quarta-feira, 10 de junho de 2015

A vida sem pausa

 
A vida sem intervalos, típica do capitalismo do século XXI, provoca conflitos que são indissociáveis dos estados do sono e da vigília, da luz e da escuridão, da justiça e do terror. Gera desamparo e vulnerabilidade. A fórmula 24/7 [24 horas por dia, sete dias por semana] serve para evocar uma constelação de poderosos processos do nosso mundo contemporâneo caracterizados pela atividade, o acúmulo, a produção, o consumo, a comunicação, o jogo ou qualquer outra coisa, de forma incessante. Seja no trabalho ou no tempo livre, há uma impossibilidade cada vez maior de fazer uma pausa, de ficar desconectado. 24/7 significa a imposição generalizada à vida humana de uma duração sem interrupções, de um tempo homogêneo que não passa mais. Transcende o tempo do relógio e se define pela continuidade de funcionamento e operação.
24/7 significa que não existem intervalos de calma, silêncio, ou descanso e aposentadoria. Igualmente importante é o fato de se tratar de uma condição de exposição e visibilidade permanentes, um mundo iluminado ininterruptamente, no qual nada do que é íntimo pode ficar oculto ou no âmbito privado. É sinônimo da implacável tradução para o valor monetário de qualquer intervalo de tempo possível ou de qualquer relação social concebível, de tornar todos os elementos de nossas vidas conversíveis aos valores do mercado. A maioria dos motores básicos da vida humana – a fome, a sede, o desejo sexual e, de pouco tempo para cá, a necessidade de amizade – foram transformados artificialmente em formas mercantilizadas ou financiadas. A grande exceção é o sono. Ele representa a parte das necessidades humanas e dos intervalos de tempo que não podem ser colonizados ou conectados a una enorme máquina de gerar rentabilidade. O extraordinário do sono nesta era é que dele não é possível extrair absolutamente nenhum valor monetário.
Em sua profunda inutilidade, sua absoluta passividade e sua imensa perda de tempo de produção e consumo, o sonho estará sempre em rota de colisão com as exigências de um universo 24/7. A significativa parte das nossas vidas que passamos adormecidos, livres de ter que satisfazer mecanicamente a multiplicação de falsas necessidades, é um dos grandes desafios humanos à voracidade do capitalismo contemporâneo. O sono é uma interrupção intransigente do roubo do nosso tempo por parte do capitalismo. Nosso atual sistema econômico mundial de mercados 24/7 e de produção e consumo incessantes é na essência incompatível com o intervalo de inatividade do sono humano. Para mim, é uma fonte de otimismo a existência de um intervalo de tempo humano que na prática seja impossível de ser conquistado pela lógica do mercado e de outras forças de controle. O sono pode sofrer perdas e danos devido a essa vida sem intervalos induzida pelas novas tecnologias e pela globalização, mas nunca poderá ser totalmente ocupado ou racionalizado. Neste momento nosso objetivo deveria ser nos concentrarmos em outros espaços e atividades que precisem de defesa contra sua tradução em valor financeiro, seja no local de trabalho, no meio ambiente, na educação, na agricultura ou em muitas outras áreas em crise.
O sistema 24/7 suplantou a maior parte das notas distintivas rítmicas e periódicas da vida humana que floresceram por milhares de anos. Conota um esquema arbitrário e rígido da semana, privado da multifacetada indeterminação da experiência vital. Como destaquei no começo, muitas instituições no mundo desenvolvido passam décadas funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana, especialmente desde a implantação da comunicação via satélite. Mas foi só há pouco tempo, nos últimos 10 ou 15 anos, que a elaboração da própria identidade pessoal e social passou a ser reorganizada para adaptá-la ao funcionamento ininterrupto dos mercados, das redes informáticas e de outros sistemas.
O tempo para o descanso é caro demais para ser viável na atual economia global
Um ambiente 24/7 tem a aparência de um mundo social, mas na verdade é um modelo não social de comportamento mecânico e uma supressão do ato de viver que esconde o custo humano exigido para se manter efetivo. Isso precisa ser distinguido do que Georg Lukács e outros definiram no início do século XX como o tempo vazio e homogêneo da modernidade, o tempo métrico ou de calendário dos países, das finanças ou da indústria, o qual excluía as esperanças ou os projetos dos indivíduos ou da classe trabalhadora. A novidade é a renúncia generalizada a todo fingimento de que o tempo siga junto com todo projeto de longo prazo, incluindo ilusões de “progresso” ou desenvolvimento. Um mundo sem sombras, iluminado 24 horas por dia, sete dias semana, é o sonho capitalista final da pós-história, na qual foi suprimida a alteridade que constitui o motor da mudança histórica.
24/7 é um tempo de indiferença, diante do qual são desnudadas a fragilidade e a precariedade da vida humana, e no qual o sono não é necessário nem inevitável. Em relação ao trabalho, parece verossímil, normal, até, a ideia de trabalhar sem intervalos, sem limite. 24/7 se alinha com o inanimado, o inerte ou o livre de envelhecer. Como um apelo publicitário, proclama a disponibilidade absoluta, e, por isso, as necessidades ininterruptas e a sua incitação, mas também sua eterna insatisfação. A falta de restrições ao consumo não é apenas temporal. Faz tempo que deixamos para trás a época em que acumulávamos principalmente coisas. Atualmente nossos corpos e nossas identidades assimilam uma sobrecarga em contínua expansão de serviços, imagens, procedimentos ou substâncias químicas até um limite maligno – e, com frequência, fatal. A sobrevivência no longo prazo do indivíduo é cada vez mais dispensável, com o abandono do Estado de bem-estar, assim como de qualquer forma atenuada ou controlada de capitalismo. Rejeita-se a necessidade de qualquer período de pausa ou de calma. O tempo para o descanso, a saúde ou o bem-estar é simplesmente caro demais para ser viável na atual economia global.
De forma semelhante, o sistema 24/7 é indissociável da catástrofe ambiental por seu compromisso de gasto permanente, de desperdício infinito com a consequente alteração terminal dos ciclos de dia e noite e das estações, dos quais depende a integridade ecológica. Um traço notável do mundo atual é a irrelevância de toda noção de preservação ou conservação. Peguemos como exemplo a incalculavelmente valiosa floresta de Yasuní, no Equador, local de populações indígenas, mas também com subsolo rico em petróleo. Quando o Governo propôs não fazer perfurações caso fosse criado um fundo mundial com apenas três bilhões de dólares (cerca de nove bilhões de reais) para compensar a perda de receita do petróleo que não seria extraído, as instituições mais ricas do mundo prometeram apenas uns poucos milhões.
A lição é que se em algum lugar há recursos de qualquer tipo para tomar ou explorar, cedo ou tarde eles serão tomados ou explorados. Hoje em dia, no mundo inteiro tem lugar uma frenética orgia sem interrupção de saques e acumulação, seja a fratura hidráulica, a mineração de carvão, a perfuração submarina, a agroindústria, a purificação tóxica de minerais ou a contaminação dos oceanos e dos rios. A lógica dessa expropriação de recursos exige que continue sem parar, da manhã até a noite, 24 horas por dia, sete dias por semana, sem dar tempo para a regeneração dos sistemas vivos e dos ambientes. Tendemos a pensar que entramos numa nova era de mundos desmaterializados e virtuais de redes digitais, robótica e nanotecnologia, mas a força motriz por trás do capitalismo do século XXI continua a ser a pilhagem das matérias-primas da Terra. E, inevitavelmente, os imensos projetos de extração de recursos que saqueiam o solo e a água são possíveis com o uso da violência militar e das formas repressivas de poder político. Como já sabemos, embora prefiramos não pensar nisso, os dispositivos digitais que nos demandam 24 horas por dia, sete dias por semana, e que definem quem somos, não poderiam existir sem a expropriação destrutiva e letal da riqueza mineral do Sul do mundo.
Mas também insisto que as temporalidades sem intervalos são corrosivas para o tecido da vida social e para a sociedade civil. Ao fomentar uma cultura vazia de autopromoção e auto-absorção, as tecnologias 24/7 perpetuam a ilusão de um tempo sem espera, de uma instantaneidade sob demanda, de adquirir e ter mantendo-se isolado da presença física de outros e de qualquer noção da responsabilidade que ela possa carregar. O sistema 24/7 também mina a paciência e a deferência individuais, essenciais para qualquer forma de democracia direta: a paciência de ouvir os outros e de esperar que chegue sua vez para falar. O problema de esperar, de intervir alternadamente, está ligado a uma incompatibilidade mais ampla do capitalismo do 24/7 com qualquer prática social na qual haja a intervenção do compartilhamento, da reciprocidade ou da cooperação. Para os partidos e os grupos de esquerda, o conceito de “política via Internet” é um paradoxo desastroso. Pode ser que as plataformas das redes sociais tenham o potencial algorítmico de mobilizar uma grande quantidade de pessoas em torno de um tema ou de um acontecimento único, mas são intrinsecamente incapazes de alimentar uma compreensão viva da interdependência humana ou das práticas fortalecedoras de apoio mútuo baseadas na comunidade.
Como nos dizem muitos teóricos famosos da política, qualquer classe eficaz de resistência pressupõe inventar ao mesmo tempo novas maneiras de viver. E aqui vem a parte difícil: antes que qualquer nova forma de vida social possa surgir, mesmo de maneira provisória, é preciso haver uma reconsideração radical de quais são nossas necessidades, uma redescoberta de quais são nossos desejos. Isso significa deixar totalmente de comprar o que nos dizem que precisamos e repudiar por completo o papel de consumidores. Significa rejeitar ativamente a letalidade da cultura do dinheiro e todas as imagens e ilusões tóxicas de riqueza material que nos cercam. Para aqueles de nós com filhos, significa abandonar as expectativas impossíveis e desesperadas de sucesso profissional e econômico que lhes impomos, dando-lhes no lugar disso visões de um futuro habitável compartilhado coletivamente. Só que essas são apenas as primeiras tarefas preliminares, uma preparação rudimentar para as lutas políticas reais que acontecem atualmente e para as que não demorarão a se espalhar por toda parte, em meio à intensificação da catástrofe ecológica, da polarização econômica e da guerra imperial.
EL PAÍS.com

terça-feira, 9 de junho de 2015

A Amazônia fica entre a África e o Oriente Médio

*Os países são ranqueados por uma nota de 0 a 100. Exceto nos indicadores de expectativa de vida (medido em anos), mortalidade infantil (medido em mortes por 1.000 nascimentos de crianças) e mortalidade materna (medido em mortes por 100 mil mulheres que engravidam) (Foto: Fontes: Universidade Harvard e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia)
Um cruzamento exclusivo de indicadores sociais mostra que, se os Estados da região fossem países, perderiam para nações como Iraque, Serra Leoa e Gana.
 
Imagine se cada um dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal constituísse um país independente do Brasil. Como estariam os índices de desenvolvimento e a qualidade de vida de seus habitantes em comparação com o restante do planeta?
Para responder a essa questão, ÉPOCA consultou pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, liderados pelo economista Michael Porter. Eles cruzaram dados de dois estudos. O primeiro é o Índice de Progresso Social (ISP), uma espécie de IDH que mede o desenvolvimento humano sem incluir variáveis econômicas. Com ele, podemos
avaliar quanto 161 países usam seus recursos para gerar progresso social. A nova versão do ranking mundial foi divulgada recentemente pela equipe de Harvard. Para incluir na lista os Estados amazônicos, foram utilizadas as informações coletadas para uma versão especial do IPS que avalia os municípios da Amazônia Legal. O levantamento foi feito no ano passado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Os resultados mostram como a região amazônica está atrasada quando o assunto é desenvolvimento humano. Se fossem países, os Estados ficariam sempre atrás do Brasil. Estariam no mesmo patamar que países da África e do Oriente Médio. O indicador com o resultado mais negativo para a região foi o acesso a saneamento básico. Rondônia ficou na sexta pior colocação, atrás de Serra Leoa, na África. A taxa de mortalidade infantil no Maranhão é próxima à do Iraque. E mais mulheres morrem durante a gravidez ou em decorrência do parto em Mato Grosso do que no Paquistão.
Segundo Jaime Garcia, responsável pela metodologia do estudo, não é possível ranquear os Estados amazônicos segundo o índice geral do IPS, que resume todos os indicadores em uma nota final. Ele diz que a medição de Estados e países usa fontes e grupos de dados diferentes. Para criar os gráficos desta matéria, recorreu-se à base de dados de anos diferentes: para a Amazônia, 2014; para os países, 2015. Por isso, apenas alguns indicadores são passíveis de análise. Eles já bastam, porém, para nos envergonhar.
Estados que fazem parte da Amazônia (Foto: Revista ÉPOCA)
 
 Época.com

Astrônomos encontram vidro em crateras de Marte

 Fragmentos de vidro são detectados em Marte

A partir de imagens registradas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), cientistas identificaram vidro nas crateras de Marte, substância que pode ser mais uma a trazer evidências de vida no solo do planeta. De acordo com os astrônomos Kevin Cannon e Jack Mustard, da Universidade Brown, nos Estados Unidos, a substância foi formada por efeito de um impacto violento, como o de um asteroide. Um estudo anterior sobre um choque semelhante na América do Sul encontrou moléculas orgânicas no vidro formado dessa forma. Está aí o atalho para concluir que esse pode ser um indício de que há ou houve vida no planeta vizinho.
A análise, publicada na última semana no periódico científico Geology, descreve como as informações trazidas pela sonda lançada em 2005 para detectar a presença de água em Marte revelou a substância, não esperada na busca dos pesquisadores. Para achar o vidro, astrofísicos mediram o espectro da luz refletida na superfície de Marte, pois só assim identificam os minerais e tipos de rochas no local, remoto. No entanto, não sabiam ao certo o que seria o material que estava refletindo luz em cor verde. À época já havia a hipótese de que poderia ser vidro.
Para tirar a dúvida, Cannon misturou em laboratório vários tipos de poeiras, similares a composição das rochas de Marte, e as colocou em um forno para que formassem vidro. Para checar como o objeto reflete luz, ele mediu o sinal espectral, medida técnica que aponta justamente esse tipo de comportamento de substâncias químicas. Com um algoritmo, comparou os sinais do vidro em laboratório e os enviados pelo veículo da Nasa. Ambos são semelhantes, trazendo evidências da existência do material nas entranhas das crateras.
Vida no vidro - Um estudo, conduzido em 2014 pelo cientista Peter Schultz, também da Universidade Brown, foi a motivação fundamental para publicar a pesquisa. Schultz encontrou, na Argentina, moléculas orgânicas em fragmentos de vidro, formadas há milhões de anos em consequência do impacto de um asteroide. Por isso, a presença da substância pode ser pista para rastrear vida na superfície de um planeta.
Veja.com

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Dormir é necessário para lembrar o importante e esquecer o inútil

DayDreamers7
 
Dormir é necessário para produzir memórias duradouras. Um século de estudo sobre o tema já deixou isso claro. No entanto, não se sabe bem como funciona esse mecanismo. No início, acreditava-se que a função do sono era passiva, desligando os sentidos para que os estímulos externos não interferissem na formação das lembranças. Nos últimos anos, porém, descobriu-se que durante as horas na cama se desenvolvem processos que fixam as memórias.
Quanto ao mecanismo, as teorias às vezes se contrapõem. Uma delas diz que o sono debilita parte das sinapses, as conexões entre células nervosas que ajudam a conservar as lembranças. Nesse sentido, um estudo recente sustenta que esquecer o desnecessário é fundamental para lembrar o importante, como às vezes é preciso jogar fora muitos papéis para conseguir encontrar com mais facilidade os documentos relevantes. Dormir serviria, segundo esta hipótese, para esquecer quase tudo, deixando apenas as memórias fixadas nas sinapses mais fortes.
Uma hipótese alternativa propõe um processo combinado no qual algumas conexões se enfraquecem e outras se reforçam, estas últimas por meio do que se conhece como potenciação de longo prazo (LTP), uma intensificação duradoura dos sinais entre dois neurônios produzida quando ambos são estimuladas ao mesmo tempo.
Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no Brasil, estudou as duas hipóteses medindo em ratos os níveis de uma proteína relacionada com a potenciação de longo prazo durante o sono. Depois, utilizaram esses dados para construir modelos em computador para observar como se formam as conexões entre neurônios durante o repouso.
Seus resultados, publicados esta semana na revista PLOS Computational Biology, sugerem que a LTP não só reforça algumas dessas conexões durante o sono como também as reorganiza, favorecendo o surgimento de novas memórias. Segundo os autores, esse mecanismo mostra que as duas teorias sobre o papel do sono na formação de memórias de longo prazo não são excludentes, mas correspondem a diferentes etapas da consolidação das memórias.
Um ciclo completo de sono, de mais de 90 minutos, ajuda a fortalecer memórias adquiridas recentemente.
“O estudo indica que ciclos completos de sono, incluindo a fase REM, desencadeiam a potenciação de longo prazo durante o sono, produzindo a reestruturação e o fortalecimento de memórias duradouras”, afirma Sidarta Ribeiro, pesquisador da UFRN e coautor do artigo. Este tipo de resultados corrobora a ideia de que “sestas acima de 90 minutos de um ciclo completo de sono seriam a melhor opção”, segundo Ribeiro, para fortalecer as memórias recém-adquiridas. Diante da ideia de criar um medicamento que produza benefícios semelhantes ao sono, o cientista reconhece que, apesar de algumas proteínas essenciais ao processo de consolidação das memórias terem sido identificadas, “não está claro como aumentar esses níveis”.
Outros trabalhos com ratos mostraram que durante o sono são produzidas mudanças físicas relacionadas à formação de memórias. Uma equipe liderada por Wen-Biao Gan, da Universidade de Nova York, publicou há pouco tempo na revista Science como o aprendizado de uma nova tarefa, caso o animal durma em seguida, leva à formação de novos espinhos dendríticos, estruturas nos extremos dos neurônios que permitem a transmissão de sinais elétricos entre eles. Quando os ratos não dormiam, as estruturas associadas ao aprendizado não se formavam.
Muitas pesquisas tentam agora dirimir as dúvidas quanto ao papel de cada fase do sono, desde o REM, no qual sonhamos com mais intensidade, até a mais profunda, na formação de memórias e, em geral, no aprendizado. No entanto, existe um consenso de que, enquanto dormimos, em nosso cérebro acontecem muitas coisas importantes e que o sono não é, de forma alguma, um tempo perdido.
El País.com

Um final para os combustíveis fósseis até 2050 é possível

Poluição slide (Foto: Shutterstock)
 
Enquanto as discussões climáticas na Alemanha acontecem num ritmo lento nesta semana, cresce o movimento para que os negociadores definam uma meta de longo prazo para reduzir as emissões globais, o que ajudaria a salvar as negociações climáticas da ONU na próxima Conferência do Clima, que acontecerá no final do ano em Paris.
Atualmente, 127 países concordam com uma meta de redução de longo prazo para limitar o aquecimento global em até 2⁰C até o final deste século. No entanto, existem questões controversas sobre o quão ambicioso esse objetivo pode ser e qual seria o ano limite para tal meta ser alcançada pelos países.
Os países que são a favor de um objetivo global de longo prazo são aquele que já possuem metas nacionais de longo prazo em execução. Nesse grupo, temos grandes nações desenvolvidas, como o Reino Unido e os Estados Unidos, que possuem metas de redução de longo prazo entre 80% e 83% até 2050. Contudo, muitos países já planejam zerar suas emissões até a metade deste século, como Butão, Costa Rica, Dinamarca, Etiópia, Maldivas, Mônaco, Noruega e Suécia.
Butão, famoso por colocar sua Felicidade Nacional Bruta à frente do seu PIB, avançou bastante na transição para fontes energéticas renováveis. O governo local também tem buscado reduzir as emissões associadas ao setor de mineração, importante fonte de receitas para o Butão, ao mesmo tempo em que incentiva a criação de empregos que promovam o desenvolvimento sustentável do país.
Somado a isso, a cidade de Copenhague também se comprometeu com a neutralização de suas emissões até 2025, combinando medidas de eficiência energética com os atuais 400 km de ciclovias e uma rede de tubos de aquecimento e arrefecimento de edifícios que reduz as emissões de carbono em cerca de 70%, e o consumo de energia em 80%.
"Nós queremos mostrar que é possível combinar crescimento e aumento da qualidade de vida enquanto reduzimos as emissões de carbono", argumenta Frank Jenson, prefeito de Copenhague. O discurso é semelhante ao de seu colega na capital sueca, Oslo, Fabian Stang, que planeja mudar a cidade do baixo carbono para o zero carbono. Isso reforça a importância da articulação de ações envolvendo diferentes âmbitos, do local ao nacional, como uma solução coletiva poderosa para reduzir as emissões nacionais.
Mas, e o Brasil? O governo brasileiro ainda não submeteu à ONU o seu compromisso climático nacional, revelando sua meta de redução de emissões e o período em que pretende alcançá-la. O país, que na década passada conseguiu reduzir suas taxas de desmatamento de forma significativa e, consequentemente, suas emissões de gases do efeito estufa, está passando hoje por um momento inverso: o desmatamento voltou a subir nos últimos anos, além do aumento recente da participação das usinas termelétricas na matriz elétrica nacional.
Outro ponto preocupante para o Brasil é o pré-sal, a "menina dos olhos" do governo nos últimos anos, que já vem drenando fortes investimentos para sua exploração e produção, colocando o país na contramão do movimento internacional em prol das fontes renováveis de energia. Não basta fazer investimentos pontuais e esporádicos, com políticas públicas contraditórias que nos levam a lugar nenhum. O paradigma que orientará as nações neste século será o da redução das emissões; se o Brasil demorar muito para entender isso, consequentemente ficará para trás nessa transição.
"Políticas nacionais e decisões de investimento dos setores privado e público devem ser baseados na premissa de que a era dos combustíveis fósseis está terminando e a revolução das renováveis está aqui para ficar", defende Tony de Brum, ministro das relações exteriores das Ilhas Marshall. Isso coloca mais pressão no cenário internacional, onde de Brum acredita que a comunidade internacional deve construir uma meta de longo prazo tanto nas negociações climáticas da ONU quanto nas discussões sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Sem um objetivo forte de longo prazo, as negociações em Paris poderão ser entendidas como um fracasso. Com a definição desse objetivo, as negociações climáticas da ONU recuperariam seu protagonismo, tornando-se uma força motriz dos esforços globais para acabar com a dependência de combustíveis fósseis.
Resta saber qual será o papel o Brasil nesse processo: seremos apenas mais um coadjuvante, com compromissos pobres, ou seremos a liderança que guiou o resto do mundo no enfrentamento a um dos maiores desafios já enfrentados pela humanidade? Nosso país já possui os recursos naturais necessários para essa transição.
Exame.com

Descobertos desenhos e anotações intocados por 100 anos em quadro negro

 teste everton2 (Foto: redação)
Escola Emerson, em Oklahoma City, nos EUA, está passando por reformas. E, quando os quadros negros usados atualmente foram removidos das paredes, revelaram algo surpreendente - os quadros negros usados há 100 anos, que, incrivelmente, ainda tinham ilustrações e anotações intocadas.
De acordo com Sherry Kishore, diretora da escola, a caligrafia é incrível. "Você não vê mais coisas assim hoje em dia", afirmou.
Outra descoberta surpreendente foi uma tabela de multiplicação bem diferente, uma técnica que os professores atuais da escola não conheciam.
Também há nomes de alunos escritos no quadro, com tarefas especiais. "Não sei se eles faziam um rodízio de alunos, ou se eles estavam de castigo. Mas tenho diversos tipos de sensações ao ler estes nomes", contou Kishore.
Galileu.com

domingo, 7 de junho de 2015

Passeio pelas nuvens em Uyuni

El horizonte desaparece en el salar de Uyuni, en Bolivia
 
Existe uma lenda aimará que fala de três deuses antigos: Tunupa, Kusku e Kusina. Como as pessoas ainda contam no sudoeste da Bolívia, Kusku, o marido de Tunupa, a traiu com Kusina. As lágrimas de Tunupa foram tantas que criaram um grande lago salgado. Passaram-se séculos, mas aquele lago de lágrimas continua exatamente no mesmo lugar, só que está escondido sob um grande estrato de sal. O lago é conhecido como Salar de Uyuni (salina de Uyuni), embora alguns moradores locais prefiram dizer Salar de Tunupa, e é provavelmente uma das paisagens mais incríveis do planeta: o efeito ótico proporcionado pelo sal quando cobre a água com uma camada fina faz com que passear por sua superfície branca seja como fazer um passeio nas nuvens.
Lendas à parte, Uyuni é um imenso oceano mineral que ocupa uma superfície de 12.000 quilômetros quadrados na região boliviana de Potosí. É a maior salina do mundo, usada por cientistas para calibrar os altímetros dos satélites, graças à sua uniformidade interminável e ao céu desimpedido que o cobre. Uma paisagem imensurável situada a mais de 3.500 metros acima do nível do mar.
A profundidade do lago salgado é calculada em cerca de 120 metros, e ela abrange uma dúzia de camadas minerais diferentes com espessura que varia entre dois e 10 metros.  Ao entardecer ocorre o fenômeno do chamado white out, que faz o horizonte perder a nitidez, de modo que praticamente não se consegue distinguir o céu da terra.

Pirâmides de sal

Durante séculos, até a chegada do turismo, a extração do sal foi a ocupação principal dos moradores da região, agrupados principalmente nas vilas de Uyuni, Colchani e San Juan. A cada ano são extraídas estimadas 20.000 toneladas de sal, um número mínimo diante do volume total desta reserva gigantesca. Mas, além do sal, existem outros elementos valorizados no subsolo de Uyuni, especialmente o lítio (acredita-se que seja a maior reserva do mundo), mas também bórax, potássio e magnésio. Ainda hoje é possível encontrar moradores da região —cobertos até as orelhas para fugir do sol forte— trabalhando no local e cuidadosamente formando montículos de sal que depois são transportados para tratamento e posterior venda. Essas pirâmides de sal são uma das imagens mais fotografadas de Uyuni.
A mineração foi uma atividade de grande importância, sobretudo no final do século XIX e início do século XX, tanto que a vila de Uyuni nasceu como importante centro logístico ferroviário do qual hoje só resta um curioso cemitério de trens: máquinas e vagões abandonados, enferrujados e cobertos de pichações. A decadência dessa atividade e seu abandono final fizeram com que o cemitério de trens hoje seja uma parada obrigatória na chegada à salina, existindo até um projeto para sua futura conversão em museu ao ar livre.
É uma dose de originalidade nas frias e panorâmicas noites do altiplano boliviano. Mais insólito ainda é ver-se em um desses lugares com múmias de até 3.000 anos de idade perfeitamente conservadas, graças, novamente, às propriedades do sal.

Cactos milenares

Percorrer a superfície da salina, passando sobre suas figuras geométricas características feitas de sal, é como viajar em direção ao infinito. Mas existem várias ilhas nesse oceano branco e sólido. A mais famosa é Inkawuasi, também conhecida como a Ilha dos Pescadores. Ela tem cerca de 25 hectares e é quase inteiramente coberta por cactos milenares que podem passar de 10 metros de altura. No ponto mais alto da ilha, vê-se uma paisagem espantosa de 360º de horizonte plano, quebrado unicamente, à distância, por vulcões de mais de 5.000 metros de altitude. Desde esse ponto, é possível até enxergar a curvatura da Terra.
Mas o momento “mágico” da salina acontece sem dúvida nos meses de chuvas (de dezembro a março). Nessa época, a água forma uma camada fina sobre o sal, gerando o famoso efeito espelho de Uyuni. O céu é refletido no solo, e o visitante sente que está nas nuvens.

No Egito, arqueólogos descobrem tumbas com múmias de 2.500 anos

Uma equipe de arqueólogos egípcios descobriu seis tumbas com múmias de mais 2.500 anos na cidade meridional de Assuão, informou neste domingo o ministro de Antiguidades egípcio, Mamduh al Damati. As sepulturas foram achadas em escavações realizadas nos arredores do mausoléu de Agha Khan III - líder espiritual dos muçulmanos ismailis -, na margem oeste do rio Nilo, na cidade de Assuão, explicou o ministro em comunicado.
As tumbas datam da XXVI dinastia (654-525 a.C.), pertencente ao Período O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,no-egito-arqueologos-descobrem-tumbas-com-mumias-de-2500-anos,1701682
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,no-egito-arqueologos-descobrem-tumbas-com-mumias-de-2500-anos,1701682
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Imagens divulgadas pelo governo egípcio mostram relíquias encontras nas tumbas
Uma equipe de arqueólogos egípcios descobriu seis tumbas com múmias de mais 2.500 anos na cidade meridional de Assuão, informou neste domingo o ministro de Antiguidades egípcio, Mamduh al Damati.
As sepulturas foram achadas em escavações realizadas nos arredores do mausoléu de Agha Khan III - líder espiritual dos muçulmanos ismailis -, na margem oeste do rio Nilo, na cidade de Assuão, explicou o ministro em comunicado.
As tumbas datam da XXVI dinastia (654-525 a.C.), pertencente ao Período Tardio (724-343 a.C.).
As múmias estavam no interior de sarcófagos de rocha e madeira, junto às quais foram achadas estátuas de louça que representam os quatro filhos do deus Horus e um conjunto de amuletos e estatuetas de madeira dessa divindade, representada como um falcão.
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Horus, segundo as antigas crenças egípcias, protegia o morto dos demônios e maus espíritos.
Damati destacou a importância da descoberta já que, segundo assinalou é a primeira vez que se encontram tumbas do Período Tardio nessa região, que possui sepulturas que datam dos Impérios Antigo, Meio e Novo.
O diretor-geral de Antiguidades dessa cidade egípcia, Nasr Salama, acrescentou na nota que a maioria destas tumbas começam com uma escada que conduz à entrada principal da sepultura, que está dividida em seu interior em três ou quatro câmaras sem inscrições.
Por último, declarou que o tipo de escavação das sepulturas é diferente às outras descobertas na mesma região e cavadas na rocha da montanha; no entanto, estas seis foram achadas no alto do planalto montanhoso.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

20 sinais de que o Planeta está em perigo

 Planeta Terra e olho humano
 
O bem estar da humanidade, do meio ambiente e da própria economia dependem da gestão responsável dos recursos naturais que a Terra, generosa, nos oferta.
Mas há tempos, nos distanciamos da natureza a ponto de nos julgarmos seres autossuficientes e independentes dela. Mas o ritmo das transformações pelas quais o mundo vem passando está se acelerando e seria um perigo ignorar isso.
É preciso resgatar o elo perdido e reconhecer que todos enfrentamos os mesmos desafios e estamos conectados e unidos por um objetivo comum: uma vida próspera e sustentável no Planeta.
Conheça nos próximos slides alguns dos sinais de que o planeta está passando por maus bocados e de que a humanidade pode ser tão culpada quanto vítima dessa transição.
 
Mapa colorido da NASA exibe anomalias de temperatura no ano de 2014, o mais quente já registrado

Vivemos um século febril

Catorze do dos 15 anos mais quentes já registrados na história ocorreram no século 21. O ano de 2014 foi o mais ardente desde que os registros modernos começaram em 1850, segundo os dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). O balanço realizado anualmente confirma a tendência de aquecimento global de longo prazo, com temperaturas médias elevadas.

Peixe morto em preto e branco

Zonas mortas

Atualmente, existem cerca de 500 zonas mortas no mundo, que cobrem mais de 245 mil quilômetros quadrados, quase a superfície inteira do Reino Unido. São zonas litorâneas onde a vida marinha foi sufocada pela poluição.

Poluição do ar na China, no dia 21 de outubro de 2013

Respiramos de mal a pior

A poluição do ar nas grandes cidades tem alcançado níveis nada seguros para a saúde humana. Apenas 12% de todas as pessoas do planeta respiram um ar de boa qualidade, segundo estudo recente da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a concentração média de poluentes em suspensão no ar é de 40 microgramas por metro cúbico (mg/m³), o dobro do nível considerado seguro.
 
Sem luz, crianças fazem fogueira na Índia

1,3 bilhão de "isolados da luz"

Uma em cada cinco pessoas no planeta – ao todo 1,3 bilhão de pessoas – ainda não tem acesso à eletricidade. Mais de 80% vivem em regiões da África Subsaariana e parte do sudeste asiático onde o pôr do sol significa a escuridão total e quem quiser um pouco de luz para estudar ou trabalhar durante a noite precisa recorrer a lampiões de querosene, cuja fumaça é extremamente prejudicial à saúde.
 
Mulheres e crianças carregam garrafas de águas na Somália

748 milhões de "isolados hídricos"

Ainda hoje, cerca de 748 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a uma fonte segura de água potável. É quase um em cada 7 habitantes do globo sem água limpa e segura. 
 
Homem coloca cruz em cemitério no Haiti

Água suja mata...

Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo a ONU. Mais pessoas morrem por conta de água contaminada e poluída do que de todas as formas de violência, inclusive guerras.
 
Reservatório do Sistema Cantareira

Água para beber e gerar energia

Os recursos hídricos estão sob pressão para atender a crescente demanda global por energia. No total, a produção de energia é responsável por 15% de retirada de água do Planeta. Mas esse número está aumentando e, em 2035, o crescimento populacional, a urbanização e o aumento do consumo prometem empurrar o consumo de água para geração de energia até 20%. Recursos hídricos em declínio já estão afetando muitas partes do mundo e 20% de todos os aquíferos já são considerados sobreexplorados.
 
Placa com mensagem "Reze pela chuva" exposta em  área agrícola afetada pela seca histórica na Califórnia

Um futuro sedento

O planeta pode enfrentar um déficit de 40% no abastecimento de água até 2030, se não melhorarmos drasticamente a gestão deste recurso precioso.

Homem passa em frente a uma casa afetada pelas enchentes e deslizamento na região dos Balcãs

O saldo dos desastres naturais assusta

De 1970 a 2012, 8.835 desastres naturais causaram cerca de 1,94 milhão de mortes e danos econômicos de 2,3 trilhões de dólares globalmente, quase um Brasil em PIB, aponta um estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
 
Mulher prepara comida com alimentos reuperados de lixo na África

Quase 1 bilhão de pessoas seguem famintas

Enquanto isso, 870 milhões de pessoas passam fome e, a cada dia, mais de 20 mil crianças menores de 5 anos morrem de fome. Segundo a ONU, 26% das crianças em todo o mundo são consideradas raquíticas por desnutrição.

Alimentos no lixo

Enquanto 1/3 da comida vira lixo

Um terço dos alimentos produzidos no mundo não são consumidos, o que se traduz no desperdício de 1,3 bilhão de toneladas de comida por ano. O desperdício é fruto de condições inadequadas de armazenamento e transporte, adoção de prazos de validade curtos, ou compra excessiva por parte dos consumidores. Outro problema é a preferência dos supermercados por alimentos “perfeitos” em termos de formato, cor e tamanho
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Agricultura

Um México no lixo

O desperdício de comida significa também desperdício de recursos naturais, contribuindo assim para impactos ambientais negativos. Hoje, a produção global de alimentos ocupa 25% de toda a terra habitável do mundo. A quantidade de terras cultiváveis usada para produzir comida desperdiçada é equivalente ao tamanho do México.
 
Unicef: fome pode afetar 250.000 crianças no Sudão do Sul

Perdem os pobres e famintos

A escalada dos preços dos alimentos é uma questão de vida e morte para as populações que vivem em países em desenvolvimento e que gastam até 75% de sua renda para conseguir comer. Como se não bastasse, os mais pobres também são os mais afetados pelos extremos do clima, uma vez que seus países estão menos preparados para lidar com essas alterações.
 
Produção de milho prejudicada por pragas

Pragas avançam

Um estudo feito pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês) para as Nações Unidas sugere que o aquecimento global pode comprometer, até 2050, cerca de 20% da produção trigo, arroz e milho – as três commodities agrícolas mais importantes e que estão na base de metade das calorias consumidas por um ser humano.
 
Lixo eletrônico com vários celulares antigos

Montanhas de lixo eletrônico

Anualmente, segundo dados da ONU, o mundo gera em média 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. A maior parte vem de países emergentes, como o Brasil, que ainda não possuem sistema de gestão eficiente para lidar com esse tipo de material. Artefatos eletroeletrônicos contêm materiais que demoram a se decompor – plástico, metal e vidro – e outros altamente prejudiciais à saúde, como mercúrio, chumbo, cádmio, manganês e níquel.
 
Homem escova os dentes em Hazaribagh, Bangladesh, um dos lugares mais poluídos do mundo

E criamos moradas tóxicas

Atualmente, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão expostas à poluição tóxica em níveis superiores aos tolerados pelas organizações internacionais de saúde. Essas populações vivem em regiões contaminadas por metais pesados, pesticidas e até por substâncias radioativas, como o césio. Conheça os 10 lugares mais poluídos do mundo e habitados.
 
Ondas na Califórnia

O mar sobe e oprime

Quem disse que a elevação do nível do mar é um problema distante? Estudos já relacionam a elevação do Pacífico às mudanças climáticas. As águas subiram cerca de 20 centímetros nos últimos 200 anos. Segundo os pesquisadores, os maiores picos na elevação do nível do mar aconteceram entre 1910 e 1990, o que pode estar vinculado a intensificação das atividades industriais
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Sapo Agalychnis callidryas, exemplo da rica biodiversidade da Costa Rica

1 de cada 6 espécies em risco

Uma em cada seis espécies que habitam o planeta podem desaparecer diante das mudanças climáticas, de acordo com um estudo publicado na revista Science. Se as tendências atuais continuarem, a temperatura da Terra pode atingir o marco de 4,3 graus Celsius acima dos registros do início da era industrial. Caso esse cenário se concretize, 16 % das espécies de todo o mundo estaria em risco de extinção.
 
Menina observa tigre-da-sumatra

A "defaunação" já começou...

Uma série de artigos publicados na revista científica Science, em julho de 2014, já alertava que o mundo está passando por uma das maiores extinções de animais já vista, um problema galopante, mas pouco falado. A perda de grandes espécies, como tigres, rinocerontes, e pandas, até dos menores animais, como o elefante besouro, vai alterar fundamentalmente a forma e função dos ecossistemas dos quais todos nós dependemos, alertam os cientistas.
 
Multidão na rua

Três mundos

Pelos cálculos da ONU, até 2050 (quando seremos 9,6 bilhões de pessoas), se o ritmo e o padrão de consumo e produção atuais não mudarem, precisaremos de três planetas para sustentar a população.
Exame.com

China anuncia programa espacial para estudar magnetosfera da Terra

Imagem divulgada pela Nasa mostra o campo magnético ao redor da Terra
 
A Academia Chinesa de Ciências anunciou nesta quinta-feira (4) que iniciará em 2021 um programa espacial conjunto com a Agência Espacial Europeia (ESA) para o lançamento de uma rede de satélites que ajude a estudar a magnetosfera da Terra.
 Este projeto, chamado Smile e selecionado entre 13 propostas, procura criar imagens obtidas através de escâneres com raios-X e ultravioleta para analisar os efeitos da luz do Sol no meio ambiente terrestre e as interações entre a magnetosfera e o vento solar, informou a agência oficial "Xinhua".
 A magnetosfera é uma região da atmosfera na qual o campo magnético terrestre entra em contato com o vento solar e atua como um escudo para proteger a Terra dos efeitos prejudiciais das partículas procedentes do Sol.
 Apesar de se tratar de uma camada essencial para que exista vida na Terra, pouco se conhece sobre seu funcionamento, por isso que nos últimos anos várias pesquisas estão tentando descobrir mais dados sobre a magnetosfera.
De fato, a agência espacial americana, Nasa, lançou em março passado uma missão para estudar as trocas do campo magnético da Terra com o de outros corpos celestes, como o Sol.
 Essa missão, que se espera que comece a enviar informação à Terra em setembro e estará em funcionamento durante dois anos, proporcionará a primeira vista tridimensional da conexão magnética da Terra com o Sol.
 O programa espacial chinês também lançou um projeto similar em 2003 para compreender o impacto do Sol na Terra, no qual colaborou a ESA.
 O programa sobre a magnetosfera será o primeiro que China e ESA desenvolvem de forma conjunta em sua definição e implementação, assim como o uso dos dados que se obtiverem.
 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Será que vamos bater no iceberg?

Iceberg no Ártico canadense (Foto: Wikimedia Commons/Ansgar Walk)
 
Chegamos ao final da primeira semana de preparação para a negociação sobre mudanças climáticas em Bonn, na Alemanha. É o encontro que traça as linhas gerais para a conferência que ocorrerá em dezembro em Paris – a COP 21. O processo continua intenso, denso e cansativo, como há 5 anos, e a questão de fundo (de como será o mundo para nossos filhos e netos, pelo menos para os que têm mais de 40 anos como eu), e de como chegaremos até lá, ainda não foi respondida.

No início, fiquei agradavelmente surpreso com a apresentação do ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius. Ele foi incisivo na urgência, indicou a importância da participação do setor privado e da definição de um preço sobre carbono (finalmente!). Claramente afirmou que todos esperam uma forte sinalização política na COP 21. Uma posição bem diferente da Connie Hedegaard, ministra dinamarquesa de Clima e Energia no período pre COP 15 (Copenhagen). A posição de Fabius ajuda muito.

No entanto, a semana que começou boa evoluiu mal e conforme as negociações foram avançando, o que parecia um início promissor terminou com a constatação de que ainda não aprendemos a lição de Copenhagen. Lá, muito se negociou e pouco se avançou no combate às mudanças climáticas. Falta de confiança, falta de sinalização política, falta de recursos financeiros. Como diziam em Minas Gerais: “uma fartura danada!”. Só não falta vontade de negociar e aqui vale um aparte. Independente de acordarmos ou não com as posições dos negociadores brasileiros, tiro meu chapéu pelo empenho destes profissionais em estar em todos os momentos-chave nesta grande negociação sobre nosso futuro comum. O dia é puxado, com as primeiras conversas começando as 8hs, se complicando ao longo do dia que, em geral, só termina às 21hs, quando ainda têm que ler e avaliar os diversos documentos apresentados pelos negociadores dos outros países. Para quem chega agora, jovem e cheio de vontade, é fácil. Mas para aqueles que estão neste processo há 5, 10 ou até 20 anos, já com idade um pouco mais avançada, duas semanas nesta toada acaba com qualquer bom humor.

Para mim, que demorei alguns anos exorcizando o fantasma de Copenhagen e assimilando a frustação da ausência de um acordo ambicioso em 2009, há descobertas boas e outras não tanto. Começando pelas boas, percebi que apesar do texto estar ainda muito ruim, há ações sendo implementadas nos países. O clássico caso em que a teoria na prática é outra. Ou seja, apesar da negociação formal andar mais de lado do que para a frente, há uma direção clara para aproveitar o momento atual de novos investimentos tecnológicos. Isso devido à necessidade de reformar os grandes complexos industriais construídos nas décadas de 1970 e 1980. Essa reforma é importante para que sejamos menos intensivo no uso de recursos naturais e no consumo de energia. Assim, bons resultados em energias renováveis e eficiência energética dão um suspiro de esperança numa sociedade que busca ampliar o acesso a uma vida mais justa para cerca de 80% da população do planeta. Só isso indicaria ser possível gerar crescimento econômico clássico (o tal do PIB) com uma economia menos intensiva na emissão de carbono (a tal economia de baixo carbono). Por outro lado, olhando a parte não tão boa assim, está claro que ainda há muita sujeira embaixo do tapete. Um exemplo é a geração de energia por carvão mineral e a oriunda da exploração de petróleo, que demorarão algumas décadas para serem desmanteladas até porque ainda possibilitam um baita lucro anual e garantem a felicidade de muita gente.

Enfim, uma inquietação ronda minha cabeça ainda atordoada. É a clássica pergunta que nos farão nossos filhos e netos. O que vocês fizeram sabendo tudo o que sabiam? Ou seja, sabendo que iríamos bater num iceberg, porque não mudamos o rumo? Minha única resposta depois de uma semana tão intensa de emoções é: a gente sabia, mas mesmo forçando muito o timão fomos incapazes de mudar o rumo na velocidade requerida. Talvez deveríamos ter nos esforçado mais, ter sido mais enfáticos, eficazes e inteligentes. Poderíamos ter feito tudo, mas somos humanos e por isso falhamos continuamente, como há cinco anos e como, talvez, daqui a alguns meses em Paris.
Época.com

O desafio do desenvolvimento sustentável na Amazônia

Seringueira (Foto: lubasi/ Flickr)
 
Em 500 anos de ocupação no Brasil, exploramos intensamente a Mata Atlântica, que atingiu o incrível patamar de pouco menos de 7% de sua área original nos anos 1990. Isso gerou riqueza e desenvolvimento para o país? Sim! Mas infelizmente, o benefício se concentrou numa parcela da população. E teve como custo a perda da biodiversidade e ecossistemas. É esse o modelo de concentração e exclusão que queremos repetir na Amazônia? Ou queremos ser a nação que daqui 50 anos se orgulhará de ter erradicado a pobreza, de ser líder na produção sustentável de alimentos e maior exportador de produtos da sociobiodiversidade, e de ter se tornado uma potência na biotecnologia – tudo isso sem ter derrubado mais uma árvore sequer na Amazônia? O desafio está aí, mas parece que nem todos querem aprender com o que já passou.
A história de ocupação e exploração econômica da Amazônia nos ensina que o território experimentou modelos de desenvolvimento que, em geral, foram divergentes da realidade cultural e política, desconsideraram a real vocação e aptidão econômica e produtiva e deterioram os recursos naturais da região.
O ciclo da borracha, entre o final do século XIX e a década de 1940, pode ser considerado o primeiro grande ciclo econômico vivenciado na região. Foi capaz de gerar riquezas, construir importantes cidades como Manaus (AM) e Belém (PA) e atrair grandes investimentos nacionais e internacionais, como a ferrovia Madeira-Mamoré. O declínio da exploração da borracha apontou que o sistema produtivo de monoculturas não era capaz de promover e manter o desenvolvimento na Amazônia.

Na década de 1960, a criação da Zona Franca de Manaus buscou o desenvolvimento baseado no incentivo de isenção fiscal para indústria. As estratégias não foram suficientes para estabelecer uma economia adequada à região. A rodovia Belém-Brasília, importante eixo de integração da Amazônia com o centro-sul brasileiro, gerou impactos negativos, como a ocupação territorial desordenada do Pará e Maranhão e o desmatamento de expressiva área de floresta.
Os governos militares investiram na abertura de rodovias e hidrelétricas, no incentivo à colonização por meio de assentamentos rurais e empreendimentos agropecuários. Era permitido desmatar grandes áreas de florestas. Neste mesmo período a mineração industrial e artesanal assumiu um papel importante na Amazônia enquanto o tema ambiental começava a ganhar relevância e ser considerado parte significativa no desenvolvimento da Amazônia.

 Essa dinâmica se estendeu até os anos 1990. O desmatamento passou a registrar altas taxas e os conflitos sociais ficam cada vez mais descontrolados, como o caso do assassinato de Chico Mendes, no Acre. A repercussão nacional e internacional desses fatos mais a pressão da sociedade civil colocou em xeque esse modelo e forçou o Estado brasileiro a lidar com a realidade. A criação do Programa Piloto de Proteção de Florestas Tropicais, em 1992, da Lei de Crimes Ambientais e do Sistema Nacional de Unidades de Conservação foram marcos importantes deste período.

A sustentabilidade ganhou destaque a partir do século XXI. E passou a permear os diversos temas e setores da sociedade e do Estado influenciando planos, programas e políticas. O Plano Amazônia Sustentável (PAS) foi o principal norteador das políticas econômicas, sociais e territoriais. Todos os demais instrumentos passam a vislumbrar uma nova visão para o desenvolvimento da região baseado nos princípios da sustentabilidade. O crescimento econômico do Brasil nos últimos 12 anos, no entanto, e a perspectiva de crescimento ainda maior requer atenção redobrada para que não se repita o modelo de desenvolvimento de exclusão social e alta degradação.

Só que a Amazônia passa por mais um ciclo de ocupação e exploração que repete o modelo das décadas de 1970 e 1980. O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal baseia seus principais investimentos nas grandes obras de infraestrutura e logística e nas hidrelétricas. A iniciativa privada intensifica a produção de commodities agropecuárias e minerais. Ao mesmo tempo, a tensão no meio rural e florestal fica cada vez mais evidente com assassinatos de lideranças indígenas, comunitárias e de pequenos produtores rurais.

Boas noticias, é claro, também ocorreram na região, como a criação do Plano Nacional para a Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade, da Política de Garantia de Preços Mínimos e do Programa Bolsa Verde. Medidas que visam garantir a produção sustentável e a inclusão econômica das famílias de pequenos agricultores e extrativistas que vivem marginalizados. Mas a escala desses programas e sua recente implementação ainda não permitiram atingir resultados tão significativos.

Diante da atual conjuntura ainda é possível construir um modelo de desenvolvimento que promova uma Amazônia saudável e sustentável com base em uma governança social e territorial, desenvolvimento e efetivação de uma produção sustentável e conservação e valorização do capital natural. Demos incentivar e fortalecer a economia florestal como atividade econômica que contribua com a redução e controle do desmatamento e na redução da pobreza. A estruturação das cadeias produtivas da sociodiversidade e do estabelecimento de arranjos produtivos locais de produtos madeireiros e não madeireiros é imprescindível para a valorização e valoração dos produtos regionais.
No campo da biodiversidade, aumentar a capacidade de desenvolvimento de pesquisa e bioprospecção na Amazônia permitirá viabilizar alternativas econômicas - produtos como fármacos, cosméticos e outros. O agronegócio também deve contribuir para um novo modelo de produção. E grandes empreendimentos devem colaborar com alternativas econômicas no território, obedecendo a vocação produtiva local, sem promover concentração de terra e exclusão social.

Consolidar as áreas protegidas é essencial para a conservação da biodiversidade e estoque de patrimônio genético. Isso garante fontes de água, preservação da flora e da fauna, e a manutenção da oferta de serviços ecossistêmicos. Em paralelo é importante construir estratégias para o uso das Unidades de Conservação com vistas a integrar essas áreas em um modelo de desenvolvimento econômico que privilegia sua função ambiental e social. Além do evidente potencial das Unidades de Uso Sustentável, sobretudo Florestas Nacionais e Reservas Extrativistas, a Amazônia tem um enorme potencial sub utilizado no setor do turismo nos parques nacionais da região.

A Amazônia segue o seu desafio de encontrar o modelo mais adequado para o desenvolvimento da região. Não podemos deixar que esse enorme patrimônio se transforme em fumaça, nem tão pouco admirá-lo como um bem intocável. Precisamos conhecer melhor suas potencialidades e vulnerabilidades, privilegiar os conhecimentos tradicionais e científicos, ao mesmo tempo que  reunimos forças por um desenvolvimento mais saudável e sustentável. Nele, o econômico, o social e ambiental promover o bem-estar humano duradouro na região.
Época.com

Temperatura global subiu, diz estudo que descarta 'hiato' no aquecimento

Aquecimento global é tema na Cúpula do Clima 2014 - GNews (Foto: Reprodução/GloboNews)

Uma desaceleração evidente no ritmo do aquecimento global nos últimos anos pode ser uma ilusão baseada em dados enviesados, de acordo com um estudo nesta quinta-feira (4), que não encontrou nenhuma ruptura em uma tendência de aumento das temperaturas.
Em 2013, o painel de especialistas climáticos da Organização das Nações Unidas (ONU) relatou um "hiato" no aquecimento desde cerca de 1998, apesar do aumento das emissões artificiais de gases de efeito estufa.
O novo estudo norte-americano publicado na revista Science, baseado em uma reanálise de dados de temperatura em todo o mundo, não encontrou nenhuma pausa no aquecimento, apontado pela maioria dos especialistas em clima como culpado pela produção de ondas de calor, chuvas torrenciais e níveis do mar mais elevados.
"Não há percepção... de diminuição na taxa de aquecimento entre a segunda metade do século 20 e os primeiros 15 anos do século 21", escreveram os especialistas liderados pela Administração Nacional Ocêanica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
A taxa de aumento de temperatura de 2000-14 foi 0,116 grau celsius de uma década, quase idêntica ao 0,113 grau uma década para 1950-99, eles escreveram.
 

Conselho de Pesquisa Nuclear realiza primeiras colisões à velocidade recorde

 
O Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) realizou nesta quarta-feira (03) as primeiras "colisões recordes" no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o maior acelerador de partículas do mundo, para tentar descobrir fatos inéditos na história da física.
    Essa é a primeira vez que o equipamento realiza as colisões a 13 trilhões de elétron-volts (13 TeV) para tentar entender como o universo foi formado e para explicar fenômenos que a atual teoria não está em grau de resolver, como a composição da matéria obscura - a substância invisível e misteriosa que ocupa cerca de 25% do universo.
    "Um passo histórico para a física e para a tecnologia. Um passo adiante histórico porque as colisões a esta energia permitem enfrentar questões da física fundamental e farão com que seja possível encontrar respostas para perguntas abertas, como as relativas à natureza da matéria obscura", disse a diretora do Cern à ANSA, Fabiola Gianotti.
  Após a realização das primeiras colisões no LHC, o diretor-geral do Cern, Rolf-Dieter Heuer, afirmou que o resultado "foi fantástico". "Agora, não devemos ter freios. Os resultados não chegarão amanhã, nem em uma semana, mas seguramente chegarão e serão extraordinários", destacou o alemão.
    Esse foi o primeiro teste de grande intensidade realizado desde o dia 5 de abril, quando o LHC foi religado após dois anos de manutenção e atualização. Nas galerias de 27 quilômetros de extensão, as partículas conseguem viajar quase na velocidade da luz. No equipamento, que foi inaugurado utilizando uma energia de cerca de seis trilhões de elétron-volts, já foi confirmada a existência da partícula bóson de Higgs, a chamada "partícula de Deus" que deu origem ao universo. (ANSA)

NASA quer rastrear drones usando antenas de celulares

Drone

A operadora de telefonia Verizon e a Nasa estão trabalhando junto para construir um sistema de torres de telefonia celular que consigam rastrear drones civis e comerciais nos Estados Unidos, segundo documentos obtidos pelo jornal inglês The Guardian.
Segundo o acordo, assinado no ano passado, a Nasa  irá desenvolver um sistema de controle de tráfego aéreo para rastrear drones usando radares, satélites ou sinais celulares.
A agência espacial americana irá começar a testar o sistema ainda nesse meio de ano, enquanto a Verizon planeja desenvolver uma forma de monitorar drones em sua rede celular até 2017, na esperança de lançar a nova tecnologia em 2019.
Ainda segundo os contratos obtidos pelo Guardian, o Google e a Amazon aceitaram ajudar a Nasa nos testes, que irão acontecer no Centro de Pesquisa Ames, na Califórnia. O Google iria compartilhar dados de seu Projeto Wing e carro autônomo, enquanto a Amazon iria testar seus drones de entrega no centro da Nasa.
O projeto de 500 mil dólares quer facilitar os voos seguros para drones comerciais e civis, ao mesmo tempo que implementa tecnologia que os manteriam longe de áreas proibidas (como a Casa Branca).
O sistema também permitiria que operadoras pousassem drones quando o clima estiver ruim, e controlar o tráfego aéreo desses veículos para evitar colisões no ar. A agência de aviação americana ainda precisa criar a regulamentação para drones, mas o projeto da lei quer estabelecer um limite de altitude e velocidade para os veículos não-tripulados.
Exame.com

quarta-feira, 3 de junho de 2015

'Disco voador' da NASA vai ser lançado

 concepção artística do Low-Density Supersonic Decelerator (LDSD) (Foto: NASA)

O projeto da NASA chamado Low-Density Supersonic Decelerator (LDSD), algo como Desacelerador Supersônico de Baixa-Densidade. O voo teste da missão tinha sido agendado para esta quarta-feira (3), mas teve de ser adiado devido às condições climáticas, devendo ocorrer amanhã na costa de Kauai, no Havaí.
O LDSD será carregado por um balão atmosférico ao longo de duas horas até uma altitude de 37 quilômetros, onde deve se desprender e atingir a velocidade impressionante de quatro vezes a do som. A ideia é testar tecnologias que permitam o pouso de naves e cargas cada vez maiores na superfície de Marte, além de possibilitar que elas cheguem a outras áreas, como montanhas e lugares com maior altitude.
"Como a NASA planeja missões científicas robóticas ambiciosas para Marte, preparando o caminho para as expedições humanas ainda mais complexas que estão por vir, a nave espacial necessária para pousar seguramente na superfície do planeta vermelho vai se tornar maior e mais pesada, para conseguir acomodar longas estadias de exploradores na superfície marciana", explicou a agência em um comunicado.
Galileu.com

Os efeitos do aquecimento global no mundo


Não dá para negar. Em alguns lugares, há chuva acima da média. Em outros, secas que duram anos. Veja, no infográfico, alguns dos efeitos do aquecimento global no mundo. 




Aquecimento global afetará biodiversidade marinha mesmo dentro da meta

 
Os oceanos passarão por uma "mudança importante" em sua biodiversidade, mesmo que o aquecimento global se mantenha inferior a 2°C, a meta estabelecida pela comunidade internacional, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (1).

"Se o aquecimento climático não for controlado rapidamente, isso provocará uma reorganização maciça da biodiversidade marinha em escala planetária", alertam os pesquisadores, a seis meses da Conferência de Paris sobre o Clima (COP21), na qual se tentará chegar a um acordo para limitar o aumento de temperatura a até 2°C.

Feito por uma equipe internacional dirigida pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, sigla em francês), o estudo foi publicado na revista "Nature Climate Change".

Os autores da pesquisa estimaram as mudanças da biodiversidade marinha até o final deste século, utilizando diferentes cenários de aquecimento. A equipe comparou os resultados com a situação no período 1960-2013 e também com dois intervalos da História da Terra, nos quais o clima era muito distinto do atual.
Esses dois períodos são o Último Máximo Glacial, há 22.000 anos, quando a temperatura global era entre 4°C e 5°C inferior à de hoje, e o Pleistoceno Médio, uma época relativamente quente há cerca de três milhões de anos. Segundo os cientistas, um aquecimento significativo - até 4,8°C até 2100, no cenário mais pessimista - provocará "mudanças sem precedentes nos ecossistemas marinhos em três milhões de anos".

O estudo se concentrou nas espécies que vivem nos 200 metros superiores dos oceanos, a parte mais valiosa desse ecossistema para os humanos.

Qualquer que seja a intensidade, porém, o aquecimento provocará uma diminuição da biodiversidade nas regiões quentes do oceano e um aumento nas regiões frias. "Mas esse aumento de biodiversidade não compensará o desaparecimento das espécies", advertem os pesquisadores.

Everest pode perder geleiras até final do século

 
Até o final do século, a paisagem do Monte Everest pode mudar radicalmente. Enquanto o planeta continua a esquentar, a região do Everest no Nepal pode perder a maior parte de suas geleiras, segundo estudo publicado em "The Cryosphere".
"Nós não esperávamos ver as geleiras se reduzirem em uma escala tão grande", afirmou Joseph Shea, hidrólogo de geleiras do Centro Internacional para o Desenvolvimento Montanhês Integrado no Nepal e principal autor da nova pesquisa. "Os números são bastante assustadores."
Shea e colegas descobriram que reduções moderadas nas emissões de gás do efeito estufa poderiam resultar em uma perda de 70 por cento das geleiras ao redor do Everest, enquanto um cenário normal nos quais as emissões permanecem nos níveis atuais poderia resultar na perda de 99 por cento.
Para chegar a essas conclusões, Shea e colegas usaram um modelo computacional para o derretimento, acumulação e redistribuição da geleira. Eles personalizaram o modelo com dados sobre temperatura e precipitação, medidos nos local e por meio de observações coletadas com sensores remotos em mais de 50 anos na bacia do rio Dudh Koshi, que inclui as montanhas mais altas do planeta.
O modelo levou em consideração quanta massa as geleiras ganham com a queda de neve, bem como a maneira pela qual essa massa é redistribuída pelo movimento descendente contínuo. Os pesquisadores aplicaram o modelo em oito cenários climáticos futuros, de reduções moderadas das emissões a nenhuma.
Os resultados não trazem bons sinais para as geleiras ao redor do Everest. Ainda que as emissões sejam reduzidas na metade do século e a chuva na região aumente, o modelo prevê que a maioria das geleiras provavelmente irá desaparecer até 2100.
Não está claro o que isso significaria para a região. As montanhas são cultural e economicamente importantes para os nepaleses, mas deixá-las sem geleiras poderia torná-las mais seguras para os montanhistas.
Por exemplo, a cascata de gelo de Khumbu, um glaciar instável, é considerada uma das seções mortais da escalada ao Everest.
Embora as simulações do modelo confirmem as observações no local, Shea disse que as primeiras poderiam apresentar incertezas e suas previsões nunca seriam exatas.
"Trata-se de um primeiro passo, não uma resposta final sobre o que irá acontecer. Entretanto, o estudo mostra que mesmo uma iniciativa modesta para controlar as emissões agora ajudaria a reduzir a quantidade de perda da geleira que deveremos ver no futuro."

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Himalaia pode ficar sem neve até o final do século, diz estudo

 Foto: IFL Science / Reprodução
 
Escalar o Himalaia é um dos maiores desejos de muitas pessoas por sua vista deslumbrante e geleiras impressionantes com vales e picos. As geleiras do local formam não só a paisagem, mas também a cultura das pessoas que vivem ali. Mas, de acordo com um novo estudo, caso as emissões continuem no mesmo ritmo, os rios de gelo não podem durar por muito tempo. As informações são do IFL Science.
Um time de cientistas estuda a perda de gelo na região do Everest nos Himalaias e concluiu que caso as emissões de gases do efeito estufa continuem a crescer, o volume geleira poderia ser reduzido em entre 70 e 99% até o final do século. Apesar de haver variações possíveis em suas previsões, é praticamente certo que a região vai perder uma parte enorme de seu gelo durante as próximas décadas.
“A mudança na geleira da região é clara: a perda de massa é contínua e possivelmente acelerada,  dado o aumento previsto das temperaturas”, disse Joseph Shea, um hidrólogo do Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado da Montanha e principal autor o estudo, publicado no The Cryosphere.
O derretimento das geleiras pode levar a avalanches, terremotos e formação de lagos, o que levaria ao rompimento de barragens. Por sua vez, isto poderia aumentar que o rio da região flua de uma maneira 100 vezes maior do que o normal, podendo causar inundações desastrosas. A população local depende de água de degelo para a estação seca até que as chuvas de monções cheguem.
Além disso, as geleiras do Himalaia contêm o maior volume de gelo fora das regiões polares, e quaisquer alterações neles terão efeitos profundos sobre a disponibilidade de água, energia hidrelétrica e da agricultura.
 

Japoneses projetam elevador para ir da Terra ao espaço

Uma empresa japonesa está desenvolvendo um super elevador para quem quer ver a Terra lá do alto; informou o G1.
O elevador subiria a 200 quilômetros por hora por um cabo, ligando a Terra ao espaço. Ultrapassaria a estação espacial internacional. Continuaria subindo e, depois de três semanas, alcançaria incríveis 100 mil quilômetros. Cerca de um terço da distância até a lua.
O programa Fantásticoda TV Globo conversou com o homem que está à frente do projeto. Yoji Ishikawa, com formação em astronáutica e estudos sobre como viveríamos na lua e em Marte.
“O elevador serviria para levar pessoas e carga, e ainda trazer recursos naturais encontrados só no espaço”, conta o Yoji Ishikawa.
O cabo ficará bem esticado e bem preso nas duas pontas: na Terra, e em uma base, no oceano. E lá em cima, em uma plataforma de desembarque. Os japoneses querem construir uma estação que vai girar na órbita da Terra.
“O elevador teria a capacidade de transportar 30 pessoas, mais a carga.”, diz Yoji.
O teste está sendo feito em uma universidade perto de Tóquio, com um dos componentes do futuro elevador espacial: o mecanismo do veículo, que se tudo der certo, vai levar as pessoas diretamente ao espaço. Por enquanto é um protótipo.
Estudantes pesquisam a solução de algumas dúvidas que ainda têm pela frente. Como o formato do cabo pelo qual o elevador vai subir: os testes são feitos com uma corda cilíndrica e uma espécie de fita, mais achatada.
Uma coisa é certa: o último andar terá a melhor vista do universo.