A partir de imagens registradas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), cientistas identificaram vidro nas crateras de Marte, substância que pode ser mais uma a trazer evidências de vida no solo do planeta. De acordo com os astrônomos Kevin Cannon e Jack Mustard, da Universidade Brown, nos Estados Unidos, a substância foi formada por efeito de um impacto violento, como o de um asteroide. Um estudo anterior sobre um choque semelhante na América do Sul encontrou moléculas orgânicas no vidro formado dessa forma. Está aí o atalho para concluir que esse pode ser um indício de que há ou houve vida no planeta vizinho.
A análise, publicada na última semana no periódico científico Geology, descreve como as informações trazidas pela sonda lançada em 2005 para detectar a presença de água em Marte revelou a substância, não esperada na busca dos pesquisadores. Para achar o vidro, astrofísicos mediram o espectro da luz refletida na superfície de Marte, pois só assim identificam os minerais e tipos de rochas no local, remoto. No entanto, não sabiam ao certo o que seria o material que estava refletindo luz em cor verde. À época já havia a hipótese de que poderia ser vidro.
Para tirar a dúvida, Cannon misturou em laboratório vários tipos de poeiras, similares a composição das rochas de Marte, e as colocou em um forno para que formassem vidro. Para checar como o objeto reflete luz, ele mediu o sinal espectral, medida técnica que aponta justamente esse tipo de comportamento de substâncias químicas. Com um algoritmo, comparou os sinais do vidro em laboratório e os enviados pelo veículo da Nasa. Ambos são semelhantes, trazendo evidências da existência do material nas entranhas das crateras.
Vida no vidro - Um estudo, conduzido em 2014 pelo cientista Peter Schultz, também da Universidade Brown, foi a motivação fundamental para publicar a pesquisa. Schultz encontrou, na Argentina, moléculas orgânicas em fragmentos de vidro, formadas há milhões de anos em consequência do impacto de um asteroide. Por isso, a presença da substância pode ser pista para rastrear vida na superfície de um planeta.
Veja.com
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