quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL

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Que o espírito natalino traga aos nossos corações a fé inabalável dos que acreditam em um novo tempo de paz e amor. Boas festas!

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cidade chinesa é responsável pela fabricação de 60% dos enfeites de Natal do mundo

  (Foto: wikimedia commons)
Os verdadeiros 'ajudantes' do Papai Noel são trabalhadores chineses da vila de Yiwu, a 300km ao sul de Shangai. O motivo? Lá, 600 fábricas produzem todo o tipo de artigo natalino - desde as tradicionais bolinhas que você pendura em seu pinheiro até chapéus vermelhos iluminados com LED. E, juntas, as fábricas da cidade contabilizam 60% da produção mundial de enfeites de Natal.
Os 'elfos' trabalham até 12 horas por dia, ganhando cerca de R$850 por mês. E, o mais estranho: essa reportagem do Guardian denuncia que eles nem tem uma ideia clara do que seja o Natal. "Deve ser o equivalente ao ano novo Chinês", contou um dos funcionários de uma fábrica de Yiwu ao jornal inglês, que nunca viu um pinheiro de verdade e também não faz ideia do que sejam os ícones cristãos que são fabricados por lá.
 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Geólogos chineses acham material orgânico em meteorito de Marte

Geólogos chineses acharam material orgânico em meteorito de Marte (Foto: Natural History Museum London)

Um grupo internacional de cientistas liderado por geólogos chineses achou uma substância orgânica similar ao carvão em um meteorito procedente de Marte, informou nesta segunda-feira (22) o jornal independente "South China Morning Post".
Esta descoberta, publicada no último número da revista científica Meteoritics and Planetary Science, apresenta novas evidências sobre a possibilidade de que exista algum tipo de atividade biológica no planeta vermelho.
Os pesquisadores encontraram plantas de materiais orgânicos junto a elementos químicos como nitrogênio, enxofre e fósforo, em uma estrutura similar à do carvão que há na Terra.
Estas substâncias se achavam em um meteorito chamado Tissint, um composto rochoso com restos que se pensa que se separou de Marte há 700 mil anos, após a colisão de um asteroide.
Este meteorito caiu como uma bola de fogo no Marrocos em julho de 2011 e, após alguns meses de observação e análise dos fragmentos que o compunha, um grupo internacional de cientistas determinou que procedia do planeta vizinho.
Um dos autores do estudo, Zhang Jianchao, físico do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências, explicou que sua equipe acredita que a substância similar ao carvão venha de Marte, em declarações ao 'South China Morning Post'.
O Tissint continham altos níveis de deutério, um isótopo do hidrogênio que rara vez se encontra na Terra, mas que é abundante em Marte.
Além disso, segundo a pesquisa, algumas partículas estavam rodeadas por rochas que se formaram muito antes da chegada do meteorito à Terra, provavelmente no tempo em que aconteceu a colisão do asteroide.
A substância similar ao carvão terrestre, além disso, carecia do isótopo do carbono C-13, o que, aparentemente segundo os cientistas, sugere que tinha acolhido atividades biológicas.
 

Assista a última chuva de meteoros de 2014

  (Foto: wikimedia commons)

Neste mês, a Terra cruzou a órbita do Asteroide Faetonte e do Cometa Tuttle. E esta aproximação causa chuvas de meteoros, respectivamente as chamas Geminídeas e Úrsidas. As “estrelas cadentes” são os detritos deixados pelo asteroide e pelo cometa, que queimam ao entrar na atmosfera - explicamos aqui.
As Geminídeas ocorreram entre os dias 4 e 17 de dezembro e as Úrsidas começaram no dia 17 e vão até o dia 26. Seu pico de atividade, no entanto, ocorre entre o dia 22 e 23. Estima-se que o número de meteoros que serão avistados irá de 10 a 15 por hora.
Infelizmente, o fenômeno não é visível no Hemisfério Sul - mas a câmera espacial Slooh fará a transmissão ao vivo. Acompanhe por este link a partir das 23h.
E, caso você esteja passando férias no Hemisfério Norte, em algum lugar afastado das luzes de grandes cidades, será possível observar as Úrsidas a olho nu.

Astronautas utilizam impressora 3D no espaço

O astronauta Barry Wilmore segura a ferramenta impressa no espaço
 
Astronautas utilizaram uma impressora 3D que funciona mesmo na ausência de gravidade para produzir uma ferramenta a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). As instruções para a produção da peça foram envidadas para a máquina por um tipo de e-mail, diretamente da central de controle da Nasa, na Terra.
Os engenheiros da empresa americana Made in Space, que enviou a impressora 3D para o espaço em setembro, ficaram sabendo que um dos astronautas estava precisando de uma chave soquete e começaram a trabalhar no projeto, que foi primeiro impresso na Terra para que a qualidade fosse certificada pela Nasa.
Trata-se do primeiro objeto cujo projeto, feito na Terra, foi enviado ao espaço. A Nasa espera um dia conseguir produzir peças para reparar equipamentos espaciais na própria estação. A peça feita no espaço será enviada para a Terra para ser comparada com as impressas aqui.
Veja.com

sábado, 20 de dezembro de 2014

Chegamos à sexta extinção?

As elevadas taxas de extinção do planeta podem fazer com que as próximas gerações possam não conhecer alguns animais, como o panda
 
Angalifu, um rinoceronte branco do norte, tinha 44 anos quando morreu, no último fim de semana, no zoológico de San Diego, nos Estados Unidos. Agora, só restam outros cinco de sua espécie no mundo. O drama do animal, ameaçado de extinção por causa da caça que busca seus chifres valiosos e das guerras na África, que dizimaram seu habitat, é compartilhado por pelo menos outras 4 529 espécies próximas de desaparecerem da superfície da Terra, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No Brasil, são 1 173, segundo o último estudo do Ministério do Meio Ambiente, divulgado na quarta-feira. No total, de acordo com uma ampla análise publicada pela revista Nature este mês, 41% dos anfíbios, 26% dos mamíferos e 13% dos pássaros do planeta podem sumir nos próximos anos. Desde 1500, 765 espécies foram dissipadas do globo.
Extinção é um processo natural da Terra. Em nossa história, enfrentamos cinco: a última foi a que acabou com os dinossauros, há 65 milhões de anos. De todas as espécies que já povoaram a superfícies, 90% foram extintas. A biologia não é uma ciência exata, mas sua regra é que todas as espécies conhecidas irão, um dia, desaparecer. No planeta, o tempo de duração de uma espécie varia de acordo com suas características, mas segue uma média de 1 a 2 milhões de anos. No entanto, nos dois últimos séculos, a taxa de extinção considerada natural aumentou por volta de 100 vezes. E a previsão, para o futuro, é que seja multiplicada por dez.
“Desde que o homem moderno surgiu, as taxas de extinção aumentaram exponencialmente. Os registros fósseis mostram que, antes de nós, elas eram muito menores e podemos traçar com exatidão quando foram os picos de extinção e como algumas espécies desapareceram, com suas causas e consequências”, explica o português Henrique Miguel Pereira, professor do Centro Alemão de Pesquisa Integrativa da Biodiversidade, em Leipzig, e uma das autoridades mundiais em biodiversidade. “A grande questão que nos assombra é que esse desequilíbrio pode levar a graves consequências para nós. Pode estar por trás de grandes epidemias. Mas não estamos falando de extinções relâmpago, ou seja, podemos agir para mudar essa história.”
Biodiversidade desconhecida — A análise da Nature, que reuniu os últimos dados da lista de espécies ameaçadas da IUCN aos mais recentes estudos sobre extinção, menciona os grandes buracos no conhecimento da biodiversidade como uma das maiores dificuldades para a proteção das espécies. O relatório da IUCN avaliou 76 000 espécies, apenas 4% das mais de 1,7 milhões de espécies descritas até hoje. De acordo com as estimativas, entretanto, pode haver entre 2 milhões e 11 milhões de animais povoando o globo.
“É um trabalho imenso conhecer todas as espécies que habitam a Terra e não estamos nem perto de saber tudo o que precisamos. Isso significa que, provavelmente, há muito mais espécies em risco do que imaginamos. Não protegemos algumas delas porque sequer sabemos que estão ameaçadas”, diz o biólogo Anthony Barnosky, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
Mesmo se descobríssemos todas as espécies que faltam, as porcentagens de animais em perigo seriam as mesmas. Os pesquisadores já incluem as estimativas de animais que possivelmente seriam descobertos nos cálculos.
“Perder animais significa ter um mundo mais pobre em todos os sentidos. Se, por exemplo, os corais forem extintos, o que está se desenhando como um cenário provável nas próximas décadas, 25% da vida oceânica desapareceria, destruindo pelo menos 10% dos pesqueiros de todo o mundo. Bilhões de dólares seriam perdidos e muitas pessoas morreriam de fome por causa da falta de peixes. Se as plantas não forem polinizadas, perdemos descobertas farmacêuticas e promessas de cura de doenças. Além disso, emocionalmente falando, sofreríamos com a falta de elefantes, tigres ou passarinhos”, diz Barnosky.
Taxa de extinção — A maneira encontrada pelos cientistas para estudar a extinção das espécies é estabelecer uma taxa anual de desaparecimento dos animais. Estudando os fósseis de diferentes períodos históricos, os pesquisadores estabeleceram uma média de 1 espécie extinta a cada 1 milhão. Ou seja, antes do aparecimento do homem na Terra, essa era a velocidade com que se dissipavam. Evidências recentes, entretanto, mostram que esse número pode estar superestimado. Uma pesquisa feita pela Universidade Duke, nos Estados Unidos, e publicada este ano no periódico Conservation Biology, revisou os dados de extinção nos fósseis e descobriu que a taxa correta pode ser de 0,1 ao ano
Os mesmos cálculos, feitos para a taxa de extinção atual, mostram que a dinâmica é quase 100 vezes maior, se o primeiro número for considerado, ou espantosas 1 000 vezes. “Sabemos que muitas espécies são ameaçadas de extinção antes mesmo de serem descobertas. O desaparecimento é o cenário mais dramático, mas, antes que isso aconteça, a população diminui drasticamente em um processo chamado defaunação, que pode acabar com a espécie. Esse rápido declínio, que afeta todo o ambiente, passou a ser notado pelos pesquisadores há pouco tempo”, explica o biólogo Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Animais carismáticos — Em julho, a revista Science publicou uma edição especial repleta de estudos sobre o fenômeno. De acordo com as pesquisas, a maior parte da população de invertebrados, como abelhas ou borboletas, sofreu um declínio de 45% desde os anos 1970. No mesmo período, os vertebrados tiveram uma queda populacional de 30%. No total, 322 espécies desapareceram nos últimos 500 anos. 
Um dos obstáculos apontados pelos cientistas para a conservação da fauna está o apelo de animais carismáticos, como pandas ou tartarugas, que podem encobrir a necessidade de preservar espécies nem tão simpáticas, como besouros, pererecas e pulgas d’água. O engajamento em causas ecológicas não é apenas guiado pela razão, mas pela emoção também. Por isso, pessoas usam camisetas em defesa da onça-pintada, do urso polar e da ararinha-azul, jamais da lacraia, do caramujo de água doce e do pepino-do-mar, igualmente ameaçados. 
“As relações ambientais são muito complexas e várias espécies desconhecidas do grande público oferecem para nós benefícios que nem imaginamos que sejam essenciais. O decréscimo da população de abelhas é uma catástrofe para a polinização e a diminuição dos anfíbios revela um imenso problema. Sapos e rãs consomem grande quantidade de invertebrados, como os insetos que transmitem doenças letais ao homem”, diz Galetti, que também é autor de um dos estudos sobre defaunação publicados no especial da Science. “Esses bichos prestam serviços ecológicos mesmo sendo desconhecidos do grande público. Protegê-los significa cuidar de espécies que são fundamentais para a humanidade.”
Veja.com

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Frase

Foto de Frase Seleta.

Os 10 principais avanços da ciência em 2014, segundo a 'Science'

Missão Rosetta é destaque da Science
 
A missão cinematográfica que levou uma sonda a pousar pela primeira vez em um cometa ficou com o primeiro lugar na lista da revista Science dos dez principais avanços da ciência em 2014, publicada nesta quinta-feira. A seleção, feitas pelos editores da revista e pela Associação Americana pelo Avanço da Ciência, responsável por sua publicação, inclui feitos da medicina, robótica, biologia sintética e paleontologia, entre outros campos da ciência. Potenciais tratamentos para doenças como Alzheimer e diabetes, a adição de novas letras ao alfabeto genético, a transição dos dinossauros para as aves e um chip que imita o cérebro humano estão entre os destaques da retrospectiva. Tirando o primeiro lugar da lista, a 'Science' não ordena por importância as demais façanhas e descobertas cientísticas. 
OS DEZ PRINCIPAIS AVANÇOS DA CIÊNCIA EM 2014
 

Missão Rosetta

       
A grande conquista espacial do ano ficou com o primeiro lugar na lista da Science: a sonda Rosetta, que orbitou um cometa pela primeira vez. Às 14h03 do horário de Brasília no dia 12 de novembro, chegou à Terra a confirmação de que o módulo Philae, transportado por Rosetta, havia pousado no  cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, a 509 milhões de quilômetros de distância do planeta azul.
 
Após tocar o cometa, o robô Philae quicou duas vezes, afastando-se do local originalmente escolhido pelos pesquisadores. O lugar onde o Philae pousou, ainda desconhecido pelos cientistas, não tem luz solar, impedindo que as baterias do robô sejam recarregadas. Como consequência, o módulo entrou em hibernação três dias depois – a tempo de mandar todos os dados que coletou para a Terra. Há esperança de que, quando o cometa se aproximar suficientemente do Sol, o robô volte a funcionar.
 
“O pouso do módulo Philae foi um feito incrível que ganhou atenção mundial. Mas toda a missão Rosetta é o avanço. Ela está dando aos cientistas um lugar privilegiado para observar a evolução do cometa”, afirma Tim Appenzeller, editor da Science. Um dos primeiros estudos feitos com dados da Rosetta mostrou que a água do cometa não é igual à da Terra, contrariando as expectativas da missão.
 

A evolução das aves

        
Uma série de estudos comparou os fósseis de aves ancestrais com as modernas, revelando novos detalhes sobre a transição dos dinossauros para esses animais. O resultado foi a mais completa árvore genealógica já feita das aves. Supercomputadores foram usados para analisar a enorme quantidade de dados. O estudo fortalece a teoria do "big-bang" da evolução das aves, que se diversificaram em muitas espécies em período considerado curto, entre 10 e 15 milhões de anos, após a extinção dos dinossauros, há cerca de 70 milhões de anos.
 

Sangue jovem ameniza sinais de velhice

       
Um conjunto de pesquisas levou a um experimento com ares de filme de ficção: pacientes com Alzheimer receberam plasma do sangue de doadores jovens a fim de reverter os efeitos degenerativos da doença. A pesquisa começou a ser feita com camundongos. Animais mais velhos que receberam injeções de plasma de pares mais novos demonstraram ter memória mais forte do que aqueles que não receberam o tratamento. Uma possível explicação é que o plasma estaria repleto de uma molécula chamada GDF11, que previne os efeitos negativos da idade. O teste com humanos teve início em setembro, na Universidade Stanford.
 

Robôs que se organizam sozinhos

       
Pesquisadores da Universidade Harvard criaram "robôs construtores" inspirados em cupins. Assim como esses insetos, os robôs não precisam seguir um plano prévio. Eles operam seguindo regras simples, mas são capazes de se organizarem e montarem estruturas complexas. Em demonstrações feitas com tijolos de espuma, os robôs ergueram torres, pirâmides e escadas. Em curto prazo, os pesquisadores acreditam que eles poderiam ser usados, por exemplo, para construir diques com sacos de areia, detendo inundações.
 

Cérebro em um chip

       
A IBM criou um chip baseado na arquitetura do cérebro e em sua capacidade de processamento de informações. Chamado TrueNorth, ele reproduz a forma como o cérebro reconhece padrões, utilizando uma rede densamente conectada similar às redes neurais. Com tamanho de um selo, ele precisa de pouca energia para funcionar, algo semelhante à bateria de um aparelho auditivo. Em 2015, eles pretendem lançar um kit que permita a acadêmicos e estudantes fazerem experimentos com esse novo tipo de computador.
 

Tratamento para diabetes

       
Dois grupos de pesquisadores desenvolveram métodos diferentes para criar em laboratório células beta, responsáveis pela produção de insulina no pâncreas, abrindo caminho para uma possível cura para a diabetes tipo 1. Os cientistas transformaram células tronco pluripotentes em células beta com as mesmas características daquelas de pessoas saudáveis.
 
 
  

Arte rupestre

       
O estudo das pinturas em uma caverna na Indonésia mostrou que a arte asiática é tão antiga quanto a europeia, contestando a teoria de que as pinturas em cavernas teriam surgido na Europa. As cavernas decoradas de Maros, situadas no sul de Sulawesi, foram descobertas nos anos 1950. Acreditava-se que elas tivessem cerca de 10.000 anos (devido à erosão rápida desta região, que destruiria os desenhos), mas medições de isótopos radioativos onde os desenhos foram feitos mostraram que elas têm até 39.900 anos. O estudo levanta, então, a hipótese de que a arte das cavernas tenha aparecido de forma independente, aproximadamente no mesmo momento, em dois extremos da distribuição geográfica dos primeiros homens modernos.
 

Manipulação da memória

       
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts conseguiram transformar memórias ruins de camundongos em boas. Para isso, eles inseriram uma proteína sensível à luz nos neurônios desse animal e mapearam o padrão de atividade cerebral associado à criação de memórias positivas e negativas. A memória negativa era criada quando eles recebiam um pequeno choque elétrico, e a positiva quando o camundongo passava algum tempo com uma fêmea. Num segundo momento, os cientistas ativaram, por meio da luz, os neurônios responsáveis pela memória ruim enquanto o animal passava tempo com a fêmea (ou seja, em uma situação positiva). Como resultado observaram que a memória do choque elétrico ficava menos negativa. Esse tipo de estudo pode ter impacto no tratamento de doenças como o stress pós-traumático.
 

Satélites em forma de cubo

       
Apesar de já existirem há mais de uma década, os pequenos satélites em forma de cubo, denominados Cubsat, foram muito usados em 2014. Com apenas 10 centímetros e cerca de 1,5 quilo, eles eram utilizados inicialmente como ferramentas para estudantes universitários, mas passaram a contribuir para estudos científicos.
 

Alfabeto genético

        
Cientistas americanos criaram uma bactéria cujo DNA possui seis letras do alfabeto genético, duas a mais do que o comum. O DNA é formado por duas cadeias de material genético que se ligam, formando uma dupla hélice. Cada uma dessas cadeias contém uma sequência de bases nitrogenadas — ao todo, existem quatro no nosso código genético: adenina, timina, citosina e guanina, representadas pelas letras A, T, C e G. Na nova pesquisa, os cientistas incorporaram mais um par de bases nitrogenadas ao DNA da bactéria Escherichia coli. As bases, que não existem na natureza, foram denominadas d5SICS e dNaM, ou X e Y, respectivamente. 
 
Os pesquisadores acreditam que o feito pode levar ao desenvolvimento de microrganismos com propriedades medicinais, novos antibióticos, vacinas e diferentes tipos de materiais industriais com uma complexidade química maior do que os produtos atuais.
Veja.com
 

Treinando para impacto de asteroide

Asteroides passam de raspão pela Terra o tempo todo. Uma hora a casa cai. (Crédito: ESA)
 
No mês passado, os europeus realizaram o primeiro exercício de simulação de impacto. Eles basicamente fingiram que um objeto com tamanho entre 12 e 38 metros estava para colidir com nosso planeta, viajando a 45 mil km/h. Trata-se de um bólido de porte relativamente pequeno, mas capaz de causar danos. Algo similar ao que aconteceu em 2013, na cidade russa de Chelyabinsk, mas muito diferente do bólido que extinguiu os dinossauros, 65 milhões de anos atrás. Naquela ocasião, o pedregulho espacial tinha pelo menos imodestos 10 km de diâmetro. (Contra um desses, no momento, só reza brava. Felizmente, impactos desse porte são bastante infrequentes — um a cada 100 milhões de anos, em média.)
Durante a simulação, as equipes da ESA tiveram de decidir o que fariam em cinco momentos críticos, 30, 26, 5 e 3 dias antes e uma hora depois do impacto. O objetivo básico do exercício foi testar e desenvolver protocolos de como as autoridades devem reagir diante dessa informação. Isso envolve desde estudo detalhado do asteroide até medidas de mitigação de danos.
Em Chelyabinsk, por exemplo, a população acabou ferida não por pedaços do asteroide em si, que explodiu na entrada atmosférica, mas por estilhaços de vidro das janelas quebradas pela onda de choque no ar. Uma medida simples de proteção em caso de impacto iminente, dizem os especialistas europeus, teria sido simplesmente instruir as pessoas a ficarem longe das janelas e permanecerem nas partes mais fortes dos edifícios, como o porão, um procedimento que já é comum durante tornados nos Estados Unidos.
É claro que o nível de perigo depende muito do tipo de asteroide envolvido e do local em que ele vai cair. Essas informações precisas só poderiam ser obtidas com estudos contínuos do bólido, e o grupo, que envolveu representantes dos governos alemão e suíço, levou isso em conta. “Por exemplo, três dias antes de um impacto previsto, já teríamos relativamente boas estimativas de massa, tamanho, composição e local da colisão”, diz Gerhard Drolshagen, da equipe de Objetos Próximos à Terra da ESA.
A primeira simulação foi concluída no último dia 25 e já mostrou várias interrogações que precisam ser respondidas no futuro. A ESA pretende continuar realizando exercícios do tipo, além de trabalhar com a ONU para desenvolver uma resposta global a qualquer ameaça futura de impacto. A próxima simulação deve acontecer já no ano que vem.
O importante disso tudo é que a civilização esteja se acautelando e desenvolvendo mecanismos de resposta. Afinal, já sabemos que impactos de asteroide não são uma questão de se vão acontecer, mas meramente de quando.
Folha de S.Paulo.com

"Rastro" misterioso surge no céu da Sibéria e gera polêmica


Uma espécie de “nuvem” misteriosa causou diversas reações entre os moradores de uma cidade da Libéria na última segunda-feira. O rastro de luz no céu alaranjado tem um formato de diversos círculos e zigue-zagues – tornando impossível, por exemplo, ter sido feita por um jato comum. Algumas pessoas levantaram a suspeita de ser o rastro deixado por um óvni. As informações são do Daily Mail.
Nenhuma confirmação oficial foi dada pelas autoridades sobre o que teria causado o desenho no céu, mas a forma “artística e estranha” é, provavelmente, o rastro de algum foguete – que teria sido lançado pouco antes de as pessoas tirarem as fotos. Especialistas dizem que os padrões são consistentes com a segunda fase de desengajamento das peças usadas para o foguete cair de volta à Terra.
Residentes na cidade de Barnaul, nas margens do rio Ob, capturaram o mistério em fotos e vídeos. 
A região siberiana de Altai é perto da pista de lançamento do foguete Proton-M, que teria decolado na mesma manhã, na fronteira com o Cazaquistão. Nessa região, é bastante comum que detritos espaciais caiam causando alguns “fenômenos” curiosos.
De acordo com especialistas, o frio extremo da região permite a criação dessas nuvens, pelo encontro do vapor quente dos destroços com o ar gelado.
Natalia Pavlova, chefe do planetário de Barnaul, disse que os padrões da nuvem podem ter sido causados pelo lançamento do foguete, mas ressaltou que também poderia ser determinado por meteoros. No entanto, não houve relatos deste fenômeno no dia.
Residentes na Rússia estão se acostumando a ver luzes misteriosas no céu. No mês passado, uma explosão inexplicada foi testemunhada em Yekaterinburg, a quarta maior cidade do país.  Meteoritos, mísseis, um acidente de avião e até mesmo de atividade extraterrestre estavam entre as muitas teorias propostas para explicar o incidente, em 14 de novembro.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sonda da Nasa descobre primeiro exoplaneta em nova missão


A sonda espacial Kepler, da Nasa (agência espacial americana), descobriu o primeiro exoplaneta em sua nova missão K-2. A descoberta, que será publicada no Astrophysical Journal, só foi possível porque os astrônomos e engenheiros desenvolveram uma forma de redirecionar a sonda, que apresentou uma falha em seu sistema de direcionamento em 2013.
"No verão passado, a possibilidade de uma missão científica produtiva para Kepler após sua falha na roda de reação não existia. Hoje, graças a uma ideia inovadora e muito trabalho duro por parte da equipe, Kepler poderá descobrir novos exoplanetas que ajudarão a compreender as atmosferas de planetas distantes ", afirma Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da Nasa.
O recém-descoberto exoplaneta HIP 116454b tem 2,5 vezes o diâmetro da Terra e segue nove dias de órbita em torno de uma estrela que é menor e mais fria do que o nosso Sol, tornando o planeta muito quente para a vida como a conhecemos. Localizado na constelação de Peixes, 116454b HIP e sua estrela estão a 180 anos-luz da Terra.
A câmera da Kepler detecta planetas utilizando um sistema de busca por trânsitos, ou seja, o equipamento identifica quando uma estrela distante escurece ao ser obscurecida pela passagem de um planeta. Quanto menor for o planeta, o brilho da estrela é menos escurecida. Para manter essa precisão, a sonda deve manter um localizador constante e estável -- por isso a necessidade de corrigir o problema com a roda de reação.
Ao invés de desistir da sonda, a equipe elaborou uma estratégia de usar a pressão da luz solar como uma "roda de reação virtual" para ajudar a controlar a nave espacial. A missão K2 dará continuidade à observação da Kepler, mas também expandirá a pesquisa para estrelas próximas e brilhantes que abrigam planetas que podem ser estudados, além de oportunidades para observar aglomerados de estrelas, galáxias ativas e supernovas.
Pequenos planetas como HIP 116454b, que orbitam próximos de estrelas brilhantes, são uma boa oportunidade para a missão, pois podem contribuir para estudos do solo e obtenção de medidas de massa. Usando essas medições, os astrônomos podem calcular a densidade de um planeta para determinar se é provável  que ele seja rochoso, com água ou gasoso.
"A missão Kepler nos mostrou que planetas maiores do que a Terra e menores do que Netuno são comuns na galáxia, mas estão ausentes em nosso sistema solar. K2 está singularmente posicionada para refinar nossa compreensão desses mundos 'alienígenas' e definir a fronteira entre mundos rochosos, como a Terra, e os gigantes de gelo como Netuno", acredita Steve Howell, cientista da missão K2 da Kepler.
A missão K2 começou oficialmente em maio de 2014 e a sonda já observou mais de 35.000 estrelas e obteve dados sobre aglomerados, regiões densas de formação de estrelas, e vários objetos planetários recolhidos dentro do nosso próprio sistema solar.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Pesquisa descobre que mulheres também viajavam nas embarcações wikings

 
 
Entre os séculos VIII e XI, diversas expedições vikings partiram das regiões escandinavas onde hoje se localizam Noruega, Dinamarca e Suécia para se aventurar pelas atuais Inglaterra, Escócia, Irlanda, França, sul da Europa e até pelo norte da América. Por anos, historiadores acreditaram que essas aventuras foram feitas em navios tripulados apenas por homens, mas um novo estudo chega para mudar essa hipótese. Analisando os traços genéticos deixados pelas migrações vikings, cientistas descobriram que as mulheres também marcavam presença nos barcos.
Assim como retrata o seriado Vikings, do History Channel, “parece que um número significativo de mulheres estava envolvido no estabelecimento dos barcos menores”, diz a coautora do estudo Erika Hagelberg. “Isso supera a ideia de que as incursões se limitavam aos homens vikings que estupravam, saqueavam e faziam um grande alvoroço”, continua a pesquisadora.

O grupo de cientistas das universidades de Oslo, Estocolmo e Uppsala utilizou DNA mitocondrial para evidenciar como as mulheres acompanharam os homens nas expedições – principalmente naquelas em direção à Inglaterra. A equipe retirou o DNA de cerca de 1200 esqueletos para mapear e sequenciar as combinações genéticas em comparação aos 5000 moradores das regiões envolvidas nas viagens.
De acordo com os resultados, há um maior pareamento entre o sexo feminino do que os pesquisadores imaginavam. Para a autora Maja Krzewinska, os dados mostram que as mulheres estavam envolvidas na colonização dessas áreas: “Nós podemos notar, inclusive, que os vikings noruegueses trouxeram suas mulheres norueguesas quando colonizaram a Islândia. Encaixa-se perfeitamente com os estudos mais antigos e explicita o modelo de migração utilizado por grupos como os vikings”.

O novo estudo descreve as mulheres como “importantes agentes do processo de migração e assimilação”, mas os autores tomam cuidado ao confirmar a participação do gênero em outras atividades. Segundo o arqueólogo Jan Bill, deve-se imaginar uma figura diferente: “Essa imagem que nós temos de Vikings realmente não encaixa no conceito de família. Mas quando essas atividades evoluem, e as ações se tornam mais frequentes, já conseguimos imaginar famílias viajando ao lado de seus companheiros”.
Galileu.com

As dez personalidades da ciência em 2014, segundo a 'Nature'

Andrea Accomazzo, diretor da Rosetta


Há quase 20 anos, o italiano Andrea Accomazzo teve problemas com a sua então namorada ao ser flagrado com um bilhete onde estava escrito um número de telefone e um nome feminino: Rosetta. “Ela pensou que fosse uma garota”, diz. Ex-piloto de teste da Força Aérea Italiana, Accomazzo foi o diretor de voo da Rosetta, sonda que viajou milhões de quilômetros durante uma década até encontrar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko no espaço. O italiano liderou a equipe até agosto e agora está preparando a missão interplanetária da ESA para Mercúrio, Marte e Júpiter. No entanto, diz achar difícil afastar-se da Rosetta. “É um pouco triste, ainda não sei como serei capaz de lidar com isso.”
 

Suzanne Topalian, pesquisadora de imunoterapia

       
A pesquisadora sempre teve como foco estudos em torno da imunoterapia para combater o câncer, abordagem que visa a fortalecer o sistema imunológico do paciente para lutar contra a doença, e não atacar o tumor diretamente com medicamentos ou radiação. Em 2014, a americana começou a colher os frutos de 21 anos de pesquisa no Instituto Nacional do Câncer dos EUA. O Japão e os Estados Unidos aprovaram dois medicamentos imunoterápicos da classe dos inibidores de PD-1, que impedem o tumor de bloquear a ação das células de defesa. As drogas foram autorizadas para o tratamento do melanoma, mas estudos coordenados por Suzanne mostram que elas têm o potencial de ajudar a combater outros cânceres, como o de pulmão.
 

Radhika Nagpal, engenheira de Harvard

       
A equipe da indiana, que lidera as pesquisas na área de engenharia na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveu um exército de 1 024 robôs inspirados nos insetos. Cada Kilobot, como foram chamados os robôs, tem apenas alguns centímetros e, individualmente, realiza ações muito simples. Porém, uma vez colocados lado a lado, os robôs se comunicam usando luz infravermelha e são capazes de organizar-se e desenvolver ações complexas em conjunto, como acontece com as formigas ou abelhas. Espera-se que a pesquisa, que começou há quatro anos, leve ao desenvolvimento de robôs capazes de realizar ações de larga escala, como responder a catástrofes naturais ou ajudar a conter a poluição atmosférica.
 

Sheik Humarr Khan, líder no combate ao ebola

       
O médico e cientista africano foi uma figura central na luta contra a epidemia de ebola de 2014. Natural de Serra Leoa, um dos principais países afetados, Khan especializou-se em doenças infecciosas e participou do grupo que realizou o primeiro sequenciamento genético do vírus ebola. Ele se tornou o principal médico do Hospital Governamental de Kenema, cidade onde exercia um papel de liderança. Quando a epidemia de ebola explodiu, o médico desistiu do convite de se tornar professor fora de seu país e resolveu ficar em Serra Leoa para ajudar a tratar das vítimas do vírus. Khan, no entanto, acabou se tornando uma e morreu em decorrência do ebola no dia 29 de julho.
 

David Spergel, astrofísico

       
O astrofísico foi o primeiro a perceber que havia algo de errado no anúncio de cientistas do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, que em março afirmaram ter detectado minúsculas distorções no campo gravitacional do Universo, algo como um “eco do Big Ben”. A novidade foi saudada como uma das grandes revelações da física, uma vez que finalmente traria as evidências que faltavam para confirmar o fenômeno. Dez dias após o anúncio, Spergel estava em um trem em direção a Nova York, onde daria uma aula, quando se deu conta de que a equipe havia cometido um engano: os cálculos que extraíram, no Polo Sul, podem ter sido confundidos pela poeira espacial. A próxima análise de dados de satélite pode em breve resolver a controvérsia.
 

Maryam Mirzakhani, matemática

Nascida no Irã e PhD em matemática pela Universidade Harvard, Maryam Mirzakhani, 37 anos, tornou-se a primeira mulher a ganhar a Medalha Fields, prêmio considerado o “Nobel da matemática” e que existe desde 1936. Em 2014, o prêmio foi concedido a quatro pessoas, entre elas, o brasileiro Artur Avila. Maryam publicou um estudo sobre sistemas dinâmicos aplicados à geometria, mais especificamente sobre o comportamento de bolas de bilhar em superfícies com vários buracos. O fato de uma mulher nascida em um país como Irã ter conquistado lugar de destaque em uma área tipicamente masculina chamou a atenção da imprensa, e reportagens sobre ela chegaram a aparecer em revistas de moda e blogs feministas. Maryam, que atualmente é professora da Universidade Stanford, espera que o seu prêmio inspire confiança em outras mulheres matemáticas e mude a percepção das pessoas em relação a garotas que optam por essa área.
 

Pete Frates, do Desafio do Balde de Gelo

       
Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA) há quase três anos, o ex-técnico de baseball americano Peter Frates ajudou a fazer com que o ‘Desafio do Balde de Gelo’ se tornasse a mais lucrativa campanha já feita nas redes sociais. Nela, uma pessoa deve jogar um balde de gelo em si mesma e desafiar outras três a fazer o mesmo ou a doar recursos para entidades ligadas à doença.
Frates, que perdeu a capacidade de falar e se movimentar, aderiu à campanha em agosto, quando publicou um vídeo em que aparece balançando a cabeça ao som da música Ice Ice Baby. “Água com gelo e ELA são uma péssima mistura”, dizia a legenda do vídeo. Depois disso, Bill Gates, Mark Zuckerberg e outras 17 milhões de pessoas publicaram vídeos do desafio. Ao todo, a campanha arrecadou 115 milhões de dólares em 2014, quase o triplo de todo o valor gasto pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA na doença no ano passado.
 

Koppillil Radhakrishnan, chefe da Organização Espacial da Índia

       
Koppillil Radhakrishnan chefiou a Organização de Pesquisa Espacial da Índia (Isro, na sigla em inglês) no ano em que o país foi bem sucedido em sua primeira missão interplanetária, fazendo com que a sonda Mangalyaan entrasse na órbita de Marte. Com isso, a Índia juntou-se ao seleto grupo de nações com capacidade técnica de explorar o Sistema Solar e chamou a atenção do mundo para as ambições da Ásia na área — a Índia pretende lançar a sua segunda missão à Lua nos próximos três anos. Com mais de quatro décadas de experiência na engenharia, Radhakrishnan atuou em projetos diversos, incluindo o desenvolvimento de um satélite para um sistema de alerta de tsunamis na Índia. No fim deste ano, ele deverá se aposentar.
 

Masayo Takahashi, pesquisadora de células-tronco

       
A pesquisadora japonesa coordenou pesquisas sobre células-tronco ao longo de uma década antes de liderar, neste ano, o primeiro transplante de células humanas reprogramadas em um paciente. A técnica consiste em manipular geneticamente células adultas e deixá-las próximas a um estado embrionário, tornando-as capazes de se transformar em qualquer outra célula do corpo. O teste pioneiro foi realizado no Centro para Desenvolvimento Biológico de RIKEN, no Japão, em uma senhora de 70 anos que perdeu a maior parte da visão devido a uma degeneração macular. Essa primeira cirurgia teve como objetivo avaliar se a técnica é segura, e as conclusões finais deverão ser divulgadas um ano após o transplante.
 

Sjors Scheres, biólogo

O coordenador do Laboratório para Biologia Molecular de Cambridge, na Grã-Bretanha, é o responsável por desenvolver o software RELION, capaz de fornecer as imagens mais precisas feitas até agora de estruturas microscópicas do organismo do ser humano. O seu trabalho vem facilitando a vida de biólogos, que conseguem obter imagens mais detalhadas de estruturas que ajudam a explicar algumas doenças, como os ribossomos, responsáveis por fabricar proteína dentro das células, ou a gamma-secretase, proteína envolvida na doença de Alzheimer.
Veja.com

Uso racional e tecnológico da água garantiu a longevidade do Império Romano

O aqueduto romano de Luynes: o uso racional da água garantiu a longevidade do império
 
Surgido no ano de 27 a.C, o Império Romano chegou a compreender três continentes e abrigar cerca de 70 milhões de pessoas, perdurando por vários séculos. A longevidade do império teve como uma de suas principais bases o uso racional dos recursos hídricos, inclusive nas cidades onde a água era escassa, segundo um estudo novo publicado no Hydrology and Earth System Sciences (Hidrologia e Ciências do Sistema Terrestre, em tradução livre), periódico de acesso aberto da EGU (União Europeia de Geociência, em sigla em inglês).
Uma equipe composta por hidrólogos e historiadores investigou como, naquela época, os romanos conseguiam ter uma oferta estável de alimentos em todas as cidades do vasto império, mesmo em regiões com escassez de recursos hídricos e diante do clima árido e variável da região Mediterrânea.
O estudo mostrou ainda que essa prosperidade proporcionada pelo uso racional da água foi a causa do crescimento populacional e urbanização do império --e também da sua queda.
"Nós podemos aprender muito investigando como sociedades do passado lidavam com mudanças nos seus ambientes. Por exemplo, os romanos foram confrontados com o desafio de administrar os seus recursos hídricos diante do crescimento populacional e urbanização. Para assegurar a continuidade do crescimento e a estabilidade da civilização, eles tiveram que garantir a estabilidade da oferta de alimentos nas suas cidades, muitas delas localizadas em regiões com pouca água", disse o cientista ambiental da Universidade de Utrecht, Brian Dermody.
Para isso, a equipe se concentrou em descobrir quanto de água era necessário para cultivar cereais, alimento básico da civilização romana, e como esse recurso hídrico estava distribuído dentro do Império. Os pesquisadores viram que eram necessários entre 1.000 e 2.000 litros de água para produzir um quilo de grãos.
A equipe usou um modelo hidrológico para calcular o rendimento de grãos, que variam de acordo com fatores como clima e tipo de solo, e utilizou ainda mapas que reconstruíam paisagem romana e da população para estimar onde a demanda da produção agrícola e alimentar a era maior.  Os pesquisadores também simularam o comércio de grãos com base na rede romana de transportes.
"Se a produção de grãos era baixa em uma determinada região, eles poderiam importar grãos de uma parte diferente do Mediterrâneo, que experimentou um superavit. Isso fez com que fossem altamente resistentes à variabilidade climática de curto prazo", diz Dermody.
Além disso, quando os romanos negociavam a safra, eles também trocavam a água necessária para produzi-la, ou seja, trocavam o que os pesquisadores chamaram de "água virtual". "Nós simulamos o comércio de água virtual baseado em regiões pobres do recurso (centros urbanos, como Roma) exigindo grãos da região rica em água virtual (regiões agrícolas, como a bacia do Nilo)", explica Dermody.
Mas, as práticas inovadoras da gestão da água também podem ter contribuído para a queda do império. Com o comércio e a irrigação assegurando a estabilidade da oferta de alimentos para as cidades, a população cresceu e a urbanização se intensificou. Mais bocas para alimentar nos centros urbanos levaram os romanos a serem ainda mais dependentes do comércio, ao mesmo tempo em que o império chegava ao seu limite de produção.
"Estamos confrontados com um cenário muito semelhante hoje. O comércio de água virtual permitiu o rápido crescimento populacional e urbanização, desde o início da revolução industrial. No entanto, à medida que se aproxima dos limites dos recursos do planeta, a nossa vulnerabilidade a baixos rendimentos decorrentes das mudanças climáticas aumenta", conclui Dermody.
 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

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Estudo alerta para degelo maior que o previsto na Groenlândia

 Piscinas azuis em meio ao gelo na Groelândia (Foto: NASA Earth Observatory/Jesse Allen e Robert Simmon)

Um planeta mais quente tornará mais comum a formação de lagos no interior da Groenlândia, provocando um degelo mais imediato e uma elevação do nível do mar mais rápida do que se pensava anteriormente, afirmaram cientistas nesta segunda-feira (15).
As descobertas, publicadas na edição desta segunda-feira da revista "Nature Climate Change", preveem que os lagos vão se tornar duas vezes mais comuns nos próximos 50 anos do que são hoje e, ao se mover de regiões costeiras para o interior, podem ter um enorme impacto na forma como o manto de gelo derrete.
Estes corpos hídricos, conhecidos como lagos supraglaciais, ficam sobre o gelo e são mais escuros que outras áreas, atraindo mais luz solar e drenando água, facilitando o degelo ao seu redor.
"Os lagos supraglaciais podem aumentar a velocidade com que os mantos de gelo derretem e fluem e nosso estudo mostra que em 2060 a área da Groenlândia coberta por eles dobrará", afirmou a principal autora do estudo, Amber Leeson, da Escola de Terra e Meio Ambiente da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha.
 
 "Quando o manto de gelo é mais fino, isto ocorre em uma elevação sutilmente menor e às custas de temperaturas do ar mais elevadas do que seria se fosse mais espesso, aumentando o tamanho da área de degelo em torno da borda do manto de gelo", prosseguiu.
Quando os lagos crescem o suficiente, eles começam a drenar água pelas fraturas no gelo, tornando todo o manto mais escorregadio e propenso a derreter mais rapidamente.
Os cientistas nunca tinham simulado antes o comportamento destes lagos, que já estão migrando lentamente para o interior desde os anos 1970.
Mas com base em dados de satélites de sensoreamento do meio ambiente da Agência Espacial Europeia, eles fizeram novas simulações sobre como a água de degelo vai fluir e se acumular na superfície do gelo para formar os lagos supraglaciais nos anos vindouros.
Hoje, a parte principal do manto de gelo da Groenlândia é fria demais para permitir a formação destes lagos e sua formação está restrita ao longo da costa.
A faixa já ganhou 56 km desde os anos 1970 e até 2060, a região onde estes lagos podem se formar avançaria para o interior até 109,4 km ou duas vezes a área que cobrem hoje.
'Indício-chave' das mudanças climáticas
O manto de gelo da Groenlândia é considerado um fator importante na elevação do nível dos mares, relacionada às mudanças climáticas e espera-se que contribua com 22 centímetros até 2100.
Uma vez que projeções anteriores não incluíram o comportamento variável destes lagos, aquelas projeções podem ser menores, mas ainda é preciso calcular quanto.
"Uma vez que o degelo na Groenlândia é um indício-chave das mudanças climáticas, é importante que consideremos todos os fatores que poderiam afetar a taxa segundo a qual o gelo será perdido à medida que o clima esquentar", disse o coautor do estudo, Andrew Shepherd, também da Escola da Terra e de Meio Ambiente da Universidade de Leeds.
"Nossas descobertas ajudarão a melhorar a próxima geração de modelos do manto de gelo, de forma que possamos ter mais confiança nas projeções sobre a futura elevação do nível do mar", concluiu.

O derretimento das geleiras está espalhando nutrientes pelo oceano

 
 
Não parece uma vantagem grande o suficiente para neutralizar o aquecimento global, mas quem gosta de ver o lado positivo das coisas pode gostar dos resultados desse estudo. Publicado na revista Nature, ele sugere que o derretimento das geleiras está despejando ferro "nutritivo" nos oceanos - e essa substância promoveria o crescimento de fitoplâncton.
Por ser a base da cadeia alimentar marinha, o fitoplâncton pode ajudar a manter a vida marinha. E, mais, ele ajuda a capturar o carbono da atmosfera.
"As geleiras cobrem 10% da superfície terrestre da terra. E o ferro contido nelas sempre foi considerado uma fonte para os oceanos. Agora descobrimos que a substância está sendo transportada para a água - e para a cadeia alimentar também", afirma o responsável pelo estudo, Jon Hawkins, do Centro Nacional de Oceaonografia do Reino Unido.
Mas antes que você ache que essa é a solução para as mudanças climáticas e comece a despejar suas panelas de ferro no mar, vale lembrar que o estudo apresenta apenas uma sugestão de que as comunidades marinhas se beneficiariam da substância. A ciência ainda não tem um entendimento claro sobre o funcionamento das comunidades de fitoplâncton e o ferro é apenas um dos nutrientes necessários para esses organismos, sendo que fósforo e nitrogênio são os seus principais alimentos.
Galileu.com
 

Robô da Nasa encontra moléculas orgânicas e gás metano em Marte

Dunas de areia em Marte
 
Cientistas da Nasa anunciaram nesta terça-feira que o robô Curiosity detectou a presença de metano na atmosfera de Marte e de elementos químicos orgânicos no solo do planeta vermelho. A existência do gás é considerada um sinal de atividade biológica, ou seja, da presença de organismos vivos. 
Há pouco mais de um ano, a Nasa declarou que, após diversas análises em solo marciano, a sonda não havia identificado a presença do gás na atmosfera do planeta. Agora, o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia, emitiu um comunicado à imprensa dizendo que o veículo-robô mediu “um pico dez vezes maior” de metano na atmosfera em seu local de pouso, na cratera Gale, e que detectou outras moléculas orgânicas em uma amostra coletada com o uso de uma furadeira.
Lago — Pouco depois de pousar, em agosto de 2012, o Curiosity descobriu que Marte, o planeta mais parecido com a Terra no Sistema Solar, já teve os ingredientes químicos e as condições ambientais necessárias para sustentar a vida microbiana, cumprindo o objetivo primordial de sua missão. Na semana passada, essa teoria foi reforçada quando cientistas disseram ter determinado que bilhões de anos atrás um lago preenchia a cratera de 154 quilômetros de largura que está sendo explorada pelo Curiosity. 
O veículo já percorreu cerca de 8 quilômetros desde o pouso. Ele tem explorado uma área conhecida como Monte Sharp, onde foram encontradas rochas contendo sedimentos depositados em ambiente aquático, possivelmente um antigo lago. Os pesquisadores querem saber se essa região forneceu, por tempo suficiente, as condições necessárias para o desenvolvimento da vida.
O cientista Roger Summons, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), disse: “O desafio agora é encontrar outras rochas no Monte Sharp que possam ter inventários diferentes e mais amplos de compostos orgânicos”.
Veja.com

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

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Praias do Rio e de outras partes do mundo correm risco de serem 'varridas' do mapa

Tempestade faz ondas encobrirem farol em Newhaven, sul da Inglaterra, em fevereiro deste ano Foto: TOBY MELVILLE / REUTERS

As praias do Rio e de diversas outras cidades do planeta correm o risco de serem “varridas do mapa”. O alerta vem de dois importantes nomes da geologia marinha mundial que assinam o livro recém-lançado "The last beach" ("A última praia"), ainda sem previsão para chegar ao Brasil.
Os especialistas Andrew Cooper, professor de Estudos Costeiros da Universidade de Ulster, no Reino Unido, e Orrin Pilkey, professor de ciências da terra e dos oceanos na Universidade de Duke, nos EUA, defendem a teoria de que as intervenções humanas a beira-mar, junto com a elevação dos níveis de oceanos e as tempestades cada vez mais fortes por conta das mudanças climáticas, estão provocando vasta erosão de areia em direção ao fundo dos oceanos, num efeito de “varredura” do solo costeiro.
Na semana passada, tempestades nos oceanos Atlântico e do Pacífico geraram ondas de mais de 15 metros de altura que destruíram defesas marítimas de concreto em praias na Europa, América do Norte e nas Filipinas.
 
 
 
"A sentença de morte já soou para grandes extensões de praias ao longo de costas densamente povoadas, como a da Florida, da Costa del Sol, na Espanha, a Golden Coast da Austrália e o litoral do Rio de Janeiro" disse Orrin Pilkey ao jornal britãnico "The Guardian".
Em “The Last Beach”, os geólogos também afirmam que, ironicamente, as paredes de concreto erguidas pelo homem para proteção contra as tempestades e elevação das águas servem apenas para acelerar o processo de erosão da linha costeira.
Pilkey e Cooper também argumentam que o ideal seria preservar ao máximo as praias como ambiente natural, longe da intervenção humana. Segundo eles, dunas e longas faixas de areia das praias funcionam muito melhor na contenção de tempestades do que paredes de concreto.
A praia é uma defesa natural maravilhosa contra as forças do oceano. Elas absorvem a energia das ondas do mar, reduzindo-as a um movimento oscilante suave ao longo no litoral. Tempestades não destroem praias; apenas mudam sua forma e localização, movendo-se em torno da areia para maximizar a absorção de energia das ondas e, em seguida, recuperar a linha costeira nos dias, meses e anos que se seguirem", garante Pilkey.
Como o aumento do nível do mar contribui para os danos causados pelas tempestades, cada vez mais freqüentes devido às mudanças climáticas, o recuo das habitações ao longo do litoral se tornaria um “imperativo, mas quase impossível”.
"Vamos ter de recuar [a partir da costa]. Não há escolha. Em termos puramente econômicos, será impossível defender tudo. A defesa de cidades como Londres ou Rotterdam na Europa.
indicam que não haverá dinheiro para todas as outras habitações menores", Cooper.


 

 
 

Países definem bases para acordo climático em 2015

Cúpula de reuniões durante a conferência do clima da ONU, a COP 20, em Lima, no Peru
 
Delegações de 196 países aprovaram  neste domingo as bases de um acordo global a ser definido em 2015 com o objetivo de conter os efeitos de mudanças climáticas. O tratado foi fechado em conferência das Nações Unidas, em Lima, no Peru. As negociações ocorrem em meio a alertas de que ações bem mais duras serão necessárias para limitar o aquecimento global.
Segundo o acordo, governos terão que apresentar planos nacionais para controlar as emissões de gases do efeito estufa até um prazo informal de 31 de março de 2015. O objetivo é formar a estrutura de um tratado global a ser fechado na cúpula em Paris, no fim do ano que vem.
No entanto, a maioria das decisões mais difíceis sobre como amenizar o impacto de mudanças climáticas foi adiada para o próximo ano. "Muita coisa permanece para ser feita em Paris no próximo ano", disse o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.
Os textos, definidos após duas semanas de intensas negociações, satisfizeram economias emergentes lideradas por China e Índia. Elas estavam preocupadas que esboços anteriores, que impunham um ônus pesado demais a economias emergentes em comparação às ricas.
"Conseguimos o que queríamos", disse o ministro do Meio Ambiente da Índia, Prakash Javedekar, segundo o qual o texto preserva a noção conservada na convenção climática de 1992 de que os ricos têm que estar na dianteira dos cortes das emissões de gases.
O texto também foi aprovado por nações desenvolvidas, lideradas pelos Estados Unidos, que dizem que chegou a hora de economias emergentes controlarem crescentes níveis emissões. A China é atualmente o maior emissor de gases do efeito estufa, à frente de EUA, União Europeia e Índia.
Alguns grupos ambientais, entretanto, disseram que o acordo é fraco demais. "Fomos de fraco para mais fraco e para o mais fraco", disse Samantha Smith, do grupo de conservação WWF, sobre os sucessivos esboços nas negociações de Lima.
Veja.com

O mistério da água: O que aconteceria se alguém bebesse a água do cometa 67P?

Imagem do cometa 67P feita por Philae durante a descida, a 3 quilômetros da superfície
 
No século VI a.C., o filósofo grego Tales de Mileto afirmava que a água "está na origem de todas as coisas". Mas foi somente no século XVIII que Lavoisier desvendou a composição desse elemento: duas partes de hidrogênio para uma de oxigênio. A química como conhecemos hoje, com a tabela periódica e a descoberta do átomo, só se desenvolveu depois da segunda metade do século XIX. Desde então, cientistas decodificaram as propriedades da água e seu papel essencial para a existência de vida. A origem desse líquido, no entanto, ainda é uma incógnita para a ciência.
Pelas crateras na Lua, os cientistas sabem que nosso planeta foi intensamente bombardeado por corpos menores há 3,8 bilhões de anos, 800 milhões de anos após sua formação. Como a Terra era provavelmente muito quente no início, uma das teorias é de a água tenha sido trazida pela colisão de pequenos corpos celestes. A dúvida é quais foram esses corpos: cometas ou asteroides? 
Os cometas, formados por 80% de água, eram a aposta preferida dos astrônomos. Já os asteroides pareciam candidatos menos prováveis, uma vez que são essencialmente rochosos, embora possuam água congelada, hidrogênio e oxigênio.
 Uma das principais razões pelas quais a sonda Rosetta foi enviada em uma cinematográfica missão ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko era verificar se a água desse corpo celeste era a mesma da Terra. Um resultado positivo reforçaria a teoria de que a água foi trazida até aqui pelos cometas. A teoria, no entanto, perdeu força na última quarta-feira, quando um estudo publicado na revista Science mostrou que a água do 67P é diferente da existente no planeta azul.
Composição da água — Toda molécula de água é composta por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio, a H2O como conhecemos, mas a composição química desses átomos pode variar. O hidrogênio comum, mais abundante na Terra, é formado por apenas um próton, com duas variações, chamadas de isótopos (átomos de um mesmo elemento químico que diferem em massa). Uma delas, o deutério, possui um próton e um nêutron, e a outra, mais rara, possui um próton e dois nêutrons e é conhecida como trítio.
 O mesmo acontece com o oxigênio. O mais comum, chamado oxigênio 16, tem oito prótons e oito nêutrons, mas existem também o oxigênio 17 (com nove nêutrons) e o oxigênio 18 (com dez nêutrons). Todos eles podem se combinar em 18 composições químicas diferentes para a água, que existem misturadas na Terra. “Quando tomamos um copo de água, estamos tomando cada uma dessas misturas de isótopos”, diz Fabio Rodrigues, professor do Instituto de Química e coordenador de química do Laboratório de Astrobiologia da Universidade de São Paulo (USP).
 Para determinar se a água de um corpo celeste é ou não parecida com a do nosso planeta, os cientistas usam como base o deutério. Ele é um bom marcador porque sua quantidade permanece estável mesmo ao longo de bilhões de anos. Assim como se fazem testes de carbono 14 para determinar a idade de um fóssil, analisa-se o deutério para saber de onde a água da Terra pode ter vindo.

Deutério — Medições do instrumento Rosina, da sonda Rosetta, composto por dois espectrômetros de massa e um sensor de pressão, mostraram que a H2O do cometa possui três vezes a quantidade de deutério da água da Terra.
Os cientistas estimam que a água do nosso planeta contenha 0,017% de deutério. No 67P, esse valor é de 0,053%. A diferença é grande o suficiente para que os pesquisadores tenham certeza de que os líquidos não têm a mesma origem, mas pequena para que pudesse fazer mal a um humano essa água fosse consumida. “Se, por exemplo, esse cometa caísse no reservatório Cantareira, em São Paulo, sua água poderia ser consumida, pois a quantidade de deutério é ínfima para alterar as propriedades da nossa água”, afirma Eduardo Janot Pacheco, coordenador geral do Laboratório de Astrobiologia da Universidade de São Paulo.
O problema é que outras substâncias foram encontradas no 67P. “A água poderia ser consumida do ponto de vista do deutério. Você nem sentiria gosto algum, porque deutério e hidrogênio são quimicamente idênticos, com apenas um nêutron a mais no primeiro. No entanto, o cometa contém cianeto, amônia e outros elementos não saudáveis. Então, pode não ser uma boa ideia beber essa água ou refrescar o seu drink com suas pedrinhas de gelo", diz Kathrin Altwegg, pesquisadora da Universidade de Berna, na Suíça, e principal autora do estudo publicado na Science.
Em laboratório, é possível fazer água em que todos os hidrogênios sejam do tipo deutério. Trata-se da chamada água pesada, usada em reatores nucleares. Ainda assim, para nos fazer mal, ela teria que ser ingerida em grande quantidade. “Para a água composta apenas com deutério prejudicar o organismo, uma pessoa de 70 quilos precisaria ingerir de 13 e 26 litros desse líquido, de modo que intoxicasse de 25% a 50% da água do organismo”, explica Fabio Rodrigues.

Outros cometas — O 67P não foi o primeiro cometa a ter sua água analisada. Outras duas “famílias” de cometas, as da Nuvem de Oort, mais distantes do Sol, e da família de Júpiter, mais próximas do astro, também foram estudadas pelos cientistas. Os corpos celestes da Nuvem de Oort mostraram uma quantidade de deutério muito alta. Na família de Júpiter, o Hartley 2 possui água semelhante à da Terra na quantidade de deutério. Curiosamente, a água do 67P, que também faz parte dessa família, revelou-se mais parecida com os cometas da Nuvem de Oort.
 "Seriam necessários diversos milhões de cometas para trazer água para a Terra, e é pouco provável que a média de deutério dos cometas da família de Júpiter seja parecida com a do nosso planeta, a não ser que o 67P seja uma exceção e todos os outros tenham água parecida com a nossa", afima Kathrin Altwegg.
 Agora, a missão dos cientistas é investigar se a água veio de um asteroide. Há uma semana, a agência espacial japonesa, Jaxa, lançou a sonda Hayabusa 2, que percorrerá 300 milhões de quilômetros para chegar, em 2018, ao asteroide 1999 JU3, com objetivo de recolher amostras dele. Paralelamente, a Nasa planeja para o ano que vem o lançamento da OSIRIS-REX, com destino ao asteroide Bennu, para coletar amostras em 2019.
Se a teoria do asteroide não se confirmar, ganharia corpo uma terceira hipótese: de que a água teria se originado na formação da Terra. Nosso sistema planetário se formou a partir de uma imensa nuvem de gás e poeira cósmica, que produziu estrelas, planetas, asteroides, cometas e outros corpos celestes. "Pode ser que nesse gás primordial a água já estivesse presente e, por isso, ela aparece também em vários outros planetas do Sistema Solar. O mais provável é que uma mistura dessas três teorias indique a fonte da água terrestre. O planeta foi formado com água e também bombardeado por cometas e asteroides", afirma Eduardo Janot Pacheco. "Hoje se sabe que todas as reações que criaram a vida ocorreram na água. Mas até hoje sua origem é um mistério para a ciência.”
Veja.com

Superbactérias podem matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050


O perigo de bactérias resistentes a drogas já é algo temido há algum tempo, porém, um recente relatório britânico revela que o problema dos chamados “supermicróbios” (resistentes a vários tipos de antibióticos) podem ser maiores do que o imaginado: matando até 10 milhões de pessoas por ano até 2050, ultrapassando o câncer. As informações são do IFL Science.
Além das perdas humanas, o combate aos supermicróbios poderia custar mais de US$ 100 trilhões (ou seja, quase R$ 300 tri).
É por estas razões que primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu uma revisão abrangente sobre o assunto, conduzida por pesquisadores da empresa de serviços profissionais KPMG e organização de pesquisa RAND. Eles foram convidados a modelar o futuro impacto da AMR (resistência antimicróbica) com base em cenários para o aumento da resistência aos medicamentos e ao crescimento econômico. As equipes estimou como a resistência poderia afetar a força de trabalho por doença e morte, e como isso afetaria a economia global. E os resultados não são nada positivos.
Na ausência de ação, em 2050, 10 milhões de pessoas morrerão a cada ano de infecções causadas por micróbios resistentes. A redução da população e os custos da doença também diminuiria a produção econômica global, entre 2% e 3%, acumulando contas em trilhões de dólares.
Os pesquisadores estão estendendo o trabalho para investigar como o problema pode ser enfrentado. Isso inclui examinar como o uso de drogas pode ser alterado para evitar o aumento de resistência e também como poderia ser aumentado o desenvolvimento de novas drogas.
Ao longo da última década e meia, as empresas farmacêuticas tornaram-se desinteressado em pesquisar antibióticos devido a normas rígidas e retornos financeiros pouco lucrativos, mas, aos poucos, isso está começando a mudar.
Os pesquisadores concluíram que a solução do problema seria significativamente mais barato do que ignorá-lo e estão otimistas de que com um esforço concertado global, poderiam ser tomadas as medidas certas para enfrentar o problema.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Mau uso fará solos férteis caírem pela metade até 2050


Estudo inédito da Embrapa mostra que cerca de 60% das pastagens do Cerrado têm algum estágio de degradação, por falta de um plano de manejo. Outros biomas e cidades são afetados pelo mau uso do solo
Foto: Latinstock

A quantidade de solo fértil per capita caiu pela metade nos últimos 50 anos, e a projeção é que caia novamente pela metade até 2050. Os dados são do grupo alemão Global Soil Forum e reforçam algo de que poucos se dão conta: o solo é finito, e sua degradação traz impactos para a produção de alimentos e o balanço climático. Mesmo assim, trata-se de um dos recursos naturais mais esquecidos da agenda global, limitado apenas às rodas científicas.
Isso começou a mudar recentemente, por exemplo, com o lançamento da Iniciativa 20x20, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 20), no Peru. Ela prevê a restauração, até 2020, de 20 milhões de hectares de sete países latino-americanos, com investimentos de US$ 365 milhões. A ONU ainda definiu 2015 como o Ano Internacional do Solo, quando haverá uma série de encontros internacionais.
O governo brasileiro não faz parte da iniciativa latino-americana, mas outros atores começam a se mobilizar por aqui. Na última semana, houve um encontro preparatório para a Conferência Governança do Solo, prevista para março em Brasília, que reunirá autoridades e especialistas e, espera-se, definirá uma uma política nacional de uso e conservação dos solos.
 
O mais importante é iniciar um debate sobre a questão no Brasil, porque hoje damos pouca atenção a isso. Lentamente vamos degradando o solo e causando impactos econômicos e ambientais — comenta Antonio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura.
PASTAGENS DEGRADADAS NO CERRADO
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— Já passou da hora de a degradação dos solos entrar no radar das políticas públicas. No Brasil, não se sabe exatamente quais seriam as responsabilidades dos diferentes entes governamentais na execução de uma política coerente para conservação dos solos. Hoje parte das ações se localiza no Ministério do Meio Ambiente, outra na Agricultura, outra no Desenvolvimento Agrário etc, as coisas estão desarticuladas — acrescenta Matheus Zanella, pesquisador brasileiro do Global
Soil Forum, que integra o Instituto de Estudos Avançados de Sustentabilidade (IASS), da Alemanha.
Um novo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela a situação preocupante no caso do Cerrado, bioma que ocupa 203,4 milhões de hectares e corresponde a 24% do território nacional, sendo responsável pela produção de 55% da carne brasileira. Através de imagens de satélite coletadas entre 2006 e 2011, o levantamento mostra que 32 milhões de hectares de pastagens (ou 60% dos 53 milhões de hectares) foram degradados.
— É um cenário alarmante — alerta Ricardo Andrade, autor principal do estudo e pesquisador do setor de Monitoramento por Satélites. — Falta um plano de manejo para manter ou recuperar essas áreas. Se fossem preservadas, seria possível
produzir sem tantos impactos ambientais, e a produtividade seria maior.
Este tipo de levantamento é inédito. O plano da Embrapa é realizá-lo periodicamente a partir de agora, de modo a ter um banco de dados com a progressão da situação e cobrar medidas mais efetivas, explica Andrade.
Hoje, no mundo, cerca de 30% das terras têm alto ou médio grau de degradação, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), devido a erosão, salinização, impermeabilização e poluição química. Estima-se que perdemos 24 bilhões de toneladas de solo fértil por ano, e um quarto da superfície da terra já foi degradado. Para se ter ideia, são necessários 500 anos para a formação de dois centímetros de solo fértil.
 
Segundo a FAO, 842 milhões de pessoas no mundo têm fome, e o solo é a base para a produção de 90% do alimento. O problema é que o mau uso do solo na agricultura e pecuária leva à improdutividade destas áreas, e uma das consequências é a pressão sobre áreas preservadas. O problema não para por aí. Os solos são importantes, também, para o equilíbrio climático. Eles estocam mais de 4 trilhões de toneladas de carbono, dez vezes mais do que as árvores (360 bilhões), o que significa que retiram gás carbônico da atmosfera. Sem esse papel fundamental, mais emissões de gases do efeito estufa seriam despejadas no ambiente.
O prejuízo não ocorre apenas em áreas rurais. As cidades sofrem diretamente o impacto da degradação do solo, geralmente coberto por asfalto e concreto (solo selado). Em países em desenvolvimento, a área de terra selada vai triplicar entre 2000
e 2030, o que prejudica a produção de alimento e a filtragem de poluentes do ar. Um dos efeitos mais objetivos é o maior calor nos centros urbanos. Outro exemplo prático é a crise da água.
— Chegamos a esse problema não só pela diminuição da precipitação, mas pelo mau uso da água e pela impermeabilização do solo nas áreas urbanas — diz o chefe-geral da Embrapa Solos, Daniel Vidal Pérez. — Se o solo é coberto de asfalto, a chuva vai parar nos rios Tietê e Pinheiros e vai embora.
PROTAGONISMO DA AMÉRICA LATINA
Pesquisadores querem agora que o tema tenha peso na agenda pós-2015 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Eles esperam, por exemplo, que se determinem indicadores internacionais para medir a qualidade dos solos. A América Latina deve desempenhar um papel de destaque no combate à
degradação do solo, já que a região é de importância global no armazenamento de carbono, particularmente na Amazônia, e tem grande biodiversidade de ecossistemas. Ao mesmo tempo, segundo o Global Soil Forum, sofre com a alta taxa de degradação dos recursos naturais e é a região com a distribuição mais desigual da terra no mundo.
— A América Latina (e certamente o Brasil) é uma região chave para o tema de solos — diz Matheus Zanella, que ainda reforça. — A produção de alimentos vai continuar a aumentar na região, mas se não for de forma sustentável, são dois passos pra frente hoje e três pra trás daqui a 20 anos.
 

 









 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Frase

Foto de Frase Seleta.

Chuva de meteoros Geminídeas - dezembro 2014


Este ano a Chuva de Meteoros "Geminídeas" atingirá seu pico durante a noite e madrugada dos dias 13 e 14 de dezembro (a partir das 21/22 horas). 

Sobre a Chuva de Meteoros:
Os Geminídeas, com pico em meados de Dezembro de cada ano, são considerados um dos melhores e mais confiáveis ​​chuveiros anuais de meteoros. A primeira aparição das Geminídeas ocorreu em meados de 1800. No entanto, as primeiras chuvas não foram notáveis, já que possuíam apenas de 10 a 20 meteoros possivelmente observados por hora. Desde aquela época, as Geminídeas têm crescido para atualmente se tornar um dos mais importantes chuveiros do ano. Durante seu auge, estima-se que 120 meteoros Geminídeas possam ser vistos por hora.

Observando a Chuva:
Observando a Chuva:
A Chuva de Meteoros Geminídeas é melhor visualizada durante a noite e madrugada de seu período ativo, e são visíveis em todo o mundo devido a uma quase 24 horas de amplitude máxima. Esta festa é considerada uma das melhores oportunidades para os jovens espectadores.
Para ver os meteoros Geminídeas, é necessário encontrar uma área com céu limpo, bem longe da cidade e da iluminação pública. Se possível, vá preparado com um saco de dormir, cobertor ou cadeira de gramado. Deite-se de costas com os pés virados para sul e olhe para cima. Após cerca de 30 minutos no escuro, seus olhos vão se adaptar e possivelmente você começará a ver os meteoros. Seja paciente! O show tem previsão de durar até o amanhecer, então você tem tempo de sobra para ter um vislumbre.

As Geminídeas são meteoros brilhantes e rápidos que tendem a ser de cor amarela. Geminids também são conhecidos por seus meteoros do tipo "bola de fogo". Bolas de fogo são explosões maiores de luz e de cor que podem persistir por mais tempo do que a média de meteoros. Isto é devido ao fato de que estas bolas de fogo são originárias a partir de partículas maiores de material. Bolas de fogo são também mais brilhantes, mais brilhantes das de com magnitudes -3.

O Asteroide:
Ao contrário da maioria das chuvas de meteoros que se originam a partir de cometas, as Geminídeas origina-se de um asteroide chamado 3200 Phaethon, que leva 1,4 anos para orbitar uma vez o Sol. É possível que Phaethon seja um "cometa morto" ou um novo tipo de objeto que está sendo discutido pelos astrônomos chamado de "cometa rock", já que a órbita altamente elíptica do cometa de Phaethon em torno do Sol dá crédito a esta hipótese. No entanto, os cientistas ainda não estão certos de como definir Phaethon. Quando Phaethon passa pelo Sol não desenvolve uma cauda de cometa, e seus espectros parecem ser um asteroide rochoso. Além disso, os pedaços (de 2-3g/cc) que se quebram para formar os meteoroides Geminids também são várias vezes mais densos que os flocos de poeira de cometas (de 0,3g/cc).
 Asteroide 3200 Phaethon foi descoberto em 11 de Outubro de 1983 pelo "Infrared Astronomical Satellite". 

Devido à sua estreita aproximação do Sol, Phaethon recebeu este nome devido ao mito grego que conta o episódio em que Phaethon pediu ao seu pai Helios para dirigir o carro do Sol, uma carruagem puxada por quatro cavalos luminosos.

Phaethon é considerado um pequeno asteroide, já que suas medidas em diâmetros são de somente 5,10 km (3,17 milhas). Foi o astrônomo Fred Whipple que percebeu que Phaethon é a fonte para os meteoros Geminids.
O Radiante:
Seu radiante, ou seja, o ponto no céu a partir do qual as Geminídeas parecem provir, é a constelação de Gêmeos, os "Gêmeos". A constelação de Gêmeos é também a "responsável" pelo nome dado a este chuveiro: Geminídeas

Nota: A constelação que é utilizada como inspiração ao nome dado a qualquer chuva de meteoros só serve para ajudar os telespectadores a determinar qual o chuveiro que eles estão vendo em uma determinada noite. A constelação não é a fonte dos meteoritos. Além disso, você não precisa olhar apenas para a constelação de Gêmeos para ver os meteoros Geminídeas, eles são visíveis em todo o céu noturno.
Afinal, dê onde vem os Meteoros?
Meteoros vêm de partículas de cometas e de sobras e pedaços de asteroides. Quando esses objetos passam em torno do Sol, eles deixam um rastro de poeira atrás deles. Todos os anos, a Terra passa através dessas trilhas de detritos, o que permite a colisão deles com a nossa atmosfera, onde se desintegram para criar faixas de fogo e "luzes" coloridas no céu.

Fonte: NASA