Um lixo espacial proveniente de um foguete lunar vai entrar na atmosfera nesta sexta-feira e irá se desintegrar sobre as águas territoriais do Sri Lanka, de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), que espera estudar o fenômeno.
"Este evento apresenta um risco extremamente baixo para as pessoas, mas poderia ajudar os cientistas a entender melhor como objetos - naturais ou antrópicas - reagem com a atmosfera da Terra", explicou a ESA.
O lixo espacial, batizado WT1190F, deve entrar na atmosfera da Terra e se desintegrar por volta das 4h18 (de Brasília) no Sri Lanka, contou à AFP Jérémie Vaubaillon, astrônomo do Observatório de Paris.
Iniciando sua entrada a cerca de 100 km da Terra, o objeto, que mede "no máximo alguns metros de diâmetro", vai ficar muito quente ao entrar em contato com moléculas da atmosfera e depois se desintegrar, segundo a ESA.
Grande parte do WT1190F vai queimar. O resto deve cair no oceano a cerca de 65 km da costa sul do Sri Lanka. "A sua massa não é suficiente para constituir um risco para a área, mas o show pode ser espetacular, porque por alguns segundos o objeto vai se tornar muito brilhante no céu", diz a ESA.
"Inicialmente, não há perigo para as populações em terra firme já que os destroços residuais cairão na água", declarou Jérémie Vaubaillon.
Descoberto em 2013, o WT1190F foi inicialmente confundido com um asteroide antes que os astrônomos percebessem recentemente que era lixo espacial.
Com a proliferação de dispositivos enviados ao espaço, a queda de lixo espacial se tornou muito comum.
Mas o WT1190F é especial. "Ele chega de muito longe e sua órbita é 'caótica'. Nós acreditamos que trata-se de um terceiro estágio de foguete espacial lunar, mas não sabemos de qual país", afirmou Vaubaillon.
"Sua órbita é matematicamente impossível de prever", afirmou. Por isso, a "surpresa" dos astrônomos.
O Observatório de Paris está enviando duas pessoas para o Sri Lanka para fazer imagens de sua entrada na atmosfera.
Por seu lado, os especialistas da ESA irá acompanhar o evento de um avião, o que irá garantir a sua visibilidade independentemente do clima, de acordo com Vaubaillon.
Um barco da Marinha do Sri Lanka será despachado para tentar recuperar os destroços, acrescenta.
A ESA espera que a observação do evento permitirá "melhorar os modelos e ferramentas que predizem retornos na atmosfera" de detritos espaciais ou asteroides.
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