domingo, 11 de outubro de 2009

O livro e a digitalização do mundo


A discussão sobre o futuro do livro começa no passado, mais precisamente no ano 3.500 AC, data do primeiro registro de escrita humana, quando os sumérios cunhavam livros em pedras. Em seguida, vieram os livros feitos em rolos de papiros dos egípcios e em folhas de palmeiras dos indianos. Maias e astecas faziam livros em forma de sanfona, de um material existente entre a casca e o cerne das árvores. Os chineses utilizavam rolos de seda e os romanos, tábuas de madeira cobertas com cera. Só mais tarde com a chegada do papel, já conhecido na China, à Europa e com o invento da prensa de Gutemberg, em 1450, o livro impresso espalha-se pelo mundo. Desde a civilização suméria, o livro evoluiu muito até se tornar o que é hoje.

O livro está em vias de sofrer uma mutação tecnológica que é compreendida por alguns como sua morte e por outros, como um grande salto em sua trajetória. Um dos objetos de maior prazer cultural pode ganhar de vez o mundo abstrato. Pesquisas demonstram que o computador já superou a televisão como fonte de entretenimento. No mundo há mais de 1,5 bilhões de internautas, então, para continuar existindo, o livro terá de se adaptar à digitalização do mundo. Não há como resistir a uma geração totalmente digital. Depois de Gutemberg, sem dúvidas, o livro virtual é a maior revolução em termos de democratização do acesso à leitura. Um produto que sempre foi símbolo de status social, econômico e cultural está prestes a ficar mais acessível!

Nos EUA, aparelhos como o Kindle, o leitor digital da Amazon, têm muitos adeptos. E uma versão deste aparelho será comercializada agora no Brasil. A gigante Google, por meio do projeto Google Book Search (GBS), já escaneou mais de 5 milhões de documentos.

A pretensão é tentadora: todos os livros do mundo ao alcance de um toque. Para que carregar, manusear e guardar livros se há a possibilidade de se ter inúmeras obras armazenadas no computador ou acessadas por meio de celulares? Mais livros por um preço bem menor!

(Trechos de um artigo de Daniel Campos - Poeta, escritor, jornalista, autor de 25 livros e do portal da poesia/Literatura)

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