terça-feira, 31 de maio de 2016

"Faça você mesmo" e sua história na Amazônia

O ano 2015 foi bom para o setor de bricolagem, com volume de negócios de quase 18 bilhões de euros – um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior.
 
Em todo o mundo, o "Faça você Mesmo" ganha 'Cafés Conserto', onde voluntários ajudam gratuitamente a reparar e montar utilidades domésticas.
Em todo o mundo são cada vez mais numerosos os Cafés Conserto e oficinas abertas, onde voluntários ajudam gratuitamente a reparar e montar objetos úteis. Além de economizar, a bricolagem e outros trabalhos caseiros têm cunho político e ecológico.
São bicicletas com marchas defeituosas, cadeiras quebradas, notebooks que se recusam a inicializar. Toda casa tem um objeto defeituoso, que é uma pena jogar fora, mas cujo reparo sairia caro demais, se executado por um profissional. Mas a felicidade é grande quando tais coisas voltam a funcionar, confirma Ulrich Buchholz da Transition Initiative Bonn im Wandel, iniciativa cofundadora de um dos "Repair Cafés" da Alemanha. "E, assim, também consertamos um pouco a sociedade", assegura.
Para se opor à tendência da obsolescência programada – a breve vida útil de eletrodomésticos e outros aparelhos na era digital –, também no Brasil foi aberto em 2012 o primeiro Café Conserto do País, na cidade de Santos, sob iniciativa da Agência Nacional de Desenvolvimento Eco-Social (Andes) e com autorização da Repair Café Foundation da Holanda, pioneira nesse tipo de projeto.
Na Alemanha, a tendência do upcycling, o "reciclar para melhor", também está levando os cidadãos às lojas de ferragens e materiais de construção.
De acordo com a Associação Comercial de Trabalhos Caseiros, Construção e Jardins (BHB), um quinto dos alemães já reformou algum objeto antigo.
"A Alemanha sempre será o país do 'faça você mesmo': é algo que economiza dinheiro, poupa recursos e proporciona àquele que executam um sentimento de satisfação após o trabalho concluído", resume Kai Kächelein, da diretoria da BHB. O ano 2015 foi bom para o setor de bricolagem, com volume de negócios de quase 18 bilhões de euros – um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior.
 
Da necessidade ao lazer
No entanto, a Alemanha nem sempre foi um país de bricoleiros. Em sua tese de doutorado, Jonathan Voges, da Universidade de Hanover, pesquisou a história do "faça você mesmo" no país: "No pós-guerra, era inevitavelmente preciso reconstruir tudo por conta própria", mas nunca como forma de lazer, apenas com o fim de se divertir: para fazer reparos a sério, havia a mão-de-obra especializada.
O historiador registra que a moda do 'do it yourself' (DIY) chegou dos Estados Unidos, nos anos 1950. "As primeiras notícias da imprensa sobre os trabalhadores caseiros americanos soavam totalmente incrédulas: nos EUA – uma sociedade geralmente percebida na Alemanha como da abundância, que tudo tem e de nada carece –, as pessoas partiram agora para fazer as coisas por conta própria!"
Ao longo dos anos 60 saíram pela primeira vez na Alemanha livros descrevendo o "faça você mesmo" como uma prática não só aceitável, mas cada vez mais desejável. Chegaram as primeiras lojas de varejo de material de construção, assim como os primeiros artigos destinados ao consumidor privado, como a cola vendida em tubos menores.
Em sua edição de aniversário, a revista alemã de bricolagem Selbst atribui a tendência de embelezar as próprias quatro paredes, no final da década de 50 e início de 60, também ao fato de que grande parte da vida familiar e do lazer passou a se desenrolar ali: a novidade da programação de rádio e TV incentivava os alemães a ficarem em casa à noite.
 
"Faça você mesmo" com subtexto político
Os anos 1970 testemunharam uma onda de proliferação dos mercadões de construção civil. Ao ponto de os encanadores, eletricistas e marceneiros, que perdiam sua clientela, pedirem um boicote a essas lojas. "Foi uma tentativa patética de se opor ao boom", define Voges. Ao lado das atividades clássicas de pintura e instalação de piso, agora os entusiastas do "faça você mesmo" não hesitavam em reformar edifícios antigos inteiros ou projetar e montar o próprio mobiliário.
Na antiga Alemanha Oriental (RDA), onde não havia oferta de materiais e ferramentas em grande de escala, os pequenos aparelhos de construção eram artigos cobiçados no mercado negro. Para os alemães sob governo comunista, "faça você mesmo" era antes uma necessidade do que um hobby.
Na Alemanha Ocidental, porém, "consertar um pouco a sociedade" já era uma motivação: grupos de jovens acadêmicos, geralmente de esquerda, descobriram o DIY como veículo de protesto. "Acima de tudo, eles queriam que sua prática fosse entendida como movimento de oposição à sociedade consumista e industrial, e como protesto político." Segundo o historiador da Universidade de Hanover, a atividade tem muitas vezes um caráter político e é impulsionada pela internet.
 
E as mulheres? 
Até boa parte da década de 1980, o "faça você mesmo", em especial o manuseio de máquinas, permaneceu domínio de robustos machos de camisa quadriculada. "As mulheres prestam antes serviços de apoio: se o homem martela alguma coisa, elas podem segurar a peça."
Até mesmo a revista Selbst se chamava originalmente Selbst ist der Mann (algo como "O homem é dono de si"). Sua rubrica para as mulheres não continha mais do que dicas de decoração e trabalhos manuais para um lar acolhedor.
A publicação feminista Emma, por sua vez, conclamava as leitoras a porem mãos à obra – e às furadeiras. Hoje, os mercados de material de construção organizam eventos exclusivos para mulheres, apresentando, por exemplo, uma chave de fenda elétrica ergonomicamente otimizada para a mão feminina.
De meados dos anos 1980 – o primeiro ápice do movimento de bricolagem na Alemanha – para cá, o entusiasmo nunca mais arrefeceu, observa o historiador: "As receitas das lojas de material de construção podem não crescer mais na ordem de dois dígitos, mas ainda assim aumentam de 2% a 3%. Para muitos, já é hábito passar os sábados nas lojas de ferragens. E eles consideram perfeitamente normal que não haja distinção de classes e, cada vez mais, de gêneros."
 

Noruega e Nova Zelândia querem adotar pacote de cigarros neutro

 
Noruega e Nova Zelândia deram um passo em direção à adoção do pacote de cigarros neutro nesta terça-feira durante o Dia Mundial Sem Tabaco, em detrimento das indústrias que fracassaram em suas diligências judiciais.
“Devemos proteger as crianças e os adolescentes da tentação do cigarro”, declarou o ministro norueguês de Saúde, Bent Høie, antes da publicação em Oslo de um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o pacote neutro.
Seu governo introduzirá na primeira quinzena de junho um projeto de lei que proíbe qualquer sinal distintivo ou logotipo nos produtos de tabaco, anunciou, o que deve incluir o “snus”, um pó de tabaco mascado úmido consumido no norte da Europa.
Ainda não há data para a entrada em vigor desta proibição. A medida se inscreve em uma política mais extensa de luta contra o tabaco que provocou a diminuição da taxa de fumantes diários de 25% em 2005 a 13% em 2015 na Noruega, país onde o preço do pacote é alto (mais de 12 euros, 13,4 dólares).
A gigante Philip Morris perdeu um processo em 2012 contra o Estado norueguês por protestar contra a proibição da apresentação comercial dos produtos de tabaco nos pontos de venda, que entrou em vigor dois anos antes.
A Austrália é o primeiro país do mundo a impor, em dezembro de 2012, este tipo de pacote. Os pacotes neutros apareceram há alguns dias na França e na Grã-Bretanha.
Segundo o conselho canadense do câncer, muitos outros países, como Canadá, Cingapura, Bélgica e África do Sul pretendem adotar o pacote neutro.
Na Nova Zelândia, são necessários dois meses de consultas antes que as recomendações sobre a aplicação da medida sejam propostas ao governo até o fim do ano.
(ISTO É.com)

China desenvolve submarino capaz de descer a 11 km de profundidade

 
 
A China está desenvolvendo submarinos capazes de descer a 11 mil metros de profundidade e atingir o local mais fundo do planeta – a fossa das Marianas, no Pacífico.
O projeto é parte de um esforço chinês de desenvolvimento de recursos tecnológicos de ponta voltados para a exploração científica. Outro exemplo dessa política é o radiotelescópio colossal construído na China que ficará pronto em setembro.
Mas tecnologia do submarino está gerando críticas devido ao fato de Pequim estar em disputa territorial de ilhas e mares com diversas nações. Ela é vista como um esforço de obtenção de supremacia marítima na região.
 

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Neandertais construiram estruturas em caverna há 176.000 anos

Paredes de estalagmites, de 176.000 anos atrás, são descobertas em uma caverna, no sudoeste da França

Cientistas descobriram que os neandertais exploravam cavernas há milhares de anos atrás, tendo construído uma das estruturas mais antigas do mundo: uma espécie de mureta semicircular feita há 176.000 anos com pedaços de estalagmites – formações minerais que se desenvolvem no piso de uma caverna, na forma de uma coluna ou cone. De acordo com o estudo, publicado na última quarta-feira na revista científica Nature, o achado demonstra que os neandertais podiam construir estruturas complexas e se aventuraram no subterrâneo das cavernas muito antes do que se pensava.
Segundo a pesquisa, os neandertais arrancaram fragmentos de 400 estalagmites do chão da caverna e os empilharam, formando estruturas circulares. Esses arranjos foram encontrado na caverna de Bruniquel, no sudoeste da França, a mais de 300 metros da entrada. Os cientistas acreditam que os neandertais usavam as estruturas para rituais ou como refúgio. Foram encontradas seis, uma delas com quase sete metros de extensão.
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Caverna misteriosa – Espeleólogos (pesquisadores de cavernas e grutas) descobriram a caverna de Bruniquel, no sudoeste da França, no início dos anos 1990. Em 1999, com a morte do líder das pesquisas, as análises pararam. Recentemente, Sophie Verheyden, paleontóloga do Royal Belgian Institute of Natural Sciences, em Bruxelas, reuniu uma equipe internacional de arqueólogos e geólogos para retomar a pesquisa.
 A nova investida revelou que a exploração de cavernas acontecia dezenas de milhares de anos antes do que se acreditava. Os cientistas propõe tratar-se das construções humanas mais antigas conhecidas. “É óbvio que essa estrutura não é algo natural”, diz o geólogo Dominique Genty, do Instituto Pierre-Simon Laplace em Gif-sur-Yvette, um dos autores da pesquisa. Os especialistas afirmam que animais não seriam capazes de ordenar as estalagmites da forma foram encontradas.
Inteligentes – A descoberta comprova que os neandertais sabiam trabalhar em grupo e atingiram desenvolvimento cognitivo comparável ao do Homo sapiens, afirmam os pesquisadors. “Os neandertais eram inventivos, criativos, sutis e complexos”, disse Jacques Jaubert, da Universidade de Bordeaux, coautor do estudo. “Não eram seres brutos ocupados apenas em matar bisões para comer.”
Entre os fragmentos de estalagmites, os pesquisadores descobriram vestígios de fogueiras e pedaços de ossos queimados. “Os primeiros neandertais eram a única população vivendo na Europa durante este período”, escreveram os pesquisadores, e os “primeiros espeleólogos do mundo”.
“O que mais nos surpreende é a capacidade do homem de neandertal de explorar cavernas muito profundas, longe da luz natural”, disse Jaubert. “Acreditamos que estamos oferecendo provas da capacidade dos neandertais de entrar em um ambiente hostil, usando fogo para iluminar o caminho, para fazer coisas que vão além da mera sobrevivência”, completa.
Estima-se que os neandertais tenham vivido em partes da Europa, da Ásia Central e do Oriente Médio de 300.000 anos a 40.000 anos atrás. Vários estudos recentes descobriram que eles eram muito mais sofisticados do que sugeria a teoria que prevaleceu por muito tempo, segundo a qual desapareceram porque eram menos inteligentes que o Homo sapiens – que, de acordo com pesquisas, surgiu na África há cerca de 200.000 anos e, ao chegar à Europa, conviveu com neandertais desde 100 mil anos atrás. Os neandertais caçavam, cozinhavam pombos selvagens, comiam legumes, cuidavam dos idosos, enterravam seus mortos e podem ter sido os primeiros joalheiros.

Automóveis do Brasil terão placas do Mercosul a partir de 2017

Placa do Mercosul
De acordo com a Resolução 590 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), todos os veículos em território nacional deverão ter placas de identificação no padrão Mercado Comum do Sul (Mercosul) até 2020. Antes previsto para o início desse ano, o novo padrão de placas agora será obrigatório a partir de 1º de janeiro de 2017 para os veículos zero quilômetro, assim como modelos em processo de transferência de município ou de propriedade (venda particular), ou quando houver a necessidade de substituição.
Semelhante à placa utilizada na União Europeia, o modelo do padrão Mercosul terá fundo branco com a parte superior com uma faixa azul, com o lado esquerdo possuindo o logotipo do Mercosul, o lado direito a bandeira do Brasil e, na parte central, o nome do país. A cor das letras e dos números também muda: preta para veículos comuns, verde para os em teste, vermelha para os comerciais, azul para os oficiais e dourada para veículos diplomáticos.
Antes com três letras e quatro números, a placa inverterá essa ordem e possuirá quatro letras e três números, dispostos agora de forma aleatória (com o último caractere sendo sempre numérico para não interferir nos rodízios municipais). Isso, provavelmente, acabará com a possibilidade de personalização de chapas.
No padrão atual de placas, existem 175 milhões de combinações possíveis enquanto que, no novo, esse número subirá para mais de 450 milhões. Além do Brasil, o novo padrão de placas de identificação do Mercosul será adotado pelos países integrantes do bloco: Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. A iniciativa vai facilitar a circulação e a segurança entre as nações do bloco, além de assegurar a existência de um banco de dados conjunto.
Além disso, não haverá mais um padrão de letras correspondente a um estado ou ao país. Hoje, é possível saber de onde vem um carro apenas pelo início da placa - São Paulo, por exemplo, costuma ter veículos emplacados de C a H - mas isso acabará com as novas placas.
Muitas medidas de segurança e novidades tecnológicas foram adicionadas a nova placa para inibir falsificações e facilitar a fiscalização nas fronteiras. Além da marca d'água com as palavras “Mercosur Brasil Mercosul”, haverá também uma faixa holográfica semelhante à das notas de R$ 20,00 e um QR code com dados do fabricante, data de produção e número de série da placa.

domingo, 29 de maio de 2016

A última era do gelo de Marte acabou há 370 mil anos

Marte - ele estará mais próximo da Terra no dia 14 de abril (Foto: Getty Images)
 
Quem olhar para o céu até o próximo dia 30 de maio vai, caso as nuvens colaborem, ver uma estrela maior e mais brilhante surgindo no leste logo após o sol se pôr. Nessa data, as órbitas de Marte e Terra vão alcançar o ponto em que os dois planetas ficam mais próximos. Por causa disso, Marte vai parecer maior no céu – nessas condições, mesmo um telescópio doméstico comum vai permitir a um astrônomo amador observar detalhes da superfície do planeta. Quem olhar com atenção vai conseguir ver as calotas de gelo nos polos de Marte – um ponto brilhante no Polo Sul, outro ponto maior no Polo Norte.
O astrônomo Isaac Smith passou os últimos meses observando esses corpos de gelo. Em lugar de um telescópio de jardim, Smith – que trabalhava como pesquisador no Instituto de Astronomia Southwest, no Texas, enquanto fazia essas pesquisas – usou os dados da Mars Reconassaince Orbiter, uma sonda enviada pela Nasa em 2005 para verificar sinais de água em Marte.
As calotas polares marcianas são formadas por água congelada e por dióxido de carbono em estado sólido. A quantidade de gelo nessas regiões do planeta varia conforme a época do ano – durante o verão, há apenas água congelada na calota do norte, enquanto que a do sul continua coberta por uma fina camada de dióxido de carbono congelado. Smith queria examinar a movimentação de gelo nesses corpos para tentar entender melhor o passado climático do planeta. E para descobrir onde procurar por água – mesmo que congelada – no caso de uma possível viagem ao planeta: “Estudar gelo em Marte é importante para explorações futuras”, diz Smith, hoje um cientista no Instituto Planetário de Tucson. “Água vai ser um recurso crítico para a criação de um posto avançado marciano.
Tal qual a Terra, Marte sofre variações na sua órbita e na inclinação do eixo planetário a cada centena de milhares de anos. Na Terra, essas variações foram as responsáveis pelas grandes glaciações pelas quais o planeta passou. A teoria indicava que algo semelhante tinha acontecido com Marte. Mas faltavam provas dessas glaciações marcianas. Nos polos do planeta, Smith encontrou sinais claros de que, há 370 mil anos, Marte vivia sua própria era do gelo. Os resultados dessas observações foram plubicados na revista Science desta sexta-feira (27).

As glaciações na Terra acontecem quando a inclinação do planeta muda, reduzindo a quantidade de radiação solar recebida pelo Polo Norte por milhares de ano. Com isso, o gelo nessa região se expande e se espraia em direção ao equador, fazendo as temperaturas globais cair. Em Marte, o processo é ligeiramente diferente. A começar pela inclinação do planeta – enquanto a inclinação do eixo da Terra varia em torno de 2°, a inclinação do eixo marciano pode variar em até 60°. É mais drástico. Além disso, uma era do gelo marciana começa quando os polos se aquecem. Com isso, as temperaturas caem nas latitudes mais baixas, próximas ao equador do planeta, formando grandes geleiras nessas regiões. Quando a inclinação do planeta torna a mudar, e os polos se resfriam, o gelo volta a se acumular nessas áreas extremas. As observações de Smith mostraram que, há 370 mil anos, as calotas polares de Marte começaram a receber grandes quantidades de gelo que se acumulou rapidamente – indicando que as temperaturas haviam mudado e que a glaciação chegara ao fim. “Isso indica que nós identificamos o registro da última era glacial marciana”, diz Smith. “Com essas informações, podemos entender melhor como a água se movimenta entre os polos e as outras regiões do planeta. E compreender melhor o clima marciano atual.”
Esse tipo de descoberta é especialmente interessante porque Marte e Terra são planetas aparentados. Hoje um planeta gelado, nosso vizinho já foi quente e – acreditam os cientistas – adequado ao surgimento de vida. Marte e Terra estão localizados dentro da zona habitável do Sistema Solar, o que significa que ambos recebem radiação solar suficiente para sustentar formas de vida. Mas algo no passado remoto de Marte fez dele um deserto frio. Há algumas hipóteses – a mais bem-aceita diz que a radiação solar, aos poucos, extirpou a atmosfera marciana. O planeta não contava com um campo magnético que o protegesse e ficou vulnerável aos ataques do sol. 
Época.com

Por que mulheres foram banidas de península grega?

Monges e peregrinos observam a vista de Monte Athos, na Grécia
 
Vladimir Putin está visitando o Monte Athos, na Grécia, para comemorar o milésimo aniversário da presença da Igreja Ortodoxa Russa na península de 335 quilômetros quadrados.
Trata-se de um lugar bastante incomum: é possivelmente a maior área no mundo onde mulheres - e até mesmo animais do sexo feminino - estão proibidas de entrar.
Para tentar visitar o local, é preciso ser homem e entregar uma cópia do passaporte ao Bureau de Peregrinos do Monte Athos. Todos os dias, apenas 100 fiéis ortodoxos e 10 não ortodoxos são admitidos para uma estadia de três noites em um dos 20 mosteiros da península.
O veto é levado bem a sério. Mulheres têm de ficar para trás enquanto seus companheiros de viagem embarcam nas balsas disponíveis em um dos dois portos próximos - elas precisam manter uma distância mínima de 500 metros da costa, banhada pelo mar Egeu.
Graham Speake, autor do livro Mount Athos: Renewal in Paradise (Monte Athos: Renovação no Paraíso, em tradução literal), explica que a regra estabelecida no século 10 determina que animais fêmeas estão proibidas, mas nada diz sobre mulheres.
"Isso porque todos sabiam que elas não podem entrar em mosteiros masculinos."
O motivo é simples, conta ele: assegurar o celibato. O que torna Athos diferente dos outros lares de monges, acrescenta, é o tamanho: toda a península funciona como se fosse "um grande mosteiro".
 
Monte Athos, na Grécia
 
Mas há uma outra razão, desta vez ligada às crenças ortodoxas, para manter as mulheres distantes.
"Uma das tradições é que a Virgem Maria desembarcou em Monte Athos após sair da rota rumo ao Chipre. E gostou tanto do lugar que suplicou a seu filho que o desse a ela, e ele concordou", afirma Speake.
"A área ainda é chamada de 'o jardim da mãe de Deus', dedicada à sua glória. E ela sozinha representa seu sexo em Monte Athos."
Isso vale para humanos e animais domésticos - exceto gatos.
"Há muitos gatos, o que é provavelmente uma coisa muito boa, já que são bons caçadores de ratos. Os monges fecham os olhos, por assim dizer, para o fato de que há gatas também."
 
Mosteiro de Simonos Petra, em Monte Athos
 
A regra traz complicações. Uma delas é que produtos derivados de leite e ovos precisam ser trazidos de fora.
"Eles comem muitos laticínios. Há um pouco de queijo... eles gostam bastante de queijo em saladas", diz Speake. "Os monges têm ovos na Páscoa - ovos de galinha que pintam de vermelho. Precisam importá-los, já que não há galinhas."
Como são quase impossíveis de controlar, os animais selvagens ficaram de fora do veto.

Mais flexíveis - mas só com os homens

Por outro lado, as normas para o time masculino foram ficando mais flexíveis no decorrer dos anos.
"A regra de hoje e sempre é que os homens precisam ser capazes de deixar crescer uma barba se estão indo a Athos. E havia uma proibição de eunucos e garotos durante o período Bizantino", conta Speake.
 
Vladimir Putin em sua visita a mosteiro em Monte Athos, em setembro de 2005
 
O temor era de que uma mulher pudesse fingir ser um menino ou um eunuco e, assim, entrar clandestinamente.
"Hoje os meninos podem, mas só se acompanhados por um adulto - em geral o pai. Eu já vi uns de até 10 anos de idade. E os monges são muito simpáticos com eles. Gostam da presença de crianças."

Regra burlada

A despeito da proibição, algumas (poucas) mulheres já visitaram a península.
Durante a Guerra Civil Grega (1946-1949), Monte Athos garantiu refúgio a rebanhos de camponeses, e mulheres e garotas fizeram parte de um grupo que invadiu o local em busca desses animais.
 
O Mosteiro Ortodoxo de São Pantaleão, em Monte Athos
 
Anos depois, em 1953, a visita de três dias da grega Maria Poimenidou - que se vestiu como um homem - levou o país a aprovar uma lei que proíbe a entrada de mulheres em Athos, sob uma pena de até um ano de prisão para quem desrespeitá-la.
Mais recentemente, em maio de 2008, quatro mulheres moldávias foram deixadas ali por traficantes ucranianos de pessoas. Elas rapidamente foram detidas - um policial disse que os monges as perdoaram.
Esta é a segunda visita de Putin ao Mosteiro de São Pantaleão. Na primeira, em 2005, a maioria dos peregrinos era grega. Mas agora, conta Speake, pelo menos metade dos 40 mil visitantes são russos.
Segundo ele, o megamosteiro tem espaço para 500 hóspedes.
BBC Brasil

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Mudanças climáticas tem efeito multiplicador em conflitos, segundo estudo

 
A mudança climática tem um efeito multiplicador nos conflitos armados, advertiu nesta sexta-feira um painel de especialistas durante o último dia da segunda Assembleia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (UNEA, na sigla em inglês) realizada em Nairóbi, capital do Quênia.
A mudança climática "gera tensões na agricultura e no acesso à água", porém, "o mais importante é como os governos e a sociedade respondem a essa ameaça, já que isso é o que determinará se há conflito ou não", explicou à Agência Efe, Carl Bruch, do Instituto de Direito Ambiental (ELI, em inglês).
Um exemplo da importância das políticas governamentais é o conflito de Darfur, que foi um dos primeiros a ser qualificado de "guerra climática" pelos efeitos da seca sobre a economia local e o consequente aumento do descontentamento entre a população.
"Vários estudos analisaram os padrões de chuva no Sahel e determinaram que muitos países sofreram um declínio nas chuvas parecido ao de Darfur, mas só houve conflito em alguns", acrescentou Bruch, o que reforça a ideia de que a mudança climática é uma ameaça multiplicadora, mas não uma causa direta.
A degradação do meio ambiente também tem um grande impacto na reconstrução dos países que foram arrasados por um conflito, como ocorrerá na Síria, indicou à Efe o diretor da platafplataforma Toxic Remnants of War Project, Doug Weir.
A guerra da Síria causou a destruição de cerca de 1,3 milhão de lares e infraestruturas, o que gera resíduos e a emissão de químicos poluentes como o amianto.
No fogo cruzado entre as distintas facções, também ficaram destruídas florestas, centrais elétricas, indústrias químicas e grandes refinarias que provocam vazamentos incontrolados.
"A saúde da população ficará comprometida durante a fase de recuperação da economia", previu Weir.
Além disso, o impacto sobre os recursos naturais, os resíduos e a destruição de toda a infraestrutura industrial deixarão as pessoas "sem emprego e suas rendas vão cair", e o acesso a medicamentos serão reduzidos pelo desaparecimento do setor farmacêutico.
A UNEA debaterá hoje duas resoluções relevantes que pedem, pela primeira vez, que se proteja o meio ambiente em tempos de conflito, em relação a Ucrânia e Gaza.
Para Weir e outros especialistas, é necessário começar a avaliar os danos desde o início das crises, e uma decisão da UNEA será uma chamada de atenção para o futuro.
 

Dieta com pouco sal também pode fazer mal ao coração

Um novo estudo mostrou que o consumo de menos de 3 g de sódio por dia aumentou o risco de problemas cardiovasculares tanto em pessoas com pressão alta quanto naquelas sem o problema
 
Embora o sódio seja considerado um vilão para a saúde, principalmente para pessoas com hipertensão, um novo estudo mostrou que uma dieta com baixíssimo teor de sal pode, na verdade, aumentar o risco de problemas cardiovasculares. A novidade foi publicada recentemente no periódico científico The Lancet.

Para chegar a esta conclusão, pesquisadores do Instituto para Pesquisa em Saúde Populacional (PHRI, na sigla em inglês) da Universidade McMaster e do Hamilton Health Sciences, ambos no Canadá, revisaram quatro estudos observacionais, totalizando 133.118 pessoas (63.559 com hipertensão e 69.559 sem o problema) que foram acompanhadas por cerca de quatro anos. Os voluntários tiveram seu consumo de sódio medido por exames de urina.
Os resultados mostraram que pessoas com pressão arterial elevada que consomem mais de sete gramas de sódio por dia correm um risco 23% maior de eventos cardiovasculares, em comparação com aqueles que ingerem entre quatro a cinco gramas diários da substância. A grande surpresa, contudo, é que o risco subiu para 34% naqueles que consumiam menos de três gramas de sódio diariamente.
Entre os participantes sem hipertensão, não houve aumento do risco de doença ou morte por causas cardiovasculares naqueles que consumiam mais de sete gramas de sódio por dia. Já naqueles que comiam menos de três gramas por dia, o risco aumentou 26%, em comparação com aqueles que consumiam de quatro a cinco gramas diariamente.
Esses resultados são extremamente importantes para aqueles que sofrem de pressão alta. Embora nossos dados destaquem a importância de reduzir uma ingestão de sal elevada, ele não recomenda reduzir essa quantidade para níveis muito baixos.”, disse Andrew Mente, principal autor do estudo.
Veja.com

China cria ônibus que "passa por cima" de engarrafamentos

Ônibus de Passagem Elevado, na China. Projeto faz com que ônibus não pare em meio à engarrafamentos
 
Engenheiros chineses apresentaram um protótipo de um ônibus elevado que não vai parar em engarrafamentos. O modelo funcionará através de um sistema de trilhos que lhe permitirão circular acima dos automóveis particulares, informou a emissora governamental CCTV. A miniatura do Ônibus de Passagem Elevado (TEB, na sigla em inglês) foi apresentada pela empresa Shenzhen Huashi Future Parking Equipment em escala de miniatura na 19ª Exposição Internacional de Alta Tecnologia de Pequim.
Este tipo de ônibus se movimenta através de trilhos que se situam entre si a uma distância de duas pistas para carros e a uma altura considerável se eleva o corpo do aparelho, sustentado por duas paredes encaixadas nos trilhos. O amplo espaço que fica abaixo do corpo do ônibus permite que os carros avancem sob a máquina, ou - se houver engarrafamentos - que o ônibus avance sobre eles.
Segundo os dados divulgados pela CCTV, este transporte público teria uma capacidade de 1.200 pessoas por aparelho. O primeiro teste está previsto para o segundo semestre deste ano, na cidade de Qinhuangdao, província de Hebei, no norte da China. Se bem-sucedido, o ônibus poderá a começar a circular ainda em 2016.
De acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, o TEB seria composto por quatro vagões ligados com comprimento total de entre 58 e 62 metros, uma altura de entre 4,5 e 4,7 metros e largura de 7,8 metros. O espaço inferior pelo qual passariam os veículos terá altura de entre 2,1 e 2,2 metros.
Veja.com
 

Está muito ocupado? Isso pode fazer bem ao cérebro

Estresse e problemas cardíacos na mulher
 
Você anda estressado com a quantidade excessiva de tarefas a cumprir? Um novo estudo acabou de mostrar que isso pode fazer bem ao cérebro. A pesquisa, publicada recentemente no periódico científico Frontiers in Aging Neuroscience, mostrou que pessoas ocupadas têm mentes mais rápidas e melhor memória.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade do Texas, em Dallas, nos Estados Unidos, pediram que 330 participantes saudáveis, com idade entre 50 e 80 anos, relatassem suas tarefas diárias. Em seguida, os voluntários foram submetidos a uma bateria de exames.
Os resultados mostraram que independentemente do nível de instrução individual, ter um dia a dia mais atarefado está relacionado a um cérebro mais saudável. Os participantes mais ocupados mostraram-se capazes de processar informações mais rapidamente, tinham melhor memoria, raciocínio e vocabulário do que aqueles com um cotidiano mais tranquilo. Essas pessoas também apresentaram melhor memória episódica – habilidade de lembrar acontecimentos específicos.
“Nós mostramos que as pessoas que relatam níveis elevados de atividade diária tendem a ter melhor cognição, especialmente no que diz respeito à memória para obter informações aprendidas recentemente”, disse Sarah Festini, uma das autoras do estudo.
De acordo com os cientistas, o acúmulo de tarefas ao longo do dia aumenta a oportunidade de aprender novas atividades, o que ajuda a manter o cérebro ativo.
“Pessoas ocupadas são mais propensas a ter mais oportunidades de aprendizado, já que elas estão expostas a uma quantidade maior de informação e se deparam com mais situações diariamente”, disse um representante da equipe.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Como usar bem o lixo

O vidro demora mais de cinco mil anos para se decompor no meio ambiente (Foto: Thinkstock)
 
Um único planeta não é suficiente para suprir as necessidades atuais dos seres humanos. É o que aponta o último Living Planet Report, da World Wide Fund for Nature (WWF), realizado em 2014. A publicação, bianual, que reúne dados de todos os continentes, faz uma análise baseada na ciência sobre a saúde da Terra e mede o impacto da atividade humana sobre o nosso planeta. Infelizmente, a conclusão foi de que a demanda da humanidade sobre a natureza ultrapassa a capacidade de reposição.
De acordo com o relatório, seria preciso um planeta Terra e meio para dar conta das nossas necessidades. E, já que não dá para aumentar a capacidade de fornecimento do planeta, é preciso modificar o modo como o homem interage com o meio ambiente. Para transformar essa realidade, é preciso produzir menos lixo e cuidar do que é inevitável descartar, já que, hoje, o acúmulo de resíduos excede a nossa capacidade de absorção ou reciclagem.


Devemos entender que o lixo é problema de todos nós. A população deve usar corretamente os serviços de coleta, exigir que sejam bem feitos e pleitear soluções acessíveis para os serviços especiais”, alerta Maria Luiza Indrusiak, coordenadora da graduação em Engenharia de Energia, da Unisinos.

Nesse contexto, será que você está fazendo a sua parte? Confira abaixo quatro itens essenciais para fazer do consumo consciente uma realidade e ser, você, um agente transformador. 
Consumo mais inteligente:
A questão do lixo interessa a todas as áreas do saber. Por isso, a professora Erica Hiwatashi, coordenadora da graduação em Relações Públicas, da Unisinos – que, a partir da compreensão da cadeia produtiva da reciclagem do resíduo doméstico em Porto Alegre, pensou em ações para melhorar esse processo e a qualidade de vida da sociedade – propõe um questionamento.

“Devemos avaliar nossas atitudes quanto à produção de lixo. A quantidade de resíduos per capita vem aumentando sistematicamente, não seria possível reverter essa escalada?” E a resposta é sim. A boa notícia é que essa é a parte que está 100% em suas mãos. Você pode estabelecer um estilo de vida com uso sustentável de energia e consumo de bens mais duráveis, como copos de vidro em vez de descartáveis.
O Japão é uma referência no processamento de lixo, tanto na reciclagem quanto na eliminação do que não é aproveitável, por incineração. Para outros resíduos, como industriais ou agrícolas, a Alemanha conta com uma legislação modelo. Na América Latina, o Brasil tem as políticas mais avançadas na questão, mas ainda insuficientes, se levarmos em conta a quantidade de lixo produzida no país, da ordem de 78,6 milhões de toneladas em 2014, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2014. Isso representa um aumento de 2,9% de um ano para outro, índice superior à taxa de crescimento populacional no país no período, que foi de 0,9%.

Mas, a passos lentos, a mudança vem chegando. “Algumas iniciativas do poder público municipal e outras de organizações não governamentais, como a criação de cooperativas de seleção de resíduos recicláveis, que geram renda a grupos de catadores e retiram das ruas materiais que não seriam reciclados, são muito válidas. Apesar de alguns municípios ainda contarem com modelos menos eficientes, como a coleta de resíduos domésticos misturados (secos e orgânicos), iniciativas como as de Porto Alegre e Curitiba, onde o lixo já é recolhido separadamente, incentivam a educação ambiental”, afirma Erica.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada pela Lei nº 12.305/2010, representou um avanço na questão do lixo, mas pouco foi implantado até agora. Claro que o poder público tem grande responsabilidade na destinação dos resíduos sólidos, mas o setor privado também pode, e deve, colaborar para mudar o cenário nacional. “As empresas podem questionar o uso de embalagens supérfluas em seus produtos, estimular a reciclagem, acolher em seus processos a reutilização, como matéria-prima dos produtos da coleta seletiva”, explica a professora Maria Luiza.
De acordo com ela, as instituições de ensino também podem ajudar, promovendo a educação ambiental e o consumo consciente nas diversas etapas de produção do lixo. “A Unisinos faz o recolhimento dos resíduos recicláveis, auxiliando, assim, as unidades de triagem. Faz também campanhas periódicas de recolhimento de resíduos eletroeletrônicos. Várias pesquisas realizadas na Unisinos são relacionadas à valorização de resíduos de diversos setores industriais e de construção”, acrescenta.
Quem assistiu ao filme De Volta para o Futuro 2, com certeza achou que só mesmo na ficção o DeLorean do Doutor Brown funcionaria com o biocombustível fabricado com latas de cerveja e cascas de banana. Hoje, 30 anos depois, a ficção já é realidade: o potencial energético do lixo é bem grande, da mesma ordem do carvão mineral. “Esta é uma das soluções para a destinação final dos resíduos urbanos não recicláveis, recomendada pelo IPCC/ONU. Tem como vantagem possibilitar a recuperação energética mais eficiente dos resíduos urbanos, que estariam inutilizados ou subutilizados”, explica Maria Luiza.
Ela cita a ECOCITRUS, que produz biogás e fertilizantes usando resíduos agrícolas e de criação de animais; e a CRVR , que utiliza o gás da decomposição da parcela orgânica do resíduo urbano coletado em Porto Alegre para a produção de energia elétrica, como bons exemplos de utilização do lixo como combustível.
 
O plástico reciclado das garrafas PET pode ser usado em peças de vestuário a móveis  (Foto: Thinkstock)
 
“No mundo, além de empreendimentos semelhantes, são muito comuns as usinas que geram energia elética a partir da combustão dos resíduos em caldeira de geração de vapor. Devemos lembrar que eles têm problemas sérios de disponibilidade de espaço e a combustão reduz o volume do resíduo. Um exemplo é a usina de Spittelau, que fica no centro de Viena. Ao fim, sobram apenas cinzas, que ainda podem ser usadas na construção civil ou pavimentação de rodovias”, finaliza a professora.
Galileu.com
 
 
 

Chineses produziam cerveja há 5.ooo anos

5000 anos atrás já existia uma receita única de produção da bebida, que combinava elementos das tradições tanto ocidental quanto oriental do processo cervejeiro. Foto: EBC 5000 anos atrás já existia, na China, uma receita única de produção da bebida, que combinava elementos das tradições tanto ocidental quanto oriental do processo cervejeiro. Foto: Divulgação
 
Fragmentos de jarras de barro, com vestígios de cerveja, foram encontrados por arqueólogos no norte da China. A análise espectral mostrou que nestes potes foi guardada cerveja. As evidências obtidas por cientistas são provas de que a tecnologia de produção de cerveja foi dominada pelos chineses ainda 5000 anos atrás.
Naquela época, existia uma receita única de produção da bebida, que combinava elementos das tradições tanto ocidentais quanto orientais do processo cervejeiro. A análise dos vestígios amarelos da cerveja antiga encontrados nos potes cerâmicos mostrou que a bebida foi produzida com base em cevada, painço, tubérculos e chocalheira.
O que surpreendeu os cientistas foi o fato de os chineses daquela época cultivarem cevada. Anteriormente, era considerado que este produto só apareceu na China mil anos mais tarde. Os historiadores observam que a cevada era utilizada na China como ingrediente da cerveja e só depois começaram a cultivá-la para comer.
 
Arqueologistas descobrem cantil de armazenamento de cerveja que data de pelo menos 5000 anos atrás, na província chinesa de Shaanxi
 
Os artefatos foram encontrados por arqueólogos no norte da China, perto do Rio Wei. As escavações foram feitas nos dois sítios arqueológicos datados dos anos 3.400 – 2.900 anos antes de Cristo. Durante os trabalhos, os arqueólogos encontraram os objetos utilizados na produção e armazenamento de cerveja.
A receita da bebida antiga permanece desconhecida, porém os cientistas acreditam que tinha um sabor semelhante ao atual, ligeiramente adocicado.
 
Veja.com

terça-feira, 24 de maio de 2016

As cores que apenas algumas mulheres conseguem enxergar

visão
 
Há alguns anos, a artista Concetta Antico descobriu ter uma mutação genética que a dotou de uma percepção surpreendentemente sensível das cores - ela vê um espectro de tons distintos onde vemos apenas uma cor.
Como ela disse à BBC Future em 2014, mesmo a pedrinha mais comum na estrada para ela brilha como um caleidoscópio.
"A pedrinha saltava em mim com laranjas, amarelos, verdes, azuis e rosas", diz ela. "Fiquei pouco chocada quando percebi o que outras pessoas não veem."
"As cores intensas estão falando comigo o tempo todo," diz.
Do mesmo jeito que um daltônico não pode imaginar a variedade de vermelhos e verdes que a maioria pode ver, a maior parte das pessoas pode não ser capaz de conceber o arco-íris que ela descreve.
Em 2014, a pesquisa científica sobre as habilidades de Antico haviam apenas começado, mas hoje estão a todo vapor - e um novo artigo traz dados de impacto sobre o mundo da artista.
 
visão
 
Sabe-se há tempos que pessoas com visão extraordinária como Antico deveriam existir na teoria, graças a uma rara diferença na maneira como os olhos são formados.
Imagine a retina como um mosaico, composto por diferentes tipos de células fotossensíveis conhecidas como cones. A maioria das pessoas possui três tipos de cones conectados a diferentes grupos de comprimentros de onda (o que nos faz 'tricromáticos').
A luz de cada parte da cena ativa essas células em distintos graus, e a exata combinação de sinais determina a cor que percebemos.
Algumas mulheres, contudo, são "tetracromáticas". Graças a duas mutações diferentes em cada um dos cromossomos X, elas possuem quatro cones - aumentando a combinação de cores que são capazes de ver.
A mutação não é muito rara (estimativas de prevalência variam, mas podem ser de ate 47% entre mulheres de descendência europeia), porém cientistas lutaram para encontrar alguém que tivesse, de fato, a percepção aumentada.
Antico foi selecionada após testes que mostraram que sua visão era diferente. Estudos comprovaram que a tetracromia da artista proporciona visão melhorada em locais de baixa iluminação - o que permitia, por exemplo, visões incríveis do entardecer.
Depois de a BBC Future divulgar a história, ela ficou famosa como a "mulher com visão de arco-íris".
Mas mesmo se você tiver as versões exatas dos genes relacionados à percepção de cor, será preciso treinamento para desenvolver esse potencial genético.
 
visão
 
Ainda assim, muitas perguntas ficaram em aberto. Como muitas mulheres podem portar a mutação e poucas pessoas terem essa visão especial?
"Uma possibilidade é que você tenha que ter um treinamento precoce para estimular essa capacidade", afirma Kimberly Jameson, da Universidade da Califórnia, em Irvine, que fez inúmeros testes com Antico.
Antico é uma artista que prestou atenção em variações sutis de cor durante quase toda sua vida. "Eu era bem maníaca. Sempre quis representar tudo o que podia ver", afirma.
Talvez esse tipo de intensa experiência tenha sido crucial para reprogramar o cérebro para receber os sinais extras que seus olhos estavam recebendo.
Para passar isso a limpo, Jameson fez uma parceria com Alissa Winkler, da Universidade de Nevada, para comparar a visão de Antico com um leque de outros participantes, incluindo outra tetracromática que não é artista e um artista com visão normal.
O experimento testou a sensibilidade dos participantes a diferentes níveis de luminosidade a certos comprimentos de onda de luz. Em outras palavras, com o cone extra nos olhos de Antico, ela deveria captar mais luz e ver diferenças sutis no brilho de certas sombras.

Resultados

De fato, Antico provou ser mais sensível do que uma pessoa normal, sobretudo no caso de tons avermelhados - um achado que confirmou as previsões feitas a partir de seu teste genético.
Como Jameson suspeitava, Antico também se saiu bem melhor do que a outra tetracromática que não era artista - dando peso à ideia de que seu treinamento em cores tenha sido fundamental ao desenvolvimento de suas habilidades.
Os experimentos de Jameson permitiram construir uma simulação da visão de Antico. Os pontos pretos revelam áreas afetadas pelo "cone extra" - cerca de um terço da imagem.
 
visao
 
Usando esses resultados, Jameson reconstruiu algumas fotos para mostrar um pouco melhor como o mundo parece para Antico. Embora seja impossível recriar exatamente as cenas que ela vê, as fotos destacam as áreas que seriam mais sensíveis para a artista.
Na cena de montanha acima, por exemplo, as faixas em destaque mostram os pontos mais afetados pela tetracromia. Quando pergunto como ela vê a cena, ela diz que os morros são de um rosa alaranjado, e que há muito violeta no mato. As moitas, diz ela, são "laranja claro, amarelo e verde oliva".

Portas da percepção

"Agora tenho toda uma nova percepção de tudo o que as outras pessoas não estão vendo", ela diz. "É chocante para mim. Até quando descobri que tinha tetracromia, não sabia a dimensão das diferenças entre o que vejo e o que pessoas normais estão vendo."
Jameson agora começou a estudar outros artistas tetracromáticos (incluindo a irmã de Antico) - e a expectativa é entender como essa habilidade se reflete no estímulo artístico.
Até agora, parece que as pinturas de Antico trazem os mesmos tipos de detalhes que poderiam ser previstos pelas simulações das pesquisadoras Jameson e Winkler.
Antico, por sua vez, espera usar as simulações de Jameson como um guia em suas aulas de arte. Ao encorajar pessoas a focar nas áreas mais vibrantes para ela, a artista espera que esses alunos possam treinar os olhos para serem mais sensíveis.
E ela diz já ver resultados. "Ontem estava caminhando com meus alunos e um deles disse 'Olhe aquela violeta na moita - nunca teria visto isso sem você'.
BBC Brasil

Abelha robô pode ajudar a salvar o planeta

Abelha Robô

Você já deve ter ouvido falar que as abelhas estão desaparecendo. Como elas são agentes polinizadores fundamentais para a manutenção de todo o ecossistema do planeta, esse sumiço é, no mínimo, preocupante.
Mas agora, cientistas da Universidade Harvard parecem ter a solução: usar robozinhos inspirados nos insetos para dar uma mãozinha na polinização - os RoboBees (algo como RobôAbelha).
A criação, ainda um protótipo, também promete reinventar o que conhecemos como drones.  
O nome RoboBee não é só um apelido fofo: a pequena máquina realmente copia as características das abelhas.
Suas asas, por exemplo, batem separadamente, permitindo que o voo seja manobrado, e seu tamanho e peso são praticamente os mesmos dos insetos - 3 cm de comprimento e 80 mg.
Além disso, o robô intercala voos curtos com pousos para descansar, exatamente como as abelhas fazem na natureza. 
Esse plano de voo em robôs ajuda a resolver o problema do gasto de energia, que é enorme para manter uma máquina no ar.
Em vez de flutuar o tempo todo, o RoboBee só precisa voar até chegar perto o suficiente de uma superfície onde ele possa pousar.
Ele, então, usa eletricidade estática - a mesma coisa que acontece quando você esfrega uma bexiga para grudá-la na parede - para se fixar sobre quase qualquer lugar: paredes, plantas, vidro, madeira e por aí vai.
 
robo abelha
 
Nos testes, eram os cientistas que carregavam o robô com a energia estática, mas o próximo passo é encontrar uma forma de ele conseguir se recarregar sozinho. 
Por enquanto, os pesquisadores só estão interessados em reduzir ao máximo os gastos de energia - e conseguiram: o robozinho só precisou de uma recarga para se manter preso em uma folha sem cair.  
O projeto já existe desde 2013, mas só agora os cientistas tiveram a ideia de usar a energia estática para copiar as pausas entre voos das abelhas.
Se o protótipo for para a frente, o inseto robótico poderia ter vários outros usos além da polinização: espionagem, segurança, coleta de dados científicos e até a busca por pessoas desaparecidas - ou qualquer outra coisa que seja inalcançável para seres humanos ou mesmo para drones. 
 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Peru declara estado de emergência por contaminação ambiental

Níveis perigosos de mercúrio são detectados na região da fronteira com o Brasil. Metal é usado em garimpo ilegal de ouro e pode causar graves danos à saúde. Contaminação afeta ainda rios e fauna da Amazônia peruana.
O presidente peruano, Ollanta Humala, declarou nesta segunda-feira (23/05) estado de emergência em 11 distritos da região amazônica, após níveis elevados de mercúrio terem sido detectados nas águas da região. O metal é usado em garimpos ilegais para extrair ouro. A contaminação de rios e da fauna estaria causando danos à saúde da população De acordo com um relatório ambiental, na região de Madre de Dios foi detectada a contaminação de mercúrio, com níveis acima do limite permitido, nas águas dos rios e em espécies marinhas. Vários grupos étnicos apresentaram ainda níveis perigosos do metal do organismo, o que pode causar graves problemas de saúde, inclusive morte.
O relatório afirma que a contaminação foi causada por práticas inadequadas no garimpo clandestino. A região de Madre de Dios, na fronteira com o Brasil e a Bolívia, produz cerca de 20% do ouro  extraído no Peru. A maioria é retirada de forma ilegal em floresta e no leito de rios.
 
 
                     
          Segundo o ministro do Meio Ambiente, Manuel Pulgar-Vidal, 41% da população de Madre de Dios está exposta à poluição do mercúrio. Além de declarar estado de emergência por 60 dias, o governo pretende fornecer peixes aos moradores dos distritos afetados, criar postos de saúde móveis e centros de monitoramento.
Estima-se que o garimpo ilegal despeje cerca de 40 toneladas de mercúrio nos rios amazônicos por ano e destrua mais de 100 mil hectares de floresta na região de Madre de Dios, de acordo com o Ministério peruano do Meio Ambiente. O metal é usado para separar o ouro da rocha.
A mineração é uma atividade chave para a economia do país e representa quase 60% de suas exportações. O Peru é o sétimo produtor mundial de ouro.

O homem que salvou quase 700 crianças judias dos nazistas

 
Em 1938, Nicholas Winton, filho de pais judeus, trabalhava como corretor de valores em Londres. Mas, após a ocupação nazista de Praga, Winton decidiu abandonar seu trabalho e dedicar todos seus esforços a resgatar crianças judias na capital tcheca.
Seu plano consistiu em enviá-las para o Reino Unido, onde convenceu as autoridades a deixar com que entrassem mesmo sem ter os documentos necessários.
Uma vez ali, Winton - que morreu em 2015 - conseguiu um grupo de famílias para abrigar as crianças.
Graças a suas ações, 669 crianças sobreviveram ao Holocausto.
Poucos conheciam a proeza de Winton até que uma apresentadora de TV tornou públicos seus esforços em 1988.
Na semana passada, Londres celebrou o nascimento de Winton com um serviço religioso especial do qual participaram 28 pessoas que devem sua vida a ele.

Cientistas descobrem galáxia anã repleta de metais preciosos

 
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) podem pôr fim a um mistério que persegue os cientistas há quase 60 anos. Qual a origem de metais preciosos como ouro, prata e platina?
Segundo informações da Galileu, a hipótese mais aceita é que a energia necessária para formar estes elementos - conhecida como processo-r - teria sido gerada através da explosão das estrelas mais densas do universo.
Agora, cientistas do MIT descobriram que uma galáxia anã chamada Reticulum II tem estrelas que contém uma quantidade absurda de elementos preciosos. A experança é que a galáxia, que fica 98 mil anos luz da Terra, possa finalmente, desvendar o mistério.
“Entender como estes elementos são formados é um dos maiores problemas da física nuclear”, diz a física Anna Frebel, do MIT.
“A produção destes elementos pesados demanda tanta energia que é praticamente impossível demonstrá-la experimentalmente. O processo de produção deles não funciona na Terra, então precisamos usar as estrelas e os objetos cósmicos como nosso laboratório.”
Para observar as estrelas mais brilhantes de Reticulum II, os astrônomos usaram o telescópio de Magalhães, no Chile. O estranho é que, ao fazer a observação, a equipe de Frebel pensou que seria altamente improvável que os elementos tivessem se originado ali.
A questão agora enfrentada pelos cientistas é saber como esses elementos vieram parar na Terra, já que não foram geradas no planeta.
Os astrônomos acham que elas teriam sido criadas pela explosão de estrelas com muita massa em galáxias anãs, como a Reticulum II.
“Os metais teriam então se misturado à nuvem de gás e poeira no qual todos os planetas e asteroides são feitos. E eles teriam sido transportados até a Terra como um delivery especial”, afirma Frebel.

domingo, 22 de maio de 2016

Por um fio. Por que o Brasil pode ficar no escuro até 2020

Falta de investimentos nas linhas de transmissão de energia, ausência de empresas interessadas nos leilões e problemas com duas concessionárias podem levar o País a ficar no escuro até 2020.
 
Rede depreciada: infraestrutura de transmissão de energia precisa de constante manutenção, mas empresas estão sem caixa
 
O primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill (1874-1965), costumava dizer que "sempre evitava profetizar antecipadamente porque é preferível profetizar depois que o evento tenha ocorrido". Ao contrário do estadista britânico, o setor elétrico precisa antecipar seus problemas. É o que determina o sucesso na construção de novas fontes de geração de energia para atender à crescente demanda do País. Nos últimos anos, o Brasil afastou o risco de racionamento.
Até 2020, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está seguro de que o abastecimento está garantido. Muito, é verdade, pela recessão e o encolhimento da economia nacional. No entanto, o risco de apagão é crescente em razão de problemas com as linhas de transmissão, alertam especialistas ouvidos pela DINHEIRO. Não basta incentivar a construção de novas usinas, sejam hidrelétricas ou eólicas, se faltam fios para ligá-las às distribuidoras.
Um crescimento mais acelerado da atividade econômica poderá colocar o sistema elétrico nacional em xeque. Expansão de mais de 2% do PIB pode ser fatal. “A preocupação tem a ver com a falta de robustez da transmissão e a alta demanda de consumo nos horários de pico”, diz Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil. “A situação se torna mais grave à medida que a nova energia começa a ser produzida e entra no sistema.” Desde 2012, há um descasamento entre os leilões de geração e de transmissão de energia.
A falta de empresas interessadas em construir a infraestrutura para ligar os fios entre as usinas e as distribuidoras tem aumentado ano a ano. Entre 2012 e 2016, 40% dos projetos não receberam proposta. Há vários empecilhos que afugentam os investidores, que vão do licenciamento ambiental, passam pelas regras tarifárias estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e chegam até o financiamento das obras. A Aneel tem buscado soluções, como aumentar o prazo para as empresas conseguirem as licenças ambientais (embora tenha ocorrido uma redução de 62 dias em dois anos) e discutir aspectos da remuneração.
Mas estudo do ONS aponta que a geração prevista para o início de 2017 será maior que a capacidade das linhas de transmissão. A situação se repetirá até 2019, nos períodos de maior produção das hidrelétricas. No próximo ano, por exemplo, deixarão de entrar no sistema 1,2 mil Megawatts (MW) de energia, equivalente a uma usina de Teles Pires, no Mato Grosso, que custou R$ 4,5 bilhões. “Há, de fato, risco de usinas de geração ficarem prontas e a energia não ter capacidade de entrar no sistema”, diz Jorge Pereira da Costa, sócio da consultoria Roland Berger, que foi contratada pela Aneel para fazer uma análise da situação do País.
O cenário que se apresenta é uma catástrofe semelhante à dos parques de energia eólica. A Renova Energia cumpriu o prazo de fazer os aerogeradores funcionarem em julho de 2012. Mas os cataventos ficaram como peças de decoração, no sudoeste da Bahia, por dois anos, quando as linhas de transmissão ficaram prontas e colocaram os 294 MW no sistema – suficiente para abastecer 540 mil residências. “Depois da queda na demanda de energia, não precisa mais se preocupar com a geração”, diz Thais Prandini, sócia da consultoria Thymos Energia.
“A prioridade é o investimento na transmissão, principalmente com as questões de Abengoa e Isolux que precisam ser resolvidas.” As espanholas Abengoa e Isolux são as principais representantes dessa tragédia anunciada. Juntas, elas são responsáveis por pouco mais de 20% da construção de linhas de transmissão em todo o Brasil. O caso mais sério é o da Abengoa. Em processo de recuperação judicial na Espanha, com um endividamento de quase US$ 11 bilhões, a empresa está sendo investigada por casos de corrupção nos Estados Unidos e no Brasil.
A Operação Lava Jato identificou o pagamento de propina a um executivo da Eletronorte para assinar um contrato de R$ 92 milhões. Seus projetos de construção de linhas de transmissão no País foram abandonados em outubro do ano passado. A Abengoa tem 6,3 mil quilômetros de linhas que precisam ser construídas, um investimento estimado em mais de R$ 2,5 bilhões. Há nesses projetos várias partes essenciais para o conjunto do sistema, como o escoamento da energia gerada pela Usina de Belo Monte para os estados do Nordeste.
O BNDES, que liberou R$ 600 milhões no segundo semestre de 2015 para a empresa, mesmo com todos os sinais de dificuldade, é o principal credor nacional. Até o momento, apenas a chinesa State Grid e a brasileira Taesa, que pertence à Cemig, mostraram interesse em ficar com os ativos da Abengoa. A operação, porém, é complexa e não pode ser resolvida unilateralmente, sem a presença do regulador. Será preciso rever os preços do leilão e conferir se os perdedores daqueles certames não teriam interesse em fazer novas propostas. A expectativa é que o caso seja resolvido ainda neste ano.
Com pouco mais de 1,1 mil quilômetros de linhas, a Isolux segue na mesma direção de sua conterrânea. A empresa tem participação, por exemplo, em parte do linhão que vai ligar a usina de Tucuruí, no Pará, a Manaus, no Amazonas. A Isolux culpa o licenciamento ambiental pelo atraso na obra. Mas essa desculpa tem ajudado a companhia a mascarar seus problemas financeiros. Pessoas próximas à Isolux relataram que o momento é de fazer conta. As exigências técnicas são muito elevadas e a empresa está olhando para o prejuízo.
Se ficar constatado que ela não recuperará seus investimentos, a execução das obras não acontecerá. “Os espanhóis são mais artistas do que nós no jeitinho e têm uma péssima gestão de seus negócios”, diz o ex-presidente de uma empresa distribuidora, que pediu anonimato. “A transmissão no Brasil é um show de horror, com atrasos na entrega e falta de investimento na infraestrutura existente, em razão das empresas estarem descapitalizadas.” Estudo do Acende Brasil mostra que três quartos dos ativos das concessionárias que formam a rede básica já foram depreciados ou amortizados. 
Para inovar, aumentar a eficiência da rede e afastar os riscos de degradação, elas precisarão investir para reforçar as linhas atuais e comportar os maiores fluxos de energia. A falta de manutenção e a deterioração do sistema, porém, são dados mantidos a sete chaves pela Aneel. Como a maior parte das transmissoras é estatal, não se espera grandes aportes no curto prazo. A Eletrobras, dona de Chesf, Eletronorte, Eletrosul e Furnas, está sem dinheiro em caixa e enfrenta uma série de problemas de gestão. A companhia teve a negociação suspensa de suas ações na bolsa de Nova York por não entregar seu balanço ainda de 2014 auditado. Com todos esses fios soltos, não há luz no fim do túnel.
Isto É.com

sábado, 21 de maio de 2016

Mistério do metano de Marte se aprofunda

 
Um grande pico de metano que o rover Curiosity, da NASA, detectou dois anos atrás não foi causado por mudanças sazonais no Planeta Vermelho, segundo cientistas da prórpria agência.
Por algumas semanas no final de 2013 e início de 2014, o Curiosity notou que o metano atmosférico - um gás que possivelmente poderia ser sinal de atividade microbial - aumentou de um nível de 0,7 partes por bilhão para 7 partes por bilhão.
Esse aumento ocorreu durante o primeiro outono marciano do rover. Mas o pico não voltou a acontecer no segundo outono do Planeta Vermelho, de acordo com funcionários da NASA.
“Foi um aumento episódico, ainda sem explicação,” disseram, sobre o assunto, funcionários da NASA. “No entanto, as medições feitas pelo rover sugerem que mudanças mais sutis no contexto de concentração de metano - quantidades bem menores do que as observadas durante o pico - talvez sigam, de fato, um padrão sazonal.”
Esse padrão do contexto mais geral, se for confirmado, pode estar relacionado à mudanças sazonais na pressão e na radiação ultravioleta, os funcionários acrescentaram. O metano pode ser produzido tanto por processos geológicos quanto biológicos, então a sua presença não é necessariamente uma evidência sólida da existência de vida em Marte.

Tanto a Terra quanto Marte tem inclinações similares, o que dá aos dois planetas estações. As estações de Marte, no entanto, são mais extremas, particularmente em termos de temperaturas diárias, que podem ser acima do ponto de congelamento da água durante o dia mas então despencar para menos 90 graus Celsius à noite, graças à atmosfera fina do planeta.
O Curiosity pousou dentro da Cratera de Gale - que possui 154 quilômetros de comprimento - no dia 5 de agosto de 2012. Marte gira em torno do sol a cada 687 dias terrestres ou 668,6 “sóis” (dias marcianos; um sol é 39,6 minutos mais longo do que um dia terrestre)
O dia 11 de maio, quarta feira, foi o 1337º sol do Curiosidade em Marte, marcando o começo do terceiro ano do rover no Planeta Vermelho. Portanto, o robô já experienciou dois ciclos de estações completos em Marte, razão pela qual os membros da equipe da missão podem começar a rascunhar conclusões ou inferências sobre padrões sazonais.
Embora o objetivo principal do Curiosity seja avaliar a habilidade atual e passada da Cratera de Gale para sustentar a vida microbial, o robô também faz medições periódicas de parâmetros ambientais como temperatura, pressão e luz ultravioleta.
Essa observações de longo termo ajudam os cientistas a entender melhor como o clima em Marte se comporta hoje. Dados assim também servem de comparação contra o clima mais úmido de Marte no passado, o qual a NASA está aprendendo com outras missões como a MAVEN (Evolução Atmosférica e Volátil de Marte) e o Satélite de Reconhecimento de Marte.
"Marte é muito mais seco que o nosso planeta e a Cratera de Gale, especificamente, perto do equador, é um lugar muito seco em Marte,” afirma Germán Martínez, um cientista do time de colaboração do Curiosity na Universidade de Michigan. “A quantidade de vapor de água é de mil a dez mil vezes menor do que na Terra.”
A Estação de Monitoramento Ambiental do Rover Curiosidade (REMS) viu as temperaturas atmosféricas variarem de 15,9 graus Celsius em um dia de verão para menos 100 graus Celsius numa noite de inverno.
A quantidade de água na atmosfera aumenta durante meses mais quentes, e a umidade relativa é maior em meses mais frios, segundo as fontes da NASA. Também existem ciclos regulares na pressão atmosférica, que atinge uma baixa no inverno e um pico na primavera. Isso se deve às calotas polares sazonais, que lançam quantidades enormes de dióxido de carbono na primavera,  depois que esse dióxido descongela da atmosfera depois do inverno, segundo os pesquisadores.
Scientific American

Fóssil de maior e mais antiga ave já registrada é encontrada na Antártida

 
Pesquisadores da Argentina encontraram nas proximidades da base Marambio, na Antártida, um fóssil de um exemplar de uma ave correspondente ao período Eoceno (de 34 milhões a 56 milhões de anos atrás) que garantem ser a maior e mais antiga ave conhecida, segundo o governo do país.

"Trata-se de uma ave de mais de seis metros de envergadura de asa, a maior e a mais antiga da qual se tem registro", afirmou neste sábado (21) o Ministério das Relações Exteriores.

Osso incompleto de uma asa do pelagornítido

 O exemplar é de uma ave da família Pelagornithidae, descoberto por especialistas do Instituto Antártico Argentino, da Universidade Nacional de La Plata, do Museu de História Natural da Província do Pampa e da Fundação de História Natural Félix de Azara.
O Ministério destacou que a descoberta de um osso de uma asa incompleta durante a campanha antártica de 2014 facilitou a revisão de todos os pelagornítidos antárticos conhecidos até então, o que permitiu um avanço "considerável" no conhecimento da diversidade e da evolução deste grupo de aves, cuja extinção ocorreu há 3 milhões de anos.
Marcos Cenizo, diretor do Museu de História Natural, disse que o comprimento da peça achada "é maior que o do Pelagornis sandersi, que é o maior pelagornítidos que se conhecia até o momento".

Segundo o estudo, este grupo de aves, que chegou a se espalhar por todo o mundo pouco tempo depois da extinção dos dinossauros, tinha asas que lhe permitia atravessar grandes distâncias, e seus leves ossos possibilitavam que pegasse altura aproveitando as correntes de ar.
Há 50 milhões de anos, segundo as mais recentes pesquisas, começou um período de aquecimento da temperatura dos oceanos que provocou uma grande produtividade biológica dos mares antárticos.

Portanto, os pelagornitídios e os pinguins teriam tido alimento suficiente para poder desenvolver tamanhos tão grandes, disse a agência estatal argentina "Télam".

Telescópio Hubble captura imagem impressionante de Marte

O telescópio Hubble registrou foto de Marte dias antes de o planeta atingir o ponto mais próximo do Sol. Na imagem, o 'planeta vermelho' aparece muito  brilhante. As informações são da revista norte-americana Time .

Marte aparece iluminado em fotografia tirada pelo Hubble

No próximo domingo, dia 22, Marte e o Sol estarão em lados opostos em relação à Terra, o que deixará o planeta totalmente iluminado na nossa perspectiva.
 
No próximo dia 30, nosso 'vizinho' atingirá sua posição mais próxima da Terra nos últimos 11 anos: 75 milhões de quilômetros de distância.

Prepare-se para ver Marte - o mais perto possível da Terra

Planeta Marte
 
A partir da noite deste sábado (21), um espetáculo ocupará o céu: Marte vai entrar em oposição, podendo ser visto a olho nu de todo Brasil. Até o domingo (22), Marte estará alinhado e em oposição ao Sol . Na segunda-feira (30), daqui a 10 dias, o planeta vermelho vai atingir o ponto mais próximo da Terra em 11 anos. “A oposição de Marte ocorre quando Sol, Terra e Marte estão alinhados, com o nosso planeta no meio. Isso faz com que Marte fique o mais próximo possível da Terra, podendo ser visto a olho nu como uma estrela vermelha muito brilhante no céu”, disse Daniel Mello, astrônomo do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mesmo assim, o melhor momento para observar o fenômeno será no final de semana, enquanto Marte está na constelação de Escorpião.O fenômeno acontece a cada 2 anos e 50 dias.
Para conseguir acompanhar o evento no céu, os entusiastas e astrônomos devem olhar, a partir das 21h, para o horizonte Leste do céu, onde nasce o Sol. “As pessoas devem buscar, a Leste do céu, um ponto vermelho na constelação de Escorpião. O ideal é observar o espetáculo por volta da meia noite, quando já não teremos tantas interferências atmosféricas que comprometam a observação. A melhor visualização é feita com telescópios e em locais mais afastados, como campos e litorais. Mesmo assim, por ser bastante brilhante, Marte vai poder ser observado em grandes cidades a olho nu – claro, se as condições forem favoráveis: céu limpo, sem nuvens ou chuva”, explica Mello.
O alinhamento entre Sol, Terra e Marte ocorre entre o sábado e o domingo, mas o fenômeno de aproximação do planeta vermelho com a Terra começa uma semana antes e vai até uma semana depois. Marte deve atingir seu ponto mais próximo da Terra em 11 anos na segunda (30), quando ficará a aproximadamente 75.3 milhões de quilômetros do nosso planeta. “Como o planeta vermelho vai estar muito próximo, poderemos observá-lo com mais detalhes durante esse período”, afirma o astrônomo.
Lua Azul (ou Blue Moon, no inglês) – Além de Marte, na noite entre sábado e domingo o céu também será ocupado por outro evento: a Lua Azul. Aparecendo no céu como uma Lua cheia comum, a Lua Azul não é gigante, nem com coloração azul. O que ela tem de diferente? A história. “No século XIX, para contar os meses de uma estação e se preparar para a entrada da próxima, as pessoas utilizavam as Luas: como o ano possui quatro estações distintas e temos 12 meses, cada estação teria 3 meses. Para saber quando a estação iria mudar, eram contados os números de Luas cheias; a cada três Luas cheias (que ocorrem uma vez por mês) , mudava a estação – e a terceira , portanto, anunciava essa mudança”, explica Mello.
O problema é que a contagem de períodos lunares é de 29 dias, enquanto nossos meses têm entre 30 e 31 dias. Isso fez com que, em determinadas estações, ao invés de três luas, quatro Luas cheias participassem de um ciclo – ou seja, a terceira lua não era exatamente a que anunciava a entrada da próxima estação. A essa lua específica (a terceira de uma sequência de quatro luas) foi dado o nome de Blue Moon. “No inglês antigo, o nome dado à Blue Moon não significava Lua Azul, mas sim Lua Traidora: justamente porque não anunciava o final de uma estação, mas ‘enganava’ as pessoas. A tradução original foi perdida com os aprimoramentos da língua e substituição do termo original por ‘blue’ (azul, em inglês). Assim, hoje a chamamos de Lua Azul”, disse Mello.
A partir de meados do século XX, um astrônomo amador confundiu a denominação original da Lua Azul e acabou por apelidar a segunda Lua cheia de um único mês de Lua Azul: isso fez com que, dentre as denominações, existissem dois “tipos” de Luas Azuis – a da denominação original, e a nova denominação astrônomo amador (mais utilizada por cientistas atualmente).
Neste final de semana prepare-se para ver Marte “visitando” nosso planeta e uma verdadeira Lua Azul do século XIX.
3. Oposição de Marte
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Na noite de 22 de maio, a Terra estará entre Marte e o Sol, o momento mais adequado para observar o planeta da superfície terrestre. O fenômeno, chamado de "oposição", pois é o instante em que Marte e o Sol estão em posições opostas, poderá ser visto em todos os Estados brasileiros, sem o auxílio de instrumentos. "Em 2016, Marte atingirá a melhor posição de observação desde 2005, quando ficará a 76 milhões de quilômetros da Terra e atingirá magnitude -2, mais brilhante que qualquer estrela no céu", disse Rojas. Para observar um astro em oposição, deve-se olhar, no começo da noite, na direção Leste, onde o Sol nasce. O ponto mais brilhante será o planeta, que ficará visível durante toda a noite.
  • 4. Chuva de meteoros Eta Aquarídeas

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  •  principal chuva de meteoros de 2016 será a Eta Aquarídeas, que atingiu seu ápice em 7 de maio e podeu ser observada a olho nu de todo o país. O fenômeno está associado ao cometa 1P/Halley e é visível, anualmente, entre os dias 19 de abril e 28 de maio. "Deve-se olhar para a constelação de Aquário a partir das 3h, sendo que o melhor horário para a observação será cerca de uma hora antes do amanhecer", diz Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Neste ano, a Geminídeas, que costuma ser a mais intensa chuva de meteoros anual, não poderá ser vista, pois será prejudicada pela iluminação da Lua Cheia.

5. Superluas

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  • "Superlua" é o nome dado ao fenômeno em que a Lua parece estar maior e mais brilhante. Ele ocorre quando o perigeu lunar – ponto da órbita em que o satélite está o mais próximo possível da Terra – coincide com a fase cheia da Lua. Nesse momento, ela pode parecer até 14% maior e até 30% mais brilhante. Em 2016, o céu terá "superluas" nos dias 16 de agosto, 14 de novembro e 14 de dezembro.