De pequenos riachos a grandiosas crateras vulcânicas, lugares guardam ameaças ao ser humano em meio a cenários deslumbrantes
Para muitas pessoas, a adrenalina e o sentimento de medo são motivos mais que suficientes para colocar o pé na estrada e desvendar lugares inóspitos. Não por acaso, diversos locais assustadores no planeta são verdadeiros pontos turísticos, que atraem aventureiros ávidos por novos descobrimentos e aquele friozinho na barriga. Como explicar o turismo em Chernobyl - por exemplo -, ou as visitas frequentes à cidades fantasmas?
Mas não somente os lugares abandonados ou sobrenaturais atraem os flashes dos visitantes mais corajosos. A natureza também é responsável por grande parte dos pontos turísticos assustadores - verdadeiras armadilhas naturais,espalhadas por ilhas remotas, montanhas imponentes, animais ferozes e fenômenos incomuns que desafiam a capacidade do homem.
Os cenários são os mais variados. No Brasil, uma pequena e remota ilha em São Paulo é simplesmente impossível de ser habitada por nós, por conta de um morador pouco amigável. No Turcomenistão, uma cratera pega fogo há mais de 40 anos e, na Inglaterra, um pequeno córrego atrai nadadores para a morte.
Os lugares naturais mais perigosos do planeta:
Lago Karachay (Rússia) - Assim como a Cratera de Darvaz, o Karachay também contou com a colaboração humana para ganhar esse aspecto tenebroso. O lago foi usado na década de 1950 como local de despejo de resíduos radioativos - utilizados para a construção de armas nucleares pela União Soviética. Na época, cientistas acreditavam que não havia possibilidade daquele líquido escoar, já que a lagoa não fazia ligação com nenhum outro canal. Contudo, durante o período de seca, a água poluída pode evaporar, espalhando partículas nucleares por regiões distantes e densamente povoadas. O evento aconteceu em 1967, quando cerca de 500 mil pessoas foram contaminadas pelos fragmentos, gerando um surto de leucemia na população.
Hoje, o Karachay é considerado o lugar mais poluído da terra, com radiação suficiente para matar uma
Ilha da Queimada Grande (São Paulo) - Localizada a cerca de 35 quilômetros do litoral de São Paulo, a Ilha da Queimada Grande é considerado um dos lugares mais perigosos e mortais para o ser humano no planeta. Não há abalos sísmicos, nem vulcões, tampouco radioatividade. A ameaça aqui é outra: a isolada ilha é infestada de cobras peçonhentas que podem matar uma pessoa em menos de uma hora. Algo comum nas florestas brasileiras, não fosse a quantidade exorbitante destes animais. Calcula-se que há cerca de cinco serpentes por metro quadrado, em uma área de aproximadamente 43 hectares. Junte isso ao fato de que não há fontes de água potável no local. Por isso, nenhum mamífero sobrevive por muito tempo neste pedaço de terra.
Depressão de Afar (Chifre da África) - Também chamada de "Triângulo de Afar", a Depressão é uma região do leste de África onde ocorre o encontro de pessoa em menos de uma hora. Ninguém nunca arriscou entrar nestas águas.
três placas tectônicas que se separam em um ritmo avassalador - cerca de dois centímetros por ano. Esta intensa movimentação geológica provoca o surgimento de crateras repentinas, fissuras, gêiseres e fontes termais deslumbrantes e muito perigosas. Além disso, a região - que engloba a Eritreia, Etiópia, Somália e Djibuti -, abriga nada menos que 12 vulcões muito ativos, e é constantemente atingida por terremotos intensos. Pesquisadores acreditam que este enorme estresse na crosta terrestre poderá dividir a África em duas.
Lago Nyos (Camarões) - Localizado no interior da cratera de um vulcão inativo, o Lago Nyons é, aparentemente, inofensivo. No entanto, o buraco é extremamente profundo e, apesar das atividades vulcânicas estarem extintas, o magma continua se movimentando por debaixo da terra. O resultado é que, ocasionalmente, o lago libera uma grande quantidade de monóxido de carbono, gás muito tóxico para os seres vivos. Em 1986, o fenômeno matou mais de 1800 pessoas, a maioria moradores de regiões ribeirinhas. Para evitar novas tragédias, o governo camaronês instalou dispersores na superfície da lagoa.
Ilhas de Izu (Japão) - Izu é um deslumbrante arquipélago formado por mais de 20 ilhas e ilhotas de origem vulcânica, sendo nove delas habitadas. A primeira vista, é um lugar paradisíaco, repleto de praias deslumbrantes e florestas intocadas. No entanto, Izu fica em um lugar geologicamente intenso,
no encontro de três placas tectônicas. Por isso, possui um potencial de atividade vulcânica altíssimo, e constantemente é acometido por tremores de terra e tsunamis.
O caso mais emblemático fica na ilha de Miyake-Jima. Durante a história, o local sofreu com as inúmeras erupções do vulcão Monte Oyama, fazendo com que a população local tivesse que ser evacuada. O evento mais recente foi em 2000, quando toda a ilha foi isolada por conta dos gases tóxicos oriundos do monte. Os moradores só puderam voltar em 2005. Atualmente, por conta do possível risco de novas emissões de gases muito venenosos, os habitantes precisam andar com máscaras por todo o canto da ilha. Mesmo assim, o turismo é forte na região.
Redemoinho de Corryvreckan (Escócia) - O intenso redemoinho que ocorre no Golfo de Corryvreckan, na Escócia, é considerado um dos mais violentos do mundo. Tudo isso porque o fenômeno ocorre ininterruptamente, para pesadelo dos navegadores escoceses. Pesquisadores acreditam que o evento é formado pela união de fortes correntezas, com desníveis consideráveis no fundo do mar. Em dias de mar calmo, é possível chegar bem perto do redemoinho, apesar de ser bastante perigoso.
Cratera de Darvaz (Turcomenistão) - Não é por acaso que esta cratera é chamada de "porta para o inferno". Apesar de ser um evento natural, Darvaz contou com uma "ajudinha" do homem para ficar desse jeito assustador. O local é um campo de gás natural que, em 1971, foi identificado como uma possível fonte de petróleo. Na época, cientistas da União Soviética montaram uma plataforma de perfuração para avaliar a quantidade de óleo disponível na região. No entanto, durante as escavações, foi descoberta uma caverna subterrânea de grande profundidade repleta de gases tóxicos. A quantidade era tão grande que a plataforma cedeu, abrindo uma grande cratera e lançando um grande volume de gás metano na atmosfera.
Para resolver o incidente, pesquisadores resolveram atear fogo no buraco, pois acreditariam que, desta forma, os gases iriam ser reduzidos quando o incêndio acabasse. Contudo, a previsão não deu certo, e o local segue queimando até hoje, formando um dos cenários mais inusitados do planeta.
Pântanos da Ilha Ramree (Myanmar) - Ramree é uma ilha de pouco mais de 1300 quilômetros quadrados, que ficou amplamente conhecida por conta de seus pântanos. Durante a Segunda Guerra Mundial, o local foi palco de uma intensa batalha entre os japoneses e os Aliados. A estratégia dos orientais consistia em atravessar uma região de manguezais para poder escapar dos ataques inimigos. No entanto, o plano resultou numa imensa carnificina: o local era infestado de crocodilos gigantes que simplesmente devoraram centenas de soldados. Até hoje, a tragédia é considerada a maior em número de vítimas humanas em um mesmo ataque de animais. Atualmente, os pântanos de Ramree continuam causando temor em quem passa por perto; pelos imensos répteis que ainda vivem ali, e pelas histórias sombrias que ainda revoam o lugar.
Bolton Strid (Inglaterra) - Não parece, mas este córrego é um dos lugares mais perigosos do planeta. Aparentemente pacífico, o Bolton Strid é um rio com poucos metros de largura, mas muitos metros de profundidade. Pesquisadores acreditam que há uma imensidão de cavernas e galerias subaquáticas misteriosas, até hoje inexplorados. Por conta disso, suas correntezas são extremamente fortes e mortais. Para se ter uma ideia, todas as pessoas que nadaram neste rio, não sobreviveram para contar a história. Isso mesmo, 100% das pessoas morreram!
Lago Fervente (Ilha de Dominica) - Dominica é uma pequena e deslumbrante ilha no meio do Caribe. Sua origem vulcânica é evidenciada pela presença de um dos lagos mais peculiares do planeta, o Boiling Lake (Lago em Ebulição, em português). O nome não esconde: as águas deste córrego possuem temperaturas altíssimas, que alcançam cerca de 90ºC em suas margens. Estas condições são da borda do córrego, pois até hoje, cientistas ainda não conseguiram medir o calor da parte central - onde o líquido borbulha com mais força. A região é coberta por gases subterrâneos que preenchem as fontes termais.
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