segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Com robô na lua, China reafirma papel geopolítico na Terra

A China anunciou ao mundo que pousou uma sonda não tripulada na lua, 37 anos depois da última missão chegar ao satélite. Apesar de conseguir o feito nas alturas, o objetivo chinês é reafirmar seu papel geopolítico na terra, apontam especialistas.
 A televisão estatal já difundiu as primeiras imagens feitas pelo robô Yutu, que significa coelho de jade. A sonda aterrisou em uma região da lua chamada baía do Arcoíris.
 Segundo os astrônomos chineses, a missão tem como objetivo experimentar novas tecnologias e coletar dados científicos.
O programa nuclear chinês é um importante componente dos esforços da humanidade para explorar o espaço de forma pacífica", disse o engenheiro espacial Sun Huixian, do programa chinês.
 Mas para analistas políticos, a missão chinesa também tem como objetivo reafirmar o papel da China como potência emergente no mundo.
 Em 1968, os Estados Unidos surpreenderam o mundo enviando o primeiro homem à lua. Na ocasião, os americanos rivalizavam com os soviéticos na chamada corrida espacial. A viagem teve um grande peso simbólico durante a Guerra Fria.

Poder

Para Dean Cheng, pesquisador da Heritage Foundation, um centro de estudos em Washington, nos Estados Unidos, o programa aeroespacial da China é uma mostra aos próprios chineses de que eles estão capacitados para empreender todo tipo de projeto, inclusive no espaço.
 Cheng disse ainda, em entrevista à BBC, que a missão chinesa "reflete a capacidade científica e tecnológica do país e ajuda a diplomacia, fazendo com que (o país) pareça mais forte".
 "A China está dizendo: ' Estamos fazendo algo que apenas dois países fizeram antes, os Estados Unidos e a União Soviética", disse.
 Chneg disse ainda que o país pode ganhar com a missão ao se vender como uma plataforma para lançamentos espaciais para fins comerciais. A tecnologia empregada no projeto também pode ter uso militar.
"O robô deve ficar sob controle da terra em várias manobras no solo lunar", disse.
 Segundo Cheng, com essa tecnologia a China "pode fazer viligância espacial e ficar de olho nos 'ativos espaciais' dos chineses e de outras nações".

Liderança

Para Joan Johnson-Freese, do US Naval War College, "a China quer ir para a lua por razões estratégicas e por legitimidade doméstica".
 "Com a exploração dos Estados Unidos em um estágio moribundo, para dizer o melhor, isso abre uma janela para a China ser vista como um líder global em tecnologia", disse.
 sonda chinesa deve operar na lua por um ano. Depois disso, uma nova missão para trazer amostras do solo lunar está prevista para 2017. E isso pode definir o cenário das novas missões espaciais. Há quem já pense em mandar novamente o homem à lua, a partir de 2020.

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