terça-feira, 9 de junho de 2015

A Amazônia fica entre a África e o Oriente Médio

*Os países são ranqueados por uma nota de 0 a 100. Exceto nos indicadores de expectativa de vida (medido em anos), mortalidade infantil (medido em mortes por 1.000 nascimentos de crianças) e mortalidade materna (medido em mortes por 100 mil mulheres que engravidam) (Foto: Fontes: Universidade Harvard e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia)
Um cruzamento exclusivo de indicadores sociais mostra que, se os Estados da região fossem países, perderiam para nações como Iraque, Serra Leoa e Gana.
 
Imagine se cada um dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal constituísse um país independente do Brasil. Como estariam os índices de desenvolvimento e a qualidade de vida de seus habitantes em comparação com o restante do planeta?
Para responder a essa questão, ÉPOCA consultou pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, liderados pelo economista Michael Porter. Eles cruzaram dados de dois estudos. O primeiro é o Índice de Progresso Social (ISP), uma espécie de IDH que mede o desenvolvimento humano sem incluir variáveis econômicas. Com ele, podemos
avaliar quanto 161 países usam seus recursos para gerar progresso social. A nova versão do ranking mundial foi divulgada recentemente pela equipe de Harvard. Para incluir na lista os Estados amazônicos, foram utilizadas as informações coletadas para uma versão especial do IPS que avalia os municípios da Amazônia Legal. O levantamento foi feito no ano passado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Os resultados mostram como a região amazônica está atrasada quando o assunto é desenvolvimento humano. Se fossem países, os Estados ficariam sempre atrás do Brasil. Estariam no mesmo patamar que países da África e do Oriente Médio. O indicador com o resultado mais negativo para a região foi o acesso a saneamento básico. Rondônia ficou na sexta pior colocação, atrás de Serra Leoa, na África. A taxa de mortalidade infantil no Maranhão é próxima à do Iraque. E mais mulheres morrem durante a gravidez ou em decorrência do parto em Mato Grosso do que no Paquistão.
Segundo Jaime Garcia, responsável pela metodologia do estudo, não é possível ranquear os Estados amazônicos segundo o índice geral do IPS, que resume todos os indicadores em uma nota final. Ele diz que a medição de Estados e países usa fontes e grupos de dados diferentes. Para criar os gráficos desta matéria, recorreu-se à base de dados de anos diferentes: para a Amazônia, 2014; para os países, 2015. Por isso, apenas alguns indicadores são passíveis de análise. Eles já bastam, porém, para nos envergonhar.
Estados que fazem parte da Amazônia (Foto: Revista ÉPOCA)
 
 Época.com

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