Está aberta a temporada de quebra de recordes na temperatura média global. Depois de 2014 bater o recorde de ano mais quente já registrado, 2015 se prepara para ser ainda mais quente. Segundo novo relatório publicado nesta segunda-feira (20) pela NOAA, a agência americana que estuda os oceanos e a atmosfera, a primeira metade de 2015 registrou a maior tempeatura desde o início das medições, há 136 anos.
De acordo com a NOAA, o primeiro semestre do ano foi 0,85ºC mais quente do que a média do século XX. Isso significa a quebra de recordes em quase todos os quesitos. 2015 é, até o momento, o ano mais quente na temperatura em terra, no mar e no Hemisfério Norte. Só fica em segundo lugar na temperatura do Hemisfério Sul - perde para 2010, que foi um ano particularmente quente por aqui.
O mapa abaixo mostra como a primeira metade do ano foi quente. Ele compara a média de 2015 com a temperatura dos ultimos 30 anos (1981 - 2010). As regiões em vermelho registraram temperatura acima da média, e as em azul, abaixo. Com exceção de algumas regiões, como o leste dos EUA, a maior parte do mundo estava mais quente.
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O mês que mais se destacou no primeiro semestre do ano foi junho de 2015. O mês passado foi o mais quente já registrado globalmente. Ele registrou 0,88ºC acima da média do século XX, graças às fortes ondas de calor que atingiram a Índia e o Paquistão e ao calor no Hemisfério Norte, onde é verão. Mas mesmo no Hemisfério Sul, onde é inverno, as temperaturas estão acima da média.
A NOAA separou as principais anomalias climáticas registradas em junho de 2015: temperaturas acima da média na América do Sul, Espanha, Austrália, oeste dos Estados Unidos e Austrália; seca em Ohio, nos EUA, e chuvas extremas na Turquia; e a terceira pior redução do gelo no Ártico desde o início do registro, na década de 1970. A perspectiva é que as temperaturas acimas da média continuem nos próximos meses, por conta da formação do fenômeno El Niño.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), não há dúvidas de que o mundo está passando por um aquecimento global, e esse aquecimento é causado pela ação humana, por atividades como a queima de combustíveis fósseis e desmatamento. No final do ano, os governos de todo o mundo devem se reunir na Conferência do Clima em Paris para tentar fechar um acordo de redução de gases de efeito estufa e, desta forma, limitar o aquecimento global a apenas 2ºC. As projeções, entretanto, indicam que o mundo pode aquecer mais de 4ºC até 2100, causando eventos climáticos extremos como secas, inundações, ciclones e o aumento do nível do mar.
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