O ano de 2014 pode se tornar o mais quente da história. Pelo menos desde 1850, quando começaram as medições. A estimativa é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU, que divulgou, nesta quarta-feira, um relatório durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP 20), evento que começou segunda-feira e segue até o dia 12, em Lima, no Peru. Com isso, a organização quer, mais uma vez, reforçar o alerta para a tendência de aquecimento global, que vem causando chuvas torrenciais, secas e outros desastres ambientais no Brasil e ao redor do mundo, em consequência do aumento de emissões de gases do efeito estufa.
Para esse panorama se confirmar, novembro e dezembro devem manter a tendência atual de calor que vínhamos sentindo nos últimos dez meses, período usado nas estatísticas. Dessa forma, este ano ficará à frente dos últimos recordes, registrados em 2010, 2005 e 1998, respectivamente. Não se trata, no entanto,
apenas de mais um ano quente. Na verdade, os dados mostram que a tendência de aquecimento global já faz aumentar nas últimas décadas.
— A informação provisória para 2014 mostra que 14 dos 15 anos mais quentes já registrados ocorreram no século XXI — afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, que ainda ressaltou. — Não está havendo um controle do aquecimento global. O que estamos vendo este ano é consistente com que o esperamos de um clima em constante mudança. Recordes de calor combinados com chuvas e inundações destruíram muitas vidas.
O relatório cita como extremos climáticos no Brasil a onda de calor no Sul em outubro, as chuvas torrenciais no Sudeste em maio e junho, assim como as secas nas áreas centrais do país. No texto, o Estado de São Paulo é citado como exemplo de falta d’água.
Para chegar ao resultado, a OMM usa como referência a média de temperatura da Terra e dos oceanos no século XX (num cálculo feito com base entre os anos de 1961 e 1990), que é de 14 °C. Nos primeiros dez meses de 2014, a média ficou em 14,57 °C, valor 0,57 °C acima da estabelecida no longo prazo. A diferença seria bem pequena em relação ao recorde anterior, de 14,56 °C, em 2010. A análise é feita a partir de resultados obtidos pela Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA), o Met Office, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e a agência espacial americana (Nasa).
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