Uma universidade britânica informou nesta quarta-feira que fragmentos de um manuscrito do Corão encontrados em sua biblioteca são de uma das mais antigas cópias do texto sagrado islâmico no mundo, possivelmente escritos por alguém que pode ter conhecido o profeta Maomé. A datação feita pelo processo radiocarbono indica que os fólios de pergaminho, mantidos pela Universidade de Birmingham, no centro de Inglaterra, tinham pelo menos 1.370 anos, o que os torna um dos textos mais antigos do livro sagrado islâmico.
"Eles poderiam muito bem nos levar para poucos anos depois da real fundação do Islã", disse David Thomas, professor de cristandade e islamismo na universidade. Os testes por radiocarbono, cuja precisão é estimada em 95,4%, apontaram que o pergaminho é de um período entre 568 e 645, sendo um dos trechos do Corão mais antigos que se tem notícia. Acredita-se que o profeta Maomé viveu entre os anos 570 e 632.
Os pesquisadores disseram que o manuscrito consiste de duas folhas de pergaminho que contêm partes das suras (capítulos) 18 a 20, e foi escrito com tinta em uma forma primitiva de escrita árabe conhecida como hijazi. A universidade informou que por muitos anos o manuscrito tinha sido atado por engano com folhas de um manuscrito semelhante ao Corão que data do final do século VII.
Uma passadinha pelo site da Nasa enfatiza que a agência espacial norte-americana está numa “Jornada para Marte”, ou seja, em preparação para uma futura viagem tripulada ao planeta vermelho. O primeiro passo dessa missão seria o desenvolvimento da cápsula Órion e do foguete gigante SLS — veículos projetados para levar seres humanos até as imediações... da Lua.
Pois é, a despeito de todas as apresentações de PowerPoint e do entusiasmo geral por uma viagem a Marte, não existe muito mais que isso até agora no plano da Nasa. No mês de maio, o JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) apresentou pela primeira vez num evento público o que seria um rascunho de uma arquitetura que viabilizaria a chegada a Marte. Ainda assim, Firouz Naderi, diretor de exploração do sistema solar no laboratório, realçou que era apenas um estudo inicial, para provar que é possível desenvolver um programa de exploração tripulada de Marte que caiba no orçamento anual da Nasa — cerca de US$ 18 bilhões por ano — e que seja capaz de colocar astronautas na superfície de Fobos (uma das luas marcianas) em 2033 e depois, finalmente, no empoeirado chão do planeta vermelho, em 2038.
A estratégia bolada pelo JPL é tão minimalista quanto possível, usando coisas já em desenvolvimento pela agência espacial norte-americana — como um rebocador espacial capaz de movimentar carga entre as órbitas da Terra e de Marte com propulsão alimentada por painéis solares — e módulos de habitação compactos. O problema do módulo de pouso em Marte — um dos maiores desafios de toda a missão — seria deixado para mais adiante. Após esse estudo, segundo Naderi, a Nasa acredita que conseguirá cumprir a meta estabelecida em abril de 2010 pelo presidente Barack Obama, de fazer tudo isso acontecer até meados da década de 2030.
Analistas independentes, contudo, não são tão otimistas. Uma estimativa recente feita por O. Glenn Smith, ex-gerente de engenharia de sistemas dos ônibus espaciais da Nasa, e Paul D. Spudis, cientista lunar norte-americano, sugere que o custo seria muito superior ao estimado pelo JPL. Eles comparam a iniciativa ao que se deu durante o programa Apollo, que levou astronautas norte-americanos à Lua entre 1968 e 1972. “Mandamos nove tripulações Apollo à Lua (seis pousaram). Se mandarmos nove tripulações a Marte, a conta total chegará a cerca de US$ 1,5 trilhão”, afirma a dupla. “O orçamento anual da Nasa teria de ser aumentado gradualmente até chegar a US$ 54 bilhões.”
Os veículos espaciais que existem hoje são basicamente o que sobrou do Programa Constellation, elaborado durante o governo de George W. Bush para promover um retorno à Lua — o objetivo oficial da Nasa até Obama chegar à Casa Branca. A cápsula Órion, por exemplo, só tem autonomia de 21 dias no espaço. Isso dá e sobra para ir e voltar da Lua (ida e volta consomem cerca de sete dias), mas é muito pouco para uma viagem a Marte (oito a dez meses).
Na prática, isso significa que, apesar de todo o alarde da promoção da viagem a Marte, o que veremos na próxima década é o quase certo retorno de seres humanos ao satélite natural da Terra. Se você escarafunchar na própria documentação da Nasa, vai descobrir exatamente isso. Por exemplo: o primeiro voo de teste a ser realizado por uma cápsula Órion e um foguete SLS, marcado para 2018, ainda sem tripulação, terá como roteiro uma volta ao redor da Lua. O segundo voo, para 2021, aí já com astronautas, repetirá exatamente o mesmo itinerário. E a ideia — ainda trepidante na Nasa e com baixa receptividade no Congresso norte-americano — de visitar um asteroide em 2025, antes da ida a Marte, também passa pela Lua.
Até o administrador da Nasa Charles Bolden admite que, antes de chegarmos ao planeta vermelho, teremos de passar uma temporada no espaço cislunar — os arredores da Lua. “Temos uma meta, um cronograma. Humanos em Marte, ou no ambiente marciano, nos anos 2030. Mas é uma longa e difícil caminhada”, disse Bolden. “É uma abordagem incremental. Vamos passar de cinco a dez anos longe da órbita terrestre baixa, no espaço cislunar.”
Parece quase uma trapaça. Obama disse em 2010 que iríamos a um asteroide como preparação para a longa jornada marciana. Faz sentido, já que podemos visitar algum asteroide cuja órbita fique a meio caminho entre a Terra e Marte e, assim, testar nossa habilidade de fazer voos interplanetários sem percorrer todo o trajeto até o planeta vermelho. Mas a Nasa descobriu que não teria como pagar nem isso, e propôs o desenvolvimento de um rebocador não tripulado que possa trazer um asteroide até — você adivinhou! — a órbita da Lua, para que então seja visitado por astronautas. Esse é o plano que a agência espacial tenta executar agora. MEDO DA CONCORRÊNCIA
A Agência Espacial Europeia (ESA) também tem como objetivo enviar astronautas a Marte. Mas o novo diretor-geral da ESA, Johann-Dietrich Wörner, já manifestou publicamente seu interesse pela Lua. “Parece apropriado propor uma base permanente na Lua como sucessora da Estação Espacial Internacional”, declarou. Os russos igualmente querem enviar seus cosmonautas à Lua, e buscam uma parceria com os chineses, que, por sua vez, passaram a última década desenvolvendo o próprio programa lunar e estão a um passo de realizar seu primeiro retorno robótico de amostras do solo do nosso satélite natural, marcado para 2017.
Diante de tudo isso, os norte-americanos não têm como ignorar que o próximo passo de seu programa tripulado acabará sendo o retorno à Lua. Primeiro em missões orbitais, depois em pousos na superfície. É o que pensam também empreendedores como as norte-americanas SpaceX e Bigelow Aerospace, que querem ir a Marte (e provavelmente chegarão lá bem antes da Nasa), mas sabem que tudo começa na Lua. Muita coisa incrível deve acontecer na próxima década, mas as pegadas humanas que veremos então em outro corpo celeste prometem ser cinzentas — e não vermelhas.
Uma imensa bola azul envolta pela escuridão profunda: é assim que o planeta Terra, iluminado pelo Sol, aparece no último retrato tirado pela Nasa divulgado nesta segunda-feira (20). Essa é a primeira foto que a agência tira desde a famosa "Blue Marble", de 7 de dezembro de 1972, que foi enviada do espaço pela missão Apollo 17.
A imagem colorida, capturada no último dia 6, foi obtida combinando três fotos diferentes para obter um retrato de qualidade. No primeiro plano, ela mostra a América do Norte e Central, enquanto a cor turquesa aparente refere-se ao cristalino mar caribenho. A "tinta" azul que surge do planeta ocorre pela difusão da luz solar sobre as moléculas da atmosfera. A foto foi tirada a uma distância de mais de 1,5 milhões de quilômetros pela câmera Epic (Earth Polychromatic Imaging Camera) que está a bordo do satélite Deep Space Climate Observatory (Dscovr). O equipamento é o mesmo que retratou as tempestades solares, divulgadas no último mês de fevereiro, em parceria com a Aeronáutica dos EUA e a Agência Norte-Americana para a Atmosfera e os Oceanos (Noaa).
Segundo a Nasa, em breve, a Epic enviará imagens diárias da Terra para os engenheiros que poderão monitorar o vento solar e a "meteorologia" do espaço em tempo real. A beleza do planeta na foto é tanta que até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, escreveu sobre o fato. "Acabei de receber essa nova foto da Terra da Nasa. Uma linda lembrança de que nós precisamos proteger o único planeta que temos", postou o mandatário em sua conta pessoal no Twitter. (ANSA)
A imagem de um suposto esqueleto na superfície de Marte pode ser a prova de que alienígenas viveram no planeta vermelho, acreditam teóricos da conspiração do espaço, segundo informações do Daily Mirror.
Supostos ossos cobertos por poeira são vivíveis na imagem capturada pelo robô Curiosity. Perto deles, é possível ainda ver o que parece uma cabeça, um torso e braços bem pequenos. Outra forma branca, que parece ser da mesma textura, também é vista a alguns metros de distância.
Um usuário do Youtube avistou a bizarra descoberta e colocou na web um vídeo com as imagens ampliadas, despertando a curiosidade de vários internautas. O ufólogo Jeffery Pritchett, por exemplo, realmente acredita que o achado se trata dos restos fossilizados de um ser vivo.
Embora a Nasa tenha publicado a imagem sem fazer comentários sobre a formma incomum, a cientista chefe da agência espacial norte-americana, Elle Stofan, disse acreditar que a humanidade está próxima de descobrir a existência de vidas extraterrestres.
"Acredito que teremos fortes indícios de vida fora da Terra dentro de uma década, e uma prova definitiva em 20 ou 30 anos.
O cientista birtânico Stephen Hawking lançou nessa segunda-feira um projeto que pretende escanear o espaço em busca de sinais de vidas extraterrestres que custará 100 milhões de dólares.
Está aberta a temporada de quebra de recordes na temperatura média global. Depois de 2014 bater o recorde de ano mais quente já registrado, 2015 se prepara para ser ainda mais quente. Segundo novo relatório publicado nesta segunda-feira (20) pela NOAA, a agência americana que estuda os oceanos e a atmosfera, a primeira metade de 2015 registrou a maior tempeatura desde o início das medições, há 136 anos.
De acordo com a NOAA, o primeiro semestre do ano foi 0,85ºC mais quente do que a média do século XX. Isso significa a quebra de recordes em quase todos os quesitos. 2015 é, até o momento, o ano mais quente na temperatura em terra, no mar e no Hemisfério Norte. Só fica em segundo lugar na temperatura do Hemisfério Sul - perde para 2010, que foi um ano particularmente quente por aqui.
O mapa abaixo mostra como a primeira metade do ano foi quente. Ele compara a média de 2015 com a temperatura dos ultimos 30 anos (1981 - 2010). As regiões em vermelho registraram temperatura acima da média, e as em azul, abaixo. Com exceção de algumas regiões, como o leste dos EUA, a maior parte do mundo estava mais quente.
Época.com
O mês que mais se destacou no primeiro semestre do ano foi junho de 2015. O mês passado foi o mais quente já registrado globalmente. Ele registrou 0,88ºC acima da média do século XX, graças às fortes ondas de calor que atingiram a Índia e o Paquistão e ao calor no Hemisfério Norte, onde é verão. Mas mesmo no Hemisfério Sul, onde é inverno, as temperaturas estão acima da média.
A NOAA separou as principais anomalias climáticas registradas em junho de 2015: temperaturas acima da média na América do Sul, Espanha, Austrália, oeste dos Estados Unidos e Austrália; seca em Ohio, nos EUA, e chuvas extremas na Turquia; e a terceira pior redução do gelo no Ártico desde o início do registro, na década de 1970. A perspectiva é que as temperaturas acimas da média continuem nos próximos meses, por conta da formação do fenômeno El Niño.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), não há dúvidas de que o mundo está passando por um aquecimento global, e esse aquecimento é causado pela ação humana, por atividades como a queima de combustíveis fósseis e desmatamento. No final do ano, os governos de todo o mundo devem se reunir na Conferência do Clima em Paris para tentar fechar um acordo de redução de gases de efeito estufa e, desta forma, limitar o aquecimento global a apenas 2ºC. As projeções, entretanto, indicam que o mundo pode aquecer mais de 4ºC até 2100, causando eventos climáticos extremos como secas, inundações, ciclones e o aumento do nível do mar.
Na semana passada, a comunidade científica mundial presenciou uma das missões espaciais mais fascinantes dos últimos tempos: depois de viajar por mais de nove anos, a sonda New Horizons, da Nasa, se aproximou de Plutão e capturou imagens que mostram o planeta anão como nunca antes.
Esta ilustração mostra como será a Solar Orbiter, que será lançada na direção do sol em 2018
O momento mais emocionante já passou, mas a missão está longe de sua conclusão. Nos próximos 16 meses a nave, agora a caminho de outros objetos que estão no cinturão de asteroides de Kuiper, vai continuar enviando tudo o que registrar durante a expedição. A interpretação destes dados pode demorar anos.
Mas, além deste projeto, há outros que prometem surpreender os cientistas nos próximos anos. Veja abaixo quais são.
ExoMars
A missão ExoMars visa descobrir, basicamente, se há ou já existiu vida em Marte. Trata-se se um programa conjunto entre a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e a Roscosmos, a agência russa.
Se já existiu vida em Marte, o mais provável é que isto ocorreu nos primeiros bilhões de anos depois da formação do planeta, quando sua superfície era mais quente e úmida do que no presente.
Em 2016, a ESA vai enviar uma nave para pegar amostras da atmosfera marciana e, em 2018, enviará um veículo de seis rodas que pode perfurar o solo chegando até dois metros de profundidade, para buscar eventual matéria orgânica preservada da intensa radiação que o planeta recebe em sua superfície.
Ainda não foi definido o local exato do pouso do veículo, mas será em uma área que mostre evidências de erosão por água no passado.
Missão de redirecionamento de asteroides
Se a missão Rosetta - bem-sucedida em seu objetivo de pousar em um asteroide - já parecia ambiciosa, esta será ainda mais.
O plano da Missão de Redirecionamento de Asteroides (ARM, na sigla em inglês), da Nasa, consiste em identificar, capturar e fazer o traslado de um asteroide para uma órbita ao redor da Lua para que astronautas, no futuro, possam se aproximar e obter amostras.
A missão ainda está na fase de planejamento, mas se conseguir o financiamento, começará em 2020.
A análise destas rochas espaciais pode fornecer dados importantes sobre a origem do Sistema Solar, segundo os defensores do projeto.
Por outro lado, a missão contribuiria para o desenvolvimento da tecnologia que poderia ser útil para desviar qualquer asteroide perigoso que chegue perto demais da Terra, de acordo com os cientistas.
A Nasa tem em vista seis possíveis asteroides, apesar de a agência ainda não ter decidido como o escolhido será capturado. Uma das possibilidades inclui até envolver a rocha em uma bolsa inflável.
Júpiter
A ESA também tem previsão de enviar em 2022 uma nave para estudar as luas geladas de Júpiter.
A nave, que demorará cerca de oito anos para chegar, sobrevoará Calisto e Europa antes de pousar em Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar.
Ganimedes é a única lua do Sistema Solar que gera seu próprio campo magnético.
A sonda fará observações durante três anos. Os cientistas acreditam que abaixo da capa gelada destes satélites de Júpiter existam oceanos de água líquida.
Solar Orbiter
Com a data de lançamento prevista para 2018, a sonda Solar Orbiter (também da ESA) será a primeira a chegar mais perto do Sol, orbitando a apenas 42 milhões de quilômetros da estrela.
Naquela região a intensidade da radiação solar é 13 vezes superior à registrada na Terra e as temperaturas podem chegar aos 520 graus.
Ela fará fotografias e medições desde a órbita interna do planeta Mercúrio para obter dados que permitam conhecer melhor a dinâmica do Sol.
A missão visa aprofundar os conhecimentos sobre o funcionamento do Sol e sua influência sobre a vizinhança, especialmente o modo como gera e acelera o fluxo de partículas carregadas que envolvem o resto dos planetas.
Orion
A nave Orion, da Nasa, está projetada para levar até seis astronautas até as profundezas do espaço.
O objetivo final é levar o homem a Marte até o meio da década de 2030.
A nave já foi colocada à prova em 2014, com sucesso, em um voo não tripulado. A primeira missão tripulada deve ocorrer em 2021.
Telescópio James Webb
Este telescópio espacial tentará substituir o Hubble.
Os cientistas afirmam que ele tem uma potência cem vezes superior ao antecessor e poderá obter imagens sem precedentes das primeiras galáxias que formaram no início do Universo.
O espelho principal deste telescópio tem um diâmetro de 6,5 metros (em comparação aos 2,4 m do Hubble) e está formado por 18 espelhos hexagonais que, juntos, formam um.
É tão grande que não cabe dentro do lançador. Os espelhos irão dobrados e vão se desdobrar uma vez que o aparato todo já esteja no espaço.
Ao invés de orbitar ao redor da Terra como o Hubble (uma vez a cada aproximadamente 97 minutos a uma altura entre 550 e 600 quilômetros), o James Webb ficará em um ponto conhecido como Lagrange 2, a 1,5 milhão de quilômetros de nosso planeta.
O telescópio orbitará ao redor do Sol, conservando esta distância da Terra.
Um estudo publicado nesta quinta-feira (16) determinou o que os cientistas climáticos já suspeitavam: 2014 foi o ano mais quente desde que há registros. O documento foi compilado pelo National Oceanographic Atmospheric Administration (NOAA) e juntou 413 pesquisas de 58 países.
A base usada no estudo foi a média de temperatura de todos os anos entre 1981 e 2014. O resultado foi comparado com cada ano desde 1880. Apesar de a variação não ser muito grande, é possível perceber que a temperatura aumentou muito nas últimas décadas.
Nos Estados Unidos, muitos se recusam a acreditar no fenômeno do aquecimento global. Ironicamente, a primavera demorou a chegar ao país e este teve a média abaixo do resto do mundo. No entanto, o oeste norte-americano tem os mesmos números globais.
Espera-se que 2015 seja tão quente quanto ou até mais. As ondas de calor, queimada e secas causaram sérias consequências, especialmente para as regiões tropicais.
Concepção artística do encontro em órbita entre a nave soviética Soyuz e a norte-americana Apollo
Nesta sexta-feira, 17 de julho, completam-se 40 anos do histórico encontro em órbita entre a nave soviética Soyuz e a norte-americana Apollo. Em 1975, o evento marcava oficialmente o fim da corrida espacial entre Estados Unidos e URSS, com o início de uma colaboração mútua que persiste até hoje, agora com a Rússia.
Os protagonistas foram os astronautas da Nasa Tom Stafford, Deke Slayton e Vance Brand e os cosmonautas russos Aleksey Leonov e Valery Kubasov. Chamada de "Programa de Teste Apollo-Soyuz", a missão previa o encontro em órbita das naves para permitir às duas tripulações que passassem de uma cápsula para a outra.
No entanto, foi bem mais que isso. Se o módulo de conexão, projetado pelas duas potências e construído nos EUA, provou que duas naves diferentes podiam se unir em órbita, o lado humano do evento, enfatizou a Nasa, foi em outra direção. Nesse encontro no espaço, as duas tripulações demonstraram que, em poucos minutos, é possível derrubar barreiras culturais, políticas e linguísticas.
Era a época da Guerra Fria e no início havia bastante tensão.
"Pensava que iríamos encontrar pessoas muito agressivas, e eles provavelmente também achavam que éramos monstros cruéis. Mas esse muro foi destruído rapidamente, porque quando você lida com pessoas que fazem o mesmo trabalho que o seu e você se vê frente a frente com elas, descobre que são humanos como você", disse Brand.
Outro problema a ser superado foi a língua. "O programa previa que cada tripulante deveria dialogar em seu próprio idioma, mas isso não funcionou e, em certo momento, alguns astronautas passaram a falar um na língua do outro, e foi assim que começamos a nos comunicar", afirmou Stafford. (ANSA)
A organização de astrônomos das universidades americanas convocou os colegas a se unirem para que a Nasa comece a planejar o lançamento de uma versão gigante do Telescópio Espacial Hubble nos anos 2030 com o objetivo de buscar vida extraterrestre.
Esse Telescópio Espacial de Alta Definição seria cinco vezes maior e 100 vezes mais sensível que o Hubble, com um espelho de 12 metros de diâmetro, sendo capaz de orbitar o sol a 1,6 milhão de quilômetros da Terra.
Segundo os astrônomos, esse telescópio seria grande o bastante para encontrar e estudar as dezenas de planetas similares à Terra em nossa vizinhança. Ele seria capaz de identificar objetos de apenas 300 anos-luz de diâmetro – ou seja, o núcleo de uma pequena galáxia ou as nuvens de gás que estão se convertendo em estrelas e planetas, afirmou – em qualquer parte do universo observável.
Os argumentos em favor do telescópio são apresentados em um relatório sobre o futuro da astronomia intitulado "From Cosmic Birth to Living Earths" (Do nascimento cósmico a Terras habitáveis, em tradução literal), que foi encomendado pela Associação Universitária da Pesquisa Astronômica (ou Aura, na sigla em inglês), responsável pela operação do Hubble e de muitos outros observatórios da Nasa e da Fundação Nacional de Ciências. Ele foi escrito por um comitê liderado por Sara Seager, do MIT, e por Julianne Dalcanton, da Universidade de Washington.
"Esperamos descobrir se estamos ou não sozinhos no universo", afirmou Matt Mountain, presidente da Aura e antigo diretor do Hubble, em uma conferência de imprensa realizada no Museu Americano de História Natural.
Mountain afirmou que só existe uma chance de dar um passo adiante e entender como o universo e nosso planeta foram formados, além de determinar se existe vida extraterrestre e "podemos ser a geração que fez isso".
Mas apenas se começarmos agora.
Ao publicar o relatório, o grupo Aura dá início a um processo longo, elaborado e extremamente político por meio do qual grandes projetos científicos são escolhidos e financiados. A cada 10 anos, um comitê da Academia Nacional de Ciências entrevista a comunidade astronômica e produz uma lista de desejos para a próxima década. Essa pesquisa, que voltará a acontecer em 2020, serve como base para o congresso e para a Nasa.
A Aura já fez isso antes. Em 1995, a organização publicou um relatório escrito sob a liderança de Alan Dressler dos Observatórios Carnegie em que pedia por um telescópio espacial que sucedesse o Hubble. Esse veio a ser o Telescópio Espacial James Webb, projetado para observar as primeiras estrelas e galáxias do universo e que deve ser lançado em 2018, 23 anos mais tarde. "Nos dias de hoje, só cientistas espaciais conseguem ser tão pacientes", afirmou Mountain.
Entretanto, o custo do telescópio Webb pulou do orçamento calculado em 1,6 bilhão de dólares em 1996 para quase 9 bilhões de dólares, causando um dano gigantesco no restante do orçamento da Nasa. Para que isso não volte a acontecer, os astrônomos da Aura afirmaram que a Nasa deve começar a investir agora nas tecnologias fundamentais para que os telescópios do futuro funcionem.
O Asteroide 2011 UW158 tem uma forma estranha, como a de uma noz sem casca, com um diâmetro de 300 por 600 metros.
O Observatório de Arecibo, em Porto Rico, anunciou nesta sexta-feira que captou as primeiras imagens detalhadas do asteroide 2011 UW158, que demonstrou ter uma morfologia muito particular e tem grande velocidade de rotação, algo que intrigou os cientistas. As imagens foram obtidas pelos astrônomos deste observatório porto-riquenho - que conta com o maior e mais sensitivo radiotelescópio fixo do mundo - na terça-feira, 14 de julho, quando o asteroide passou a 6,9 milhões de quilômetros da Terra, o que equivale a nove vezes a distância de nosso planeta até a Lua. "Muitos dos asteroides observados até o momento aparentam ser várias pedras pequenas fragilmente unidas pela gravidade", explicou hoje o Observatório de Arecibo em comunicado.
No entanto, o Asteroide 2011 UW158 "tem uma forma estranha, como a de uma noz sem casca, com um diâmetro de 300 por 600 metros, quase o dobro do tamanho da antena parabólica de nosso radiotelescópio", que tem 305 metros de diâmetro, acrescentou o Observatório. Além disso, os cientistas puderam confirmar que o asteroide gira rapidamente sobre si mesmo, com uma rotação completa a cada 37 minutos, o que confirmou observações ópticas anteriores. "Enquanto muitos estavam observando a passagem histórica da nave New Horizons pelo planeta anão Plutão, nós observávamos este objeto, menor e mais próximo, que passava pela Terra", explicou hoje o Observatório. "Seu tamanho, forma e rotação sugere que existe algo mais que a gravidade mantendo este objeto unido, se não o asteroide já teria se partido, devido a sua rotação tão rápida", comentou Patrick Taylor, cientista do Departamento de Estudos Planetários e líder destas observações. Uma das possibilidades é que o asteroide seja formado por um único corpo sólido, em lugar de muitas rochas pequenas unidas pela gravidade, algo que intrigou os cientistas, já que, até o momento, apenas outros dois asteroides deste tamanho e com esta rotação foram observados. "Era esperado que algo tão grande tivesse sido transformado em pequenos pedaços pelas colisões com outros asteroides ao longo do tempo no Sistema Solar. É interessante que algo tão grande e aparentemente sólido ainda exista", apontou Taylor.
O especialista acrescentou que este asteroide voltará a passar relativamente perto da Terra no ano de 2108, sem apresentar qualquer perigo.
"Estas observações fornecem pistas para saber quantos asteroides se formam e mudam com o passar o tempo", acrescentou Edgard Rivera Valentín, integrante do Departamento de Estudos Planetários e desta equipe de observações.
Pronto. Agora o álbum de figurinhas dos planetas do Sistema Solar está completo — ou melhor, sempre esteve, se lembrarmos que Plutão não é mais considerado um planeta desde 2006.
Com a aproximação da espaçonave New Horizons nesta semana, a Nasa começou a receber fotos reveladoras, que nos permitiram conhecer melhor esse mundo distante. O planeta anão está tão longe que as fotos tiradas anteriormente por telescópios espaciais mostram apenas pontos ou pixels. Sabia que ele é meio marrom?
Agora, é possível visualizar com nitidez todos os nove planetas do Sistema Solar — mesmo que um deles seja apenas anão. O Los Angeles Times criou um vídeo incrível de dois minutos, a partir de imagens de agências espaciais, que faz um tour pelo Sol e os mundos a sua volta. Já foi assistido mais de 700 mil vezes no Facebook.
Esta semana, a sonda New Horizons mandou as primeiras imagens nítidas de Plutão para a Terra. Parece que estamos vivendo o futuro. De certa forma, é verdade: estamos vivendo o futuro de 1993, quando saiu esta matéria do Estadão, em que a NASA previa para 2015 a chegada de naves ao então planeta mais distante do sistema solar.
A matéria já previa alguns detalhes da viagem, como o uso do campo gravitacional de Júpiter para catapultar a sonda em direção a Plutão. No entanto, o texto fala sobre um lançamento em 2002, quatro anos antes de a sonda New Horizons partir de fato. O texto não explicita qual o nome da missão responsável por enviar as naves a Plutão, mas fala em "par de naves gêmeas", o que deve se referir ao Pluto Fast Flyby -- um dos vários projetos para explorar o planeta que foram cancelados até o lançamento da New Horizons. O nome de Alan Stern, o astrônomo que comanda a missão New Horizons, também é mencionado.
Também chama a atenção que, em 1993, o astrônomo Clyde Tombaugh, responsável pela descoberta do planeta, ainda estava vivo e em atividade -- ele faleceu em 1997, e a sonda New Horizons carrega suas cinzas. Vários objetos do Cinturão de Kuiper ainda estavam sendo descobertos e, obviamente, Plutão ainda não havia sido rebaixado à categoria de planeta anão. Mas, apesar dos desvios de trajetória, chegamos ao futuro previsto -- agora só falta receber todos os dados sobre Plutão e suas luas.
A Nasa divulgou a primeira foto em alta resolução da superfície de Plutão. A imagem chega menos de 24 horas após a agência espacial americana receber a confirmação de que a sonda New Horizons conseguiu completar seu rasante pelo ex-planeta.
A imagem em alta resolução da superfície de Plutão mostra uma fração da porção esquerda inferior da imagem oficial do planeta anão, mostrada na terça-feira (15).
John Spencer, membro da equipe da New Horizons, afirmou que a missão ainda não encontrou na imagem uma cratera gerada por impacto de outros corpos celestes (como meteroros), o que indica que Plutão é muito jovem se comparado ao resto do Sistema Solar.
Segundo Spencer, as montanhas vistas na imagem têm cerca de 3 350 metros de altitude e provavelmente são feitas com rochas que tem gelo e água em sua composição.
As montanhas provavelmente foram formadas há menos de 100 milhões de anos, de acordo com a Nasa. E, portanto, ainda podem estar em fase de crescimento.
A equipe também anunciou que a figura do "coração" de Plutão, identificada na foto oficial lançada na terça-feira, será chamada de “Regio Tombaugh”, em homenagem a Clyde Tombaugh, o astrônomo americano que descobriu Plutão no começo do século passado.
John Spencer, membro da equipe da New Horizons, afirmou que a missão ainda não encontrou na imagem uma cratera gerada por impacto de outros corpos celestes (como meteroros), o que indica que Plutão é muito jovem se comparado ao resto do Sistema Solar.
Segundo Spencer, as montanhas vistas na imagem têm cerca de 3 350 metros de altitude e provavelmente são feitas com rochas que tem gelo e água em sua composição.
As montanhas provavelmente foram formadas há menos de 100 milhões de anos, de acordo com a Nasa. E, portanto, ainda podem estar em fase de crescimento.
A equipe também anunciou que a figura do "coração" de Plutão, identificada na foto oficial lançada na terça-feira, será chamada de “Regio Tombaugh”, em homenagem a Clyde Tombaugh, o astrônomo americano que descobriu Plutão no começo do século passado.
Uma equipe internacional de astrônomos, liderada por cientistas brasileiros, descobriu um planeta igual a Júpiter orbitando à mesma distância de uma estrela semelhante ao Sol, o que poderia ser um marco na busca de sistemas planetários análogos ao solar, informou o Observatório Europeu do Sul (ESO).
A descoberta, apresentada em um artigo científico publicado na revista "Astronomy and Astrophysics", foi possível pela utilização do telescópio de 3,6 metros do ESO, instalado no Observatório de la Silla, no Chile.
A equipe de astrônomos focou sua busca em estrelas semelhantes ao Sol em uma tentativa de achar "um sistema solar 2.0".
O observatório explicou que a disposição do nosso sistema solar, tão propícia a gerar vida, foi possível graças à presença de Júpiter e a influência gravitacional que este gigante planeta gasosos exerceu sobre o sistema durante sua formação.
Por isso a existência de um planeta com massa e órbita semelhantes a Júpiter ao redor de uma estrela como o Sol - a HIP 11915 - abre a possibilidade de o sistema ao redor desta estrela poder ser semelhante ao solar.
A HIP 11915 tem massa parecida com o Sol, aproximadamente a mesma idade e a similaridade de sua composição sugere que poderia haver planetas rochosos orbitando mais perto da estrela, como acontece no sistema solar.
Planetas e estrelas parecidas já haviam sido encontrados, mas este "é o análogo mais exato achado até agora", ressaltou o ESO.
"A busca de uma Terra 2.0 e um sistema solar 2.0 completo constituem um dos desafios mais emocionantes para a astronomia", ressaltou Jorge Melendez, da Universidade de São Paulo (USP), líder da equipe e coautor do artigo científico.
Esta descoberta é, em todo aspecto, um sinal emocionante de que provavelmente existam outros sistemas solares esperando para serem descobertos", destacou Megan Bedell, da Universidade de Chicago (EUA) e principal autora do artigo.
O ESO explicou que serão necessárias observações de acompanhamento para confirmar e analisar esta descoberta, "mas a HIP 11915 é um dos candidatos mais promissores até agora a abrigar um sistema planetário semelhante ao nosso".
Marcel Jaspar estava no mar em pleno verão norueguês. A época do ano, no mês de julho, fora escolhida por causa das temperaturas mais amenas – nesse período, quando o Sol brilha 24 horas por dia, os termômetros marcam algo acima do 0ºC. Jaspar é um biólogo irlandês calvo, que usa óculos de lentes grossas e dá aulas na Universidade de Aberdeen. É o tipo que, seguindo o estereótipo, se adequa melhor ao interior de um laboratório do que a um navio de pesquisas, enfrentando o frio na fronteira entre a Noruega e a Rússia. “Quando saio em expedições assim, me sinto em uma grande aventura”, diz ele. O barco que levava os pesquisadores, ele garante, era grande e estável. Equipado com maquinário moderno e com uma espécie de escavadeira. Jaspar levara sua equipe até o norte da Europa para coletar lama do leito submarino. Com ela, espera criar remédios que, num futuro próximo, poderão evitar que você morra vítima de um corte no dedo.
Jaspar é o pesquisador líder do Pharmasea, um projeto financiado por instituições de 13 países da União Europeia e que visita pontos remotos da Terra em busca de bactérias desconhecidas. Esses seres-vivos, acostumados a temperaturas muito baixas – como a dos fiordes noruegueses – ou adaptados a pressões muito elevadas -– como as profundezas da Fossa das Marianas, no Oceano Atlântico – tiveram de evoluir para resistir às condições extremas em que vivem. Os pesquisadores esperam que, por causa disso, tenham também desenvolvido compostos que os ajudem a sobreviver. E que, com sorte, nos ajudem a criar novos antibióticos. A busca tem um componente de urgência: cresce, a cada ano, o número de bactérias resistentes aos antibióticos disponíveis. Por causa disso, cientistas como Jaspar saem à procura de micróbios desconhecidos e de novas maneiras de cultivá-los para usá-los em nosso benefício.
A maioria dos antibióticos nas farmácias é feita a partir de duas fontes – substâncias liberadas por bactérias ou produzidas por fungos. Na natureza, esses seres-vivos fazem uso desses compostos para ganhar vantagens competitivas. Uma bactéria libera substâncias mortíferas para suas rivais, de modo a não ter de competir por alimento ou espaço. Por anos, os humanos se beneficiaram dessa competição natural. Isolamos esses venenos para fazer remédios que nos protegeram de infecções hoje consideradas triviais mas que, no passado, levavam a morte. Até que a penicilina começasse a ser usada, em 1941, havia pouca coisa que os médicos pudessem fazer por pacientes com pneumonia, gonorreia ou que tivessem contraído uma infecção através de um corte ou arranhão. Só lhes restava esperar e torcer para que o sistema imunológico do doente reagisse sozinho. O temor dos especialistas é de que voltemos a enfrentar tempos como esses. Época.com
Para quem vive no Rio de Janeiro, Santos, Recife Nova York, Cidade do Cabo, Hong Kong ou qualquer outra metrópole costeira, uma pergunta quase existencial é o quanto seus habitantes deveriam temer o efeito das mudanças climáticas na elevação do nível dos oceanos. Embora a maioria de seus habitantes provavelmente nem pense nisto, muitos cientistas tem se debruçado sobre a questão, examinando o passado do planeta para tentar projetar o futuro.
A revista Science traz um artigo preparado por um grupo de pesquisadores vinculados ao projeto internacional PAGES - Past Global Changes que analisou o nível dos oceanos durante períodos quentes na história recente da Terra. Eles analisaram especialmente os períodos nos quais as temperaturas médias globais foram semelhantes ou ligeiramente superiores às atuais - cerca de 1°C acima das temperaturas pré-industriais.
E o que descobriram deveria deixar os moradores de cidades localizadas à beira-mar preocupados. Ao menos em três momentos no passado geológico recente o nível dos oceanos esteve seis metros mais alto do que os níveis atuais, em épocas cujas temperaturas médias globais eram semelhantes às de agora.
A equipe de cientistas do projeto PAGES concluiu que durante o último interglacial - um período quente entre eras glaciais cerca de 125 mil anos atrás - a temperatura média global foi semelhante à atual, produzindo um aumento médio no nível do mar entre 6 e 9 metros, causado pelo derretimento do gelo no Groenlândia e da Antártida. Antes disso, cerca de 400 mil anos atrás, quando as temperaturas médias globais foram estimadas entre 1°C e 2°C acima dos níveis pré-industriais, o mar chegou a estar entre 6 e treze metros acima do que está hoje.
Como referência, existe um entendimento entre os países em tentar limitar a temperatura média global a não mais de 2°C acima dos níveis pré-industriais. Mas na prática, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, o aquecimento está no caminho de chegar a 4o.C até o fim deste século se as emissões continuarem na atual trajetória.
Andrea Dutton, professora da Universidade da Flórida e coordenadora do estudo, explica que nos dois períodos interglaciais recentes mencionados as temperaturas médias globais eram semelhantes aos dias de hoje, mas eram um pouco mais altas na região polar. Como consequência, teria havido um aumento médio do nível global dos oceanos de mais de 6 metros. O caso é que, segundo os cientistas, a região polar atualmente está caminhando para ter temperaturas semelhantes aos períodos citados.
Segundo os cientistas, o Ártico, por exemplo, está aquecendo mais rapidamente do que a média global. Enquanto os líderes mundiais concordam em manter a temperatura média global abaixo dos 2°C, mesmo este nível, se mantido por um período longo de tempo, traz um risco substancial de produzir um aumento incontrolável do nível do mar, até porque o dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa, permanece na atmosfera por mais de mil anos.
Evidentemente, uma questão fundamental é o quão rápido o nível dos mares poderia subir. Os pesquisadores dizem que não é possível ainda determinar com precisão a taxa de aumento do nível do mar durante os mencionados períodos quentes interglaciares, que poderiam servir de referência para o futuro. Para tentar chegar a estes números, usam modelos de computador e pesquisa física em diversas partes do mundo.
Segundo o professor Anders Carlson, co-autor do estudo publicado pela Science e professor da Universidade de Oregon, as pesquisas feitas até o momento indicam que o clima do planeta está aquecendo em um parâmetro que pode ser associado a aumentos equivalentes ocorridos no passado e que causaram uma perda significativa do manto de gelo polar e consequente aumento no nível dos oceanos.
“Estudos como estes, que melhoram nossa compreensão sobre a magnitude do aumento global do nível do mar, são fundamentais para a sociedade. Esta talvez seja a informação mais relevante socialmente que nossas pesquisas podem proporcionar”.
Em outras palavras, o nível dos oceanos não vai subir de uma hora para outra, mas, pela história passada, esta elevação parece inevitável e traz enormes desafios para as respectivas administrações públicas deixarem as populações locais e as economias nacionais preparadas.
Essa manhã, às 11h49 GMT (7h49 no horário de Brasília), a sonda New Horizons, da Nasa, se tornou a primeira a visitar Plutão.
A expectativa é a de que essa viagem ao planeta anão possa oferecer uma visão mais completa de uma região completamente inexplorada do nosso Sistema Solar.
Na véspera, uma medição feita pela sonda não tripulada revelou que Plutão é um pouco maior do que se pensava, com um diâmetro de 2.370 km – quase a distância entre São Paulo (SP) e Maceió (AL).
Veja outras cinco informações que fazem dessa uma missão espacial sem precedentes.
1. Por que vale a pena viajar a Plutão?
Para começar, esse é o último dos nove planetas "clássicos" a ser visitado por uma missão espacial. Ainda que, em 2006, Plutão tenha sido rebaixado de planeta para a categoria inferior de planeta anão, esse enigmático habitante dos confins gélidos do Sistema Solar tem muito a dizer.
Se espera que Plutão, que orbita a uma distância ao cerca de 5,9 bilhões de quilômetros do Sol, ofereça uma visão mais completa de uma região completamente inexplorada do nosso sistema.
Ela é tão distante que nem mesmo o telescópio Hubble conseguiu obter detalhes desse corpo celeste descoberto em 1930.
2. O que essa missão espera descobrir?
Em seu ponto mais próximo, a New Horizons estará a cerca de 12.500 quilômetros da superfície de plutão.
Suas fotos revelerão se há elevações e depressões profundas em sua superfície ou se sua topografia é mais ondulada.
A sonda detectou sinais de uma capa polar. Plutão é tão frio que o nitrogênio que respiramos na Terra existe ali em forma de gelo, mas é possível que uma tênue atmosfera de nitrogênio envolva o planeta.
Se isso se comprovar, a sonda resgatará uma amostra e medirá o quanto o planeta anão está liberando ao espaço.
A expedição também poderá revelar a presença de outras substâncias químicas: ainda que o neon seja um gás na Terra, pode se encontrar de forma líquida em Plutão, quem sabe até mesmo fluindo em rios sobre a superfície.
Na atmosfera, o nitrogênio poderia cair como se fosse neve. Outra pergunta feita pelos cientistas é por que muda tanto o brilho de Plutão, muito mais do que qualquer outro planeta. Um olhar mais próximo pode revelar características planetárias nunca vistas.
E, por último, espera-se obter mais informações sobre Caronte, a maior lua de Plutão e de seus outros quatro satélites: Estigia, Nix, Cerberos e Hidra.
3. O que a sonda está fazendo exatamente?
A sonda não vai pousar em Plutão, vai apenas sobrevoá-lo a uma velocidade de 50 mil quilômetros por hora – a maior velocidade já alcançada por uma sonda espacial.
Ela terá apenas algumas horas para tirar fotos e fazer medições. Como há uma demora de cerca de quatro horas e meia até que o sinal chegue a Plutão, as instruções da sonda estão pré-programadas.
Uma vez que esteja no endereço correto, terá início uma sequência automática para se tomar medidas.
A sonda enviará à Terra imagens de Plutão em alta definição, mas essa informação vai demorar a chegar até nós. Se tudo sair como está previsto, as primeiras imagens chegarão na madrugada de quarta-feira. No total, levará 16 meses até que toda a informação arrecadada durante a missão chegue à Terra.
Depois de passar por Plutão, a sonda continuará sua viagem até um objeto menor do cinturão de Kuiper. O tempo estimado para chegar nessa área é de quatro anos.
4. O que a sonda leva a bordo?
A sonda conta com sete instrumentos que não apenas servem para investigar detalhes do planeta – como do que é feita a atmosfera -, mas também servem de backup caso haja falhas.
Além do mais, a sonda leva uma grande quantidade de "coisas inúteis", segundo Jim Green, diretor de Ciências Planetária da Nasa.
Na lista, há coisas como um CD com o nome de 434 mil pessoas que responderam a um pedido de "Envie seu nome para Plutão", além de algumas moedas e um selo americano de 1991 onde se lê "Plutão: ainda inexplorado".
O mais curioso, no entanto, talvez seja uma urna com cinzas de Clyde Tombaugh, o homem que descobriu a existência de Plutão, há 85 anos.
5. Qual a possibilidade de a missão fracassar?
Se se deparar com as nuvens de partículas geradas por impactos com as luas de Plutão, isso pode danificar a nave. Por essa razão, a sonda enviará dados à medida que se aproxima do planeta.
Assim, os cientistas terão o que analisar se a sonda for afetada de alguma maneira. Mas a verdade é que isso é muito pouco provável, segundo a equipe responsável pela missão.
Em todo caso, a sonda foi criada para ter um nível elevado de autonomia. Em caso de problemas, ela tem a capacidade de se recuperar e seguir adiante com a missão.
Enquanto buscavam por filhotes de lagostas, cientistas australianos descobriram uma série de quatro vulcões inativos debaixo da água com aproximadamente 50 milhões de anos. A descoberta ocorreu a 250 quilômetros de Sidney, na Austrália, a cinco quilômetros de profundidade no oceano.
Moninya Roughan, uma das cientistas presente no navio que descobriu os vulcões, comentou em um vídeo que foi uma surpresa. "O navio simplesmente passou por cima, ninguém sabia que esses gigantes estavam lá." O maior deles tem 1,5 quilômetro de diâmetro e 700 metros de altura.
irônico que estamos prestes a obter as primeiras imagens em plano fechado de Plutão, mas não tínhamos ideia destes belos vulcões na costa de Sidney", disse Iain Suthers, biólogo marinho da Universidade de New South Wales que liderou a expedição.
Os vulcões nunca foram encontrados antes, em outras expedições, porque os radares usados mapeavam somente até 3 000 metros, deixando metade do território oceânico fora de vista. O sonar usado na última expedição, a que achou as crateras, pode mapear praticamente qualquer profundidade dos oceanos terrestres.
A Terra deve passar por uma “mini era glacial” em 15 anos, o que trará invernos amargamente frios que podem levar o rio Tamisa a congelar, estimaram cientistas da Universidade de Northumbria. A conclusão veio após a criação de um novo modelo de atividade solar que produz “previsões precisas”. As informações são do Telegraph.
Segundo o levantamento, a atividade solar vai cair 60%, levando à condições semelhantes às vividas no século 17. Os cientistas afirmam que os fluidos no interior do sol criam ciclos de 11 anos e irão convergir de forma que as temperaturas cairão drasticamente em 2030.
Registros históricos apontam que a Inglaterra passou por período parecido no século 17, quando o Tâmisa ficou congelado durante sete semanas.
Nunca na história, um veículo espacial chegou tão longe. Nesta terça-feira (14), a sonda New Horizons, que saiu da Terra no ano de 2006, vai ficar a exatos 12.472 quilômetros (7.750 milhas) de Plutão. Lançada pela Nasa, a New Horizons tem como objetivo trazer informações sobre o planeta-anão e vai completar uma rota de 4,77 bilhões de quilômetros.
Desde quando a New Horizons saiu da Terra, foram apresentadas imagens que revelaram detalhes de Saturno e Netuno. Quando começou a se aproximar de Plutão, a sonda já fez imagens do planeta-anão. Em uma delas, foi revelada uma cor avermelhada de Plutão. Em outra revelava Charon (a maior lua) orbitando sobre o planeta-anão. Há, ainda, a imagem que mostrava as duas faces do planeta.
Experiência inédita Além de ser a primeira missão que explorou Plutão, a Nasa aponta que a New Horizons quebrou alguns recordes. É a primeira a chegar a um planeta congelado anão, a explorar o Cinturão de Kuiper (área onde fica Plutão), a primeira desde 1970 a explorar um planeta desconhecido e a nave mais rápida da história: a velocidade chegou até a 21 km/s (quilômetro por segundo).
Mas a Nasa não gastou cerca de US$ 720 milhões apenas para quebrar recordes. De acordo com pesquisadores da área, a chegada da New Horizons vai auxiliar nos estudos sobre como era a vida na Terra há bilhões de anos. Para o professor de física da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Soares, essa é a principal contribuição da New Horizons. “É difícil dizer como era a Terra há 4 bilhões de anos. Como Plutão não teve modificações por conta da distância do Sol, é possível ter um panorama de vida há milhões de anos”, explica.
O pesquisador do Observatório Nacional Júlio Camargo diz que as imagens e informações enviadas para a Terra vão servir como ponto de partida para novos trabalhos sobre os planetas. “Sem dúvida, a ciência planetária vai se beneficiar com os dados divulgados”.
Já o engenheiro aeroespacial italiano Steffano Scutti levanta que a New Horizons fecha a primeira etapa em relação a exploração espacial no sistema solar. “Agora todos os planetas clássicos foram visitados pelo menos uma vez”. Ele também destaca que a missão deve reservar mais novidades depois de passar por Plutão. “Vale lembrar que a missão não é só para visitar Plutão, mas também descobrir outros objetos do Cinturão de Kuiper”.
Cinco fatos sobre a passagem da New Horizons em Plutão
1 - Data marca 50 anos de exploração a Marte O dia 14 de julho não foi escolhido à toa pela Nasa para o voo sobre Plutão. A data marca exatos 50 anos da primeira missão não-tripulada interplanetária da Agência Espacial Norte-Americana. Em 14 de julho de 1965, a sonda Mariner explorou Marte.
2 - Viagem não vai mudar entendimento sobre Plutão ser planeta-anão Por mais que as informações que venham de Plutão sejam úteis, uma coisa é certa: a missão da New Horizons não fará Plutão voltar a ser considerado um planeta. “O que fazia Plutão ser um planeta era justamente a falta de informações sobre o assunto. Com as informações da missão, o posto de planeta-anão deve se reforçar”, diz o professor Ivan Soares, da UnB.
3 – Acompanhamento da missão só por simuladores Dada a distância da missão e a dificuldade do envio de informações para a Terra, não haverá transmissões de imagens ao vivo da New Horizons. Acompanhar a missão só será possível por meio de um simulador no site oficial da missão. A página mostra eventos importantes da missão e a distância que a nave está da Terra e de Plutão.
4 – Distância da New Horizons para Plutão será bem pequena Os 12 mil km de distância da New Horizons para Plutão serão menores do que o raio da Terra. A título de comparação é semelhante à distância entre São Paulo e Dubai. A distância é muito menor do que a da sonda para a Terra: 4,77 bilhões de km.
5 – New Horizons é o veículo espacial mais rápido do mundo Com velocidade alcançada de 21 km por segundo (quando passou por Júpiter), a New Horizons é até o momento o veículo espacial mais rápido já criado. A velocidade da sonda possibilitou que ela chegasse à Lua em nove horas de viagem. Só para ter uma ideia, se já estivesse em aceleração e fosse de São Paulo ao Rio, a New Horizons demoraria cerca de 20 segundos para fazer a viagem.
O planeta está esquentando, não há como negar. Desde 1880, quando começaram os registros formais, a temperatura subiu 0,8 grau, e dois terços desse aumento aconteceu nos últimos 40 anos. Não só treze dos catorze anos mais quentes já documentados ocorreram neste começo de século, como 2014 bateu o recorde dos registros. Detecta-se hoje, porém, um fenômeno que intriga cientistas. Apesar de o calor planetário crescer ano a ano, o ritmo desse aumento vem diminuindo. Isso vai na contramão das previsões de climatologistas, que apontavam que quanto maior fosse a emissão de gás carbônico (o CO2) na atmosfera, índice que só sobe, maior seria também o fator de elevação da temperatura da Terra. A esse estranho acontecimento foi dado o nome de "hiato", justamente por representar uma aparente pausa no aquecimento. Na quinta-feira passada, porém, a Nasa, a agência espacial americana, finalmente achou uma resposta para esse fenômeno que negaria as estimativas catastróficas de ambientalistas, e poderia jogar uma pá de cal nos esforços conservacionistas para reverter os efeitos negativos das mudanças climáticas. Em resumo, os pesquisadores da Nasa descobriram que é só aparente a redução no ritmo do aquecimento global. .
O hiato era utilizado por estudiosos "céticos" como o principal argumento contrário à ideia da existência de aquecimento global. Diferentemente do que é mais aceito pela comunidade científica, esse grupo não credita as mudanças climáticas à atividade humana, que tem lotado a atmosfera com gases de efeito estufa por meio, por exemplo, da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. Para os céticos, fatores naturais explicariam a oscilação de temperatura, como ciclos esperados do clima da Terra, ou ainda a inconstante atividade do Sol.
O estudo da Nasa publicado na revista americana Science acaba com argumentos dos céticos. Segundo cálculos da agência espacial americana, o calor acumulado nos últimos anos na atmosfera e pela água dos mares se deslocou para camadas mais profundas dos oceanos. Esse calor, porém, deve voltar à superfície a curto prazo, aumentando bruscamente a temperatura global. Ou seja, não é que o aquecimento passa por um hiato. As mudanças climáticas continuam a todo vapor, só não se sabia onde estava armazenada parte substancial do calor acumulado nas últimas duas décadas.
Uma análise de dados coletados por satélites da Nasa mostrou que os oceanos têm absorvido grande quantidade de calor ao longo do tempo. Os pesquisadores analisaram a distribuição de calor no planeta e descobriram que, ao menos desde 2003, as águas quentes que ocupavam os primeiros 100 metros a partir da superfície do Oceano Pacífico resfriaram - o que condiz com a teoria da pausa do aquecimento. Porém, e aí está a novidade, essa perda de calor foi compensada com o aquecimento de águas profundas, abaixo de 300 metros da superfície, nos oceanos Índico e Antártico.
"Ainda não entendemos esse mecanismo por completo. Mas podemos afirmar que o resfriamento da superfície nos iludiu. Nos próximos anos o calor regressará às águas rasas e à atmosfera", disse a espanhola Veronica Nieves, física da NASA e uma dos autores do estudo. "A oscilação, combinada ao fato de que estamos fornecendo calor extra para a atmosfera por meio das emissões de gases estufa, indica que o aquecimento vai acelerar novamente", completa.
A descoberta foi agora incluída nos modelos climáticos utilizados por cientistas para prever o aquecimento e seus efeitos em diferentes cenários de emissões de gases estufa. A conclusão é importante ainda por revelar com mais detalhes como os oceanos agem como reguladores da temperatura do planeta. "Se não fosse pelos mares, a atmosfera teria aquecido mais de 1,5 graus nos últimos 150 anos, e não 0,8 grau, agravando a situação já ruim", diz o climatologista Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo. "O problema é que, ao absorver o calor excessivo da atmosfera, os oceanos também estão sendo fortemente afetados, com alterações nas correntes oceânicas, na salinidade e na acidez da água."
O debate sobre as mudanças climáticas teve idas e vindas. Enquanto se acumulavam evidências de que o aumento das temperaturas estaria ligado à emissão de gases estufa pelo homem, os céticos se opunham opor à explicação. A tese desse grupo ganhou força no fim dos anos 2000, quando aconteceu o escândalo apelidado de "climategate". Em 2009, mais de 1 000 e-mails de cientistas e ambientalistas foram hackeados e divulgados na internet. Trechos dos e-mails sugeriam que os pesquisadores haviam manipulado, ou mesmo escondido, dados, além de negar acesso público às informações e impedir a divulgação de artigos científicos com posição diferente da deles. Em outras palavras, maquiaram informações para solidificar as teses mais extremas sobre as mudanças climáticas.
Pouco depois, outro escândalo sobre o assunto surgiu. Revelou-se que um relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU, continha alegações mentirosas sobre os glaciares do Himalaia, com cálculos que indicavam que eles derreteriam até 2035. Georg Kaser, glaciólogo que apontou a falha, afirmou que "o dado não estava apenas um pouco errado, mas muito fora de qualquer ordem de magnitude".
Os dois casos tiveram impacto profundo na Cúpula do Clima que aconteceu em Copenhague em dezembro de 2009, considerada um fracasso pelos ambientalistas por não ter representado avanço nas discussões para um acordo que levaria à diminuição significativa da emissão de CO2 pelos países envolvidos nas negociações. A reputação do IPCC e dos cientistas que defendiam o aquecimento global também foi abalada, mesmo depois de a instituição ter reconhecido as falhas e se desculpado por elas, e de as investigações instauradas para averiguar o climategate reconhecerem que os cientistas eram inocentes das acusações.
Desde então, estudiosos vêm se esforçando para mostrar que a ameaça das mudanças climáticas é muito maior do que as polêmicas que apareceram no caminho. Em seu último relatório, divulgado entre 2013 e 2014, o IPCC determinou critérios mais rígidos para selecionar quais estudos levaria em consideração. A revisão foi extensa, com três rodadas de análise resultando em 54 000 comentários de revisores, o dobro dos recebidos na versão anterior. Até os dados que projetavam o aumento de temperatura em diferentes cenários foram mais cautelosos, apontando para uma elevação que deve variar de 1 a 3,7 graus até o final do século - no relatório anterior, essa escala ia de 1,8 a 4 graus. O órgão, porém, foi taxativo no mais importante: definiu a possibilidade de o homem ser o maior causador do aquecimento global em 95%, um aumento de 5% em relação ao trabalho anterior.
A questão do "hiato", porém, ainda se mostrava como um desafio para os ambientalistas. Não havia explicações críveis para a aparente pausa do aquecimento global nas últimas duas décadas. A descoberta da Nasa, portanto, é fundamental. Sim, há aquecimento global, e seu ritmo deve voltar de forma ainda mais intensa justamente em consequência desse "hiato", que acabou por armazenar calor em áreas mais profundas dos oceanos.
Com isso, os céticos terão de repensar seus argumentos - ou mudar de opinião. Como fez, em 2012, o climatologista e físico Richard Muller, pesquisador que até então integrava o grupo de descrentes, mas que reconheceu, em artigo publicado no New York Times, que a melhor explicação para o aquecimento do planeta é mesmo a emissão de gases de efeito estufa pelo homem. Resta saber se esse posicionamento vai se refletir na conversa que governantes de todo o mundo terão em Paris, no fim do ano, durante a Cúpula do Clima, na qual se estabelecerá o acordo climático que substituirá o defasado Protocolo de Quioto na regulação global da emissão de gases de efeito estufa. Assim como fez o Brasil na semana passada, todos os países devem apresentar metas com antecedência para que o diálogo em Paris já comece adiantado. "Este trabalho da Nasa é mais uma contribuição para a discussão e espero que ajude a criar um consenso definitivo", diz a pesquisadora Veronica Nieves.
Imagem divulgada pela Nasa (agência espacial norte-americana) registra um close up de uma cratera de impacto "recente" (em uma escala geológica) na região de Sirenum Fossae em Marte
Universidades e centros de pesquisa de cinco países europeus se uniram em um consórcio denominado Upwards para tentar resolver "as grandes incógnitas" sobre Marte e encaixar assim "as peças do quebra-cabeças".
Durante três anos, este consórcio, liderado pelo Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA), revisará e analisará os dados obtidos pela missão europeia Mars Express e outras missões no planeta.
Para isso, serão desenvolvidos ferramentas inovadoras de análise de dados e serão aplicados novos modelos geofísicos e atmosféricos que ajudem os cientistas a abordar questões ainda não resolvidas como o ciclo global de água em Marte, a origem do gás metano detectado em sua atmosfera ou a variabilidade das tempestades de poeira.
Junto com a participação espanhola há centros do Reino Unido, Bélgica, França e Itália, segundo uma nota do IAA. Miguel Ángel López Valverde, pesquisador do astrofísico andaluz que lidera o projeto, assinalou que se trata de um "projeto ambicioso que pretende encaixar todas as peças soltas do quebra-cabeças e nos mostrar um Marte até agora desconhecido".
Entre as conquistas esperadas em se obter relacionadas a Marte, López destacou as trocas de seu interior até a fronteira de sua atmosfera com o espaço interplanetário.
"Até agora sabemos que elementos como o metano e o vapor de água são expulsos da sub-superfície do planeta para a atmosfera; sabemos que grandes quantidades de CO2 e água se depositam em forma de gelo sobre as regiões polares do solo marciano e sabemos que existem elementos, alguns relacionados com o ciclo de água, que se rompem pela radiação solar e escapam para o espaço".
"No entanto, ainda não foi feito um estudo conjunto de todos estes processos que nos permita ter uma imagem global consistente". Outro dos grandes desafios é descrever e entender o problema da água. A presença de vapor de água, nuvens, superfícies geladas e as variações estacionais indicam um ciclo hidrológico marciano ativo.
"Compreendê-lo é muito importante para entender não só o clima atual do planeta, mas também a forte influência que exerceu ao longo de milhões de anos sobre a geologia de Marte, assim como suas condições ambientais e possibilidades de habitabilidade", disse François Forget, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França e membro do projeto.
Além disso, este consórcio criará uma base de dados inovadora e global do clima marciano, que será posto ao serviço dos cientistas.
Segundo outro dos especialistas participantes, Stephen Lewis, da Open University (Reino Unido), "os dados que o Upwards ceder aos arquivos públicos europeus, em particular à Agência Espacial Europeia, serão muito valiosos para os cientistas que pesquisam Marte". Serão úteis para, por exemplo, entender os ciclos químicos do planeta ou para a preparação de futuras missões espaciais, como a ExoMars".
O Upwards está dentro do Horizonte 2020, programa de pesquisa e inovação da UE, que lhe concedeu um financiamento superior a US$ 2,2 milhões.
Os serviços de correio da Suíça estão testando drones para fazer as entregas de correspondência no país. Os novos "carteiros voadores" foram apresentados pelos executivos dos serviços postais na última terça-feira, e seus testes devem seguir até o final de julho. No entanto, só devem ser usados oficialmente em pelo menos cinco anos.
O drones possuem quatro hélices e uma caixa amarela, estampada com o símbolo dos correios, no centro. "O drone possui uma estrutura extremamente leve e pode transportar cargas de até um quilo por mais de dez quilômetros com uma única carga de bateria", informou a companhia de serviço postal suíço, Swiss Post, em um comunicado. Ele "voa de forma autônoma, seguindo planos de voo claramente definidos e seguros, que são elaborados por softwares em nuvem", completou a empresa.
A Swiss Post informou também que muitos testes devem ser realizados antes dos drones estarem prontos para uso comercial. Isso inclui desenvolver uma regulamentação para as entregas mais distantes, principalmente nos muitos vilarejos isolados do país montanhoso, para as quais os drones serão muito úteis. As restrições técnicas, como a vida limitada das baterias, também precisam ser estudadas com mais cuidado. Por enquanto, os serviços postais só devem usar os drones em situações emergenciais, como por exemplo, para levar suprimentos para áreas isoladas após tempestades ou para envio rápido de testes laboratoriais.
A Suíça não é o primeiro país a apresentar uma proposta de uso dos veículos aéreos não tripulados para a entrega de correspondências e pacotes. Em 2013, a Amazon, maior empresa de comércio on-line do mundo, já havia anunciado suas intenções de usar os drones para transportar pequenos pacotes para clientes de um mercado selecionado, em menos de 30 minutos após o pedido. No entanto, a companhia informou que as restrições legais americanas sobre o uso de drones por civis poderiam bloquear suas intenções, e está agora revisando o serviço proposto.