nível de concentração dos gases de efeito estufa atingiu novo recorde no ano passado, anunciou hoje (9) a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em seu relatório anual.

“Todo ano, registramos novo recorde nas concentrações de gases de efeito estufa”, lamentou o diretor da OMM, Michel Jarraud.

“A cada ano, dizemos que não temos mais tempo, devemos agir agora para reduzir as emissões de gases e para que tenhamos uma oportunidade de manter em nível razoável o aumento da temperatura”, destacou no relatório.

O estudo - que não mede as emissões de gases de efeito estufa, mas a sua concentração na atmosfera - mostra que o dióxido de carbono, o principal gás com efeito estufa de longa duração, aumentou para 397,7 partes por milhão (ppm) no ano passado.
“Não podemos ver o dióxido de carbono, é uma ameaça invisível, mas uma ameaça muito real”, lembrou Jarraud. “Isso significa temperaturas globais mais elevadas, mais fenômenos meteorológicos extremos, como vagas de calor, inundações, derretimento do gelo e aumento do nível do mar e da sua acidez”.

O relatório da agência da ONU é divulgado agora, a três semanas da Cúpula do Clima de Paris (COP21), que visa à tomada de medidas significativas para limitar o fenômeno do aquecimento global.

O metano, o segundo gás com efeito estufa de longa duração, também atingiu novo recorde de concentração, 1.833 ppm em 2014, segundo o relatório.

A OMM indica que, com 60% das emissões de metano provocadas pela atividade humana, principalmente a pecuária, o cultivo de arroz, a exploração de combustíveis fósseis, foi registrado aumento de 254% das concentrações desse gás na atmosfera, desde os níveis da era pré-industrial.
O protóxido de azoto, cujo impacto no clima em um período de 100 anos é 298 vezes maior que o do dióxido de carbono e que também contribui para a destruição da camada de ozônio, que protege dos raios ultravioleta do sol, registrou o ano passado uma concentração de 327,1 partes por bilhão, ou 121% dos seus níveis antes da era industrial.

Água ameaça as grandes cidades, inclusive com aquecimento limitado a +2%



 
Grandes cidades costeiras como Rio de Janeiro, Xangai, Mumbai, Hong Kong ou Buenos Aires estão sob ameaça da alta do nível do mar, inclusive com um aumento limitado a 2 graus centígrados da temperatura global, segundo relatório publicado no domingo.
Com 2º graus de aumento, a alta cobriria territórios povoados atualmente por cerca de 200 milhões de pessoas, diz o relatório do instituto de pesquisa Climate Central, publicado a três semanas da conferência do clima de Paris (COP21).
"Um aquecimento de +2ºC [o grande objetivo da conferência de Paris] representa uma ameaça existencial a longo prazo para inúmeras cidades e regiões litorais", explica Ben Strauss, um dos autores do documento.
É possível conter o fenômeno reduzindo drasticamente a emissão de gases de efeito estufa, explica o cientista. "Mas ainda teremos muitas possibilidades" para atuar, ressaltou.
O estudo, que não leva em conta a evolução demográfica nem a eventual construção de infraestruturas como diques, aponta que é difícil determinar em qual velocidade o nível do mar aumentará, seja em 200 anos (o que é pouco provável) ou em 2.000.
Em qualquer caso, se as emissões continuarem ao ritmo e causarem aquecimento do planeta de 4°C, o nível dos oceanos subiria 8,9 metros em média, provocando a submersão de áreas onde 600 milhões de pessoas vivem atualmente.
Se o aumento for de 3°C (cenário resultante caso sejam cumpridas as promessas feitas pelos estados até agora para reduzir as emissões), o aumento do nível do mar será de 6,4 metros, cobrindo áreas onde 400 milhões de pessoas vivem hoje.
Com 2º de aumento, a alta seria de 4,7 metros em média (entre 3 e 6,3 metros) e afetaria menos da metade das pessoas. Caso o aumento seja limitado a 1,5°, como pedem os estados insulares, os mais vulneráveis, a água subiria 2,9 metros e afetaria 137 milhões de pessoas.
A China é um dos países que seriam mais atingidos porque com um aumento de 4°C, a alta do nível das águas afetaria um território habitado hoje por 145 milhões de pessoas, número que ficaria pela metade com um aumento de +2°C.
Entre os 20 países mais afetados, o estudo cita países como a Índia, Bangladesh, Vietnã, Indonésia, Japão, Estados Unidos, Filipinas ou Brasil, e cidades como Hong Kong, Calcutá, Daca, Jacarta, Xangai, Rio de Janeiro ou Buenos Aires.
No Brasil, a área de cerca de 16 milhões de pessoas seria afetada por um aumento de 4°C, enquanto que um ajuste de +2°C significa uma redução de 7 milhões de afetados brasileiros (45%).
No primeiro caso, 24% da população do Rio de Janeiro e de 19% da população da capital da Argentina, Buenos Aires, sofreriam o impacto de uma subida do nível do mar, em comparação com 13% e 8% respectivamente, se o aquecimento ficar limitado em +2°C.
Um link publicado na página web da Climate Central permite visualizar o impacto em cada cidade costeira.
As projeções levam em conta a expansão do oceano quando aquecido, o derretimento das geleiras, mas também a degradação das calotas de gelo da Groenlândia e da Antártida, irreversíveis a partir de um determinado nível.
De região para região, a subida das águas não será igual. "Na maioria dos casos, pode levar até vários centímetros por século, mas os deltas e áreas urbanas" são mais vulneráveis , especialmente porque são menos protegidos por sedimentos.
Vários pesquisadores contatados pela AFP sublinharam a validade deste estudo, que se baseia principalmente em dados sobre o nível do mar fornecidos por satélites.
"Há alguns erros em determinadas áreas, mas foi o melhor que pode ser feito com os dados disponíveis publicamente", acredita Steven Nerem, da Universidade do Colorado, sobre a metodologia do estudo.
Jean- Pascal van Ypersele, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), evocou "um estudo sólido".
Para o oceanógrafo Ben Marzeion, da Universidade de Bremen (Alemanha), o estudo mostra que "o adiamento de medidas pode gerar um fardo muito grande para as gerações futuras".
Desde a Revolução Industrial, a temperatura do planeta aumentou 0,8ºC, um nível inédito gerado pelo gás procedente principalmente das energias fósseis.
A comunidade internacional, que estabeleceu o objetivo de limitar a 2ºC o aumento da temperatura do planeta, relativos à época pré-industrial, vai se reunir em 30 de novembro em Paris para tentar alcançar um acordo universal sobre o assunto.
A poucas semanas deste encontro, a publicação de relatórios como este se multiplica. O Banco Mundial alertou em um estudo difundido no domingo que o planeta terá 100 milhões de pessoas a mais vivendo na pobreza extrema em 2030 caso o impacto do aquecimento global não seja limitado.
Ben Strauss, co-autor da pesquisa da Climate Central, estima que é "possível mudar, tanto a economia como a política". "Algumas reuniões históricas traçaram fronteiras territoriais. A COP de Paris afetará a fronteira global entre terra e mar".

Cientistas chegam a conclusão sobre megaestrutura alienígena


Estrela: Jason Wright acreditava que ETs estavam capturando energia do astro


O Instituto de Pesquisa por Inteligência Extraterrestre (Seti, em inglês) em Mountain View, na Califórnia, revelou que a “megaestrutura alienígena”, encontrada em torno de uma estrela distante da Terra, não é fruto de tecnologia alienígena.
O sistema estrelar KIC 8462852 ficou conhecido no mês passado após Jason Wright, astrônomo da Universidade Penn State, sugerir que o padrão de luz da estrela evidenciava escurecimento incomum de 20%.
Para Wright, esse dado significava que uma estrutura com painéis solares foi construída em torno da estrela – e que foi arquitetada por alienígenas para captar energia do astro.
A fim de investigar esse comportamento pouco comum da KIC 8462852, o Instituto Seti utilizou o Telescópio Allen Array para examinar a estrela. O aparelho tem 42 antenas, cada uma com seis metros de altura.
Durante duas semanas, as antenas procuraram sinais com frequências entre um e dez GHz – que seria consistente com as emissões de alienígenas usufruindo a energia de uma estrela. Além disso, os cientistas enviaram “sinais de saudações”, de ordem de 1 Hz de largura, para a estrutura. O objetivo era fazer contato com os supostos ETs.
Porém, os pesquisadores não obtiveram sucesso. “A história da astronomia sempre nos mostra que, cada vez que pensávamos que tínhamos encontrado um fenômeno extraterrestre, estávamos errados”, observa Seth Shostak, astrônomo do Seti, em um comunicado.
Apesar de os resultados não revelarem a presença de alienígenas na estrela, o comunicado do instituto nota que há um sinal de significante baixa frequência apontado na direção da Terra que ainda não foi estudado.
No entanto, a falta de uma detecção na faixa de frequência de microondas sugere que o objeto é, provavelmente um evento natural e, não, artificial. Assim, a teoria que Tabetha Boyajian, astrônoma da Universidade de Yale (EUA), apresentou em setembro sobre a possibilidade de que a estrutura foi originada por uma chuva de cometas, parece ser a mais correta.

Chile: Deserto do Atacama pela segunda vez se cobre de flores e muda a paisagem

Chile: Deserto do Atacama se cobre de flores e muda a paisagem

 

Já é a segunda ocorrência do fenômeno em 2015.
Conhecido como o lugar mais seco do mundo, o Deserto do Atacama, no Chile, passa por uma mudança radical em sua paisagem de tempos em tempos e se enche de flores. Mas este ano o fenômeno apareceu como não era visto há décadas, e partes do deserto ficaram parecendo um tapete de cores vivas. Mais um ponto a favor do país que apresenta algumas das paisagens mais impressionantes da América do Sul.
O acontecimento é mais um dos efeitos que o El Niño tem pelo mundo. Há alguns meses, o local recebeu o maior volume de chuva visto nos últimos 20 anos, o que deu força ao "deserto de florescência", como é chamado.
Outro fato raro, em 2015, as flores tomaram o lugar do cenário desértico duas vezes. A primeira foi em março e agora, com a aproximação do verão, ele se repete. Os moradores e autoridades das cidades ao redor do novo deserto florido esperam um aumento considerável de visitantes e turistas na região. E vendo as fotos é fácil entender qualquer um que queira ver a paisagem de perto.

domingo, 8 de novembro de 2015

Muro com figuras humanas de 1500 anos é descoberto no Peru

Figuras humanas foram identificadas por especialistas Foto: Dante Piaggio / El Comercio-Perú/GDA
 
Um grupo de arqueólogos descobriu no santuário da Lua, na região de Liberdade (norte do Peru), um muro da cultura pré-espanhola Moche de 1.500 anos, ondese destacam frisos de figuras humanas, informou o diário El Comercio neste domingo.(Dante Piaggio / El Comercio/Reprodução)
Um grupo de arqueólogos descobriu no santuário da Lua, na região de Liberdade, no norte do Peru, um muro de 1.500 anos da cultura Moche, no qual se destacam frisos com dez figuras humanas, informou o diário peruano El Comercio neste domingo.
As figuras de 1,60 metro de alturas estão de mãos dadas e levam na cabeça adornos parecidos com o da Senhora de Cao, que teria governado o norte do Peru no século IV d. C., e cujo corpo está no museu de mesmo nome em Liberdade. Supõe-se que o muro onde aparecem delimitava um espaço sagrado, declarou ao El Comercio Ricardo Morales, diretor do Projeto Arqueológico Santuário de Moche.
A cultura Moche, também chamada cultura Mochica, desenvolveu-se entre os séculos I e VII d.C.. A descoberta de túmulos intactos de governantes como o Senhor de Sipan e a Senhora de Cao permitiu aos arqueólogos desvendar alguns segredos dessa cultura pré-inca.

Compromissos de redução de emissões - A última chance do planeta Terra contra a mudança climática

Compromisos de reducción de emisiones de los países de cara a la cumbre del clima de París
Não se trata de insetos e flores do campo. Falamos de secas, perdas de lavouras, fome e refugiados climáticos, cidades alagadas e empresas energéticas que debatem quando e como devem se transformar. A ciência deixou sem espaço os negacionistas da mudança climática. "Eu me enganei”, reconheceu semanas atrás o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, quando questionado sobre as dúvidas que manifestou no passado a respeito da importância do fenômeno. O aquecimento global esteve ausente da pauta legislativa do Governo espanhol durante toda esta legislatura
Os principais líderes do planeta, de Barack Obama a Xi Jinping, passando pelo Papa e por Angela Merkel, há tempos alertam para a dimensão do problema. E há meses se preparam para a cúpula que começa no próximo dia 30 em Paris, na qual 195 países buscarão selar um acordo global contra a mudança climática.
Após 20 reuniões anuais desse tipo convocadas sob o guarda-chuva da ONU, há esperanças de que a cúpula da capital francesa finalmente leve a um acordo global que envolva todos os países. “É a última chance”, diz Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática. Mas essa última chance só servirá para que este problema tenha um impacto “manejável” para a humanidade.


Poluição em Paris, na semana passada. / Getty Images
 
Porque a principal batalha já foi perdida. “Não vamos evitar a mudança climática”, alerta Figueres. A enorme quantidade de gases do efeito estufa – principalmente o dióxido de carbono (CO2) – que a humanidade já expeliu na atmosfera torna o aquecimento irreversível, conforme a ciência alertou e os 195 Governos acataram. Por isso, se trata agora de mitigar o problema e se adaptar.
E sobre mitigação e adaptação – com os respectivos financiamentos – será a discussão em Paris.
 fórmula escolhida para enfrentar a mitigação é a dos compromissos voluntários que os Estados apresentam antes da cúpula. Até agora, 156 já registraram suas contribuições para reduzir as emissões nacionais de gases de efeito estufa, geradas pela queima de combustíveis fósseis na indústria e transporte e pela atividade agrícola. “Todas as grandes economias e os grandes emissores já aderiram”, ressalta Miguel Arias Cañete, comissário (ministro) europeu de Ação Climática e Energia. Cerca de 90% das emissões globais estão atreladas a esses compromissos. Só a China, os EUA e a UE acumulam 50%. “Em Kyoto [o protocolo a ser substituído em Paris] havia 35 países e as metas só cobriam 11% das emissões globais", acrescenta Arias Cañete. China e EUA ficaram de fora daqueles compromissos de redução. “Este não é um Kyoto II. Agora é mais expansivo, e todos participam”, argumenta Valvanera Ulargui, diretora do Escritório Espanhol de Mudança Climática.
EL PAÍS.com

Mesmo sem ser tóxica, lama de barragem em Mariana deve prejudicar ecossistema por anos

O equivalente a quase 25 mil piscinas olímpicas de lama foi despejado nas redondezas próximas à barragem que se rompeu na cidade de Mariana, em Minas Gerais.
A mineradora Semarco (responsável pelo local) garantiu que não há nada tóxico nos 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro liberados durante o acidente.
Mas especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmaram que, apesar de o material não apresentar riscos à saúde humana, ele trará danos ambientais que podem se estender por anos.
“Comparado ao mercúrio, por exemplo, esse rejeito não é tóxico, já que é formado basicamente por sílica. Ninguém vai desenvolver câncer, nada disso. O risco não é para ao ser humano, mas para o meio ambiente", disse o professor de geologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Cleuber Moraes Brito, que é consultor na área de meio ambiente e mineração.
"Essa lama avermelhada deve causar danos em todo o ecossistema da região, impactando por anos seus rios, fauna, solo e até os moradores, no sentido de que o trabalho deles, como a agricultura, pode se tornar impraticável."

Solo alterado

Os danos ao meio ambiente no entorno da barragem podem ser, a grosso modo, químicos ou de ordem física.
O primeiro diz respeito à desestruturação química do solo, não só pelo ferro, mas também por outros metais secundários descartados durante o processo de mineração.
Segundo Cleuber, esse solo recebe uma incorporação química anormal, já que o resíduo tem excesso de ferro, que pode alterar o pH da terra.
 
Reuters
Já o impacto físico dos rompimentos dizem respeito à quantidade de lama - e não à composição.
"O problema não é o material em si, mas o fato de a lama ter coberto a região, soterrando a vegetação", diz Mauricio Ehrlich, professor de geotecnia da COPPE, da UFRJ.
"Esse resíduo é pobre em material orgânico, ou seja, não favorece o crescimento de vegetação. Assim, o que acontece é que essa lama vai começar a secar lentamente, criando uma capa ressecada por cima do solo, dificultando a penetração de água. E, por baixo, esse solo segue mole."
Maurício afirma ainda que, além do solo infértil, outro impacto ambiental está relacionado aos rios da região. Com o vazamento, os sedimentos vão sendo arrastados e se depositando nos trechos onde a corrente é mais fraca.
Isso prejudica a calha dos rios, que podem ser assoreados, ficarem mais rasos ou até terem seus cursos desviados.
 
Outro risco é o de que muitas nascentes sejam soterradas.
Esse impacto nos recursos hídricos também afeta sua fauna, especialmente peixes e microrganismos que compõem a cadeia alimentar nos rios.
"Mudança no perfil do solo, impacto nos recursos hídricos, na fauna. Quanto tempo a natureza vai demorar para assimilar tudo isso?", questiona o geólogo da UEL.
Segundo ele, apesar de ainda ser cedo demais para se ter essa resposta, é possível dizer que um programa para resgatar a área degradada em Mariana dure cerca de 5 a 10 anos.
Os especialistas salientam que é preciso fazer um levantamento do impacto, sendo que uma das primeiras medidas reais será retirar a lama o quanto antes, especialmente por meio de escavação.
BBC

Peru cria uma das maiores reservas naturais do mundo

Resultado de imagem para fotos de uma das maiores reservas naturais no Peru
 
Parque Nacional Sierra del Divisor, criado neste domingo pelo governo do Peru, abrange uma das maiores reservas naturais do mundo, ao se integrar a um gigantesco corredor ecológico amazônico que também compreende territórios do Brasil e da Bolívia.
A criação do parque foi oficializada pelo presidente peruano, em cerimônia realizada na comunidade nativa de Nuevo Saposoa, na região amazônica de Ucayali.
Sierra del Divisor compreende mais de 1,3 milhão de hectares entre as regiões amazônicas de Loreto e Ucayali, na fronteira do Peru com o Brasil, e reúne "uma variedade extraordinária de espécies ameaçadas, muitas das quais não existem em nenhuma outra parte do mundo", destacou a organização internacional Avaaz.
A Avaaz, que impulsionou uma campanha mundial que coletou mais de um 1,1 milhão de assinaturas para pedir ao governo peruano a criação do parque nacional, afirmou que a medida beneficiará 21 comunidades indígenas e 42 outros assentamentos, além de 230 mil pessoas que obtêm alimentos e fontes de água na região.
O presidente, Humala, que chegou a Nuevo Saposoa, afirmou que se trata de um espaço "único na terra".
De acordo com o governante, a criação da reserva faz parte dos compromissos que o Peru assumiu nos anos anteriores, quando organizou a cúpula do clima das Nações Unidas COP20.
"O Peru realizou no ano passado a conferência sobre a mudança climática, na qual assumimos o compromisso de reduzir nossas emissões de carbono em mais de 30%. Sierra del Divisor vai nos permitir fazer isto", garantiu.
O líder peruano também disse que o país envia uma mensagem ao mundo em meio ao problema do aquecimento global e demonstra sua aposta pela natureza e pelo meio ambiente.

A Sociedade Peruana de Direito Ambiental (SPDA) destacou a decisão de Humala e assinalou que neste território se encontram povoações indígenas em isolamento voluntário e em contato inicial.
A SPDA já havia alertado que a região é ameaçada pelo desmatamento e pela mineração ilegal, assim como pelo tráfico de drogas, por isso era urgente a criação de uma área de conservação especial.
A nova categoria permitirá "melhorar a proteção dos territórios em onde se desembrulham" os indígenas e conservacionistas, já que os parques nacionais contam com ferramentas de gestão que os permitem ter mais proteção e fontes de financiamento, entre outros recursos.
O diretor de campanhas da Avaaz, Luis Morago, afirmou que, há até pouco tempo, o anúncio do governo peruano "parecia impossível".
"Esta decisão termina a luta, durante mais de 20 anos, de grupos indígenas e organizações da sociedade civil pela proteção oficial da região", disse a organização.
Sierra del Divisor é uma região de selva coberta de montanhas de origem vulcânica que, segundo o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (Sernanp), é uma das zonas geológicas mais antigas da Amazônia, apesar de quase não ter sofrido a interferência do homem.

Efeitos da mudança climática levarão 100 milhões à pobreza até 2030, diz BM

What is climate change
 
Cerca de 100 milhões de pessoas podem ser atingidos pela pobreza até 2030 caso não sejam tomadas mais medidas para combater a mudança climática, em grande parte devido a seus efeitos sobre a agricultura, indicou o Banco Mundial (BM) neste domingo.
Em seu relatório "Ondas sísmicas: Administrando o impacto da mudança climática na pobreza", o organismo ressaltou o alto risco que essas pessoas enfrentam devido a possíveis problemas nas colheitas, alta do preço dos alimentos e maior incidência de doenças.
O BM divulgou que as regiões com mais problemas se encontram na África levarão e no sudeste da Ásia.
"A mudança climática atinge mais duramente os mais pobres, e o nosso desafio agora é proteger dezenas de milhões de pessoas de cair na extrema pobreza devido a isso", disse Jim Yong Kim, presidente do organismo.
Jim enfatizou que, como consequência, "acabar com a pobreza extrema não será possível a menos que tomemos ações contundentes para reduzir a ameaça da mudança climática".
Os dados do BM apontam que as perdas na colheita global podem ser de 5% em 2030 e de 30% em 2080; e acrescentou que estudos calculam cerca de 150 milhões de pessoas em risco de contrair malária pelo aquecimento global.
O estudo foi divulgado a três semanas da abertura da cúpula da mudança climática (COP21) em Paris.
De acordo com o BM, o número de pessoas que vivem em condições de extrema pobreza no mundo, aquelas vivem com menos de US$ 1,90 ao dia, se situará no final de 2015 em pouco mais de 700 milhões de pessoas, o significa mais de 7,5% da população mundial.

sábado, 7 de novembro de 2015

Quinze anos de vida humana na Estação Espacial Internacional

Há 15 anos, completados nesta semana, pessoas passaram a viver na Estação Espacial Internacional de forma constante.
O gigantesco laboratório está se movendo a 8 km por segundo (5 milhas/s) desde que a primeira parte dele foi colocada em órbita, em 1998.



A primeira tripulação, Expedition One, chegou à estação no dia 2 de novembro - e, desde então, sempre há alguma pessoa a bordo.
A estação é um projeto envolvendo Estados Unidos, Rússia, Canadá, Europa e Japão.
De acordo com a Nasa, ela é do tamanho de um campo de futebol americano (que é um pouco maior que um campo de futebol).

A parte em que os astronautas vivem e trabalham é do tamanho de um Boeing 747.
A Estação Espacial Internacional orbita a Terra 15,54 vezes por dia. É o segundo maior objeto no céu depois da Lua.
 


A primeira missão durou cerca de cinco meses. A missão mais recente (Expedition 45) ficará por lá mais de três meses até que a tripulação retorne para a Terra, em 22 de dezembro.
Desde o ano 2000, 220 pessoas de 17 países diferentes visitaram a estação. A primeira tripulação era composta de três astronautas dos EUA, Rússia e Ucrânia.



No momento, seis pessoas estão a bordo e, apesar de elas fazerem pausas curiosas para brincar com laranjas flutuantes, o trabalho de um astronauta pode ser complicado.
As tarefas da Expedition 45 incluem conduzir experiências "que ajudam pesquisadores a estudar matéria escura e raios cósmicos, investigando as interações de chamas no movimento e ignição de gotículas e avaliar os efeitos do voo espacial em telômeros de cromossomos".
Esta foto mostra materiais sendo testados no espaço.

Nasa

As amostras são colocadas do lado de fora da estação os efeitos da incidência de luz solar direta, raios ultravioletas, calor extremo e radiação em certos materiais. Isso pode ajudar a projetar naves espaciais no futuro.
Pesquisas biológicas na Estação Espacial Internacional ajudaram a desenvolver tratamentos de males como distrofia muscular.



A estação pode ter um papel importante em eventuais missões futuras a Marte como um "trampolim", diz a Nasa.
Mas ela também consegue ver a Terra de perto. Aqui, você pode ver detalhes de ruas e parques em Paris, incluindo a Torre Eiffel (circulada abaixo).



Às vezes, a estação espacial pode ser vista da Terra.
Na véspera de Natal do ano passado, foi possível ver seus rastros (circulados) sobre Londres.
.


Viajar pelo espaço não é tão solitário hoje quanto já foi. Os astronautas podem fazer ligações com vídeo para suas famílias.
Há alguns anos, até o presidente dos EUA, Barack Obama, ligou para eles. Obama queria dar parabéns à tripulação por ter conseguido acrescentar uma nova cúpula de observação à estação.



Você se lembra do que estava fazendo no dia 28 de fevereiro de 2011? Os astronautas da Nasa Steve Bowen e Alvin Drew provavelmente lembram. Eles ficaram amarrados do lado de fora da estação por mais de seis horas.
Foi uma caminhada espacial planejada para manutenção. Astronautas russos e americanos fizeram 118 caminhadas espaciais desde o ano 2000.




Nesta foto, é possível ver a aurora austral "deslizando" sobre a superfície do globo.



Mas note também a asa da nave espacial da Nasa Atlantis no primeiro plano. Ela havia saído da Terra em um missão de 12 dias para levar suprimentos.
BBC Brasil

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Imagens de Explosões Solares filmadas



O Observatório de Dinâmica Solar da NASA (SDO, na sigla em inglês) publicou um vídeo com novas imagens do Sol como nunca antes se viu: em definição ultra HD (4k), ou seja, o dobro de resolução da alta definição.
As imagens do vídeo foram captadas em 10 comprimentos de onda diferentes. Muitas vezes essas longitudes são ultravioletas, por isso não são visíveis ao olho humano. O telescópio opera captando as imagens e depois lhes acrescenta uma cor que não é real, mas que permite ver os fenômenos na superfície. Esses filtros mostram as camadas em diferentes alturas na atmosfera do Sol, proporcionando informação sobre sua temperatura, evolução, atmosfera, mudança repentinas.
Os caracóis que aparecem nas imagens correspondem a linhas de campo magnético. "O efeito é semelhante ao que ocorre com as limalhas de ferro colocadas sobre um ímã. Estamos vendo a forma do campo magnético do Sol", explica Luis Ramón Bellot, pesquisador do Departamento do Sistema Solar do Instituto Astrofísico da Andaluzia (IAA). "Podemos observar o gás da atmosfera do Sol que segue a forma do campo magnético. Como esse gás está muito quente, brilha muito", acrescenta.
Em alguns casos, esses caracóis que se formam na superfície estão mais fechados que outros. "Isso acontece porque os polos norte e sul do campo magnético se encontram muito próximos", explica o pesquisador.
Os caracóis também estão associados às manchas solares. É aí onde os campos magnéticos são muito mais intensos. Uma só mancha pode chegar a medir até 12.000 quilômetros (quase tão grande como o diâmetro da Terra), mas um grupo de manchas pode alcançar 120.000 quilômetros de extensão, e até mais.

A excepcional potência do astro

As explosões vistas no vídeo também têm relação com o campo magnético. Quando o campo magnético intenso sobe à superfície, tem muitíssimo mais energia que o gás que forma a atmosfera do Sol. "Ao subir até a atmosfera, pode acontecer de não ter energia suficiente para explodir e se reconfigura em um estado de mínima energia: nesse processo libera energia magnética", ressalta Bellot.
Quando a força do campo magnético emerge pode ocorrer também de se encontrar com outro campo na superfície. "Essa reconexão libera uma quantidade muito forte de energia, na qual os campos magnéticos desaparecem, as linhas do campo se desprendem e é produzida a liberação de gás no espaço", afirma Bellot.
Esse fenômeno é conhecido como "ejeções de massa coronal". São as explosões mais fortes do Sistema Solar, capazes de alcançar uma velocidade próxima da luz.
O brilho que se observa justo antes das expulsões de massa coronal é conhecido como "fulguração". "Somente quando o campo magnético é muito grande e intenso há energia suficiente para produzir uma fulguração e uma expulsão de massa coronal. As fulgurações são muito mais frequentes", explica o pesquisador do IAA.
Apesar de essas explosões poderem ter efeitos negativos em nossos sistemas eletrônicos espaciais, como os telescópios e os satélites, a maior parte da energia que nos chega é em forma de luz. "As explosões são muito intensas, mas duram instantes. A maior parte da energia do Sol é liberada em forma de radiação solar, em todos os comprimentos de onda. Essa energia, que é o que faz com que a estrela viva, é gerada no núcleo", observa Bellot.
Esse vídeo prova, enfim, uma reflexão do astrônomo Jan Olof Stenflo, do Instituto de Astronomia ETH, da Suíça. "O campo magnético é o ingrediente básico do Sol, o agente que causa toda a atividade. Sem campo magnético, o Sol seria uma estrela muito chata."