segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Primavera pode chegar três semanas antes em 2100, diz estudo

Rosa
 
A primavera pode chegar com 23 dias de antecedência em 2100 na América do Norte. De acordo com um estudo publicado no Environmental Research Letters, que levou em conta a tendência climática de 1950 até os dias atuais e projetou o futuro até o final deste século, isso pode trazer problemas para a fauna e a flora.
Pássaros migratórios, habitados a mudar de local em determinadas épocas do ano, podem ficar confusos com a mudança climática e os bandos das espécies que optarem por adiar a viagem podem sofrer baixas. Animais que hibernam no inverno também devem ter problemas de adaptação à chegada antecipada da primavera.
As flores que desabrocharem antes da hora podem, ainda, ser afetadas, especialmente as que não têm proteção contra temperaturas mais frias. 
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Isso aconteceria devido às "primaveras falsas", períodos que parecem ser o início da primavera seguidos de ondas de frio do inverno.
"Estamos expandindo a nossa pesquisa para cobrir todos os tipos de temperaturas extremas, incluindo secas e ondas de calor", afirmou Andrew Allstadt, um dos autores do estudo. "Particularmente, estamos interessados em saber como elas afetam a migração de pássaros em refúgios de vida silvestre."
Exame.com

Cientistas podem ter encontrado megaestrutura alienígena

 
Alienígenas
Alienígenas: eles podem estar retirando energia de uma estrela
 
Em uma estrela muito, muito distante da Terra (mais precisamente a 1.480 anos-luz), “caçadores de planetas” podem ter descoberto uma estrutura alienígena no espaço. Essa história poderia até parecer um roteiro da trilogia Star Wars, se não fosse real.
O telescópio espacial Kepler da Nasa localizou em 2009 uma estrela entre as constelações de Cisne e Lira da Via Láctea, a KIC 8462852. Ela era estudada como qualquer outra das 150 mil estrelas encontradas pelos pesquisadores do “Caçadores de Planetas” – programa que examinou os padrões de luz emitidos por astros.
No entanto, em 2011, os cientistas perceberam que o padrão de luz da KIC 8462852 estava irregular. Ele sugere que um grupo complexo de objetos está orbitando a estrela. Geralmente, esses artefatos indicam a formações de um novo planeta. Mas no caso do KIC 8462852, essa afirmação é incorreta, já que a estrela é muito antiga.
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“Nós nunca tínhamos visto nada como esta estrela. Foi muito estranho”, disse Tabetha Boyajian, astrônoma na Universidade de Yale, à revista Atlantic. “Achamos que os dados pudessem estar incorretos, mas tudo checava.”
Intrigados pela descoberta, os astrônomos publicaram um estudo com algumas hipóteses sobre o mistério. Uma delas diz que uma nuvem de cometas foi puxada para dentro da órbita por uma estrela de migração. Segundo a teoria, enquanto os cometas se quebram na órbita da estrela, o padrão de luz pode se tornar irregular.
Contudo, há outra hipótese, bem mais interessante. Jason Wright, um astrônomo da Universidade Penn State, sugeriu que o padrão de luz da estrela é consistente como um enxame de megaestruturas. Para ele, a tecnologia da estrutura está coletando energia do astro.
“Quando [Boyajian] me mostrou os dados, eu fiquei fascinada por essa ideia maluca”, Wright disse à Atlantic.
“Alienígenas devem sempre ser a última hipótese a se considerar. Mas isso parecia ser algo que se espera que uma civilização alienígena construa.”
 
Estrutura alienígena
Enxame: como parece a megaestrutura alienígena
 
Como comprovar?
Para comprovar sua teoria, Boyajian e Wright querem apontar uma antena de rádio em direção à estrela. Com isso, os cientistas querem descobrir se ela emite ondas de rádio em frequências associadas com atividades tecnológicas.
“Se nós ouvirmos emissões de rádio provenientes dessa estrela, eu não posso imaginar qualquer outra explicação”, conta Wright, em entrevista ao site Popular Science.
 
Se a KIC 8462852 estiver emitindo as frequências, os pesquisadores pretendem utilizar o telescópio Very Large Array, localizado no Novo México (EUA), para explorar ainda mais a estrela. Caso Boyajian e Wright estejam corretos, a primeira observação terá início em janeiro.
Os cientistas podem até não descobrir uma megaestrutura alienígena. Porém, eles podem revelar algo que pode ser tão fascinante quanto ETs tentando roubar energia de uma estrela. 
Exame.com

Os lugares naturais mais perigosos do mundo





 
De pequenos riachos a grandiosas crateras vulcânicas, lugares guardam ameaças ao ser humano em meio a cenários deslumbrantes
Para muitas pessoas, a adrenalina e o sentimento de medo são motivos mais que suficientes para colocar o pé na estrada e desvendar lugares inóspitos. Não por acaso, diversos locais assustadores no planeta são verdadeiros pontos turísticos, que atraem aventureiros ávidos por novos descobrimentos e aquele friozinho na barriga. Como explicar o turismo em Chernobyl - por exemplo -, ou as visitas frequentes à cidades fantasmas?
Mas não somente os lugares abandonados ou sobrenaturais atraem os flashes dos visitantes mais corajosos. A natureza também é responsável por grande parte dos pontos turísticos assustadores - verdadeiras armadilhas naturais,espalhadas por ilhas remotas, montanhas imponentes, animais ferozes e fenômenos incomuns que desafiam a capacidade do homem.
Os cenários são os mais variados. No Brasil, uma pequena e remota ilha em São Paulo é simplesmente impossível de ser habitada por nós, por conta de um morador pouco amigável. No Turcomenistão, uma cratera pega fogo há mais de 40 anos e, na Inglaterra, um pequeno córrego atrai nadadores para a morte.
Os lugares naturais mais perigosos do planeta:
Lago Karachay (Rússia) - Assim como a Cratera de Darvaz, o Karachay também contou com a colaboração humana para ganhar esse aspecto tenebroso. O lago foi usado na década de 1950 como local de despejo de resíduos radioativos - utilizados para a construção de armas nucleares pela União Soviética. Na época, cientistas acreditavam que não havia possibilidade daquele líquido escoar, já que a lagoa não fazia ligação com nenhum outro canal. Contudo, durante o período de seca, a água poluída pode evaporar, espalhando partículas nucleares por regiões distantes e densamente povoadas. O evento aconteceu em 1967, quando cerca de 500 mil pessoas foram contaminadas pelos fragmentos, gerando um surto de leucemia na população.
Hoje, o Karachay é considerado o lugar mais poluído da terra, com radiação suficiente para matar uma
Ilha da Queimada Grande (São Paulo) - Localizada a cerca de 35 quilômetros do litoral de São Paulo, a Ilha da Queimada Grande é considerado um dos lugares mais perigosos e mortais para o ser humano no planeta. Não há abalos sísmicos, nem vulcões, tampouco radioatividade. A ameaça aqui é outra: a isolada ilha é infestada de cobras peçonhentas que podem matar uma pessoa em menos de uma hora. Algo comum nas florestas brasileiras, não fosse a quantidade exorbitante destes animais. Calcula-se que há cerca de cinco serpentes por metro quadrado, em uma área de aproximadamente 43 hectares. Junte isso ao fato de que não há fontes de água potável no local. Por isso, nenhum mamífero sobrevive por muito tempo neste pedaço de terra.
Depressão de Afar (Chifre da África) - Também chamada de "Triângulo de Afar", a Depressão é uma região do leste de África onde ocorre o encontro de pessoa em menos de uma hora. Ninguém nunca arriscou entrar nestas águas.
três placas tectônicas que se separam em um ritmo avassalador - cerca de dois centímetros por ano. Esta intensa movimentação geológica provoca o surgimento de crateras repentinas, fissuras, gêiseres e fontes termais deslumbrantes e muito perigosas. Além disso, a região - que engloba a Eritreia, Etiópia, Somália e Djibuti -, abriga nada menos que 12 vulcões muito ativos, e é constantemente atingida por terremotos intensos. Pesquisadores acreditam que este enorme estresse na crosta terrestre poderá dividir a África em duas.
Lago Nyos (Camarões) - Localizado no interior da cratera de um vulcão inativo, o Lago Nyons é, aparentemente, inofensivo. No entanto, o buraco é extremamente profundo e, apesar das atividades vulcânicas estarem extintas, o magma continua se movimentando por debaixo da terra. O resultado é que, ocasionalmente, o lago libera uma grande quantidade de monóxido de carbono, gás muito tóxico para os seres vivos. Em 1986, o fenômeno matou mais de 1800 pessoas, a maioria moradores de regiões ribeirinhas. Para evitar novas tragédias, o governo camaronês instalou dispersores na superfície da lagoa.
Ilhas de Izu (Japão) - Izu é um deslumbrante arquipélago formado por mais de 20 ilhas e ilhotas de origem vulcânica, sendo nove delas habitadas. A primeira vista, é um lugar paradisíaco, repleto de praias deslumbrantes e florestas intocadas. No entanto, Izu fica em um lugar geologicamente intenso,
no encontro de três placas tectônicas. Por isso, possui um potencial de atividade vulcânica altíssimo, e constantemente é acometido por tremores de terra e tsunamis.
O caso mais emblemático fica na ilha de Miyake-Jima. Durante a história, o local sofreu com as inúmeras erupções do vulcão Monte Oyama, fazendo com que a população local tivesse que ser evacuada. O evento mais recente foi em 2000, quando toda a ilha foi isolada por conta dos gases tóxicos oriundos do monte. Os moradores só puderam voltar em 2005. Atualmente, por conta do possível risco de novas emissões de gases muito venenosos, os habitantes precisam andar com máscaras por todo o canto da ilha. Mesmo assim, o turismo é forte na região.
Redemoinho de Corryvreckan (Escócia) - O intenso redemoinho que ocorre no Golfo de Corryvreckan, na Escócia, é considerado um dos mais violentos do mundo. Tudo isso porque o fenômeno ocorre ininterruptamente, para pesadelo dos navegadores escoceses. Pesquisadores acreditam que o evento é formado pela união de fortes correntezas, com desníveis consideráveis no fundo do mar. Em dias de mar calmo, é possível chegar bem perto do redemoinho, apesar de ser bastante perigoso.
Cratera de Darvaz (Turcomenistão) - Não é por acaso que esta cratera é chamada de "porta para o inferno". Apesar de ser um evento natural, Darvaz contou com uma "ajudinha" do homem para ficar desse jeito assustador. O local é um campo de gás natural que, em 1971, foi identificado como uma possível fonte de petróleo. Na época, cientistas da União Soviética montaram uma plataforma de perfuração para avaliar a quantidade de óleo disponível na região. No entanto, durante as escavações, foi descoberta uma caverna subterrânea de grande profundidade repleta de gases tóxicos. A quantidade era tão grande que a plataforma cedeu, abrindo uma grande cratera e lançando um grande volume de gás metano na atmosfera.
Para resolver o incidente, pesquisadores resolveram atear fogo no buraco, pois acreditariam que, desta forma, os gases iriam ser reduzidos quando o incêndio acabasse. Contudo, a previsão não deu certo, e o local segue queimando até hoje, formando um dos cenários mais inusitados do planeta.
Pântanos da Ilha Ramree (Myanmar) - Ramree é uma ilha de pouco mais de 1300 quilômetros quadrados, que ficou amplamente conhecida por conta de seus pântanos. Durante a Segunda Guerra Mundial, o local foi palco de uma intensa batalha entre os japoneses e os Aliados. A estratégia dos orientais consistia em atravessar uma região de manguezais para poder escapar dos ataques inimigos. No entanto, o plano resultou numa imensa carnificina: o local era infestado de crocodilos gigantes que simplesmente devoraram centenas de soldados. Até hoje, a tragédia é considerada a maior em número de vítimas humanas em um mesmo ataque de animais. Atualmente, os pântanos de Ramree continuam causando temor em quem passa por perto; pelos imensos répteis que ainda vivem ali, e pelas histórias sombrias que ainda revoam o lugar.
Bolton Strid (Inglaterra) - Não parece, mas este córrego é um dos lugares mais perigosos do planeta. Aparentemente pacífico, o Bolton Strid é um rio com poucos metros de largura, mas muitos metros de profundidade. Pesquisadores acreditam que há uma imensidão de cavernas e galerias subaquáticas misteriosas, até hoje inexplorados. Por conta disso, suas correntezas são extremamente fortes e mortais. Para se ter uma ideia, todas as pessoas que nadaram neste rio, não sobreviveram para contar a história. Isso mesmo, 100% das pessoas morreram!
Lago Fervente (Ilha de Dominica) - Dominica é uma pequena e deslumbrante ilha no meio do Caribe. Sua origem vulcânica é evidenciada pela presença de um dos lagos mais peculiares do planeta, o Boiling Lake (Lago em Ebulição, em português). O nome não esconde: as águas deste córrego possuem temperaturas altíssimas, que alcançam cerca de 90ºC em suas margens. Estas condições são da borda do córrego, pois até hoje, cientistas ainda não conseguiram medir o calor da parte central - onde o líquido borbulha com mais força. A região é coberta por gases subterrâneos que preenchem as fontes termais.

Asteroide vai passar "perto" da Terra em alta velocidade

 
De acordo com o Engadget, um asteroide, que tem entre 300 e 600 metros de diâmetro, foi recentemente descoberto por um observatório no Havaí. O corpo celeste irá passar a quase 500 mil quilômetros da Terra no dia 31 de outubro.
Este asteroide irá passar a uma velocidade pouco usual de 35 km/s. Em comparação, o meteorito que foi gravado na Rússia, em 2013, tinha 17 metros e viajava a uma velocidade de 19 km/s.
A NASA afirma que não há perigo de colisão mas que iria causar uma grande destruição caso atingisse a Terra, dado o seu tamanho e velocidade.

domingo, 18 de outubro de 2015

Objetos gigantes que estão bloqueando a luz de uma estrela intrigam astrônomos

Concepção artística de uma Esfera de Dyson (Foto: Reprodução)
 
Em um ponto no meio das constelações de Lira e do Cisne, que estampam a noite estrelada do hemisfério norte, brilha uma estrela envolta em mistério. Nossa visão não consegue enxergá-la, devido aos 1,5 mil anos-luz que nos separam dela. Só mesmo os poderosos olhos telescópicos do observatório espacial Kepler foram capazes de focalizar, em 2009, este sol distante.
Até bem pouco tempo, a chamada KIC 8462852, que neste texto será carinhosamente apelidada de K, era apenas mais uma entre as cerca de 150 mil estrelas monitoradas pelo telescópio em busca de minúsculas oscilações periódicas de luz que indicassem a presença de exoplanetas. Diante da avassaladora quantidade de dados a se analisar, os astrônomos resolveram pedir a ajuda de cientistas cidadãos através do projeto colaborativo Planet Hunters.
Uma em 150 mil Em 2011, diversos voluntários começaram a rotular K como sendo “curiosa” e até “bizarra”, pois notaram que ela apresentava um comportamento muito, mas muito esquisito. O padrão da oscilação de seu brilho era realmente único, diferente do que era verificado em todas as outras estrelas estudadas pelo telescópio Kepler. Na verdade, não havia bem um padrão ali - como os astrônomos descobriram mais tarde, as variações no brilho são completamente disformes e irregulares.
Algumas duravam dias. Um dos objetos bloqueou 15% da luz liberada, e outro impediu a passagem de impressionantes 22% dos fótons emitidos. Nenhum planeta faz isso. Quando gigantes gasosos da classe de Júpiter, os maiores que conhecemos, passam em frente à estrela-mãe, eles causam uma oscilação de cerca de 1% em sua luminosidade. Segundo o astrônomo Phil Plait, do site Slate, para provocar um efeito desses, o objeto deve ter a metade do tamanho de K, que inclusive é mais massiva, mais quente e mais brilhante que o Sol.
Levando em conta todas as peculiaridades, fica difícil não pensar em aliens. “Nós nunca vimos nada parecido com essa estrela, foi muito estranho”, disse Tabetha Boyajian ao The Atlantic. A astrônoma da Universidade de Yale acaba de publicar um artigo descrevendo a descoberta, em co-autoria com vários dos cientistas cidadãos. “Nós pensamos que deviam ser dados ruins ou movimentação na espaçonave, mas tudo batia.”
Causas naturais? Se o sistema estelar de K fosse jovem, como o nosso um dia foi, ele abrigaria um imenso cinturão de objetos como asteroides e cometas, que ainda não teriam tido tempo de formar planetas. Eles poderiam explicar o padrão exótico, mas o problema é que essa estrela parece ser mais madura. Estrelas jovens são envoltas por uma espessa nuvem de poeira que emite uma grande quantidade de radiação infravermelha, o que não acontece neste caso. No artigo, Boyajian detalha algumas possíveis explicações naturais que poderiam solucionar o mistério.
Além do cinturão de asteroides, é cogitada a possibilidade de os objetos terem surgido de um impacto de escala planetária, como o que formou nossa lua, ou ainda um outro cenário, mais provável. A influência gravitacional de uma estrela próxima pode ter “empurrado” um número massivo de cometas para a região mais interna daquele sistema solar.
Por que não aliens? Mas a própria Tabetha Boyajian considera “outros cenários”. Em poucas palavras, ela acha possível que uma civilização alienígena avançada esteja construindo uma megaestrutura tecnológica em torno da estrela KIC 8462852, e isso estaria causando as esquisitas flutuações na luz detectada. Tal estrutura poderia ser algo como a hipotética Esfera de Dyson: proposta em 1960, a ideia concebe um arranjo de painéis solares que “enclausuram” uma estrela e coletam toda a energia que ela emite.
Boyajian não é a única a considerar este cenário. “Aliens devem sempre ser a última das hipóteses a se considerar, mas isso me pareceu algo que uma civilização alienígena iria construir”, disse o astrônomo Jason Wright, da Universidade Estadual da Pensilvânia. O pesquisador disse que, quando viu os dados, ficou fascinado por quão loucos eles eram. Phil Plait, do site Slate, fez questão de frisar que Wright não é só mais um desses caçadores de alienígenas que gostam de uma teoria da conspiração. “Ele é um astrônomo profissional com um histórico de pesquisa sólido”, escreveu.
Isso tudo é bem empolgante e nós podemos, sim, ficar animados - afinal, não é todo dia que cientistas de verdade incluem em suas hipóteses a alternativa “civilização alienígena”. Mas é claro que a abordagem deles continua sendo cética, mais no sentido de um “por que não aliens?”. É mais provável que algum fenômeno da natureza esteja causando as variações na luminosidade de K, mas a chance de serem ETs é concreta.
Tanto que Jason Wright e colegas vão publicar um artigo embasando esta hipótese - eles afirmam que o padrão de luz da estrela é consistente com um “enxame de megaestruturas” projetadas por aliens para coletar a luz estelar e sua energia. Wright e Boyajian estão agora em contato com Andrew Siemion, diretor do Instituto SETI, organização que vasculha as ondas de rádio do cosmos em busca de vida inteligente.
Eles vão escrever uma proposta com a ideia de tentar apontar um radiotelescópio gigante para K e ver se detectam ondas de rádio em frequências associadas à atividade tecnológica. Se tudo der certo, a primeira observação deve ocorrer em janeiro. Até lá, só nos resta levantar os olhos para o céu estrelado e mirar para onde o cisne encontra a lira. Por ora, até as frias evidências nos permitem imaginar que talvez, apenas talvez, alguém esteja olhando de volta, com seus olhos captando os fótons que se desprenderam de nosso sol por volta do ano 500 e viajaram um milênio e meio pelo espaço.
Galileu.com

Cidades mantêm erros do século 20, diz pesquisadora do clima

Termômetro
Termômetro: temperatura deve subir 3,4Cº no Rio de Janeiro e 3,9Cº em São Paulo até 2080
 
Apesar de responsáveis por 70% das emissões de gases do efeito estufa, que elevam a temperatura da Terra, as cidades caminham lentamente para se tornar sustentáveis.
No Rio de Janeiro, obras de aterros agravam o cenário e podem elevar os impactos da alteração do clima, como a transmissão de doenças, problemas de saúde e desastres naturais.
O alerta é do Núcleo Latino-americano da Rede de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Urbanas, lançado esta semana, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com instituições de pesquisa internacionais. A entidade reúne 600 cientistas de 150 países e apresentará na Conferência do Clima, em Paris, relatório sobre os impactos que já estão ocorrendo.
Segundo o documento, no Rio a previsão é que a temperatura suba 3,4 graus Celsius (Cº) até 2080, com aumento de 82 centímetros do nível do mar e 6% no volume de chuvas. Em São Paulo, as chuvas podem subir 13,9% e a temperatura ser elevada em 3,9% – dentro da média prevista para as demais cidades do planeta, que terão entre 1º C e 4º C de aumento.
Um das autoras da publicação, a professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), Cecilia Herzog, alerta que, no Rio, novas edificações, que suprimem áreas naturais, somadas à ausência de projetos para preservar e potencializar áreas verdes, desprezam evidências científicas dos riscos à população.
“Nesse momento, na zona oeste, na Barra da Tijuca, áreas para acomodar águas (de chuva e das marés, por exemplo) estão sendo aterradas violentamente nesse momento. Ou seja, apesar das evidências, estamos repetindo os erros de século 20”, alertou.
Ela criticou também a construção do novo autódromo da cidade, em substituição ao que será demolido para dar lugar ao Parque Olímpico, na zona oeste, e previsto para ser erguido pelo governo federal em área de floresta. Por falta de licença ambiental, a obra está parada.
Mudanças do clima traz doenças
Nas cidades, as mudanças do clima, além de descontrolar a temperatura, provocam problemas de saúde e doenças. Tempestades e inundações são responsáveis por ferimentos, infecções, casos de hepatite, leptospirose e diarreia, por exemplo, constatou o relatório do núcleo.
Em cidades temperadas, o calor aumenta o número de insetos e mosquitos transmissores de doenças como dengue e malária, acrescentou a pesquisadora da Fiocruz Martha Barata, que coordena o Núcleo Latino-americano da Rede de Pesquisas. Segundo ela, mudanças no clima geram estresse, alergias e doenças cardiorrespiratórias.
A recomendação dos especialistas é reduzir a emissão de gases do efeito estufa, principalmente da queima de combustíveis, o vilão nas cidades, além de se investir em projetos que reduzam impactos desastres, entre eles a criação de parque e tetos verdes nos prédios. 
“ São estratégias que facilitam a absorção de água da chuva, retem a umidade do ar, combatendo efeitos como ilha e calor e capturando o gás carbônico”, explicou Cecilia Herzog.
A pesquisadora apresentou experiência inovadora em Seattle, nos Estados Unidos, onde um estacionamento foi substituído por um parque. “Havia um córrego canalizado – que é o que mais temos no Rio – para um estacionamento. A cidade acabou com o estacionamento e criou um parque, uma área de lazer, permitindo novos ecossistemas. É a volta à vida.”
Cidades mais resilientes
Conforme a prefeitura do Rio, a cidade está em transição e as mudanças são graduais . Especialistas listam experiências inéditas no país, como o veículo leve sobre trilhos, que retirará ônibus das ruas, e a implantação de sirenes de alerta em áreas de risco de deslizamento em favelas. Outro destaque é a construção de reservatórios para evitar alagamentos em áreas centrais.
“ Por conta do piscinão [contra enchentes] na Praça da Bandeira, o Rio está incluído na relação de práticas bem-sucedidas entre as grandes cidades do mundo”, lembrou Rodrigo Pessoa, assessor do prefeito Eduardo Paes para o tema. “As questões que o Rio enfrenta (transporte e revitalização de áreas degradadas) outras cidades também enfrentam. Não estamos atrás.”
Cidades na Conferência do Clima
Na Conferência do Clima, as experiências do Rio e de Seatle serão apresentadas em encontro paralelo, junto com a de Oregon, também nos EUA, que instalou luzes LED (mais econômicas) em espaços públicos, e a de Paris, que, assim como São Paulo, amplia zonas com a redução da velocidade dos carros para reduzir a emissão de gases dos combustíveis.
“ As cidades precisam começar agora a identificar áreas de risco e planejar ações sustentáveis. Não há como impedir as mudanças climáticas, mas minimizar o impacto, o que é urgente”, afirmou a cientista Cynthia Rosenzwig, uma das diretoras globais da rede.

Europa e Rússia planejam missão conjunta para ir à Lua

 
As agências espaciais da Europa e da Rússia pretendem enviar uma missão a uma área inexplorada no polo sul da Lua. Planejada para ir ao espaço daqui a cinco anos, será a primeira de uma série de empreitadas que levará humanos de volta à superfície lunar.
De acordo com o site da “BBC”, a missão foi batizada de Luna 27. A primeira sonda, não tripulada, irá avaliar se existe água e matérias-primas na Lua para produzir combustível e oxigênio. Os trabalhos serão liderados pela agência espacial federal russa, a Roscosmos. O objetivo é continuar o programa de exploração interrompido pela União Soviética em meados de 1970.
 
Precisamos ir à Lua. O século XXI será como o "posto avançado" da civilização humana, e nosso país tem que participar desse processo”, justificou à "BBC News" um dos cientistas envolvidos no projeto, Igor Mitrofanov, que é professor do Instituto de Pesquisas Espaciais de Moscou.
Mas, diferentemente do que ocorreu nos anos 1960 e 1970, quando União Soviética e Estados Unidos viviam o período da Guerra Fria, o especialista deixou claro que, agora, será preciso "trabalhar junto com os nossos colegas internacionais”. Líder do grupo de exploração lunar do Centro de Pesquisa e Tecnologia Espacial Europeu (ESA, na sigla em inglês), com sede na Holanda, Bérengère Houdou concorda: “Nós temos a ambição de ter astronautas europeus na Lua. Estão em curso discussões em âmbito internacional para uma ampla cooperação sobre como voltar à Lua”.

 
NO LADO MAIS ESCURO DA LUA
O novo chefe da Agência Espacial Europeia, Johann-Dietrich Wörner, afirmou que está em busca de parceiros internacionais para construir uma base no lado mais distante da Lua. As missões iniciais serão realizadas por robôs. A Luna 27 vai pousar na borda da bacia da região polar sul, que tem áreas constantemente no escuro. É um dos pontos mais frios do Sistema Solar. Por conta disso, a região é entendida como uma "prisão" para água e outros produtos químicos, não alcançados pela luz do Sol.

 
Segundo o James Carpenter, principal cientista da ESA no projeto, um dos maiores objetivos é investigar o uso potencial dessa água como um recurso para o futuro, além de descobrir o que esse líquido pode nos dizer sobre as origens da vida no interior do Sistema Solar.
— O polo sul da Lua é diferente de qualquer lugar em que já estivemos — pontuou Carpenter à "BBC News". — O ambiente é completamente diferente, e, devido ao frio extremo, lá você pode encontrar grandes quantidades de água na forma de gelo e outros produtos químicos na superfície. Nós poderíamos usar isso como combustível de foguete ou como suporte para atender necessidades em futuras missões que planejamos fazer nessas locações.
O Globo.com


 



sábado, 17 de outubro de 2015

Nos próximos dias, quatro planetas estarão em aproximação aparente

Nos próximos dias, qualquer pessoa que tenha pique para pular da cama mais cedo, pouco antes do Sol nascer, poderá olhar para o céu de madrugada e ver quatro planetas em aproximação aparente. E o melhor de tudo: não vai precisar de nenhum instrumento especial. Bastam os olhos para contemplar a bela cena!
É só olhar um pouco acima do horizonte leste, onde o Sol estará para nascer, e procurar por Vênus, um ponto de aparência estelar e bem brilhante. Depois de encontrá-lo (e é bem fácil porque ele destaca bastante no céu), logo abaixo você verá outros dois pontinhos bem próximos entre si. O mais brilhante deles, à direita, é Júpiter. E o mais fraco, mas bem alaranjado, é Marte. Mercúrio é o mais difícil de ver/encontrar dentre os quatro. Ele estará mais abaixo ainda, bem perto do horizonte, e vai aparecer como um pontinho muito sutil.
Com o passar dos dias, as posições relativas dos planetas vão mudar sutilmente. E por isso, para ajudar nas suas observações, foram feitas simulações do céu aberto, horizonte leste, para as próximas madrugadas. Sem muito rigor, mas com razoável aproximação para o propósito de apenas observar o céu, as simulações valem para todo o território brasileiro.
“Se'' o céu estiver bem limpo, é show garantido! Astronomia óptica tem essa louca dependência das condições climáticas…

Simulações
As simulações abaixo foram feitas com a versão Windows do software Stellarium .

17/10/2015 - Sábado de madrugada -

planetas_simula_18outubro2015

18/10/2015 - Domingo de madrugada

planetas_simula_18outubro2015

19/10/2015 - Segunda-feira de madrugada

planetas_simula_19outubro2015

20/10/2015 - Teça-feira de madrugada

planetas_simula_21outubro2015

21/10/2015 - Quarta-feira de madrugada

A montagem abaixo destaca os planetas Vênus, Júpiter e Marte, agora vistos com mais zoom. A ideia é mostrar Júpiter e Marte um pouco mais separados já que, visualmente, estão bem próximos no céu. Nas simulações acima, em o céu mais aberto, os dois pontinhos se confundem.
 
planetas_simula_17-18-19-20_outubro2015
 
A exatidão da hora da observação (vale lembrar que estaremos em horário de verão, ou seja, com o relógio adiantado em uma hora). Basta olhar para o céu, pouco antes do Sol nascer, logo acima do horizonte. E do lado leste, onde o Sol aparece.
 
Entendendo o fenômeno
 
planetas_outubro_solarsystemscope_exagerado
 
A imagem acima é uma simulação feita on line pelo SolarSystemScope.com. Nela, propositalmente, todos os astros (Sol e planetas) estão fora de escala e exageradamente grandes. É que o software tem a opção de escolher entre uma visão realística ou uma visão exagerada mas que privilegia a beleza das esferas planetárias e da nossa estrela, o Sol.
A visão realística você confere na imagem abaixo. Cientificamente, é a mais correta e, portanto, a melhor. Mas, é a mais “feia'' pois esconde a beleza de cada um dos astros.
 
planetas_outubro_solarsystemscope_realistico
 
Seja pela imagem mais bonita (e não realística) ou pela imagem mais feia (mas cientificamente mais correta), note que, vistos da Terra, os planetas Vênus, Júpiter e Marte estão praticamente alinhados com a Terra. Isso quer dizer que, para um observador terrestre, esses planetas estarão praticamente na mesma linha de visada, ou seja, vão aparecer no céu como pontinhos visualmente próximos embora, na prática, estejam bem afastados uns dos outros.
Mercúrio, o “menos alinhado'' de todos, não está muito longe da linha imaginária que parece ligar os outros planetas. Dessa forma, também estará no céu praticamente na mesma região, apenas um pouco desgarrado do grupo formado por Vênus, Júpiter e Marte.

Águas de Marte

Águas de Marte, fonte de inspiração  (Foto: Nasa)
 
As observações de cientistas sobre o planeta Marte inspiram a indústria cultural há mais de um século. Nos anos 1880, o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli usou um telescópio para observar formações geológicas de canais na superfície marciana. Ele as chamou de “canalis”. Num erro de tradução de jornais ingleses, os canais naturais viraram sistemas de irrigação supostamente construídos por civilizações extraterrestres. A confusão inspirou o britânico H.G. Wells a escrever, em 1898, o livro A guerra dos mundos, que descrevia uma catastrófica invasão marciana à Terra. Em 1938, o ator e diretor americano Orson Welles narrou trechos adaptados do livro num programa de rádio ao vivo em tom noticioso. O episódio tornou-se uma lenda: as pessoas que começaram a ouvir o programa sem saber que era uma obra de ficção reagiram aos gritos. Houve cenas de pânico generalizado em ruas dos Estados Unidos.
Muitas músicas, livros e filmes seguiram a mesma temática a partir daí . O filme mais recente, Perdido em Marte, do diretor Ridley Scott, estreou justamente na semana de um dos anúncios mais importantes da Agência Espacial Americana. A Nasa revelou ter encontrado no planeta correntes de água salgada que descem por encostas no verão marciano. Abriu, assim, espaço para novas especulações sobre a existência de vida no planeta. Não demorou para os mais céticos dizerem que o anúncio não passava de uma ação de marketing do filme de Scott. O diretor entrou na brincadeira. “Eu sabia há meses”, disse.

Pode ter sido apenas uma feliz coincidência para Scott, mas a veia marqueteira da Nasa não é uma piada e já apareceu em várias  situações. A agência tem o costume de usar suas descobertas para pressionar os políticos americanos a garantir os vultuosos recursos necessários para suas explorações espaciais. Só o front marciano, segundo reportagem da revista Wired, deve consumir um montante entre US$ 80 bilhões e US$ 100 bilhões nos próximos 20 anos. Andy Weir, autor do livro que deu origem a Perdido em Marte, disse que a Nasa viu em sua obra uma oportunidade para “reengajar o público nas viagens espaciais”. Não é por acaso que os principais anúncios da Nasa nos últimos anos ocorrem no segundo semestre. Nessa época, nos Estados Unidos, os órgãos públicos começam a corrida para brigar por uma fatia maior do orçamento federal do ano seguinte. Há dois anos, em setembro de 2013, a agência havia revelado que a sonda Curiosity encontrara indícios de água misturada ao solo marciano.
A presença de água em Marte está longe de ser uma novidade. Desde os anos 1970, quando as primeiras sondas foram enviadas ao planeta, há notícias de que existe água em diferentes estados na atmosfera marciana. O que a Nasa tem feito desde então é identificar onde e como a água se faz presente. Em 2002, a sonda Mars Odyssey encontrou uma enorme quantidade de gelo no subsolo marciano. Em 2011, imagens mostravam os nichos por onde corria uma substância líquida. No fim do mês passado, veio a confirmação de que era água. Foi o indício mais forte já encontrado de que aqueles nichos, todos os verões, recebem uma água salobra. Ou, como alguns especialistas preferiram chamar, de sal hidratado. “A presença de água é importante para futuros viajantes que forem para Marte”, disse John Grunsfeld, responsável pelas missões científicas da Nasa. “Não apenas para a hidratação, mas para o cultivo de vegetais em estufas infláveis.”
De acordo com os cientistas da Nasa, a parte mais importante da descoberta de água corrente em Marte é a possibilidade iminente de achar vida extraterrestre. “Em todos os lugares da Terra onde há água, dos mais profundos aos mais áridos, há a presença de algum tipo de vida”, disse Jim Green, diretor da divisão de ciência planetária da Nasa. “Agora poderemos ir aos lugares certos em Marte para investigar isso.”

Os cientistas trabalham com a hipótese de que bactérias e micróbios podem habitar o planeta. Também não descartam a possibilidade de haver água fresca escondida no subsolo marciano. Uma das teorias diz que a água salgada das encostas vem desses aquíferos. As outras duas hipóteses apontam que a origem da água está no degelo dos picos montanhosos ou do vapor condensado da atmosfera.
A descoberta da Nasa oferece algumas respostas e lança uma série de desafios. Como faremos para enviar sondas capazes de reconhecer organismos que não existem na Terra? É possível e seguro enviar seres humanos para fazer esses testes em solo marciano? A viagem de ida levaria pelo menos seis meses. Há estudos que dizem que humanos expostos à radiação cósmica por muitos meses  podem sofrer danos psicológicos irreversíveis. Corremos o risco de contaminação ao trazer um ser vivo desconhecido para a Terra?

A busca por essas respostas aguça a imaginação não apenas dos cientistas, mas de toda uma poderosa indústria cultural que se alimenta dessa interrogação. Como cantava David Bowie: afinal, há vida em Marte? 
Época.com

Níveis de gases do efeito estufa são os mais altos em 800 mil anos

 
Os níveis dos gases do efeito estufa bem misturados mais importantes, que são dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), são os mais altos dos últimos 800 mil anos, disse à Agência Efe o físico Ángel Gómez, do Observatório Atmosférico de Izaña, em Tenerife.
O estudo dos níveis dos gases do efeito estufa, que começaram no Havaí nos anos 50, é realizado também em Tenerife desde 1984, e quanto aos dados relativos a antes dessa data, são conhecidos com o estudo das borbulhas de ar apanhadas no gelo da Antártida e da Groenlândia, explicou Gómez.
O efeito estufa sempre existiu, mas aumenta desde a revolução industrial, afirmou Ángel Gómez, da Agência Estatal de Meteorologia, que acrescentou que com isso ocorre na superfície terrestre um aumento de temperatura, que é lento porque a água profunda dos oceanos demora muito para se aquecer.
Os gases do efeito estufa em Izaña são medidos todas as horas do dia e todos os dias do ano, e apesar do óxido nitroso e do hexafluoreto de enxofre (SP6) serem estudados desde 2007, o metano e o dióxido de carbono são analisados desde 1984.
Gómez explicou que o monóxido de carbono (CO) não é um gás de efeito estufa, mas influencia na química do metano, que, de modo que se houver mais do primeiro haverá algo mais do segundo.
O monóxido de carbono e o metano têm uma vida relativamente curta na atmosfera, pois o primeiro permanece nela poucos meses e o segundo cerca de nove anos, enquanto o dióxido de carbono se mantém durante centenas de anos, o óxido nitroso aproximadamente 120 e o hexafluoreto de enxofre em torno de 3,2 mil anos.
diferença entre ambos tipos de gases é grande, pois para os primeiros é possível alcançar um equilíbrio entre emissão e destruição, em cujo caso a concentração do gás permaneceria constante na atmosfera, enquanto para os segundos a concentração do gás continua crescendo enquanto houver emissões.
Isto explica por que as concentrações medidas em Izaña sempre crescem para dióxido de carbono, óxido nitroso e hexafluoreto de enxofre, enquanto a concentração de metano teve períodos de não crescimento, e a de monóxido de carbono inclusive de queda.
O especialista indicou que o impacto das emissões dos gases em certo instante do futuro é quantificada mediante o Potencial de mudança da Temperatura Global (GTP), que se baseia na mudança da Temperatura Superficial Global Média (GMST) provocada por ditas emissões para horizontes temporários utilizando como referência o que provoca o dióxido de carbono.
O GTP a um horizonte de dez anos para as emissões presentes de metano é quase igual ao provocado pelas emissões de dióxido de carbono, mas é pouco mais da metade para um horizonte de 20 anos, e desprezível para um horizonte de cem anos, já que o metano emitido cem anos antes quase terá sido destruído.
No entanto, o GTP para as emissões presentes de óxido nitroso permanece constante nesses horizontes temporários, pois sua vida média é longa e parecida com a do dióxido de carbono.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Horário de verão começa domingo; veja 5 efeitos curiosos na .


À zero hora deste domingo (18), os relógios deverão ser adiantados em 1 hora em 10 estados brasileiros, além do Distrito Federal, por causa do horário de verão.
A estratégia foi adotada pela primeira vez no mundo durante a Primeira Guerra Mundial. Desde então, diversos estudos têm avaliado o impacto da mudança do horário na vida das pessoas. O efeito não se resume apenas ao mau humor por ter de acordar uma hora mais cedo.
Segundo as pesquisas, o horário de verão pode afetar o tempo de prática de atividades físicas, no número de acidentes de carro e até no período em que funcionários passasvidaua m navegando na internet de forma improdutiva durante o expediente.
Conheça 5 efeitos curiosos que o horário de verão pode ter na sua vida, segundo a ciência:
 
1 - Mais atividade física
 Crianças participam de corrida em escola de Atlanta, no estado da Georgia, nos Estados Unidos: pesquisa que avaliou crianças de 9 países concluiu que crianças se exercitam mais durante o horário de verão (Foto: CDC/ Amanda Mills )
 Crianças participam de corrida em escola de Atlanta, no estado da Georgia, nos Estados Unidos: pesquisa que avaliou crianças de 9 países concluiu que crianças se exercitam mais durante o horário de verão (Foto: CDC/ Amanda Mills )
 
Um estudo de outubro de 2014 concluiu que, durante o horário de verão, as crianças tendem a realizar mais atividades físicas do que em outras épocas do ano, mesmo com as variações climáticas.
A pesquisa, que foi publicada no “International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity”, analisou dados de 15 estudos anteriores, que avaliaram 23.188 crianças de 5 a 16 anos de 9 países. Elas tiveram o nível de atividade física medido por um acelerômetro.
O resultado indica que o aumento de exercícios observado durante o horário de verão, apesar de pequeno, ocorreu em todos os grupos de crianças avaliados, o que faz com que os resultados sejam relevantes. Os pesquisadores propõem, inclusive, uma expansão das medidas de horário de verão nos países da Europa e na Austrália com o objetivo de promover benefícios para a saúde pública.
 
2 - Ruim para o coração
Várias pesquisas têm associado a entrada no horário de verão com o aumento do número de infartos na população. O impacto parece ser percebido apenas na primeira semana após a mudança. Um estudo publicado em 2008 na revista americana "The New England Journal of Medicine" concluiu que o número de infartos aumentou 5% na semana inicial do horário de verão.
 
selo horário de verão (Foto: Editoria de arte/G1)
 
Apesar de o efeito ser pequeno, ele pode ser significativo para pessoas que têm outros fatores de risco, segundo um dos autores do estudo, o médico Rickard Ljung. "Talvez um despertar mais tardio na segunda-feira de manhã possa ser benéfico", disse o especialista, na época da divulgação da pesquisa.
Estudos mais recentes comprovam essa avaliação. Um trabalho publicado em março de 2014 na revista “Open Heart” concluiu que, na segunda-feira após a mudança de horário, o número de casos de infarto atendidos por uma rede de serviços de saúde nos Estados Unidos aumentou 24%. Enquanto isso, na terça-feira que seguiu à saída do horário de verão, foi observado uma redução de 21% dessas ocorrências.
 
3 - Acidentes fatais
A mudança de horário pode ter consequências fatais, segundo um estudo que avaliou os dados de acidentes automobilísticos nos Estados Unidos durante 21 anos. A pesquisa, publicada em 2001 na revista “Sleep Medicine”, avaliou o número de acidentes fatais ocorridos nos dias logo em seguida à mudança de horário, em comparação ao número de acidentes nesses mesmos dias na semana anterior.
A conclusão foi de que a privação de sono na segunda-feira seguinte à entrada no horário de verão resulta em um pequeno aumento do número de acidentes fatais. Os pesquisadores associam o aumento às mudanças de sono e de comportamento decorrentes da mudança de horário. Os pesquisadores sugerem a adoção de políticas públicas voltadas para alertar a população sobre as possíveis consequências da privação de sono nesse período.
 
4 - Sono na escola
Um dos grupos que sofre com o horário de verão são os adolescentes que estudam de manhã. Para testar se os jovens americanos estavam sendo afetados pela mudança, pesquisadores avaliaram um grupo de 40 estudantes do ensino médio e concluíram que, entre eles, o tempo de sono teve uma queda média de 32 minutos nas noites seguintes à mudança de horário.
O resultado foi publicado na revista “Journal of Clinical Sleep Medicine” em agosto. Segundo os cientistas, a diminuição do tempo de sono durante a noite está relacionada com maior sonolência dos adolescentes durante o dia.
 
5 - Enrolando na internet
internet, facebook, laptop, notebook, redes sociais, twitter, teclado (Foto: Jay LaPrete/AP)

Por incrível que pareça, a mudança para o horário de verão também pode fazer com que as pessoas passem mais tempo enrolando na internet em vez de trabalhar. Um estudo publicado em 2012 na revista “Journal of Applied Psychology” concluiu que o impacto do horário de verão no tempo de sono levou funcionários a passar mais tempo navegando de forma inútil na internet durante o expediente.
Para chegar a essa conclusão, eles mediram o número de pesquisas no Google por termos como “YouTube”, “vídeos”, “música” na segunda-feira seguinte à mudança de horário em 200 cidades dos Estados Unidos. A análise levou em conta os anos de 2004 a 2009 e constatou um aumento de 3,1% nas pesquisas relacionadas a entretenimento nessas datas.
Para concluir que esse padrão de navegação na internet estava relacionado à privação de sono, os cientistas fizeram também um experimento em laboratório com 96 estudantes. Depois de terem seu sono monitorado durante uma noite, eles foram solicitados a sentar em frente a um computador e prestar atenção em uma palestra de 42 minutos. Aqueles que tiveram menos horas de sono se distraíram mais na internet do que os que tinham dormido bem.
 
Horário de verão no Brasil
O horário de verão no Brasil, que começa neste domingo, vai até o dia 21 de fevereiro de 2016. Pela legislação, o horário de verão irá vigorar nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
Esta será a 40ª edição do horário de verão no país. A primeira vez ocorreu no verão de 1931/1932. O objetivo é estimular o uso racional e adequado da energia elétrica.
 

O material mais leve do mundo, formado por 99, 99% de ar

Material leve da Boeing

A Boeing publicou um vídeo em que mostra um material criado pela empresa, o microlattice. Feito a partir do metal, ele é 100 vezes mais leve do que o isopor e 99,99% de sua composição é ar.
“É uma estrutura 3D de polímero de células abertas, podendo ser comparado à estrutura de um osso”, explica Sophia Yang, cientista do laboratório HRL (uma joint venture da Boeing), no vídeo (que está disponível no final deste texto).
Segundo a cientista, a estrutura do osso humano parece rígida, mas sua parte interna é porosa e composta por células abertas. “Desse modo, elas não são esmagadas facilmente e, ainda, são leves”, completou.
O metal foi criado, principalmente, para o uso em componentes estruturais de aeronaves. Os engenheiros do Boeing pretendem aplicar o material em locais como as paredes internas de aeronaves, assim como os bagageiros.
Além disso, “no futuro, o material poderá ajudar a Boeing a reduzir muito o peso [de aeronaves] de modo a tornar o consumo de combustível mais eficiente”, disse Yang.
A primeira vez que o microlattice ficou conhecido foi em novembro de 2011. Nessa época, ele foi nomeado como uma das 10 melhores inovações de 2012 pela revista especializada Popular Mechanics.
O vídeo abaixo (em inglês com legendas em português) explica do que é feito o material e como pode ser utilizado.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Plutão tem glaciares, água e compostos orgânicos

A nova imagem de Plutão que mostra o contraste entre as zonas geladas e as ricas em compostos orgânicos
 
Em Plutão há abundante água congelada e compostos orgânicos, como confirmaram na quinta-feira os primeiros dados científicos publicados da missão New Horizons. A sonda da NASA sobrevoou o planeta em 14 de julho, fazendo o retrato mais detalhado até a data desse planeta anão nos confins do Sistema Solar. Desde então, acumulou-se em seu computador de bordo uma grande quantidade de imagens, cada vez de maior resolução, que chegam à Terra a conta-gotas e revelam novas facetas desse mundo congelado.
A nova imagem de Plutão, publicada na quinta-feira pela revista Science junto com o primeiro estudo completo do planeta e suas luas, mostra um planeta com intensos contrastes de cor. Muitos dos acidentes geográficos estudados encontram-se na região Tombaugh, uma vasta área muito brilhante e em forma de coração. Dentro dela, a New Horizons mostra agora a existência de geleiras através das quais o gelo ainda flui. Também há penhascos de até 600 metros de altura e cadeias de montanhas com picos de dois e três mil metros feitos de água congelada.
A cor vermelha escuro das áreas equatoriais se deve aos compostos orgânicos produzidos quando a luz solar incide no metano e em outros elementos da superfície do planeta. Embora observações da Terra já houvessem sugerido, é a primeira vez que se confirma a existência de água em Plutão.
O terreno acidentado indica que Plutão não é o mundo congelado que se pensava. Alguns dos acidentes geográficos datam de centenas de milhões de anos, só um instante considerando que o planeta se formou há 4,5 bilhões de anos. É provável que essa atividade continue agora e os especialistas da NASA ainda não entenderam como isso pode estar acontecendo.

Água em toda parte

O planeta tem atmosfera, confirma o trabalho, e isso não está desaparecendo como se pensava. Os novos dados da missão também permitiram definir o diâmetro do planeta: 2.374 km, ou seja, um pouco menos do que as estimativas anteriores. Isto significa que Plutão é mais denso do que se pensava, o que poderia ajudar a revelar a origem do Cinturão de Kuiper depois da formação do planeta anão e sua maior lua, Caronte.
Nix e Hydra, duas das luas de Plutão, também estão cobertas de gelo abundante especialmente cristalino a julgar pelo brilho que possuem. Por seu lado, Caronte, o maior satélite do planeta anão, tem cavidades profundas e movimentos tectônicos que indicam que continua ativo como seu companheiro.
A sonda da NASA está atualmente a cerca de 5 bilhões de quilômetros da Terra, adentrando-se no desconhecido Cinturão de Kuiper, onde pode haver 200 outros planetas anões a descobrir.

Anomalia em estrela levanta hipótese de estrutura alienígena



A KIC 8462852, localizada na constelação de Cygnus, poderia ser apenas mais uma entre as centenas de milhares de estrelas catalogadas pelo observatório espacial Kepler, mas uma anomalia está intrigando cientistas. Normalmente, planetas e outros corpos celestes que orbitam os astros provocam sombras regulares e de curta duração, que são detectadas pelo telescópio. No caso da KIC 8462852, astrônomos observaram “misteriosos eventos” que podem durar entre 5 e 80 dias. Ainda não existe explicação para o fenômeno, e alguns levantam a hipótese de se tratar de uma estrutura alienígena.
A descoberta foi feita por astrônomos profissionais e amadores do programa “Planet Hunters”, e descrita em artigo publicado recentemente na revista científica “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”. O “Planet Hunters” consiste em uma rede de voluntários que analisa visualmente toneladas de dados gerados pelo Kepler, em busca de alterações na luminosidade de estrelas, que podem indicar a presença de exoplanetas. No caso da KIC 8462852, a curva de luz foi classificada pelos voluntários como “bizarra” e “interessante”.
Intrigados, os pesquisadores foram em busca de fenômenos semelhantes. Com um algoritmo, analisaram dados captados pelo Kepler de outras 150 mil estrelas em busca de correspondências. Nada foi encontrado.
— Nós nunca vimos algo desse tipo em outras estrelas — disse a líder da pesquisa Tabetha Boyajian, pesquisadora da Universidade Yale e supervisora do programa “Planet Hunters”, em entrevista à revista “The Atlantic”. — Foi muito estranho. Nós pensamos que pudesse se tratar de dados corrompidos ou movimentos na espaçonave, mas tudo foi checado.
HIPÓTESES DESCARTADAS
A estrela foi observada por um período de quatro anos. As análises apontam que o fluxo de luminosidade da KIC 8462852 é relativamente constante pela maior parte do tempo, mas dois eventos chamaram a atenção dos cientistas. Um deles durou 80 dias e chegou a cobrir 22% dos fótons captados pelo Kepler.
No artigo, os pesquisadores sugerem explicações para o fenômeno. A primeira hipótese levantada foi se tratar de uma estrela jovem, com nuvens de poeira que pudessem interferir o trânsito da luz. Porém, todos os outros dados indicam se tratar de uma estrela madura. Outra possível explicação seria a presença de detritos de uma grande colisão planetária, como a que levou à formação da nossa Lua, mas a falta de padrão no período orbital descarta essa possibilidade.
Hipóteses de colisões catastróficas no cinturão de asteróides ou da acumulação de planetesimais (corpos de gelo que medem entre 0,1 e 100 quilômetros) também foram levantadas, mas a explicação considerada mais plausível cientificamente seria a passagem simultânea de uma grande quantidade de exocometas. Tabetha explicou que o artigo revisou apenas “cenários naturais”, mas “outros cenários” também estão sendo considerados.
COLETOR DE ENERGIA ALIENÍGENA
Jason Wright, astrônomo da Penn State University, está trabalhando em uma interpretação alternativa do padrão de luz da KIC 8462852. Segundo ele e seus colegas de pesquisa, o padrão anômalo da estrela seria consistente com um “enxame de megastruturas”, talvez coletores de luz estelar, tecnologia desenvolvida para extrair energia de estrelas.
— Quando (Tabetha) me mostrou os dados, eu fiquei fascinado por quão loucos eles eram — disse Wright. — Aliens devem ser sempre a última hipótese considerada, mas isso seria algo que você esperaria que uma civilização alienígena construísse.

No momento, Tabetha está trabalhando com Wright e Andrew Siemion, diretor do Centro de Pesquisas SETI na Universidade da Califórnia. O trio está trabalhando numa proposta de estudo, de apontar imensas antenas de rádio diretamente para a KIC 8462852, para tentar captar sinais de rádio associadas com atividades tecnológicas. Se tudo correr como o planejado, as primeiras observações serão realizadas em janeiro próximo.
O Globo


Germes terrestres ameaçam Marte

06_MARS

Na Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, na sigla em inglês), Catharine A. Conley tem um cargo portentoso: diretora de proteção planetária.
O nome da função faz lembrar Will Smith e Tommy Lee Jones nos filmes “Homens de Preto”. De fato, em seu primeiro dia no emprego, nove anos atrás, Conley ganhou de presente um par de óculos de sol.
O trabalho dela, porém, não é proteger a Terra de alienígenas, e sim proteger os outros planetas da Terra. Especialmente Marte.
“Se vamos procurar vida em Marte, seria realmente uma pena levar vida da Terra e encontrá-la por lá”, disse Conley.
Com a notícia de que cientistas identificaram água fluida na superfície marciana, “em uma parte possivelmente alcançável pela sonda Curiosity da Nasa”, essa preocupação ganhou nova urgência.
Um sem número de bactérias viaja pelo Sistema Solar por meio das espaçonaves. A Terra tem invadido Marte desde novembro de 1971, quando a nave soviética Marte 2 caiu no planeta. Certamente existe vida em Marte hoje —mas micróbios que foram de carona da Terra. Mesmo no ambiente inóspito do planeta vermelho —frio, seco, bombardeado por luz ultravioleta—, leva anos para que todos sejam mortos.
A preocupação é que alguns deles possam não apenas sobreviver, mas prosperar.
As sondas Opportunity e Curiosity da Nasa estão proibidas de visitar o que é chamado de “regiões especiais” —lugares que as bactérias da Terra ficariam felizes em chamar de “lar”.
“Até agora Marte está bastante limpo”, disse Conley.
As áreas tratadas como regiões especiais incluem as manchas escuras periódicas conhecidas como “recurrent slope lineae” (RSLs, ou linhas inclinadas recorrentes), avistadas nas laterais das crateras, cânions e montanhas.
Os cientistas disseram que elas foram geradas pelo escorrimento de água líquida.
Existe até um acordo internacional sobre essa questão.
O Tratado do Espaço Exterior, de 1967, ordena que as nações tenham cuidado ao explorar outros planetas, “para evitar sua contaminação nociva”.
Com os dois veículos de pouso Viking em 1976 —as primeiras e até agora únicas tentativas da Nasa de detectar vida em outro planeta—, a agência tomou precauções para esterilizar a espaçonave, primeiro limpando-a a menos de 300 esporos de bactérias resistentes ao calor por metro quadrado. Depois, ela foi assada durante vários dias, reduzindo o número de esporos por um fator de 10 mil.
Como a maior parte dos dados indicava Marte como um lugar sem vida, a Nasa ainda limpou sua espaçonave Mars nos mesmos padrões, mas pulou a parte do forno. A esterilização aumentaria em cerca de US$ 100 milhões o preço da missão.
Por isso, a Nasa evita agora as regiões especiais, que incluem os lugares com água congelada a um metro da superfície.
Os sais conhecidos como percloratos, que reduzem a temperatura de congelamento da água nos RSLs, mantendo-a líquida, podem ser ingeridos por alguns micróbios terrestres.
“O ambiente em Marte é potencialmente um prato de jantar gigante para organismos da Terra”, disse Conley.
Os primeiros colonos terrestres poderiam ser plantas ínfimas.
“Preocupo-me com os liquens”, disse. “Eles basicamente comem rocha e respiram luz solar. E há rochas e sol em Marte.”
Agora, com a imagem de Marte não tão desolada quanto se pensava antes, disse John M. Grunsfeld, da Nasa, “precisamos cuidar muito do que fazemos, porque pode haver vida em Marte”.
New York Times

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Frota comercial mundial cresce 3,5% em 2014, aponta ONU

 
A frota marítima comercial cresceu 3,5% no mundo em 2014, sua menor taxa de crescimento em 10 anos, segundo o relatório de 2015 sobre transporte marítimo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Em 1º de janeiro de 2015, essa frota contava com 89.464 barcos e 1,75 milhão de toneladas.
A Grécia continua sendo o principal país do mundo em matéria de transporte marítimo, com 16% do mercado mundial, à frente de Japão, China, Alemanha e Cingapura. Juntos, esses cinco países representam 50% da tonelagem mundial.
Entre os dez primeiros países há cinco asiáticos, quatro europeus e os Estados Unidos.
Na América do Sul, o Brasil tem a maior tonelagem, na frente de México, Chile e Argentina.
Segundo a UNCTAD, 80% das mercadorias são transportadas de navio.
 

Degelo da Antártida pode aumentar nível do mar em três metros no futuro

 
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Victoria, na Nova Zelândia, sugeriu que o degelo da Antártida, como consequência da mudança climática, pode aumentar o nível do mar em até três metros no ano 2300, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pela revista Nature .
A curto prazo, a simulação climática apontou que, no final do século, os aquecimentos da atmosféra e dos oceanos podem levar à perda de 80% a 85% da camada de gelo da Antártida e a um aumento do nível do mar.

Os cientistas explicaram que as mudanças na temperatura atmosférica e oceânica podem incidir nas taxas de fusão do gelo devido à troca de calor entre o gelo e a água ou o ar.
Embora seja difícil calcular com precisão a contribuição das grandes camadas de gelo para o aumento do nível do mar, o especialista do Centro de Pesquisa da Antártida, Nicholas Golledge, e seus colegas, elaboraram um modelo por computador que contempla diferentes cenários.
No âmbito da pesquisa climática, esses possíveis cenários exploram em que medida o homem poderia contribuir para a mudança climática no futuro levando em conta fatores como o crescimento da poluição, o desenvolvimento econômico e das novas tecnologias.
Os pesquisadores desse estudo contemplaram quatro possíveis cenários, propostos pelo quinto Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que revelou que o nível do mar em 2300 aumentará entre 0,1 e 3 metros; e no ano 5000 entre 0,4 e 9 metros.
Se a poluição causada pelo homem continuar nos níveis atuais, a temperatura global corre o risco de aumentar entre 8 e 10 graus em três séculos.
A única solução para atenuar o grave impacto da poluição sobre a camada de gelo da Antártida, segundo os autores do estudo, passa por limitar a emissão de gases estufa nas próximas décadas.

Aquecimento global é questão-chave para paz mundial

 
As mudanças climáticas e suas consequências, como a redução dos recursos naturais, constituem uma "ameaça para a paz" que deve ser levada em conta nas políticas de defesa e a segurança internacional, afirmaram nesta quarta-feira autoridades políticas e militares durante conferência em Paris.
"A desordem climática traz a desordem securitária", declarou o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, na abertura da conferência intitulada "Clima e Defesa: quais desafios?".
"As secas, a fome, as inundações provocadas pelo aquecimento global, podem ser fatores determinantes para a deflagração de conflitos nas gerações futuras", afirmou o chanceler francês.
O aquecimento tornará "mais raros os recursos vitais que são os alimentos e a água", tornando então mais crucial o controle das terras aráveis, ressaltou o ministro, que presidirá a Conferência do Clima de Paris (COP21), em dezembro. A preservação dos recursos haliêuticos também tornou-se um desafio importante em matéria de segurança.
As mudanças "provocarão (também) deslocamentos forçados massivos" de populações, em países expostos especialmente ao aumento do nível dos oceanos, com "dezenas ou centenas de milhões de 'deslocados climáticos'", segundo ele.
Os cientistas não encontraram até agora "modelos teóricos" que expliquem como tais desajustes podem levar a conflitos.
"Sejam prudentes, mas me parece bastante claro que o aquecimento global e os fenômenos climáticos extremos que se multiplicam desempenham no mínimo um fator agravante e talvez impulsor de conflitos", afirmou Nicolas Hulot, enviado especial do presidente francês François Hollande para a proteção do planeta.
"As mudanças aumentam a pressão sobre os recursos naturais, acrescenta escassez à escassez e mais escassez significa mais competição", lançou o ecologista.
Isso resulta em investigação e abertura de novas rotas de navegação, como a do Ártico, no norte, que também são desafios militares, incluindo a corrida por hidrocarbonetos.
Hulot expressou sua preocupação com um risco de "militarização real dessas áreas frágeis até então poupadas da nossa ganância" e pediu a "renúncia aos combustíveis fósseis para as energias renováveis, inesgotáveis e gratuitas" como o vento, o sol ou a biomassa

domingo, 27 de setembro de 2015

Por que só consumimos 0,06%das plantas comestíveis do planeta?

Das cerca de 300 mil espécies de plantas comestíveis que existem no planeta, consumimos menos de 1%
 
As feiras livres e quitandas de muitas cidades, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina, são uma explosão de cores e sabores. Formas estranhas e cheiros desconhecidos contribuem para uma variedade espantosa de verduras, frutas e legumes.
Mas, por mais variadas que possam parecer estas espécies e por mais próximas – uma ida ao supermercado do bairro basta para comprá-las – estes produtos representam apenas uma fração mínima das espécies que podemos comer. Não é uma falha dos supermercados e feiras.
O fato é que das 400 mil espécies de plantas que existem no mundo, cerca de 300 mil são comestíveis. E, destas 300 mil, consumimos apenas cerca de 200. E, a maioria das proteínas que consumimos e têm origem nas plantas vem de três cultivos: milho, arroz e trigo.
Tédio na vida sexual
Mas, se as opções são tantas, por que a humanidade se alimenta de apenas 0,06% das plantas comestíveis?
"Até agora, a explicação sugeria que fazemos isto para evitar o consumo de plantas tóxicas", disse à BBC Mundo John Warrer, professor de botânica na Universidade de Aberystwyth, na Grã-Bretanha, e autor do livro A Natureza dos Cultivos. Para Warren, o argumento não tem fundamento.
"Muitas das plantas que comemos são originalmente tóxicas, mas, com o passar do tempo, nós e outros animais encontramos formas de lidar com estes componentes tóxicos."
O botânico se refere aos processos de domesticação que foram eliminando as substâncias venenosas nas plantas e também aos procedimentos como cozimento, que tornam uma planta digerível.
"Na verdade, fazemos isto pois escolhemos deliberadamente comer plantas que têm uma vida sexual muito tediosa", afirmou.
A vida sexual previsível, segundo Warren, é o que garante o sucesso de uma planta como cultivo em larga escala.
E previsível, neste caso, significa uma planta que se reproduz por um mecanismo de polinização muito generalizado, que pode ser o vento ou os serviços de insetos como as abelhas.
Os dez mais
As orquídeas são exemplos mais óbvios na hora de explicar a razão de uma planta com vida sexual complexa não ser boa para ser domesticada.
"Elas são as pervertidas do mundo das plantas. Têm flores e hábitos sexuais estranhos", diz Warren.
Existem cerca de 20 mil espécies de orquídeas, e muitas poderiam ser boas como alimentos. Mas, cultivamos apenas uma para o consumo: a orquídea da baunilha, cuja polinização, feita manualmente, é viável somente devido ao seu alto valor de mercado.
A razão pela qual não cultivamos mais orquídeas, segundo o professor, é "que elas têm uma vida sexual esquisita".
Para se reproduzir, estas orquídeas devem ser polinizadas por uma espécie específica de inseto e, tanto este quanto a orquídea, dependem do outro para sobreviver. Se as orquídeas forem cultivadas longe do habitat deste inseto, não produzirão sementes e fracassarão como cultivo.
Por isso, segundo Warren, acabamos com apenas "dez cultivos mais importantes do planeta (milho, trigo, arroz, batatas, mandioca, soja, batata-doce, sorgo, inhame e banana), que, em sua maioria, se polinizam com a ajuda do vento, sem necessidade de insetos".
Abelhas
Se as plantas mais importantes para nossa dieta não dependem de insetos, outra pergunta que surge é: qual a razão de tanta preocupação com a queda global nas populações de abelhas, um dos principais agentes polinizadores?
Na opinião de Warren, "o problema foi exagerado".
"É importante, mas as abelhas não participam dos cultivos que nos dão calorias. Nenhum dos dez mencionados antes será afetado pela morte das abelhas."
"Mas, se as abelhas morrem, as frutas serão afetadas - as maçãs, peras, morangos, por exemplo - e isto prejudicará a nossa ingestão de vitaminas, a qualidade de vida e piorará nossa saúde. Mas, não vamos morrer de fome", acrescentou Warren.
O botânico acredita que é importante aumentar o número de espécies que cultivamos, e dá mais ênfase àquelas que exigem menos recursos.
"Nossa tendência é domesticar plantas muito nutritivas, mas que necessitam de muitos fertilizantes. Deveríamos cultivar novas plantas com sistemas nutritivos inferiores, porém mais sustentáveis no futuro", afirmou.
E, ainda de acordo com Warren, diferentemente de nossos ancestrais, entendemos as dificuldades de cultivar plantas de vida sexual complexa e podemos superar estes obstáculos.