Cientistas anunciaram nesta segunda-feira a descoberta de que Marte já teve altas concentrações de oxigênio molecular em sua atmosfera. O estudo, feito pelo Laboratório de Los Alamos, no Novo México, foi publicado no periódico Geophysical Research Letters e anunciado pela Nasa.
A descoberta partiu de dados coletados pelo jipe-robô Curiosity, enviado a Marte pela Nasa em 2011. Ao explorar a cratera batizada de Gale, a sonda detectou a presença de óxidos de manganês em algumas rochas. A presença de água e de outra substância altamente oxidante faria o ambiente bastante propício para o surgimento de óxidos de manganês no local. O mais provável seria o oxigênio, segundo a publicação.
Teoria dos cientistas – De acordo com os pesquisadores, o oxigênio provavelmente veio de uma série de processos químicos e físicos que o planeta sofreu ao longo dos anos. Marte perdeu o campo magnético e assim também perdeu a proteção natural contra os ventos solares. As consequências dessas perdas resultaram no desgaste atmosférico, o efeito estufa marciano diminuiu e a água se tornou inconstante na superfície. Uma parte dela congelou e a outra evaporou, sendo atingida pelos raios ultravioletas do Sol. Com isso, a molécula de água se quebra: o hidrogênio é mais leve e facilmente sobe para o espaço. Já o oxigênio fica, aparecendo o oxidante ideal para o manganês, encontrado na superfície de Marte.
Para o planeta adquirir essa aparência vermelha, enferrujada e oxidada que conhecemos a concentração desses óxidos de manganês deve ter sido grande, o que indica uma quantidade de oxigênio em níveis altos na atmosfera de Marte.
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