Para quem vive no Rio de Janeiro, Santos, Recife Nova York, Cidade do Cabo, Hong Kong ou qualquer outra metrópole costeira, uma pergunta quase existencial é o quanto seus habitantes deveriam temer o efeito das mudanças climáticas na elevação do nível dos oceanos. Embora a maioria de seus habitantes provavelmente nem pense nisto, muitos cientistas tem se debruçado sobre a questão, examinando o passado do planeta para tentar projetar o futuro.
A revista Science traz um artigo preparado por um grupo de pesquisadores vinculados ao projeto internacional PAGES - Past Global Changes que analisou o nível dos oceanos durante períodos quentes na história recente da Terra. Eles analisaram especialmente os períodos nos quais as temperaturas médias globais foram semelhantes ou ligeiramente superiores às atuais - cerca de 1°C acima das temperaturas pré-industriais.
E o que descobriram deveria deixar os moradores de cidades localizadas à beira-mar preocupados. Ao menos em três momentos no passado geológico recente o nível dos oceanos esteve seis metros mais alto do que os níveis atuais, em épocas cujas temperaturas médias globais eram semelhantes às de agora.
A equipe de cientistas do projeto PAGES concluiu que durante o último interglacial - um período quente entre eras glaciais cerca de 125 mil anos atrás - a temperatura média global foi semelhante à atual, produzindo um aumento médio no nível do mar entre 6 e 9 metros, causado pelo derretimento do gelo no Groenlândia e da Antártida. Antes disso, cerca de 400 mil anos atrás, quando as temperaturas médias globais foram estimadas entre 1°C e 2°C acima dos níveis pré-industriais, o mar chegou a estar entre 6 e treze metros acima do que está hoje.
Como referência, existe um entendimento entre os países em tentar limitar a temperatura média global a não mais de 2°C acima dos níveis pré-industriais. Mas na prática, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, o aquecimento está no caminho de chegar a 4o.C até o fim deste século se as emissões continuarem na atual trajetória.
Andrea Dutton, professora da Universidade da Flórida e coordenadora do estudo, explica que nos dois períodos interglaciais recentes mencionados as temperaturas médias globais eram semelhantes aos dias de hoje, mas eram um pouco mais altas na região polar. Como consequência, teria havido um aumento médio do nível global dos oceanos de mais de 6 metros. O caso é que, segundo os cientistas, a região polar atualmente está caminhando para ter temperaturas semelhantes aos períodos citados.
Segundo os cientistas, o Ártico, por exemplo, está aquecendo mais rapidamente do que a média global. Enquanto os líderes mundiais concordam em manter a temperatura média global abaixo dos 2°C, mesmo este nível, se mantido por um período longo de tempo, traz um risco substancial de produzir um aumento incontrolável do nível do mar, até porque o dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa, permanece na atmosfera por mais de mil anos.
Evidentemente, uma questão fundamental é o quão rápido o nível dos mares poderia subir. Os pesquisadores dizem que não é possível ainda determinar com precisão a taxa de aumento do nível do mar durante os mencionados períodos quentes interglaciares, que poderiam servir de referência para o futuro. Para tentar chegar a estes números, usam modelos de computador e pesquisa física em diversas partes do mundo.
Segundo o professor Anders Carlson, co-autor do estudo publicado pela Science e professor da Universidade de Oregon, as pesquisas feitas até o momento indicam que o clima do planeta está aquecendo em um parâmetro que pode ser associado a aumentos equivalentes ocorridos no passado e que causaram uma perda significativa do manto de gelo polar e consequente aumento no nível dos oceanos.
Andrea Dutton, professora da Universidade da Flórida e coordenadora do estudo, explica que nos dois períodos interglaciais recentes mencionados as temperaturas médias globais eram semelhantes aos dias de hoje, mas eram um pouco mais altas na região polar. Como consequência, teria havido um aumento médio do nível global dos oceanos de mais de 6 metros. O caso é que, segundo os cientistas, a região polar atualmente está caminhando para ter temperaturas semelhantes aos períodos citados.
Segundo os cientistas, o Ártico, por exemplo, está aquecendo mais rapidamente do que a média global. Enquanto os líderes mundiais concordam em manter a temperatura média global abaixo dos 2°C, mesmo este nível, se mantido por um período longo de tempo, traz um risco substancial de produzir um aumento incontrolável do nível do mar, até porque o dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa, permanece na atmosfera por mais de mil anos.
Evidentemente, uma questão fundamental é o quão rápido o nível dos mares poderia subir. Os pesquisadores dizem que não é possível ainda determinar com precisão a taxa de aumento do nível do mar durante os mencionados períodos quentes interglaciares, que poderiam servir de referência para o futuro. Para tentar chegar a estes números, usam modelos de computador e pesquisa física em diversas partes do mundo.
Segundo o professor Anders Carlson, co-autor do estudo publicado pela Science e professor da Universidade de Oregon, as pesquisas feitas até o momento indicam que o clima do planeta está aquecendo em um parâmetro que pode ser associado a aumentos equivalentes ocorridos no passado e que causaram uma perda significativa do manto de gelo polar e consequente aumento no nível dos oceanos.
“Estudos como estes, que melhoram nossa compreensão sobre a magnitude do aumento global do nível do mar, são fundamentais para a sociedade. Esta talvez seja a informação mais relevante socialmente que nossas pesquisas podem proporcionar”.
Em outras palavras, o nível dos oceanos não vai subir de uma hora para outra, mas, pela história passada, esta elevação parece inevitável e traz enormes desafios para as respectivas administrações públicas deixarem as populações locais e as economias nacionais preparadas.
Época.com
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