quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Aquecimento global é questão-chave para paz mundial

 
As mudanças climáticas e suas consequências, como a redução dos recursos naturais, constituem uma "ameaça para a paz" que deve ser levada em conta nas políticas de defesa e a segurança internacional, afirmaram nesta quarta-feira autoridades políticas e militares durante conferência em Paris.
"A desordem climática traz a desordem securitária", declarou o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, na abertura da conferência intitulada "Clima e Defesa: quais desafios?".
"As secas, a fome, as inundações provocadas pelo aquecimento global, podem ser fatores determinantes para a deflagração de conflitos nas gerações futuras", afirmou o chanceler francês.
O aquecimento tornará "mais raros os recursos vitais que são os alimentos e a água", tornando então mais crucial o controle das terras aráveis, ressaltou o ministro, que presidirá a Conferência do Clima de Paris (COP21), em dezembro. A preservação dos recursos haliêuticos também tornou-se um desafio importante em matéria de segurança.
As mudanças "provocarão (também) deslocamentos forçados massivos" de populações, em países expostos especialmente ao aumento do nível dos oceanos, com "dezenas ou centenas de milhões de 'deslocados climáticos'", segundo ele.
Os cientistas não encontraram até agora "modelos teóricos" que expliquem como tais desajustes podem levar a conflitos.
"Sejam prudentes, mas me parece bastante claro que o aquecimento global e os fenômenos climáticos extremos que se multiplicam desempenham no mínimo um fator agravante e talvez impulsor de conflitos", afirmou Nicolas Hulot, enviado especial do presidente francês François Hollande para a proteção do planeta.
"As mudanças aumentam a pressão sobre os recursos naturais, acrescenta escassez à escassez e mais escassez significa mais competição", lançou o ecologista.
Isso resulta em investigação e abertura de novas rotas de navegação, como a do Ártico, no norte, que também são desafios militares, incluindo a corrida por hidrocarbonetos.
Hulot expressou sua preocupação com um risco de "militarização real dessas áreas frágeis até então poupadas da nossa ganância" e pediu a "renúncia aos combustíveis fósseis para as energias renováveis, inesgotáveis e gratuitas" como o vento, o sol ou a biomassa

Nenhum comentário:

Postar um comentário