Existe vida extraterrestre em outros planetas? Essa é uma pergunta ainda sem resposta. No entanto, cientistas acreditam que a busca por vestígios de poluição em mundos distantes pode dar uma resposta.
A busca por vida deveria incluir o vapor de água e dióxido de carbono. Mas o Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), sucessor do Hubble, poderá ser capaz de detectar um péssimo efeito colateral da vida inteligente: a poluição.
A partir de 2018, James Webb (sucessor do Hubble), conseguirá procurar por gases como oxigênio e metano em outros planetas. Esses dois gases só podem coexistir se forem produzidos por micro-organismos ou jogados na atmosfera por algum tipo de civilização.
Esse é o objetivo de um grupo de cientistas do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. A equipe quer buscar por poluentes no ar que só podem ser gerados por algum tipo de civilização. A proposta foi publicada no periódico The Astrophysical Journal.
"As pessoas costumam se referir aos extraterrestres como 'pequenos homens verdes', mas os ETs detectáveis com esse método não podem ser chamados de 'verdes', já que eles não são amigos do meio ambiente", disse em nota Avi Loeb, um dos autores do artigo.
O James Webb poderá detectar dois tipos de clorofluorcarbonos (CFCs), compostos usados em solventes e aerossóis que destroem a camada de ozônio da Terra e, possivelmente, de outros planetas.
Segundo os cientistas, as concentrações dos CFCs na atmosfera de planetas fora do sistema solar deverão ser pelo menos dez vezes superiores às da Terra. Só assim os telescópios conseguirão detectar os sinais.
Além disso, o James Webb só detectará poluentes em planetas semelhantes ao nosso que estejam na órbita de estrelas anãs brancas, o estágio que precede a morte do astro. Felizmente, 97% das estrelas da Via Láctea se encaixam nessa conta. Infelizmente, antes que a estrela se torne uma anã branca, ela vira uma gigante vermelha que incha e pode muito bem incinerar a atmosfera do planeta.
Outro problema é que uma civilização mais avançada do que a nossa, provavelmente, já encontrou um problema para a poluição atmosférica.
"Consideramos a poluição industrial como um sinal de vida inteligente, mas talvez as civilizações mais inteligentes que nós, com seus próprios programas de busca por vida no espaço, considerem a poluição como um sinal de vida não inteligente, uma vez que contaminar seu próprio ar não é inteligente", disse em nota Henry Lin, principal autor do artigo.
Exame.com
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