A organização de astrônomos das universidades americanas convocou os colegas a se unirem para que a Nasa comece a planejar o lançamento de uma versão gigante do Telescópio Espacial Hubble nos anos 2030 com o objetivo de buscar vida extraterrestre.
Esse Telescópio Espacial de Alta Definição seria cinco vezes maior e 100 vezes mais sensível que o Hubble, com um espelho de 12 metros de diâmetro, sendo capaz de orbitar o sol a 1,6 milhão de quilômetros da Terra.
Segundo os astrônomos, esse telescópio seria grande o bastante para encontrar e estudar as dezenas de planetas similares à Terra em nossa vizinhança. Ele seria capaz de identificar objetos de apenas 300 anos-luz de diâmetro – ou seja, o núcleo de uma pequena galáxia ou as nuvens de gás que estão se convertendo em estrelas e planetas, afirmou – em qualquer parte do universo observável.
Os argumentos em favor do telescópio são apresentados em um relatório sobre o futuro da astronomia intitulado "From Cosmic Birth to Living Earths" (Do nascimento cósmico a Terras habitáveis, em tradução literal), que foi encomendado pela Associação Universitária da Pesquisa Astronômica (ou Aura, na sigla em inglês), responsável pela operação do Hubble e de muitos outros observatórios da Nasa e da Fundação Nacional de Ciências. Ele foi escrito por um comitê liderado por Sara Seager, do MIT, e por Julianne Dalcanton, da Universidade de Washington.
"Esperamos descobrir se estamos ou não sozinhos no universo", afirmou Matt Mountain, presidente da Aura e antigo diretor do Hubble, em uma conferência de imprensa realizada no Museu Americano de História Natural.
Mountain afirmou que só existe uma chance de dar um passo adiante e entender como o universo e nosso planeta foram formados, além de determinar se existe vida extraterrestre e "podemos ser a geração que fez isso".
Mas apenas se começarmos agora.
Ao publicar o relatório, o grupo Aura dá início a um processo longo, elaborado e extremamente político por meio do qual grandes projetos científicos são escolhidos e financiados. A cada 10 anos, um comitê da Academia Nacional de Ciências entrevista a comunidade astronômica e produz uma lista de desejos para a próxima década. Essa pesquisa, que voltará a acontecer em 2020, serve como base para o congresso e para a Nasa.
A Aura já fez isso antes. Em 1995, a organização publicou um relatório escrito sob a liderança de Alan Dressler dos Observatórios Carnegie em que pedia por um telescópio espacial que sucedesse o Hubble. Esse veio a ser o Telescópio Espacial James Webb, projetado para observar as primeiras estrelas e galáxias do universo e que deve ser lançado em 2018, 23 anos mais tarde. "Nos dias de hoje, só cientistas espaciais conseguem ser tão pacientes", afirmou Mountain.
Entretanto, o custo do telescópio Webb pulou do orçamento calculado em 1,6 bilhão de dólares em 1996 para quase 9 bilhões de dólares, causando um dano gigantesco no restante do orçamento da Nasa. Para que isso não volte a acontecer, os astrônomos da Aura afirmaram que a Nasa deve começar a investir agora nas tecnologias fundamentais para que os telescópios do futuro funcionem.
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