É o que vai acontecer mais uma vez neste próximo dia 31 de dezembro: termina o ano de 2013 desde o nascimento de Jesus Cristo e inicia o ano de 2014.
Do ponto vista astronômico, um ano é o período de tempo que um planeta precisa para dar uma volta completa em torno da estrela que orbita.
No caso da Terra esse período é de 365,4 dias.
Vênus, mais próximo do Sol que a Terra, tem um ano de equivalente a 224,7 dias terrestres, enquanto em Marte, mais distante do Sol, esse período é de 687 dias da Terra.
Como a duração do ano da Terra é fracionada, ou seja, soma 365 dias e seis horas, a cada quatro anos um dia é acrescentado ao calendário e então temos o excepcional 29 de fevereiro, em vez do tradicional 28 que encerra esse mês.
É o chamado ano bissexto.
Um ano, é o período de tempo que a Terra precisa para completar uma volta em torno do Sol. Mas os horários variam de acordo com a posição do Sol sobre um ponto da superfície da Terra. E isso faz com que a meia noite em dado ponto de um lado do mundo corresponda o meio dia num ponto do hemisfério diametralmente oposto.
Isso faz também com que o ano chegue primeiro no Japão, que, por exemplo, no Brasil.
O Sol nasce no Oriente, daí a palavra “orientar-se” que significa procurar uma localização pelo Sol, ainda que no uso cotidiano das palavras, nem sempre um falante se dá conta do que elas significam.
A duração do ano e mesmo do dia faz com que a contagem do tempo para naves espaciais que vão para outros planetas do Sistema Solar seja feita em sóis. Assim, uma nave pousada em marte tem seu Sol 1, Sol 2, Sol 3 e, assim, sucessivos sóis.
A duração do dia da Terra e em Marte, no entanto, tem 37 minutos de diferença.
O dia é mais longo em Marte que na Terra, mas isso não cria um descompasso muito grande, ao menos em comparação com o que acontece em Vênus, por exemplo.
Em Vênus, a duração do dia é mais longa que um ano e equivale a 243 dias da Terra.
Com anos mais longos em comparação ao que ocorre na Terra, seríamos mais jovens em Marte que na Terra?
A resposta é sim, mas apenas como formalismo.
Na realidade, de acordo com a relatividade geral, em um corpo com menor massa e, portanto, menor gravidade, o tempo passa mais rapidamente que numa corpo de gravidade mais poderosa.
Assim, o tempo passa mais rapidamente em Marte que na Terra, o que pode fazer com que, no futuro, potenciais colonos mais vaidosos preferiam permanecer na Terra, em vez de se mudar para Marte.
A propósito, quando alguém nos pergunta, na portaria do hotel, na delegacia de polícia, ou no consultório médicos, a idade que temos (“quantos anos você tem?”) o que deseja saber, embora não tenha consciência clara disso, é quantas voltas já demos em torno do Sol.
E isso exatamente porque um ano significa uma volta inteira da Terra em torno do Sol.
Se você responde, ou escreve na ficha da portaria do hotel, que tem 30 anos, por exemplo, significa que já deu 30 voltas em torno do Sol.
Quer saber a distância que percorreu nesta caminhada em torno da estrela, sem nunca ter se dado conta de que se deslocava em alta velocidade?
Então multiplique sua idade por 950 milhões de quilômetros que é, aproximadamente, o comprimento da órbita da Terra em torno do Sol.
Deu 9,5 bilhões de quilômetros?
Pois é isso que você já viajou em torno de nossa estrela-mãe.
Quer saber a que velocidade você tem orbitado o Sol, desde que nasceu?
Divida 950 milhões por 365,4 dias e você terá a resposta: aproximadamente 108 mil quilômetros por hora, o que significa mais de 100 vezes a velocidade de um avião a jato comercial...
Mas você viajou mais que isso.
Na verdade, o Sol, levando junto seu colar planetário, também se desloca no braço de Órion, no corpo da galáxia em que vivemos, à velocidade de 72 mil quilômetros por hora.
Esse movimento, descoberto por William Herschel, um músico que se transformou no maior astrônomo de sua época, o século 18, chama-se ápex solar.
Mas mesmo o espaço está se expandindo, como um balão de aniversário inflado pelo ar pressionado pelos pulmões de uma pessoa.
Tudo está em movimento no imenso salão do Universo, onde galáxias, aglomerados galácticos e superaglomerados, dançam impulsionados pela ação da gravidade.
Quando for comemorar o ano que chega, despedindo-se do ano que vai, considere que no Universo tudo está repleto de movimento e por isso mesmo não faz qualquer sentido aceitar a idéia de que sua vida possa ficar paralisada, bloqueada, destituída de movimento por maior que seja o obstáculo que você tenha que enfrentar.
E aceite os cumprimentos e desejos de Feliz Natal e um maravilhoso Ano Novo por parte de toda a equipe que faz cada uma das edições de Scientific American Brasil.
Teremos uma curta parada de férias coletivas e retornamos no próximo dia 6 de janeiro.
Menos eu, Ulisses Capozzoli, que pego uma semana adicional e só reencontro cada um de vocês no próximo dia 13 de janeiro.
Um abraço a todos e obrigado pela ótima companhia ao longo de 2013.
Scientific American
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