Depois de uma longa jornada de nove anos, em que percorreu quase cinco bilhões de quilômetros até os confins do Sistema Solar, a sonda New Horizons, da NASA, está mais perto do que nunca de seu destino - o planeta anão Plutão. Atualmente a 18 milhões de quilômetros do sistema plutoniano, sua missão é estudar em detalhes as características deste pequeno corpo celeste congelado e, depois, explorar o misterioso Cinturão de Kuiper, uma região ainda mais longínqua. O encontro da sonda com Plutão está marcado para o dia 14 de julho, mas desde o começo do ano ela já vem realizando análises científicas. Nesta terça (30), a NASA anunciou a descoberta de metano em estado sólido na superfície do astro.
“Sim, tem metano em Plutão, e não, ele não vem das vacas”, brincou a agência em um comunicado. Na verdade, existe a possibilidade de que o gás incolor e inodoro tenha uma origem muito mais especial - ele pode ter ido parar ali “fresquinho” da nuvem molecular primordial que formou o nosso Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos. Os astrônomos já sabiam desde 1976 da existência de metano no planeta anão, mas só agora o composto foi realmente detectado por uma sonda. “Em breve vamos saber se existem diferenças na presença de gelo de metano de uma parte para outra de Plutão”, disse Will Grundy, líder de uma equipe da missão New Horizons que vai estudar a composição da superfície.
A cada dia que passa, a sonda está mais próxima de Plutão e de Caronte, sua maior lua. Entre 28 de maio e 25 de junho, a distância até o astro caiu quase três vezes, de 56 para 22 milhões de quilômetros. Uma das câmeras a bordo monitorou a aproximação e a NASA divulgou os registros em forma de um GIF incrível:
A partir das imagens, dá pra perceber um forte contraste entre diferentes regiões dos dois corpos. Enquanto Plutão apresenta um hemisfério norte mais brilhante e uma concentração de material mais escuro na área equatorial, o oposto se verifica em Caronte. Uma das primeiras ações da New Horizons em 14 de julho, poucas horas depois do “voo rasante”, será um exame minucioso da atmosfera do planeta anão depois que uma boa rajada de luz do sol passar por ela. A técnica é chamada de espectroscopia. “Vai ser como se Plutão fosse iluminado por trás por uma lâmpada de um trilhão de watts”, conta Randy Gladstone, um dos cientistas da missão.
Galileu.com
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