sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
EUA e Japão lançarão novo satélite para medir chuvas e neve na Terra
As agências espaciais americana e japonesa, Nasa e Jaxa, anunciaram nesta quinta-feira (26) que lançarão ao espaço um novo satélite de missão internacional para oferecer informações de precipitação e de queda de neve mundialmente. O satélite Global Precipitation Measurement (GPM) será levado ao espaço a bordo de um foguete japonês no dia 27 de fevereiro.
Os dados oferecidos pelo GPM serão usados para calibrar as medidas de precipitação feitas por uma rede internacional de satélites parceiros e quantificará quando, onde e quanto chove ou neva ao redor do mundo, afirma a Nasa.
Segundo representantes das duas agências, o satélite ajudará nas pesquisas ambientais, deverá melhorar a previsão do tempo e colaborar para o entendimento de como o clima impacta a agricultura, a disponibilidade de água e a resposta a desastres naturais.
O GPM ainda poderia ajudar países asiáticos que sofrem com inundações ao oferecer dados para sistemas de alerta, afirma em nota Shizuo Yamamoto, diretor executivo da Jaxa.
Segundo a Nasa, o novo satélite é equipado com instrumentos capazes de detectar precipitação (leve e pesada) e neve em 13 frequências diferentes, além de chuvas de gelo e o tamanho e a distribuição de gotas de chuva, flocos de neve e partículas de gelo.
G1
Ilha japonesa surgida de erupção cresce e se une a outra
A ilha japonesa surgida recentemente cerca de mil quilômetros ao sul de Tóquio devido à forte atividade vulcânica se uniu à vizinha ilha de Nishinoshima, segundo informou a Guarda Costeira japonesa.
Um avião da Guarda confirmou que a pequena ilha surgida no oceano Pacífico seguiu crescendo até ter uma extensão de 15 hectares e ficar praticamente grudada à desabitada ilha vulcânica de Nishinoshima.
Por essa razão, a nova ilha, que tinha sido batizada provisoriamente como Niijima ou Shinto (duas maneiras de dizer Ilha Nova em japonês) e cuja formação foi divulgada pela Guarda Costeira no último dia 21 de novembro, finalmente não receberá um nome.
A nova formação aumentou até em oito vezes de tamanho desde que surgiu por causa das erupções vulcânicas e calcula-se que a altura que já alcançou a cratera, que segue ativa, é de 50 metros sobre o nível do mar.
Além disso, os especialistas não descartam que a ilha siga se expandindo ainda mais.
Nishinoshima se encontra a 130 quilômetros da ilha habitada mais próxima, motivo pelo qual se considera que sua atividade vulcânica não põe nenhuma população em perigo.
Esta é a primeira erupção que acontece junto a Nishinoshima em cerca de 40 anos, depois que esta ilha aumentou seu tamanho entre 1973 e 1974 devido também à intensa atividade vulcânica.
Exame.com
6 substâncias que não dão a mínima para as leis da física
A física é uma grande sacana em que não se pode confiar. Basta caminhar para um penhasco e ver como ela está disposta a dar um chute no traseiro até dos maiores amantes da ciência apenas para provar que está certa. Felizmente, a humanidade tem as suas formas de enganá-la, com as leis da matéria e do movimento. Nós já mostramos em outros artigos, mas vale a pena reiterar que os gênios modernos são mais do que capazes de lograr a física com as irmãs gêmeas inovação e tecnologia.
6. O grafeno pode fazer quase tudo
Visível a olho humano em uma camada de apenas um átomo de espessura, capaz de dobrar-se em formas que fariam a minha mãe corar (e olha que isso não é pouca coisa) e muito provavelmente o material mais forte do mundo: o grafeno é, sem dúvida, um valentão de primeira.
Na verdade, ele mostra suas propriedades incríveis em quase todos os campos de força e condutividade. Ele transporta os elétrons 10 vezes mais rápido do que o silício e em breve poderá substituí-lo como material principal para transistores e peças de computador. Se isso não é impressionante o suficiente para você, que tal o fato de que o grafeno é tecnicamente um plástico, por isso não deveria ter nenhum papel em conduzir eletricidade – no entanto, ele desempenha esse papel melhor do que ninguém?
Estamos falando de uma condutividade que permite carregar iPhones em cinco segundos. Imagine um mundo com os carros elétricos que recarregam tão rapidamente quanto levariam para encher o tanque com gasolina, ou telefones de plástico dobráveis tão finos como uma folha de papel que recarregam no instante em que você os conecta no carregador. É exatamente esse tipo de coisa que o grafeno oferece.
E depois há a pequena questão de sua força. Misture o grafeno com metais e terá aumentado a sua resistência em 500 vezes. Também há o aerogel grafeno, um dos materiais mais leves do mundo. Um pequeno cilindro do aerogel grafeno pode ser colocado sobre uma flor e não chegar nem perto de amassar as suas pétalas.
5. LiquiGlide faz a fricção de boba
LiquiGlide é um revestimento insano e super escorregadio que impede literalmente o aderimento de qualquer coisa a ele. Os GIFs abaixo mostram o produto em ação. Veja uma garrafa de ketchup revestida com LiquiGlide:
A preocupação óbvia (uma vez que o produto está sendo demonstrado em recipientes de comida) é se o material é ou não seguro para o consumo. Afinal, mesmo maionese antiaderente não vale a pena se lhe dá uma noite de dor e intestinos antiaderentes. Não temais: LiquiGlide é feito de materiais completamente comestíveis e é insípido. Sinta-se livre para revestir seus pratos com a substância e nunca mais se preocupar com a hora de lavar a louça!
Claro, você terá que se preocupar com o menor movimento descuidado, que pode mandar seu macarrão com queijo voando do seu prato para o outro lado da sala de jantar – mas, ei, apenas aplique LiquiGlide nas paredes e está tudo certo. E no piso. E no sofá. Passe LiquiGlide em tudo.
Quem teria pensado que o mundo acabaria desta forma? Não com um estrondo, mas com o barulho sutil de tudo na Terra deslizando suavemente para longe no espaço.
4. Baterias em spray para transformar qualquer coisa em uma fonte de alimentação
Uma das maiores lutas diárias da vida moderna é o flagelo da bateria vazia. Se você já esteve se guiando pelo GPS do celular para um lugar totalmente desconhecido quando ele te deixou na mão, a ciência está aqui para resolver seus problemas.
Pesquisadores da Universidade Rice não são os primeiros a abordarem a questão da bateria, mas a sua solução é de longe a mais elegante. Eles estão planejando dar adeus à bateria convencional e substituí-la com um composto que pode ser aplicado com spray em qualquer superfície.
Veja como funciona: uma bateria de íons de lítio convencional é feita de ânodo, cátodo e eletrólito. Estes ingredientes são montados para formar a bateria física que todos nós conhecemos e com a qual nos decepcionamos constantemente. Os cientistas a transformaram em uma versão spray simplesmente através da liquefacção de cada um dos componentes – presumivelmente enquanto acariciavam um gato branco e resmungavam sobre como eles falharam pela última vez, ao melhor estilo de vilão de Hollywood.
A técnica parece funcionar em praticamente qualquer material, desde aço, indo para madeira, chegando até mesmo a… canecas de cerveja inovadoras? Ninguém disse que você precisava fazer ciência sóbrio, não é?
Tudo que você tem a fazer é pulverizar a bateria sobre uma superfície e começar a alimentar o seu dispositivo instantaneamente.
No entanto, por mais atraente que possa parecer ligar o seu computador portátil deste jeito, vale a pena lembrar que a tecnologia não está exatamente em fase comercial ainda. Construir uma bateria em spray funcional requer várias camadas de diferentes “tintas”, e anexar uma ao seu gadget preferido requer um pouco de fiação criativa.
3. Polímero “Exterminador do Futuro” que se cura sozinho
As substâncias autocura que a ciência conseguiu desenvolver no passado foram de uma qualidade relativamente baixa, consertando apenas pequenas fissuras com resina de uma forma que é mais próxima ao modo como o corpo cura lentamente pequenas feridas. O que estamos prestes a te mostrar é algo completamente diferente. Conheça o primeiro polímero realmente autocurável do mundo:
aqui vai um passo-a-passo. Primeiro, eles cortaram um pedaço da coisa pela metade.
Em seguida, eles colocaram as peças juntas novamente e saíramm, por exemplo, para almoçar por duas horas.
então… Ah meu pai, isso não pode ser real!
Finalmente, um descrente apavorado agarra a peça restaurada e a estica, tentando encontrar provas da ferida, mas não descobre nada.
O polímero pode realmente se curar de basicamente qualquer dano dentro de um par de horas e com uma eficiência de 97%, representando, assim, uma ameaça para o superpoder de cura do Wolverine. Não é apenas um produto extravagante de cientistas – na verdade, o material é barato, bastante simples de fazer e possivelmente estará disponível em breve para todos. Os pesquisadores até apelidaram o material de “Terminator Polymer”, como uma homenagem à famosa máquina de matar de metal líquido de autocura de O Exterminador do Futuro.
2. Metamaterial metamorfo que tem memória
Pesquisadores da Universidade de Cornell recentemente se depararam com um tipo de metamaterial de DNA metamorfo – um hidrogel sintético que pode lembrar a sua forma original e voltar a ela.
No começo, é apenas o líquido em um prato. Ei, vamos adicionar um pouco de água e ver o que acontece.
Espera, isto está se movendo por conta própria?
É quase como se essas manchas vermelhas estivessem formando uma espécie de… Ah meu Deus, está tentando se comunicar!
Essas letras que soletram “DNA” eram, na verdade, a forma original do material e a adição de água agiu como um sinal para que ele retomasse seu formato. O material também consegue realizar o mesmo truque em 3D.
Apesar de soar como um daqueles animais de brinquedo que você colocava na água e que cresciam até virarem uma coisa grande e viscosa, quem pensa assim está enganado. Na verdade, o que está acontecendo aqui é tão estranho que até mesmo os próprios cientistas não são capazes de explicar exatamente como funciona.
Mas, ei, não se preocupe com o fato de que os acadêmicos creem que esse material se compara a um famoso monstro tecnológico assassino, que está além de sua compreensão e sobre o qual eles não têm absolutamente nenhum controle. Quer dizer, provavelmente você deveria se preocupar, mas o que diabos você pode fazer a respeito?
1. Starlite é imune ao calor (e explosões nucleares)
Starlite pode soar como um membro particularmente infeliz dos X-Men da década de 1990, porém, na verdade, é praticamente a substância mais legal do mundo. Este material pode suportar temperaturas extremamente altas e permanecer inalterado.
O Starlite não é o produto de uma equipe profissional de pesquisa ou mesmo um acidente radioativo numa discoteca russa que produziu o super-herói mais descontraído desde Gelado, de “Os Incríveis”. O material foi inventado por um químico amador talentoso chamado Maurice Ward, que de alguma forma conseguiu cozinhá-lo em sua casa, há duas décadas. Desde então, passou a se tornar um dos segredos mais bem guardados do mundo da ciência.
Aqui temos um ovo perfeitamente normal, sendo aquecido com um maçarico de oxi-acetileno.
O apresentador, em seguida, pega o ovo super aquecido como se não fosse grande coisa, apesar de sua superfície ter sido exposta a 3315° C, o ponto de fusão do diamante.
Depois, ele quebra o ovo para nos mostrar que ele não está nem mesmo ligeiramente cozido.
Aqui está o que acontece com papel normal, sob a tocha de acetileno:
E aqui está como papel revestido de Starlite se comporta, em comparação:
Inicialmente, os cientistas se recusavam a acreditar nas propriedades quase mágicas do Starlite, o que não era surpreendente, considerando o seu nome piegas e requintado local de nascimento da “cozinha de um cara”. Alguns acreditam que é uma farsa; outros, uma conspiração. No entanto, teste após teste após teste, realizados por todos os tipos de peritos independentes, mostraram que poderia fazer tudo o que prometia e mais: pesquisadores militares obtiveram uma amostra e a submeteram a temperaturas próximas a mais de 5500° C e até mesmo a um flash nuclear equivalente a 75 Hiroshimas. Esse pequeno chamuscado que pode ser observado abaixo é o único prejuízo registrado.
Ambas Boeing e NASA manifestaram interesse na subtância, visto que esta poderia revolucionar o mundo. Ward chegou a negociar a venda do produto, que não deu certo porque ele se recusou a dar a receita para o Starlite. Ele iria licenciar a produção tanto quanto quisessem, contudo exigia que a receita continuasse exclusivamente sob seu poder. Ele até mesmo recusou-se a patentear o composto, uma vez que isto o obrigaria a revelar seus segredos.
Infelizmente, Ward morreu em 2011, e Starlite está longe de ser visto. Ainda assim, há esperanças: há rumores de que a família de Ward está em posse da receita, de modo que, a não ser que o governo norte-americano a tenha declarado Top Secret – o que pode ter realmente acontecido – você ainda pode ter a chance de, um dia, deslizar pelas ondas de lava de um vulcão em uma prancha super-resistente.
Superinteressante.com
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Capacidade de suporte do planeta pede precisão
Qual é o tamanho da “pegada” da humanidade no planeta? Depende da medida.
Desde meados dos anos 90, ambientalistas, políticos, pesquisadores e outras pessoas usam um conceito chamado de “pegada ecológica” para quantificar a saúde relativa do planeta sob a influência da atividade humana. De acordo com essa medida, nossa pegada superou o planeta em que caminhamos: atualmente, seres humanos usam 1,5 Terra para sustentar seu bem-estar.
O conceito deu origem a um falso feriado, chamado de “dia do exagero”, que marca o ponto em que humanos gastam os recursos naturais que deveriam durar o ano todo. Neste ano, o feriado foi em 20 de agosto.
Uma nova análise, porém, sugere que o tamanho da pegada de nossas sete bilhões de pessoas foi medida de maneira errada. “A pegada ecológica original é uma boa metáfora e uma boa maneira de nos fazer pensar a respeito do sobreuso do planeta, mas o que nós realmente queremos de uma pegada é que ela seja uma ferramenta de administração”, observa Peter Kareiva, coautor do estudo, publicado em 5 de novembro na PloS Biology.
Kareiva é cientista-chefe do The Nature Conservacy, um grupo ambiental que usa o conceito de pegada ecológica de vez em quando. Mas agora ele está pedindo uma medida melhor. “Eu gostaria que as pessoas não ficassem satisfeitas com a pegada ecológica atual, e que tentassem encontrar técnicas que realmente medissem a água, o solo, e todas as maneiras que usamos para degradar nossos ecossistemas para que essas técnicas se tornassem medidas que podem ser usadas administrativamente”, declara Kareiva.
Em seu nível mais fundamental, a pegada ecológica incorpora seis medidas – cobertura urbana, dióxido de carbono, poluição, campos agrícolas, pescarias, florestas e pastagens – para revelar “a área agregada de ecossistemas de terra e água exigidos por populações específicas de seres humanos para produzir os bens e serviços de ecossistemas que eles consumem e para assimilar seus resíduos de carbono”. Ou pelo menos essa é a definição de William Rees, pesquisador de planejamento urbano da University of British Columbia, e Mathis Wackernagel, diretor da Global Footprint Network, que se uniram para desenvolver a medida.
A essência do caso contra a pegada é que, pelo menos em nível global, toda a medida se resume à assimilação de CO2. Isso acontece porque, por definição, terras cultiváveis, pastagens e outras métricas de terras e oceanos que usamos não podem exceder o tamanho do planeta, como até Rees e Wackernagel reconhecem. “Ao contrário de nações e regiões, a Terra não pode ‘importar’ a biocapacidade de terras cultiváveis e, portanto, não pode apresentar um déficit”, escreveram Rees e Wackernagel em resposta à crítica.
Assim, do ponto de vista global, a acumulação de CO2 na atmosfera é a única razão de a pegada ecológica da humanidade ser maior que a própria Terra. O que o tamanho da pegada significa em termos físicos é que o mundo não tem florestas suficientes para absorver todo o excesso de CO2 da queima que a humanidade faz de combustíveis fósseis, além de outras atividades. “Isso nos diz que florestas não estão absorvendo todas as emissões industriais, mas todo mundo já sabia disso antes”, aponta Linus Blomqvist, diretor do Programa de Conservação e Desenvolvimento do Instituto Breakthrough, um think-tank neo-ambiental. A pegada ecológica, de acordo com ele, é uma “tentativa fracassada de medir a capacidade de suporte”.
A humanidade poderia reduzir o tamanho de sua pegada ao aumentar dramaticamente a absorção de carbono das árvores do mundo – substituindo, por exemplo, florestas por plantações de árvores que crescem rápido, como eucaliptos. Mas isso dificilmente seria bom para o planeta, aponta Kareiva, porque florestas naturais trazem outros benefícios, como abrigar uma diversidade de animais, fungos, insetos, micróbios e plantas. E a pegada também não revela nada específico a respeito do possível sobreuso de terras cultiváveis ou pastagens, desmatamento global ou mesmo o impacto da expansão urbana.
A alternativa preferida de Kareiva é o que ele chama de “Projeto Genoma Terrestre” – uma compilação de dados que se resume ao nível local de uso de água, degradação do solo e, sim, gases estufa e outras formas de poluição do ar.
Um sistema assim revelaria se o lençol freático local estaria diminuindo ou se a pastagem estaria intensa demais em uma região específica – exatamente o tipo de julgamentos que a pegada global não serve para fazer. “Você poderia usar uma terra árida em excesso e convertê-la permanentemente em deserto – esse é um limite local”, explica Kareiva. “Precisamos procurar limites porque eles nos dizem o risco do próximo nível de degradação”.
A pegada ecológica, porém, pode revelar conexões importantes em níveis nacionais e internacionais, apontam Rees e Wackernagel. Então, por exemplo, mesmo que canadenses tenham uma pegada pequena, o excedente das terras cultiváveis, florestas e pescarias do Canadá é essencialmente exportado para países como os Estados Unidos e a China, que têm pegadas muito grandes. “A maioria dos países está em déficit ecológico, cada vez mais dependentes de trocas potencialmente incertas de biocapacidade”, escreveram Rees e Wackernagel. “O que poderia ser ganho ao se ignorar a avaliação das pegadas?”
Desde meados dos anos 90, ambientalistas, políticos, pesquisadores e outras pessoas usam um conceito chamado de “pegada ecológica” para quantificar a saúde relativa do planeta sob a influência da atividade humana. De acordo com essa medida, nossa pegada superou o planeta em que caminhamos: atualmente, seres humanos usam 1,5 Terra para sustentar seu bem-estar.
O conceito deu origem a um falso feriado, chamado de “dia do exagero”, que marca o ponto em que humanos gastam os recursos naturais que deveriam durar o ano todo. Neste ano, o feriado foi em 20 de agosto.
Uma nova análise, porém, sugere que o tamanho da pegada de nossas sete bilhões de pessoas foi medida de maneira errada. “A pegada ecológica original é uma boa metáfora e uma boa maneira de nos fazer pensar a respeito do sobreuso do planeta, mas o que nós realmente queremos de uma pegada é que ela seja uma ferramenta de administração”, observa Peter Kareiva, coautor do estudo, publicado em 5 de novembro na PloS Biology.
Kareiva é cientista-chefe do The Nature Conservacy, um grupo ambiental que usa o conceito de pegada ecológica de vez em quando. Mas agora ele está pedindo uma medida melhor. “Eu gostaria que as pessoas não ficassem satisfeitas com a pegada ecológica atual, e que tentassem encontrar técnicas que realmente medissem a água, o solo, e todas as maneiras que usamos para degradar nossos ecossistemas para que essas técnicas se tornassem medidas que podem ser usadas administrativamente”, declara Kareiva.
Em seu nível mais fundamental, a pegada ecológica incorpora seis medidas – cobertura urbana, dióxido de carbono, poluição, campos agrícolas, pescarias, florestas e pastagens – para revelar “a área agregada de ecossistemas de terra e água exigidos por populações específicas de seres humanos para produzir os bens e serviços de ecossistemas que eles consumem e para assimilar seus resíduos de carbono”. Ou pelo menos essa é a definição de William Rees, pesquisador de planejamento urbano da University of British Columbia, e Mathis Wackernagel, diretor da Global Footprint Network, que se uniram para desenvolver a medida.
A essência do caso contra a pegada é que, pelo menos em nível global, toda a medida se resume à assimilação de CO2. Isso acontece porque, por definição, terras cultiváveis, pastagens e outras métricas de terras e oceanos que usamos não podem exceder o tamanho do planeta, como até Rees e Wackernagel reconhecem. “Ao contrário de nações e regiões, a Terra não pode ‘importar’ a biocapacidade de terras cultiváveis e, portanto, não pode apresentar um déficit”, escreveram Rees e Wackernagel em resposta à crítica.
Assim, do ponto de vista global, a acumulação de CO2 na atmosfera é a única razão de a pegada ecológica da humanidade ser maior que a própria Terra. O que o tamanho da pegada significa em termos físicos é que o mundo não tem florestas suficientes para absorver todo o excesso de CO2 da queima que a humanidade faz de combustíveis fósseis, além de outras atividades. “Isso nos diz que florestas não estão absorvendo todas as emissões industriais, mas todo mundo já sabia disso antes”, aponta Linus Blomqvist, diretor do Programa de Conservação e Desenvolvimento do Instituto Breakthrough, um think-tank neo-ambiental. A pegada ecológica, de acordo com ele, é uma “tentativa fracassada de medir a capacidade de suporte”.
A humanidade poderia reduzir o tamanho de sua pegada ao aumentar dramaticamente a absorção de carbono das árvores do mundo – substituindo, por exemplo, florestas por plantações de árvores que crescem rápido, como eucaliptos. Mas isso dificilmente seria bom para o planeta, aponta Kareiva, porque florestas naturais trazem outros benefícios, como abrigar uma diversidade de animais, fungos, insetos, micróbios e plantas. E a pegada também não revela nada específico a respeito do possível sobreuso de terras cultiváveis ou pastagens, desmatamento global ou mesmo o impacto da expansão urbana.
A alternativa preferida de Kareiva é o que ele chama de “Projeto Genoma Terrestre” – uma compilação de dados que se resume ao nível local de uso de água, degradação do solo e, sim, gases estufa e outras formas de poluição do ar.
Um sistema assim revelaria se o lençol freático local estaria diminuindo ou se a pastagem estaria intensa demais em uma região específica – exatamente o tipo de julgamentos que a pegada global não serve para fazer. “Você poderia usar uma terra árida em excesso e convertê-la permanentemente em deserto – esse é um limite local”, explica Kareiva. “Precisamos procurar limites porque eles nos dizem o risco do próximo nível de degradação”.
A pegada ecológica, porém, pode revelar conexões importantes em níveis nacionais e internacionais, apontam Rees e Wackernagel. Então, por exemplo, mesmo que canadenses tenham uma pegada pequena, o excedente das terras cultiváveis, florestas e pescarias do Canadá é essencialmente exportado para países como os Estados Unidos e a China, que têm pegadas muito grandes. “A maioria dos países está em déficit ecológico, cada vez mais dependentes de trocas potencialmente incertas de biocapacidade”, escreveram Rees e Wackernagel. “O que poderia ser ganho ao se ignorar a avaliação das pegadas?”
Scientific American
Robô na Lua ficará desligado por 15 dias devido ao frio
O primeiro robô de exploração chinês na Lua, Yutu ("Coelho de Jade"), foi desligado e permanecerá inativo durante duas semanas para não ser afetado pelas baixas temperaturas da noite lunar, informaram os cientistas responsáveis pelo projeto à agência oficial "Xinhua".
Estava previsto que o robô detivesse sua atividade por volta da 1h local (15h de quarta-feira em Brasília), 20 horas depois que também fosse desativada a sonda lunar Chang E 3, que transportou o Yutu até o satélite terrestre.
A noite lunar dura duas semanas e durante ela a superfície selenita pode alcançar temperaturas de até 180 graus abaixo de zero, motivo pelo qual os especialistas consideram que o robô explorador deve permanecer desligado até que as condições meteorológicas sejam melhores.
A Chang E 3 aterrissou na Lua no último dia 14 de dezembro, mais de 37 anos depois que a União Soviética realizou o último pouso controlado no satélite, e o Coelho de Jade começou a rodar por sua superfície poucas horas depois.
Apenas Estados Unidos e União Soviética tinham conseguido antes da China alunissagens controladas, e apenas os russos já tinham enviado robôs de exploração na Lua.
O Coelho de Jade, dotado de câmeras e um braço articulado para realizar escavações, examinará a geologia lunar e buscará recursos naturais durante três meses, e a sonda Chang E 3, que também realiza trabalhos de pesquisa, estará ativa durante um ano.
A próxima missão lunar chinesa, Chang E 4, está prevista para 2015, enquanto em 2017 se prevê que a sonda Chang E 5 comece a nova fase do programa espacial chinês e retorne à Terra para levar amostras extraídas da Lua.
Exame.com
Serviço de meteorologia fará 'previsões do tempo no espaço'
O serviço, que funcionará 24 horas, pretender ajudar empresas e departamentos
governamentais a saber com antecedência sobre tempestades solares que podem
interromper o funcionamento de satélites, comunicações por rádio e redes
elétricas.
A primeira previsão deve acontecer por volta de março ou abril de 2014,
durante a primavera no hemisfério norte.
O Departamento de Negócios do governo britânico irá financiar o projeto com
4,6 milhões de libras (R$ 17,7 milhões) durante os próximos três anos.
O Met Office pretende desenvolver melhores maneiras de prever o tempo no
espaço em colaboração com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos
Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
Tempestades solares
As "condições de tempo" no espaço são determinadas por partículas energéticas
do Sol.
Proeminências solares (espécie de labaredas que se destacam da superfície do
Sol) e erupções na atmosfera solar - conhecidas como ejeções de massa coronal -
são fontes poderosas de tempestades solares potencialmente destrutivas.
Elas tem o potencial de prejudicar componentes sensíveis de satélites e
induzir sobrecargas elétricas que são fortes o suficiente para derrubar redes de
distribuição de energia na Terra.
Um grande blecaute em Québec, no Canadá, em 1989, foi atribuído a uma
tempestade solar.
A atividade do Sol atinge seu ápice a cada 11 anos, quando as emissões
solares se tornam mais intensas. A estrela está atualmente em uma dessas
fases.
"A ciência do tempo espacial é relativamente pouco desenvolvida, mas o
conhecimento sobre ela está aumentando rapidamente", disse Mark Gibbs, chefe da
divisão de tempo espacial no Met Office.
O projeto do órgão, segundo ele, pretende "acelerar o desenvolvimento de
melhores modelos do clima no espaço e de sistemas de previsão que tornem mais
eficiente o uso dos dados sobre o tempo espacial".
BBC
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
FELIZ NATAL
"Que neste natal cada ser humano procure doar um pouco de si.
Não somente em coisas materiais, mas principalmente em pequenos gestos para com o próximo."
Que o seu Natal seja brilhante de alegria, iluminado de amor e o Ano Novo cheio de esperança.
Com órbita 'caótica', Mercúrio pode se perder do Sistema Solar, diz estudo
Sistemas solares organizam os planetas que os compõem de tempos em tempos, mas isso ocorre de forma conturbada e com instabilidades orbitais que afetam em especial os planetas localizados próximos a seu centro. Isso é o que afirma um estudo divulgado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Science nesta segunda-feira (23).
Conduzido por cientistas ligados à Northwestern University, nos Estados Unidos, o estudo cita a instável órbita de Mercúrio —o planeta que em nosso Sistema Solar localiza-se mais próximo do Sol— como uma evidência dessa organização confusa.
O estudo afirma que graças a sua "particularmente caótica" órbita, Mercúrio pode até mesmo se perder do Sistema Solar daqui a 5 bilhões de anos.
O caos ocorrido com sua órbita, ainda segundo o estudo, encontra paralelo também com a órbita de Marte (um dos planetas mais leves de nosso sistema).
Os astrônomos autores da pesquisa afirmam que a tendência apontada por eles foi possível de ser observada também em outros sistemas extra-solares, nas órbitas dos chamados planetas do tipo Júpiter quente (classe de planetas extrassolares que possuem massa similar à de Júpiter).
Mercúrio encolhe
Nos últimos dias, a descoberta de que o planeta vizinho ao Sol vem diminuindo de tamanho a uma intensidade maior do que se pensava surpreendeu astrônomos.
Cientistas afirmam que o encolhimento do planeta é da ordem de 11,4 quilômetros em seu diâmetro, e que ele teria diminuído isso desde a criação do Sistema Solar, 4,5 bilhões de anos atrás. Dados de pesquisas anteriores apontavam um encolhimento em apenas dois ou três quilômetros em seu diâmetro.
A razão para isso estaria na composição do planeta, que vem esfriando ao longo dos anos.
Descoberto grande reservatório de água sob o gelo da Groenlândia
Um grande reservatório de água, equivalente em área ao território da Irlanda, foi descoberto debaixo da cobertura de gelo da Groenlândia e pode fornecer respostas para um dos grandes enigmas das mudanças climáticas.
Em 2011, cientistas americanos cruzaram a cobertura de gelo do sul da Groenlândia em uma expedição para coletar testemunhos de gelo, uma referência da queda anual de neve.
Eles ficaram assombrados ao perfurar uma camada de neve comprimida denominada 'firn' e, ao invés de uma esponja congelada a 10 metros de profundidade, como era esperado, eles encontraram água líquida e grânulos de gelo.
Os cientistas, então, fizeram outra perfuração a alguns quilômetros dali e obtiveram o mesmo resultado ao atingir a camada de neve 'firn' a 25 metros.
Em 2011, cientistas americanos cruzaram a cobertura de gelo do sul da Groenlândia em uma expedição para coletar testemunhos de gelo, uma referência da queda anual de neve.
Eles ficaram assombrados ao perfurar uma camada de neve comprimida denominada 'firn' e, ao invés de uma esponja congelada a 10 metros de profundidade, como era esperado, eles encontraram água líquida e grânulos de gelo.
Os cientistas, então, fizeram outra perfuração a alguns quilômetros dali e obtiveram o mesmo resultado ao atingir a camada de neve 'firn' a 25 metros.
Em busca de uma resposta para esta água misteriosa, um avião da Nasa equipado com um radar de mapeamento de terreno foi levado para sobrevoar a região, assim como um radar de penetração no solo, puxado por um snowmobile.
O radar retornou reflexos brilhantes, indicando a presença de um grande reservatório de água sob o gelo.
Estendendo-se para o flanco sul da Groenlândia, a água escondida cobre uma área de 70 quilômetros quadrados. É encontrada em profundidades sob o gelo que variam de 5 a 50 metros.
A maior raspadinha do mundo? Segundo artigo publicado no domingo na revista Nature Geoscience, acredita-se que o reservatório contenha neve derretida no verão anterior.
Ele funciona de forma similar a um aquífero subterrâneo, que é uma rocha esponjosa que armazena água em seus espaços.
Neste caso, os espaços de ar na neve 'firn' são ocupados por água, resultando em algo similar ao gelo batido de uma sobremesa popular conhecida como raspadinha.
"O fato surpreendente é que o suco nesta neve nunca se congela, mesmo no escuro inverno da Groenlândia", afirmou Rick Forster, professor de geografia da Universidade de Utah, que chefiou a missão.
"Grandes quantidades de neve caem na superfície posterior no verão e rapidamente isolam a água das temperaturas do ar abaixo do congelamento da parte superior, permitindo à água perdurar por todo o ano", continuou.
O reservatório secreto parece existir por algum tempo e não foi provocado pelo aquecimento global, acreditam os cientistas.
Neste caso, os espaços de ar na neve 'firn' são ocupados por água, resultando em algo similar ao gelo batido de uma sobremesa popular conhecida como raspadinha.
"O fato surpreendente é que o suco nesta neve nunca se congela, mesmo no escuro inverno da Groenlândia", afirmou Rick Forster, professor de geografia da Universidade de Utah, que chefiou a missão.
"Grandes quantidades de neve caem na superfície posterior no verão e rapidamente isolam a água das temperaturas do ar abaixo do congelamento da parte superior, permitindo à água perdurar por todo o ano", continuou.
O reservatório secreto parece existir por algum tempo e não foi provocado pelo aquecimento global, acreditam os cientistas.
Mas eles acrescentaram que poderia ajudar a compreender o destino da cobertura de gelo, uma questão chave da ciência climática.
Uma poderosa placa de gelo com espessura de cerca de 1.500 metros, a Groenlândia sofre um degelo sem precedentes, à medida que o aquecimento global se acelera.
Em 2012, a cobertura de gelo perdeu um recorde de 150 quilômetros cúbicos em volume, transformando esta no maior contribuinte único para a elevação do nível do mar no mundo, afirmou Forster.
Se a cobertura de gelo derreter totalmente, poderia fazer o nível do mar subir cerca de 7 metros.
Este é um cenário catastrófico que a maioria dos cientistas descarta, mas, mesmo a perda de uma grande parte, ainda inundaria cidades costeiras vulneráveis.
Uma poderosa placa de gelo com espessura de cerca de 1.500 metros, a Groenlândia sofre um degelo sem precedentes, à medida que o aquecimento global se acelera.
Em 2012, a cobertura de gelo perdeu um recorde de 150 quilômetros cúbicos em volume, transformando esta no maior contribuinte único para a elevação do nível do mar no mundo, afirmou Forster.
Se a cobertura de gelo derreter totalmente, poderia fazer o nível do mar subir cerca de 7 metros.
Este é um cenário catastrófico que a maioria dos cientistas descarta, mas, mesmo a perda de uma grande parte, ainda inundaria cidades costeiras vulneráveis.
A descoberta do reservatório subglacial que dura todo o ano põe por terra todas as simulações de computador que tentaram estimar este movimento hídrico.
As simulações costumam ter água chegando aos rios, lagos e corpos hídricos subglaciais que eventualmente chegam para o mar ou correm para a cobertura de gelo através de fendas e acabam congelando.
O próximo passo é determinar se o reservatório ajuda ou retarda a sobrevida da cobertura de gelo da Groenlândia.
"Ele pode conservar o fluxo de água de degelo e, assim, ajudaria a reduzir os efeitos das mudanças climáticas", disse Forster.
As simulações costumam ter água chegando aos rios, lagos e corpos hídricos subglaciais que eventualmente chegam para o mar ou correm para a cobertura de gelo através de fendas e acabam congelando.
O próximo passo é determinar se o reservatório ajuda ou retarda a sobrevida da cobertura de gelo da Groenlândia.
"Ele pode conservar o fluxo de água de degelo e, assim, ajudaria a reduzir os efeitos das mudanças climáticas", disse Forster.
Mas também pode ter o efeito contrário, fornecendo lubrificação para as geleiras em movimento e exacerbando a velocidade do gelo e a quebra (do iceberg), aumentando a massa de degelo para o oceano em todo o mundo", concluiu.
Sonda europeia se aproxima de lua de Marte
A sonda europeia Mars Express passará a apenas 45 quilômetros da superfície da maior lua marciana, a Fobos. Esta será a maior aproximação desde que o equipamento está no espaço, há dez anos. A informação é da Agência Espacial Europeia (ESA).
Fobos
O voo ocorrerá no dia 29 de dezembro, mas será tão próximo e rápido que a sonda não será capaz de tirar fotos. Em vez disto, ela vai conseguir coletar informações sobre o campo gravitacional da lua e fornecer detalhes de sua estrutura interna.
Fobos é a segunda lua de Marte (Deimos é menor e está mais longe do Planeta Vermelho). Ela tem forma irregular e sua maior dimensão mede 27 quilômetros. Conhecer sua estrutura permitiria aos cientistas ter mais informações sobre a origem de ambas as luas.
Além de medir o campo gravitacional durante o voo rasante, a Mars Express também vai analisar a maneira como o vento solar afeta a superfície da lua.
Qual a quantidade que uma pessoa pode consumir de agrotóxico?
Ao entrar em um supermercado e caminhar entre frutas, verduras e legumes, é possível que você já tenha notado gôndolas destinadas apenas a alimentos orgânicos, que, dentre outras coisas, são cultivados sem o uso de agrotóxicos – assunto que vem ganhando destaque ao longo dos últimos anos no Brasil.
As atenções dos holofotes direcionam-se a constatações como a da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco): um dos maiores problemas no Brasil é o uso de muitos princípios ativos que já foram banidos em outros países. De acordo com um dossiê da Associação, dos 50 produtos mais utilizados nas lavouras brasileiras, 22 são proibidos na União Europeia, o que faz com que o país seja o maior consumidor de agrotóxicos já banidos em outros locais do mundo. “Quando um produto é banido em um país, deveria ser imediatamente em outros. Quando chega ao Brasil para fazer o banimento é um luta enorme das entidades sanitárias”, diz a médica toxicologista Lia Giraldo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/ Ministério da Saúde).
Em 2011, uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) em parceria com a Fiocruz comprovou que até mesmo o leite materno pode conter resíduos de agrotóxicos. O estudo coletou amostras em mulheres do município de Lucas do Rio Verde/MT, um dos maiores produtores de soja do país. Em 100% delas foi encontrado ao menos um tipo de princípio ativo. Em algumas, até 6 tipos.
Hoje, é difícil dissociar safras recordes e indústria química, responsável pela fabricação de herbicidas, inseticidas e fungicidas que matam e controlam a disseminação de plantas daninhas, insetos e fungos nas plantações. Só em 2012, 185 milhões de toneladas de grãos foram colhidas no Brasil. Números tão expressivos se justificam para além das extensões continentais do território brasileiro. Um sem-fim de opções tecnológicas para evitar perdas de produção está disponível aos agricultores. Dentre elas, mais de 1.640 agrotóxicos registrados para uso.
Um dos pontos importantes do processo político de incentivo ao uso de venenos no Brasil aconteceu na época do regime militar, quando, em 1975, foi instituído o Plano Nacional de Defensivos Agrícolas, que condicionava a obtenção de crédito rural pelos agricultores ao uso dos produtos químicos nas lavouras. “Foi também nesta época que apareceram as primeiras denúncias de contaminação de alimentos e intoxicação de trabalhadores rurais”, explica engenheiro agrônomo e consultor ambiental Walter Lazzarini, que teve participação ativa na formulação da Lei dos Agrotóxicos brasileira (7.802) em 1989.
A lei vigora até hoje, com algumas mudanças no texto original. O gargalo, porém, fica visível no cumprimento do que prevê a legislação. “Existe um descompasso entre a regra e os mecanismos para cumpri-la. O país investe menos do que deveria em fiscalização e monitoramento”, comenta Decio Zylbersztajn, professor e criador do Centro de Conhecimento em Agronegócios da FEA/USP.
Um estudo da USP revela que, entre 1999 e 2009, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) registrou 62 mil intoxicações por agrotóxico no país – uma média de 15,5 por dia. Apesar de altos, os números não refletem totalmente a realidade, já que projeções do próprio Sistema indicam que para cada caso de intoxicação notificado, 50 acabam no desconhecimento. “Faltam dados de registro das intoxicações para suportar a necessidade de uma política de fiscalização na aplicação”, alerta Lazzarini.
A repercussão dos números levanta debates entre movimentos civis e órgãos regulatórios. Aumentar a rigidez das fiscalizações e proibir o uso dos produtos químicos já banidos em outros países são algumas das exigências da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que reúne entidades, organizações civis e comunidade científica em Comitês Populares presentes em quase todos os estados brasileiros. Outra proposta da Campanha é a rotulação dos produtos alimentícios com as informações sobre os agrotóxicos utilizados.
Saúde é quantificável?Para a aprovação de novos agrotóxicos, são obrigatórios estudos conduzidos em animais de laboratório, que supostamente indicam a quantidade máxima de resíduos que uma pessoa pode consumir por dia. É o IDA: Índice Diário Aceitável.
De acordo com a Anvisa, a ingestão dentro do índice não causa dano à saúde. Mas a médica Lia Giraldo contesta a sua eficiência, uma vez que os testes não levam em conta concentrações prolongadas, mesmo que baixas. “Criou-se uma teoria de que o efeito é decorrente da quantidade e não do produto, das reações químicas. É uma teoria científica muito linear, dose-efeito, como se tudo dependesse só da quantidade. Essa ideia ainda está vigente na regulamentação”, explica. “O que se faz para aceitar os agrotóxicos no mercado são estudos experimentais em animais que tem vida muito curta. Não há tempo para eles desenvolverem as doenças crônicas degenerativas que os humanos manifestam por viverem mais”.
A intoxicação crônica, que se desenvolve ao longo de meses, anos ou até décadas, pode levar a doenças hepáticas e renais, câncer, malformação congênita, problemas de fertilidade, reprodução, além de distúrbios neurológicos, mentais e endócrinos. “Considero que os indicadores fazem uma inversão de complexidade. É anticientífico. Um ser humano é diferente do outro, cada organismo vai manifestar as alterações na sua singularidade. A saúde plena não pode ser garantida, mesmo se o indicador for respeitado”, diz Lia.
Um exemplo: o índice chega a um valor que permite que as pessoas comam um tomate e não morram intoxicadas. “Mas isso não quer dizer que se você comer um tomate todos os dias ao longo de anos você não desenvolva um câncer”, explica a médica. “Não existe quantidade ‘menos pior’. Temos que ser críticos. Há uma convenção baseada em um indicador que não tem sustentabilidade científica, embora se utilize de uma determinada ciência pra justificar sua existência”.
Além disso, analisar e identificar os efeitos combinados de diferentes substâncias químicas, em situações distintas de exposição (ar, água, solo, alimentos), são verdadeiros desafios para a ciência chegar a números que possam ser considerados seguros. “No cozimento quanto é degradado e se transforma em outras substâncias que podem ser até mais tóxicas? O ideal é garantir que não tenha resíduos, e pra isso seria necessário não ter agrotóxicos”.
Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo que representa o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio), também defende que “é equivocado supor que pequenas doses de veneno devem ser aceitas nos alimentos porque causam pequenos danos”. Para ele, a alternativa é buscar produtos orgânicos, que devem (e podem) ser disponibilizados para todos. “A produção em policultivo é maior por unidade de área, mais intensiva em mão de obra e menos demandante de insumos externos. Com ela é possível gerar ocupações produtivas, ampliar a oferta de alimentos e minimizar riscos de intoxicação, custos com a saúde”. (Leia a entrevista com Leonardo Melgarejo na íntegra no post anterior).
Lavar os alimentos resolve? Na verdade, a prática é importante apenas para higienizá-los, mas não retira os produtos químicos, já que os resíduos circulam nos tecidos vegetais pela seiva. “O agrotóxico é utilizado por todo o ciclo da produção e atinge a planta sistemicamente”, explica a médica.
A Anvisa também alerta que mesmo os chamados agrotóxicos “de contato”, que agem externamente no vegetal, podem ser absorvidos pelas porosidades da planta. A Agência aconselha que produtos in natura devem vir de fornecedores qualificados pelo cumprimento das Boas Práticas Agrícolas, como o respeito ao período de carência (intervalo entre a aplicação do agrotóxico e a colheita).
Superinteressante.com
sábado, 21 de dezembro de 2013
A duração do ano em diferentes mundos
É o que vai acontecer mais uma vez neste próximo dia 31 de dezembro: termina o ano de 2013 desde o nascimento de Jesus Cristo e inicia o ano de 2014.
Do ponto vista astronômico, um ano é o período de tempo que um planeta precisa para dar uma volta completa em torno da estrela que orbita.
No caso da Terra esse período é de 365,4 dias.
Vênus, mais próximo do Sol que a Terra, tem um ano de equivalente a 224,7 dias terrestres, enquanto em Marte, mais distante do Sol, esse período é de 687 dias da Terra.
Como a duração do ano da Terra é fracionada, ou seja, soma 365 dias e seis horas, a cada quatro anos um dia é acrescentado ao calendário e então temos o excepcional 29 de fevereiro, em vez do tradicional 28 que encerra esse mês.
É o chamado ano bissexto.
Um ano, é o período de tempo que a Terra precisa para completar uma volta em torno do Sol. Mas os horários variam de acordo com a posição do Sol sobre um ponto da superfície da Terra. E isso faz com que a meia noite em dado ponto de um lado do mundo corresponda o meio dia num ponto do hemisfério diametralmente oposto.
Isso faz também com que o ano chegue primeiro no Japão, que, por exemplo, no Brasil.
O Sol nasce no Oriente, daí a palavra “orientar-se” que significa procurar uma localização pelo Sol, ainda que no uso cotidiano das palavras, nem sempre um falante se dá conta do que elas significam.
A duração do ano e mesmo do dia faz com que a contagem do tempo para naves espaciais que vão para outros planetas do Sistema Solar seja feita em sóis. Assim, uma nave pousada em marte tem seu Sol 1, Sol 2, Sol 3 e, assim, sucessivos sóis.
A duração do dia da Terra e em Marte, no entanto, tem 37 minutos de diferença.
O dia é mais longo em Marte que na Terra, mas isso não cria um descompasso muito grande, ao menos em comparação com o que acontece em Vênus, por exemplo.
Em Vênus, a duração do dia é mais longa que um ano e equivale a 243 dias da Terra.
Com anos mais longos em comparação ao que ocorre na Terra, seríamos mais jovens em Marte que na Terra?
A resposta é sim, mas apenas como formalismo.
Na realidade, de acordo com a relatividade geral, em um corpo com menor massa e, portanto, menor gravidade, o tempo passa mais rapidamente que numa corpo de gravidade mais poderosa.
Assim, o tempo passa mais rapidamente em Marte que na Terra, o que pode fazer com que, no futuro, potenciais colonos mais vaidosos preferiam permanecer na Terra, em vez de se mudar para Marte.
A propósito, quando alguém nos pergunta, na portaria do hotel, na delegacia de polícia, ou no consultório médicos, a idade que temos (“quantos anos você tem?”) o que deseja saber, embora não tenha consciência clara disso, é quantas voltas já demos em torno do Sol.
E isso exatamente porque um ano significa uma volta inteira da Terra em torno do Sol.
Se você responde, ou escreve na ficha da portaria do hotel, que tem 30 anos, por exemplo, significa que já deu 30 voltas em torno do Sol.
Quer saber a distância que percorreu nesta caminhada em torno da estrela, sem nunca ter se dado conta de que se deslocava em alta velocidade?
Então multiplique sua idade por 950 milhões de quilômetros que é, aproximadamente, o comprimento da órbita da Terra em torno do Sol.
Deu 9,5 bilhões de quilômetros?
Pois é isso que você já viajou em torno de nossa estrela-mãe.
Quer saber a que velocidade você tem orbitado o Sol, desde que nasceu?
Divida 950 milhões por 365,4 dias e você terá a resposta: aproximadamente 108 mil quilômetros por hora, o que significa mais de 100 vezes a velocidade de um avião a jato comercial...
Mas você viajou mais que isso.
Na verdade, o Sol, levando junto seu colar planetário, também se desloca no braço de Órion, no corpo da galáxia em que vivemos, à velocidade de 72 mil quilômetros por hora.
Esse movimento, descoberto por William Herschel, um músico que se transformou no maior astrônomo de sua época, o século 18, chama-se ápex solar.
Mas mesmo o espaço está se expandindo, como um balão de aniversário inflado pelo ar pressionado pelos pulmões de uma pessoa.
Tudo está em movimento no imenso salão do Universo, onde galáxias, aglomerados galácticos e superaglomerados, dançam impulsionados pela ação da gravidade.
Quando for comemorar o ano que chega, despedindo-se do ano que vai, considere que no Universo tudo está repleto de movimento e por isso mesmo não faz qualquer sentido aceitar a idéia de que sua vida possa ficar paralisada, bloqueada, destituída de movimento por maior que seja o obstáculo que você tenha que enfrentar.
E aceite os cumprimentos e desejos de Feliz Natal e um maravilhoso Ano Novo por parte de toda a equipe que faz cada uma das edições de Scientific American Brasil.
Teremos uma curta parada de férias coletivas e retornamos no próximo dia 6 de janeiro.
Menos eu, Ulisses Capozzoli, que pego uma semana adicional e só reencontro cada um de vocês no próximo dia 13 de janeiro.
Um abraço a todos e obrigado pela ótima companhia ao longo de 2013.
Scientific American
Astronautas concluem caminhada espacial para consertar falha na ISS
Dois astronautas americanos da tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) saíram ao espaço neste sábado, na primeira de três incursões planejadas para reparar uma falha no sistema de arrefecimento da plataforma, informou a Nasa neste sábado.
A primeira caminhada começou às 10h21, no horário de Brasília. O objetivo da incursão era substituir uma bomba de um dos circuitos de refrigeração, cuja válvula está bloqueada, impedindo o fluxo normal do amoníaco necessário para manter a estação em uma temperatura adequada. Desde que o problema foi detectado pela primeira vez, em 11 de dezembro, a climatização da estação espacial depende de um segundo circuito de refrigeração.
A missão foi concluída com sucesso às 17h29. Os americanos Rick Mastracchio, 53 anos, e Mike Hopkins, 44, retornaram à câmara de despressurização da ISS após a primeira caminhada, que durou 5 horas e 29 minutos. "Foi um trabalho excelente e muito rápido", comentou um dos supervisores no centro de controle em Houston, Estados Unidos, quando os dois astronautas conseguiram desconectar os quatro tubos da bomba de amoníaco defeituosa, além das conexões elétricas, uma hora e meia antes do previsto.
A Nasa decidiu fazer o conserto o quanto antes, porque, caso houvesse uma falha no segundo sistema, a ISS ficaria em uma situação perigosa, que poderia requerer a retirada de sua tripulação. A falha, no entanto, nunca pôs em risco os seis tripulantes da estação.
A decisão da Nasa de realizar estas caminhadas de emergência levou ao adiamento, para o começo de 2014, do lançamento da cápsula não-tripulada Cygnus, da empresa Orbital Science, que deveria ter realizado sua primeira missão de abastecimento da ISS nesta quinta-feira.
A segunda das três caminhadas deverá ser realizada na próxima segunda-feira, e a última incursão, no dia 25. Existe, porém, a possibilidade de a tarefa ser concluída em apenas duas viagens.
Veja.com
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Por que o maior pedaço da Antártica parece não estar esquentando?
O planeta está esquentado. Tudo indica que isso é fruto de desequilíbrios atmosféricos causados por nossas emissões. Mas ainda há algumas questões no ar? Uma delas é porque a Antártica demora tanto a dar sinais claros de aquecimento.
As temperaturas atmosféricas das últimas décadas foram as mais altas desde que começaram os registros. O oceano do planeta também está se aquecendo. No Polo Norte, o Ártico derrete rapidamente. No Polo Sul, porém, o cenário é mais confuso. A Antártica Ocidental, que tem a Península Antártica, vem esquentando dramaticamente. Já a maior porção do continente, a Antártica Oriental, que guarda o maior volume de gelo da Terra, não mostrou reação diante do fenômeno global. Por quê?
Um estudo publicado esta semana na revista britânica Nature pode ajudar a elucidar o mistério. Os pesquisadores, liderados por T.J. Fudge, da Universidade de Washington mediram o histórico de temperatura da Antártica a partir de bolhas de ar aprisionadas em camadas de gelo antigo. O levantamento mostrou o comportamento da região desde a última era glacial. A Antártica Ocidental começou a esquentar há algo entre 22 mil e 22 mil anos. Já a Antártica Oriental só saiu da era glacial há 18 mil anos.
A diferença de 2 mil a 4 mil anos no tempo de reação de cada pedaço da Antártica parece a situação atual. O interior da Antártica Ocidental esquentou 4,4 graus desde 1958. É um dos lugares do mundo que onde as médias de temperatura mais sobem. Mas a Antártica Oriental esquentou apenas cerca de meio grau no período. O estudo pode ajudar a entender o comportamento do Polo Sul no futuro.
Época.com
Os oceanos ficarão corrosivos até o final do século
Quando se fala em mudanças climáticas, pensamos primeiro em aumento de temperaturas. Mas a elevação das concentrações de gás carbônico na atmosfera tem outras consequências, não menos ruins. Uma delas é a acidificação dos oceanos. A maior parte do gás que jogamos na atmosfera é absorvida pelos mares. Graças a isso, a Terra não esquenta tanto. Por outro lado, o incremento de gás carbônico muda a química do mar. E essa alteração pode ter grandes consequências para a vida marinha. Inclusive a que nos alimenta.
Os números mais atuais sobre a tragédia oceânica em curso saíram de um simpósio sobre o tema, patrocinado pelas maiores academias de ciência do mundo e pela Unesco, o braço científico das Nações Unidas. O prognóstico não é bom.
Segundo os cientistas, o grau de acidez dos oceanos caiu 26% desde o início da revolução industrial. As águas dos polos ficam ácidas primeiro porque os mares frios são mais ricos em gás carbônico. Quanto mais quente a água, menor sua capacidade de reter o gás. É por isso que o refrigerante solta mais gás quando sai da geladeira. No ritmo atual de emissões, a acidez do mar deve aumentar em cerca de 170% até o final do século.
Algumas espécies de algas crescem com água mais ácida. Outras sofrem. Com a acidez crecente, as mais frágeis devem se extinguir. Isso vai reduzir a biodiversidade do oceano. Estima-se que a acidez crescente terá efeito negativo para 60% das espécies de moluscos e neutro para as outras. Será ruim para 70% dos peixes e neutra para os outros.
A situação é pior para os corais. Eles estão permanentemente construindo estruturas de calcário. Dependem de uma baixa acidez para crescerem. Se as altas emissões continuarem na atmosfera, o mar tropical ficará desfavorável para os corais crescerem em 2100. Mesmo com uma redução radical nas emissões, 50% do mar será ácido demais para os corais. O cenário fica mais complicado quando se soma outro fator negativo: o aquecimento da água. Os oceanos têm ficado mais quentes década após década. Além de tornar os furacões mais fortes e destrutivos, o calor da água causa a morte dos corais. Somando a acidez com o calor, os pesquisadores estimam que os corais parem de crescer no mundo em meados deste século. Isso têm grande impacto porque essas estruturas são o principal berçário do mar. Várias espécies de peixes, inclusive de valor comercial, dependem da saúde dos corais.
Em algumas regiões mais polares, o mar já está corrosivo demais para o crescimento de conchas de organismos marinhos. É caso de partes do Oceano Ártico.
Os pesquisadores estimam que em 2100 a decadência dos moluscos gere perdas de US$ 130 bilhões no mundo, se as emissões continuarem no ritmo atual. No caso dos corais, o prejuízo é orçado em US$ 1 trilhão no ano de 2100.
A acidificação atual do mar não tem precedentes na história conhecida da Terra. Não há nenhum evento parecido pelo menos nos últimos 300 milhões de anos. O único acontecimento comparável foi a grande extinção de 55 milhões de anos atrás. Mesmo assim, naquele período, o ritmo de acidificação do mar era só um décimo do atual. A nova velocidade acelerada de transformação do mar, dificulta as previsões do que pode acontecer com os ecossistemas marinhos. E conosco, que dependemos deles.
Época.com
Nenhuma surpresa: Desmatamento da Amazônia volta a subir em 2013
No ano passado, o governo brasileiro festejou a menor taxa de desmatamento da Amazônia já registrada. Pela primeira vez, o desmatamento ficou abaixo dos 5 mil km², após uma sequência de anos em queda. Em 2013, no entanto, essa sequência foi quebrada. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), foram desmatados 5.843 km2 de florestas no ano, um aumento de 28% em relação ao ano passado.
O aumento do desmatamento não foi exatamente uma surpresa. Quem atua no campo ou pesquisa a região já via indícios dessa mudança no começo do ano. Em março, por exemplo, o próprio Ibama iniciou uma megaoperação na Amazônia após perceber aumento de desmates ilegais. O Imazon, que faz um monitoramento independente, também apresentou dados preocupantes nos últimos meses.
O Inpe divulgou nesta quarta-feira (14) a primeira estimativa oficial do Prodes, sistema que monitora o desmatamento. Até o final do ano, o instituto deve apresentar os dados consolidados, mas tradicionalmente eles diferem pouco da estimativa. Os números seguem o calendário do desmatamento, analisando o período de agosto de 2012 a julho de 2013. Eles mostram que o Pará e Mato Grosso foram os grandes responsáveis pelo desmate. Em Mato Grosso, mais de mil km² de florestas foram derrubadas, um aumento de 52%. Já no Pará, o grande campeão do desmatamento, foram derrubados mais de 2 mil km², um aumento de 37%.
Ao apresentar os números do Inpe, a ministra do Meio Ambiente disse que vai fazer um levantamento e uma investigação para analisar o aumento do desmatamento, em especial em Mato Grosso. Mas organizações ambientalistas não demoraram a apontar um culpado: o Código Florestal. A nova legislação florestal enfrentou resistência desde o momento em que foi proposta. Para as ONGs ambientais, o novo código anistia os desmates antigos e estimula a derrubada de florestas, e acaba jogando fora os ganhos conquistados no combate ao desmatamento nos últimos anos.
Época.com
Satélite europeu tem 'câmera mais poderosa da História'
Orçado em 740 milhões de euros, o satélite Gaia decolou da
Guiana Francesa com o objetivo de produzir a primeira imagem realista, em 3D, de
como a nossa Via Láctea é construída.
A sensibilidade notável do Gaia - uma das missões espaciais mais ambiciosos
da história, lançada pela Agência Espacial Europeia - permitirá ainda a detecção
de muitos milhares de corpos celestes jamais vistos antes, incluindo novos
planetas e asteroides.
Gaia está em desenvolvimento há mais de 20 anos.
No coração do telescópio transportado pelo satélite há uma câmera. O aparato
é sensível o suficiente para detectar estrelas que estão a trilhões de
quilômetros de distância.
Ao revisar repetidamente suas metas ao longo de cinco anos, o satélite deverá
conhecer as coordenadas das estrelas mais brilhantes com uma margem de erro
mínima, de apenas sete microssegundos de arco.
"Este ângulo é equivalente ao tamanho de uma moeda na Lua vista da Terra",
explica o professor Alvaro Gimenez, diretor de ciência da Agência.
Os sensores da câmera também têm diferentes cores e detectam distintos tipos
de luz.
Trata-se da "câmera mais poderosa já construída", diz a Agência Espacial
Europeia. Poderia tirar uma foto de um fio de cabelo humano a milhares de
quilômetros de distância.
No espaço, a função do equipamento será medir o tamanho, a luminosidade e a
posição de mais de um bilhão de estrelas, algo útil para que se saiba como a Via
Láctea evolui.
Gaia vai identificar estrelas semelhantes ao Sol e outras que estão
explodindo, as supernovas.
Buscará ainda buracos negros, encontrar elementos jamais imaginados antes por
cientistas e, possivelmente, desobrir que a forma da Via Láctea é diferente
desta que vemos e da que conhecemos nos livros de ciência.
BBC
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
2013 teve o mês de novembro mais quente desde 1880, diz agência
O mês de novembro foi o mais quente desde que os registros começaram a ser feitos em 1880, informou nesta terça-feira (17) a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
A descoberta se baseou em temperaturas terrestres e superficiais calculadas proporcionalmente em todo o mundo no mês passado, anunciou a NOAA em um comunicado.
"A temperatura média combinada nas superfícies da terra e do mar para novembro de 2013 foi a mais alta já registrada em um período de 134 anos", destacou a NOAA.
A temperatura média foi 0,78º C acima da média de 12,9º C do século 20, acrescentou a organização. O mês passado também foi o 37º mês de novembro seguido com temperaturas médias acima da média do século XX.
G1
Catástrofes naturais e humanas custarão US$ 130 bilhões em 2013
O custo econômico das catástrofes naturais e de origem humana em 2013 alcançará US$ 130 bilhões de dólares, segundo uma estimativa da resseguradora Swiss Re.
O valor é inferior ao de 2012, que foi de US$ 196 bilhões, em especial pela passagem do furacão Sandy e a seca nos Estados Unidos.
No total, 25 mil pessoas morreram no mundo em 2013 em consequência das catástrofes, incluindo o devastador tufão Haiyan nas Filipinas, que matou pelo menos 7 mil pessoas e foi o acontecimento mais grave do ano.
O ano de 2013 também foi marcado por inundações na Europa central e do leste em junho, assim como na província canadense de Alberta, no mesmo mês.
As seguradoras cobrirão danos de US$ 44 bilhões, em sua maior parte relacionados com as inundações, um valor bastante inferior ao de 2012, quando pagaram US$ 81 bilhões.
A Swiss Re publica tradicionalmente em dezembro uma estimativa do custo econômico das catástrofes do ano. A estimativa é seguida em março pela divulgação dos números definitivos.
G1
Antártida pode abrigar depósito de diamantes, dizem cientistas
Em um trabalho publicado na revista Nature Communications, o grupo
(liderado por pesquisadores australianos) revelou ter encontrado pela primeira
vez na região rochas conhecidas como kimberlitos, que costumam abrigar diamantes.
Diamantes são formados a partir de carbono puro encontrado em locais
profundos sob temperaturas e pressão extremas.
Erupções vulcânicas trazem esses cristais valiosos para a superfície,
normalmente preservados dentro dos kimberlitos.
A presença dessas rochas é considerada um indício da existência de depósito
de diamantes em várias partes do mundo, incluindo África, Sibéria e
Austrália.
Os pesquisadores encontraram e collheram três amostras do material nas
montanhas Príncipe Charles.
Mineração
Um tratado internacional proíbe qualquer extração de fontes minerais, a não
ser em casos de pesquisas científicas.(Ainda bem!!!)
O tratado, no entanto, será revisto em 2041 e pode alterar esse cenário.
"Não sabemos quais serão os termos do tratado após 2041 ou se haverá alguma
tecnologia que possa tornar economicamente viável a extração de dimamentes na
Antártida", disse Kevin Hughes, do Comitê Científico para Pesquisas na
Antártida.
BBC
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