quinta-feira, 31 de julho de 2014

Defaunação reduz a vida na Terra



A deterioração ambiental da Terra está perigosamente mais dramática que abordagens tradicionais tem sugerido, o que deve estimular uma mudança radical de postura por parte de toda a sociedade humana, sob pena de efeitos imprevisíveis mesmo em curto prazo.
Um trabalho publicado na revista científica americana Science, com participação do pesquisador brasileiro Mauro Galetti, do câmpus Rio Claro da Unesp, revela que o processo de “defaunação” do planeta está levando a uma extinção em massa de animais de pequeno e médio porte.
A defaunação, segundo mostra a pesquisa, compilando dados da literatura especializada, leva ao desaparecimento de animais mesmo em áreas não desmatadas e aparentemente estabilizadas de um ponto de vista ambiental.
De acordo com a interpretação dos autores de diversos países (Estados Unidos, México e Reino Unido, além do Brasil) envolvidos com a pesquisa, estamos em meio a uma onda global de perda de biodiversidade inédita provocada por ação humana.
Os dados apontam que nada menos que 322 espécies animais foram extintas desde 1500, a infância do período das viagens de descobrimentos que se iniciaram em Portugal e, em seguida, se espalharam por Espanha, Holanda, França e Inglaterra.
À primeira vista pode parecer um período longo demais para trazer preocupações a uma única geração humana. A realidade, no entanto, é mais complexa e ameaçadora que sugere uma interpretação simplista, como a que a maioria das pessoas tende a fazer ao se referir a questões climático-ambientais.
Essas perdas se mostram também entre invertebrados − além de animais de grande e pequeno porte: 35% no curtíssimo intervalo de 40 anos.
Ameaça à sobrevivência
As conseqüências dessa perda de biodiversidade estão longe de serem apenas emocionais. Elas ameaçam a qualidade e mesmo continuidade da vida humana.
Ainda que o especismo esteja longe de uma discussão mais profunda, como já ocorreu com o racismo e sexismo, continuamos − por uma série de razões, inclusive de fundo religioso − a pensar que as outras formas de vida com que partilhamos o mundo estão aqui para atender nossos desejos e necessidades e teríamos um pretenso direito de explorá-las à exaustão.
O trabalho mostra que a defaunação afeta pontos estratégicos à sobrevivência humana por afetar processos ambientais críticos em pontos como:
Polinização: Insetos, entre eles abelhas que enfrentam ameaças em escala global, polinizaram 75% da produção agrícola mundial. Evidentemente que, com o comprometimento, ainda que parcial desse processo, a tendência é queda de produção nos campos.
Controle de pestes: morcegos e aves controlam pragas agrícolas que, de outra forma, seriam devastadoras. Nos Estados Unidos, onde as estatísticas são mais frequentes que em outras regiões do planeta, o serviço natural prestado por essas espécies é avaliado em algo como US$ 45 bilhões ao ano.
Ciclagem de nutrientes e decomposição: aqui, invertebrados e vertebrados (urubus, entre outros) desempenham papel estratégico na decomposição orgânica e ciclagem de nutrientes no ambiente.
Qualidade da água: a defaunação, mostra o trabalho, compromete a qualidade da água que também mostra oferta irregular em função de mudanças climáticas produzidas por aquecimento global, resultado de ações humanas.
Desaparecimento de sapos e pererecas
O declínio de anfíbios como sapos e pererecas aumenta a concentração de algas e outros detritos, o que compromete a qualidade dos recursos hídricos.
Saúde pública: a defaunação afeta a saúde humana de diferentes maneiras num processo complexo que se estende da desnutrição ao controle de doenças.
O clássico Primavera Silenciosa, da oceanógrafa e jornalista americana Rachel Carson (1907-1964), publicado em 1962 e que fundou o moderno ambientalismo em escala mundial, denunciou o silêncio nos campos provocado pelo uso intensivo do pesticida DDT.
A obra de Carson fez com que o DDT − empregado ao longo da Segunda Guerra Mundial no combate de mosquitos vetores de doenças como malária e outras enfermidades – fosse banido.
As preocupações que ela levantou, no entanto, apenas anunciam uma época de enormes preocupações ambientais, consequência, em grande parte, de um processo que alguns pensadores se referem como de “dessacralização” da Natureza e adoção de um consumismo desenfreado e inconsistentes com a potencialidade de um planeta com uma população em crescimento acelerado.

Evidências de pressões ambientais se manifestam de todas as direções e a escassez de água, ainda que anunciada há décadas, agora toma forma definitiva e chega literalmente às torneiras das moradias.
Formuladores de políticas imediatistas, no entanto, lamentam, entre outros acontecimentos, a retração do mercado de automóveis, como se esses objetos de desejo pudessem expandir para sempre e cobrir, inconsequentemente, a face de toda a Terra.
A verdade é que, em países como o Brasil, automóveis inundam as ruas e as estradas como a releitura de uma praga bíblica.
Para abastecê-los, além do combustível fóssil, é preciso ocupar os campos como recursos renováveis, como a cana-de-açúcar, que expulsa animais, destrói ambientais e literalmente calcina os que não conseguem escapar das línguas de fogo em locais onde o corte da produção ainda é artesanal, como nos primeiros tempos da escravidão.
A pressão sobre os recursos naturais cresce a cada dia e as perspectivas de alternativas mais promissoras para uma tomada de posição mais consistente enfrenta o cinismo e realismo apenas aparente de formuladores de políticas em que apenas interesses restritos e imediatos são levados em conta.

Falta financiamento para finalizar a vacina contra vírus Ebola


29 de julho de 2014 | Por Annie Sneed

O mais recente surto do vírus Ebola na África Ocidental é o pior de todos. Até dia 28 de julho 2014 ele havia infectado mais de 1.200 pessoas e fez pelo menos 672 vítimas fatais desde o início da primavera. Guiné, Libéria e Serra Leoa têm casos confirmados. Um funcionário da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras qualificou o surto como "totalmente fora de controle", segundo a NBC News.
Infelizmente, os médicos não têm vacinas ou terapias eficazes. Os profissionais de saúde só podem tentar fortalecer o sistema imune dos pacientes (controlando fluidos, níveis de oxigênio, pressão arterial e tratando outras infecções) para ajudar os pacientes a resistir ao vírus.
Uma vacina para ajudar a combater futuros surtos de Ebola pode estar disponível em breve. Durante a última década os pesquisadores fizeram progressos significativos, e as vacinas têm funcionado em primatas não humanos. Mas tem sido difícil obter financiamento para testes de segurança em humanos.
Para saber mais sobre os avanços recentes e os obstáculos, Scientific American falou com Thomas Geisbert, virologista no Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade do Texas Medical Branch em Galveston. Ele estuda o vírus Ebola desde 1988 e atualmente está envolvido em pesquisa e desenvolvimento de vacinas.
Existem vacinas promissoras em desenvolvimento para o vírus Ebola? Existem algumas vacinas preventivas em desenvolvimento e ficou demonstrado que três a cinco delas protegem primatas não-humanos contra Ebola. Algumas dessas vacinas requerem três ou mais injecções e outras precisam de uma única aplicação. A maioria delas está sendo financiada pelo governo dos EUA. Estão em vários estágios de desenvolvimento, mas nenhuma delas está pronta para ser licenciada.
O ponto crítico destas vacinas é o teste em humanos. É aí que cientistas se frustram porque sabemos que estas vacinas protegem os animais e não entendemos muito bem o processo de regulamentação, o por que as coisas não podem ser mais rápidas. Eu não sei dizer porque está demorando tanto.

 Por que o sistema imune humano não combate o vírus?

O vírus Ebola é geralmente transmitido por contato próximo e as primeiras células que afeta são importantes para a resposta imune imediata do organismo - os monócitos, macrófagos e células dendríticas. Essas células são importantes porque eles são as primeiras a reconhecer que algo estranho entrou no corpo e a acionar o sistema imune inato para combater a infecção. A infecção prejudica a mobilização do sistema imune de modo eficaz e o corpo tem dificuldade para combater o vírus, que se multiplica a ponto de afetar os principais órgãos.

 Uma vacina é capaz de neutralizar esses efeitos?

Vou dar um exemplo de como uma vacina pode funcionar. A vacina VSV é provavelmente uma das mais promissoras, e é baseada em um vetor viral semelhante ao vírus da raiva, uma partícula viral em forma de cartucho. Em sua superfície há uma proteína estrutural do tipo glicoproteína que permite a um vírus reconhecer, se ligar depois assumir o controle da célula hospedeira. Na vacina, removemos o gene que codifica a glicoproteína do vírus VSV e substituímos pelo gene que codifica a glicoproteína do vírus Ebola. O resultado é uma vacina que tem uma glicoproteína Ebola na superfície.
O vírus vacinal não se comporta como Ebola porque o resto do seu genoma não é Ebola mas, ao carregar a glicoproteína do Ebola, gera resposta imune. Mais tarde, os anticorpos gerados pela vacinação permitem que o corpo reconheça a glicoproteína do Ebola verdadeiro como um corpo estranho e crie uma resposta imune contra o vírus.
De quanto tempo em desenvolvimento é a vacina VSV? Estamos agora tentando obter os fundos para fazer os estudos com humanos.

 Quais são os desafios biológicos do desenvolvimento de uma vacina para o Ebola?

Existem algumas vacinas com vírus inativo, o que significa que não se replicam, e  tendem a ser mais segura. Há outras vacinas que são mais eficazes, mas eles são aptos a se replicar replicação [vírus atenuados] ." Um exemplo deste último tipo seria a vacina contra o sarampo ou a vacina contra a febre amarela. Elas são geralmente de vírus atenuados, não tão perigosos como um vírus de tipo selvagem, mas algumas pessoas podem ter um efeito adverso quando recebem uma vacina com vírus atenuados (replication competente).
Vacinas de vírus atenuados podem exigir uma única injeção, enquanto que as vacinas de vírus inativados podem permitir surtos periódicos porque não são tão eficientes. Então vamos fazer para uma vacina que proteja os humanos em uma única injeção? Na África essa é praticamente uma imposição porque é uma área em que você tem sorte se encontrar alguém em uma clínica para ser vacinado uma vez. É uma espécie de compensação da eficácia em relação a segurança. Esse é um dos maiores desafios.

Você pode dar uma estimativa de tempo para se ter uma vacina eficaz contra o vírus Ebola?

Meu palpite é de dois a seis anos. Infelizmente, realmente depende de apoio financeiro para as pequenas empresas que desenvolvem estas vacinas. Estudos em humanos são caros e requerem uma grande quantidade de dólares do governo. Ebola representa um pequeno mercado global - sem grande apelo para uma grande empresa farmacêutica produzir uma vacina, por isso vai exigir financiamento de governo.
Gostaria que as tentativas de avançar rapidamente no desenvolvimento de nossas vacinas levassem imediatamente a estudos  de fase I. Acho que devemos começar com a vacinação dos profissionais de saúde em áreas de alto risco. Este surto é singular pois está ocorrendo em uma área onde a doença não havia sido registrada antes e também porque aparentemente há uma maior percentagem de pessoal médico infectado agora.
Todas estas vacinas funcionam em inúmeros animais, não observei qualquer efeito adverso provocado por elas. Respeito as preocupações com segurança, mas seria ótimo se houvesse alguma forma de apressar isso. As pessoas estão sendo expostas a Ebola com 60% a 90% de chance de morrer. Temos que avaliar a necessidade de vacina nesse contexto.
Scientific American 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ninguém sabe o que está causando estas explosões de radiação no espaço

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Em 2007, astrônomos detectaram uma rajada de ondas de rádio incrivelmente forte e breve na Austrália. E agora, no lado oposto do mundo, astrônomos identificaram uma segunda explosão de proporções semelhantes. Isto quer dizer que A) a primeira não foi um acaso, e B) nós não temos absolutamente nenhuma ideia do que está causando isto.
Este segundo flash ultra-rápido de ondas de rádio foi descoberto pelo radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, cujas antenas estavam posicionadas na esperança de descobrir estrelas de nêutrons. Em vez disso, ele capturou uma segunda ocorrência das chamadas explosões rápidas de radiação (ou, em inglês, fast radio bursts, FRBs), o que finalmente permitiu aos astrônomos excluir o ruído cósmico e reportá-las formalmente. Ao contrário dos sinais de rádio que nós detectamos normalmente, estas ondas “dão todos os sinais de terem vindo de fora de nossa galáxia, de algum ponto muito distante.”
De acordo com Laura Spitler, pós-doutoranda no Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha, a descoberta é um grande passo adiante:
Nós realmente não sabemos do que se trata. Os cientistas são altamente céticos em relação a tais descobertas … [tanto que] todas as rajadas descobertas até agora pelo telescópio Parkes não eram motivo de preocupação. Agora, com a descoberta de uma explosão pelo telescópio de Arecibo, estamos mais confiantes de que FRBs são fenômenos astrofísicos, e que entendê-las e classificá-las deve ser uma prioridade dos observatórios radioastronômicos no futuro.
Até conseguirmos descobrir mais um desses FRBs e estudá-los de maneira adequada, entretanto, os cientistas estão perdidos em relação ao que pode estar causando estes fenômenos. Algumas explicações propostas incluem evaporação de buracos negros, fusões das estrelas de nêutrons, e erupções de estrelas de nêutrons extremamente poderosos chamadas magnetares. E, como Duncan Lorimer, um dos astrônomos que descobriram a primeira série de FRBs, disse a NPR:
Existem até mesmo discussões na literatura sobre assinaturas de civilizações extraterrestres.
Pode levar um bom tempo antes de se obter quaisquer respostas definitivas, no entanto. Os dois radiotelescópios que detectaram as ondas sofrem de visão de túnel, o que significa que nossa visão é tão limitada que qualquer FRB que encontrarmos no futuro será graças à nossa sorte. Mas, como James Cordes, astrônomo de Cornell, também disse a NPR, “O bom sobre esta fase inicial é que realmente não sabemos o que causa essas explosões, de modo que o céu é o limite”.


terça-feira, 29 de julho de 2014

Frase

Foto

Brasil inaugura primeira fábrica de mosquitos da dengue trangênicos

Fábrica em Campinas tem capacidade de produzir 500 mil mosquitos da dengue transgênicos por semana (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Fábrica em Campinas tem capacidade de produzir 500 mil mosquitos da dengue transgênicos por semana (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Mosquito Aedes aegypti macho fabricado pela Oxitec, unidade criada em Campinas, interior de São Paulo (Foto: Eduardo Carvalho/G1)

A empresa britânica Oxitec inaugurou, nesta terça-feira (29), a primeira fábrica de mosquitos Aedes aegypti transgênicos do Brasil, uma tecnologia que, se aprovada, pode ajudar no combate da dengue no país. A unidade, instalada em Campinas, tem capacidade de produzir 500 mil insetos por semana. No ápice de produção, esse número pode saltar para 2 milhões de machos a cada sete dias.
A tecnologia foi desenvolvida em 2002, no Reino Unido. No laboratório, ovos dos Aedes aegypti receberam uma microinjeção de DNA com dois genes, um para produzir uma proteína que impede seus descendentes de chegarem à fase adulta na natureza, chamado de tTA, e outro para identificá-los sob uma luz específica.
 
Os machos, quando liberados na natureza, procriam com as fêmeas –responsáveis pela incubação e transmissão do vírus da dengue. Elas vão gerar descendentes que morrem antes de chegarem à vida adulta, reduzindo a população total.
 Testes iniciados em 2011 na cidade de Juazeiro, na Bahia, mostraram redução acima de 80% na população selvagem. Alguns experimentos apontaram resultados de 93% de redução do Aedes aegypti que vive na natureza. O uso dos insetos da Oxitec no Brasil foi feito em parceria com a organização Moscamed.
Como funciona A ideia da Oxitec é ser contratada pelo poder público para fornecer um pacote de serviços, que vai desde o treinamento de agentes públicos ao combate de possíveis epidemias de dengue.
 A contratação depende da aprovação da Agência de Vigilância Sanitária, a Anvisa, que ainda estuda autorizar a comercialização deste tipo de serviço. Caso isto ocorra, o Brasil poderá ser o primeiro país a aprovar o uso de  Aedes aegypti transgênico, em caráter comercial, para combater a dengue.
Segundo Glenn Slade, diretor global de desenvolvimento de negócios da empresa, uma cidade de 50 mil habitantes terá de desembolsar de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões por ano para aplicar os serviços, e R$ 1 milhão pelos anos seguintes, para manutenção dos insetos. Ele afirma ainda que novas unidades devem ser construídas no Brasil.
O processo de liberação é dividido em três fases. Em um plano simulado para um município de 10 mil habitantes, na primeira fase, chamada de supressão, são liberados 2,5 milhões de insetos por semana (250 para cada habitante). Na consolidação, o total de lançamentos cai para um milhão por semana. As duas primeiras etapas duram de quatro a seis meses, cada uma delas. Na terceira e última fase, a de manutenção, são liberados 500 mil mosquitos machos por semana.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1º de janeiro e 5 de julho deste ano, o país registrou 659.051 casos de dengue, total que é 52,5% menor que o do ano passado (1.388.776 notificações). A quantidade de mortes também diminuiu. Foram 249 óbitos entre 1º janeiro e 5 de julho deste ano contra 541 no mesmo período do ano passado.
Segundo Glenn Slade, diretor global de desenvolvimento de negócios da empresa, uma cidade de 50 mil habitantes terá de desembolsar de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões por ano para aplicar os serviços, e R$ 1 milhão pelos anos seguintes, para manutenção dos insetos. Ele afirma ainda que novas unidades devem ser construídas no Brasil.
O processo de liberação é dividido em três fases. Em um plano simulado para um município de 10 mil habitantes, na primeira fase, chamada de supressão, são liberados 2,5 milhões de insetos por semana (250 para cada habitante). Na consolidação, o total de lançamentos cai para um milhão por semana. As duas primeiras etapas duram de quatro a seis meses, cada uma delas. Na terceira e última fase, a de manutenção, são liberados 500 mil mosquitos machos por semana.





No entanto, testes podem ser realizados em algumas cidades, como Piracicaba e Campinas, ambas no interior paulista.

 

Conspiração alienígena às avessas: como 'óvnis' acobertaram operações militares

No início do mês, a CIA usou sua conta no Twitter para celebrar o aniversário do primeiro voo de um avião de espionagem U-2 sobre a União Soviética, realizado em 4 de julho de 1956. Esses aviões, cuja existência foi mantida em segredo durante anos, voavam muito mais alto do que se imaginava possível na época – ao menos, para voos tripulados. Para se ter uma ideia, um avião comercial chegava a 6.000 metros de altitude, enquanto que os U2s atingiam mais de 18.000 metros.
E o que isso tem a ver com ceticismo? Bom, um dos tuítes comemorativos da agência central de inteligência diz: “Lembram-se dos relatos de atividades incomuns no céu nos anos 50? Éramos nós”. A mensagem inclui um link para um documento com a história oficial do programa U-2, onde há um item intitulado “U-2s, UFOs e Operação Livro Azul”.
  (Foto:  )
O “Livro Azul” foi um programa mantido pela Força Aérea americana para catalogar e investigar informes de objetos voadores não identificados, geralmente concluindo que não passavam de fenômenos naturais ou veículos aéreos comuns. O saldo final foi a constatação de que os óvnis não representavam ameaça à segurança nacional dos EUA, não eram aparelhos extraterrestres e nem usavam tecnologia superavançada.
Defensores da chamada “hipótese extraterrestre” sobre a origem dos óvnis costumam encarar a Operação Livro Azul com desprezo – basicamente, considerando-a parte de uma grande conspiração de acobertamento. O interessante é que o relatório divulgado pela CIA mostra que houve, mesmo, uma conspiração de acobertamento envolvendo os investigadores da Força Aérea. Mas, no caso, não para esconder a presença de ETs entre nós, e sim a existência do U-2.
Diz o texto: “Investigadores do Livro Azul telefonavam regularmente (...) para conferir informes de avistamentos de óvnis com os registros de voos de U-2s. Isso permitiu que os investigadores eliminassem a maioria dos informes, embora não pudessem revelar a verdadeira causa dos avistamentos”.
Esta não é a primeira vez que documentos oficiais liberados pelo governo americano expõem situações em que óvnis acabaram servindo de “cobertura” para segredos militares, numa espécie de “conspiração alienígena” às avessas. Dois casos anteriores foram o do Projeto Mogul, que usava balões para monitorar testes nucleares – um desses balões, ao cair, deu origem à história do acidente com disco voador na cidade de Roswell –, e o da Área 51, que servia de base, não para aliens, mas para os aviões U-2.
Roswell foi uma ocorrência especialmente curiosa, já que um assessor de imprensa da Força Aérea chegou a emitir nota confirmando a captura de um óvni, plantando a semente da teoria de conspiração que viria a florescer mais tarde. Um desmentido veio logo em seguida, mas quando o Caso Roswell finalmente ficou famoso, no fim da década de 70, a manchete original – “Força Aérea Captura Disco Voador” – chamou mais atenção que a errata.
Galileu.com

Nasa encontra evidências de água líquida em lua de Saturno


Nasa divulgou, nesta segunda-feira, que cientistas encontraram evidências da existência de água líquida em uma das luas de Saturno. As informações são da CNN.
Segundo a publicação, 101 gêiseres - nascentes termais que entram em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar - foram mapeados no Encélado, uma das luas de Saturno.
A descoberta leva a crer que exista vida fora do nosso planeta, já que a água é um elemento crucial para manter um ser vivo. Embora a superfície deste satélite seja gelada, a existência de gêiseres indica que existe um núcleo quente nesta lua, algo parecido com o que existe na Terra.
Encélado é o sexto maior satélite natural de Saturno e foi descoberta em 1789 por William Herschel. 

Sinais do El Niño - VEJA Ciência - Vídeo - VEJA.com

Sinais do El Niño - VEJA Ciência - Vídeo - VEJA.com

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Robô da Nasa bate recorde extraterrestre de distância

O robô Opportunity, da agência espacial americana, percorreu a maior distância em Marte já coberta por um veículo feito pelo homem para explorar outro corpo celeste, anunciou a Nasa esta segunda-feira.
Desde que chegou no planeta vermelho, em 2005, o robô movido a energia solar percorreu 40 km em solo marciano.
Esta distância supera o recorde anterior, que pertencia ao robô Lunokhod, da extinta União Soviética, e que pousou na Lua em 1973.
"O Opportunity foi mais longe do que qualquer outro veículo com rodas em outro planeta", disse John callas, diretor do projeto do robô de exploração marciano do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) em Pasadena, Califórnia.
 
"Isto é notável, considerando que o Opportunity visava a avançar cerca de um quilômetro e nunca foi projetado para percorrer grandes distâncias", acrescentou.
O Opportunity e seu robô gêmeo, o Spirit - hoje extinto - descobriram indícios de condições ambientais de umidade no passado de Marte, alguns dos quais seriam suficientemente moderados para ter sustentado a vida.
O robô está explorando agora a Cratera Endeavour, em Marte.
Seu sucessor, o robô Curiosity, foi lançado em 2012 e está nos arredores de outra cratera marciana, a Gale.
A Nasa informou que o robô soviético Lunokhod 2 pousou na Lua em 15 de janeiro de 1973 e percorreu cerca de 39 km em menos de cinco meses.

Estas cifras se basearam em cálculos feitos recentemente usando imagens das câmeras da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa, que revelaram os rastros do Lunokhod 2, informou a agência espacial americana.

domingo, 27 de julho de 2014

10 marcos históricos do conflito entre Palestina e Israel


De um lado, um povo que sofreu anos de perseguições e conseguiu formar um Estado com poderio militar gigantesco. Do outro, um povo que teve domínio da região por séculos, mas se viu expulso de casa e abandonado por seus vizinhos. O conflito entre israelenses e palestinos é centenário e de difícil resolução. Os palestinos (mais especificamente o grupo Hamas) são acusados de praticar atos terroristas contra Israel. Ao mesmo tempo, os ataques militares dos judeus atingem civis palestinos, causando mortes de crianças e idosos. Os conflitos de 2014 começaram com mortes de jovens dos dois lados: um novo estopim para uma guerra que parece não ter fim. Conheça 10 marcos históricos do conflito entre palestinos e israelenses.

1.Terra Santa
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Antes de tudo, é preciso relembrar a aula de geografia. A Palestina é uma região localizada no cruzamento de três continentes, considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos. Jerusalém fica nessa região e tem grande importância espiritual: no Monte Sião está a igreja onde acredita-se que Maria, a mãe de Jesus, morreu. Também é lá que fica o edifício onde pode ter ocorrido a última ceia e onde está a tumba do Rei Davi. Dentro da Mesquita de Omar fica o Domo da Rocha, local onde Maomé ascendeu aos céus. Ainda, o Muro das Lamentações é parte do antigo Templo de Salomão.
Com tantos marcos sagrados, a região da Palestina foi habitada por diversos povos ao longo da história: nos tempos bíblicos, eram os judeus quem viviam ali, mas acabaram sendo expulsos com as ocupações dos impérios Árabe e Romano. Durante a Idade Média, a maioria da população era árabe – os europeus cristãos tentaram mudar isso com as Cruzadas, mas os anos de conflito não tiveram muito resultado. Por fim, a partir do século XV, o domínio passou a ser do Império Otomano.
 
2. Movimento Sionista
No final do século XIX surgiu um movimento que tinha como proposta a criação de um Estado para o povo judeu, que sofreu muitas perseguições e estava espalhado mundo afora. O nome desse projeto foi Movimento Sionista.
Os sionistas começaram a incentivar a migração dos judeus de volta para a Terra Santa, de onde eles foram expulsos pelos Romanos no século III. Em 1903, 25 mil imigrantes judeus migraram para a área, que na época ainda pertencia ao Império Otomano. Com as guerras mundiais, o movimento sionista cresceu. Em 1948, antes da criação do Estado de Israel, a quantidade de judeus imigrantes chegava a 600 mil pessoas.

3. As Guerra Mundiais
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano se desfez e a Inglaterra assumiu o controle da região da Palestina. A relação entre os ingleses e os povos árabes que habitavam a região não era das mais pacíficas e, enquanto isso, os judeus continuavam sua migração. Com a perseguição dos nazistas e a Segunda Guerra Mundial, o fluxo de judeus para a região aumentou drasticamente.
Após a Segunda Guerra, as notícias sobre os horrores do Holocausto acabaram fazendo com que a opinião pública pressionasse a Inglaterra para abrir mão da colonização da área. Para tentar resolver o impasse entre árabes e judeus, a ONU propôs, em 1947, a divisão do território palestino, criando dois estados e deixando Jerusalém como um “enclave internacional”. Os árabes das nações ao redor não concordaram com a proposta – eles desejavam criar o “Estado Unido da Palestina” em todo o território – dessa forma, os judeus seriam minoria.
4. O Estado de Israel
Em 14 de maio de 1948, os judeus declararam independência e conseguiram criar o Estado de Israel, nas áreas que haviam sido sugeridas pela ONU, que correspondiam a 60% da Palestina. Em seguida, Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque atacaram Israel, mas acabaram sendo derrotados, o que formalizou o controle israelita não só sobre as áreas originais, mas também sobre mais da metade da área que pertencia ao estado árabe.
Cerca de dois terços dos árabes que moravam na região fugiram ou foram expulsos do território sob controle judaico. O problema é que essas pessoas não foram admitidas nos países árabes vizinhos, criando um grupo enorme de refugiados: os árabes palestinos, que reivindicam o retorno às suas antigas casas.
 
5. A Guerra dos Seis Dias
Em 1967, as tensões na região escalonaram para um conflito armado de Israel contra Egito, Jordânia e Síria. Israel conseguiu se adiantar ao conflito e neutralizou as forças armadas dos outros países. Como o nome diz, a guerra durou exatos seis dias. Mas as consequências duram até hoje.
Além de os Estados Árabes perderem boa parte do seu poderio militar, as fronteiras de Israel expandiram e passaram a incluir as Colinas de Golã, a Cisjordânia (Margem Ocidental) e a Península de Sinai. Além disso, Jerusalém, a cidade sagrada, passou ao controle do Estado Judeu. Ao mesmo tempo, o número de refugiados palestinos aumentou ainda mais.
A ONU aprovou, em 1967, a Resolução 424, determinando a retirada de Israel dos territórios ocupados e exigindo uma solução para o problema dos refugiados. Porém, Israel se recusou a cumprir, exigindo que primeiro os Estados Árabes deveriam reconhecer o Estado de Israel.

6. Guerras Árabes X Judeus

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O conflito de 1967 só acirrou os ânimos. No final da década de 60, foi criada a Organização de Libertação da Palestina (OLP), uma luta armada terrorista, que passou a fazer uma série de ataques contra israelenses ao redor do mundo. Em 1972, nas Olimpíadas de Munique, 11 atletas israelitas foram sequestrados e assassinados. Uma operação chamada Cólera de Deus foi criada para encontrar e executar os responsáveis pelos assassinatos.
Em 1973 ocorreu a Guerra do Yom Kippur, o Dia do Perdão, com Egito e Síria se lançando de surpresa contra Israel. Mesmo enfrentando mais dificuldades, Israel saiu vencedor do conflito novamente. Em 1978, Israel e Egito assinaram um acordo de paz, com o primeiro se retirando da Península de Sinai e o segundo reconhecendo oficialmente o estado israelense.
No mesmo ano, Israel invadiu o Líbano a fim de acabar com as bases da OLP. Após o sucesso militar, acabaram recuando. Em 1982, eles invadiram o país novamente, contra o líder do Fatah, Yasser Arafat. Somente em 1985 eles se retiraram do território libanês, exceto por uma faixa de terra, designada Zona de Segurança Israelense. A retirada completa só ocorreu nos anos 2000.

 7. Intifadas
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As Intifadas foram revoltas populares dos palestinos contra o domínio israelense, que eles consideram abusivo. Em 1987, ocorreu a Primeira Intifada, um levante de civis palestinos, que atacaram soldados israelenses com paus e pedras. A resposta desproporcionalmente violenta dos militares israelenses chocou a opinião pública internacional. A revolta civil só terminou em 1993, com a assinatura dos Acordos de Oslo, que definiram, entre outras coisas, a retirada das forças armadas israelenses da faixa de Gaza e da Cisjordânia. Essas regiões passariam a ser governadas pela Autoridade Palestina. Em contrapartida, a Palestina pararia com os ataques terroristas. Nenhuma das duas partes cumpriu o acordo.
A Segunda Intifada foi no ano 2000. Essa revolta popular só terminou em 2005, com milhares de mortos, a maioria civis palestinos, além de destruição de casas e prisões de centenas de pessoas, inclusive crianças.
 
8. Hamas x Fatah
Em 2005, Israel retirou suas tropas e os assentamentos judeus da Faixa de Gaza e do norte da Cisjordânia. Mas os judeus continuaram controlando fronteiras e recursos naturais da região. Em 2007, ocorreram eleições parlamentares da Autoridade Palestina e o grupo Hamas saiu vitorioso, o que não foi reconhecido pelo grupo opositor Fatah, e nem por Israel, que os considera terroristas. Com isso, ocorreu uma racha na administração: o Hamas passou a controlar a Faixa de Gaza e o Fatah é responsável pela Cisjordânia.
Praticamente não existe diálogo entre Hamas e Israel. O governo israelense impôs um bloqueio a Gaza, restringindo a circulação de pessoas e mercadorias, e estabeleceu um racionamento de recursos naturais. Com isso, a situação se tornou insustentável para a população palestina civil que vive por lá. Além de enfrentarem uma séria escassez de recursos, os palestinos passaram a viver numa espécie de prisão a céu aberto. Eles também estão sujeitos aos tribunais militares israelenses, que prendem cerca de 2 crianças palestinas por dia.
9. O Estado Palestino
Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a Palestina, ou seja, os territórios ocupados por esse povo, como um Estado não-membro da ONU, um status político semelhante ao Vaticano. Assim, o Estado Palestino pode participar das reuniões da ONU, mas sem direito a voto. A decisão teve apoio de 139 países. Foram apenas nove votos contrários, entre eles, de Israel e Estados Unidos.
Com o reconhecimento internacional do Estado Palestino, Israel anunciou retaliações, iniciando a construção de residências para colonos israelenses em áreas da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. A política de colonizações de Israel é considerada um dos grandes entraves para a conquista da paz na região.

10. A Paz distante
bomba


Em 2010, 2012 e 2014, mais conflitos sérios aconteceram entre os dois lados, causando mortes de civis e dificultando cada vez mais as negociações de paz. O principal ponto de tensão continua sendo Gaza, onde ocorrem os conflitos entre Hamas e Israel. Além disso, algumas questões sempre geram impasse e adiam uma possibilidade de cessar-fogo na região.
A questão de Jerusalém: A cidade é sagrada para os dois lados. Israel reivindica o controle de toda área para si, o que não é reconhecido pela comunidade internacional. Já os palestinos clamam pela parte Oriental de Jerusalém, território ocupado em 1967, onde eles gostariam de estabelecer sua capital. Para complicar mais a questão, Israel ainda estimula o assentamento de comunidades judias na área (e também na Cisjordânia, o que só piora a situação).
Os refugiados palestinos: Nos conflitos do século XX, cerca de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas. Esses refugiados e seus descendentes hoje chegam a cerca de 7 milhões de pessoas. Os refugiados reivindicam o direito de voltar para casa. Do outro lado, Israel pontua que não tem como abrigar 7 milhões de palestinos. Até porque isso tornaria os judeus minoria dentro de seu próprio estado.
A segurança nacional: Israel teme que a criação de um estado independente palestino possa iniciar uma nova série de guerras na região, parecida com a que aconteceu nos anos 1970. Além disso, eles temem que o Hamas ganhe poder sobre a Cisjordânia e passe a atacar Israel, assim como eles fizeram em Gaza. Depois de tantos anos de conflitos, os palestinos dificilmente concordariam em prometer uma desmilitarização permanente.
Por: Luíza Antunes
Superinteressante.com

Estátua descoberta por nazistas é feita de meteorito

Uma estátua antiga descoberta por uma expedição nazista na década de 1930 foi originalmente esculpida em um meteorito extremamente valioso.
Pesquisadores dizem que o objeto de mil anos, que tem uma suástica na barriga, é feito de uma forma rara de ferro com alto teor de níquel.
Eles acreditam que o material seja uma parte do meteorito Chinga, que caiu na Terra há cerca de 15 mil anos.
A descoberta apareceu na publicação científica Journal Meteoritics and Planetary Science.  A estátua, de 24 centímetros de altura e dez quilos, é chamada de Homem de Ferro.
 
Origem desconhecida A história desse objeto de valor inestimável se parece mais com a de um filme de Indiana Jones do que com uma pesquisa científica.
A estátua foi descoberta no Tibete em 1938 pelo cientista alemão Erns Schafer. Sua expedição teve apoios dos nazistas, em particular de Heinrich Himmler, o chefe da SS. Himmler, dizem, acreditava que a raça ariana havia se originado no Tibete e gostava de recuperar objetos da área.
Levada para a Alemanha, a estátua se tornou parte de uma coleção privada e ficou fora de vista até 2007. Um novo dono, então, procurou saber cientificamente as origens da aquisição e, para isso, procurou Elmar Buchner, da Universidade de Stuttgart.
"Eu tinha certeza absoluta de que era um meteorito quando vi, mesmo a dez metros de distância", diz Buchner.


A pista, segundo ele, eram pequenas marcas semelhantes a impressões digitais causadas pelo derretimento da superfície.
"É rico em níquel e em cobalto. Menos de 0,1% de todos os meteoritos e menos de 1% dos meteoritos de ferro são ataxites, então é o tipo mais raro de meteorito que você pode achar."
Meteoritos são um sinal de atividade divina em muitas culturas desde o início dos tempos. Facas e joias eram feitas de meteoritos de ferro pelo povo inuíte antigo. Mas detectar suas origens exatas é, muitas vezes, extremamente difícil.
Os cientistas alemães e austríacos que trabalharam no Homem de Ferro com Buchner se surpreenderam por poder situar a estátua em um evento específico na história dos meteoritos.

Valor inestimável
Os pesquisadores acreditam que a estátua foi esculpida de um pedaço de meteorito Chinga que caiu na fronteira da região da Sibéria oriental e da Mongólia há cerca de 15 mil anos.
Os escombros da queda só foram descobertos em 1913 por caçadores de ouro, mas o fragmento individual de que a estátua foi feita foi coletado muitos séculos antes.
"Ficamos surpresos com o resultado", disse Buchner. "Ok, é um meteorito, mas o que me surpreendeu foi que pudemos também constatar que era de Chinga, descobrir a procedência".
Acredita-se que a estátua retrata o deus Vaisravana. Os pesquisadores acreditam que pertença à cultura pré-budista Bon, que existiu na Ásia há cerca de mil anos.
"Se estivermos certo e a estátua tiver sido feita pela cultura Bon no século XXI, ela tem um valor absolutamente inestimável e é absolutamente única no mundo", observa Buchner.
Nem a pessoa que esculpiu a peça nem os nazistas tinham qualquer ideia de que o material era uma substância rara, disse ele.
Para manter o elemento hollywoodiano da história, Buchner disse que a estátua tem uma certa aura.
"É extremamente impressionante. Antes estava quase toda dourada, e isso representa um grande mistério."

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Existe vida extraterrestre? Poluição pode responder

 Espaço
Existe vida extraterrestre em outros planetas? Essa é uma pergunta ainda sem resposta. No entanto, cientistas acreditam que a busca por vestígios de poluição em mundos distantes pode dar uma resposta.
A busca por vida deveria incluir o vapor de água e dióxido de carbono. Mas o Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), sucessor do Hubble, poderá ser capaz de detectar um péssimo efeito colateral da vida inteligente: a poluição.
A partir de 2018, James Webb (sucessor do Hubble), conseguirá procurar por gases como oxigênio e metano em outros planetas. Esses dois gases só podem coexistir se forem produzidos por micro-organismos ou jogados na atmosfera por algum tipo de civilização.
Esse é o objetivo de um grupo de cientistas do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. A equipe quer buscar por poluentes no ar que só podem ser gerados por algum tipo de civilização. A proposta foi publicada no periódico The Astrophysical Journal.
"As pessoas costumam se referir aos extraterrestres como 'pequenos homens verdes', mas os ETs detectáveis com esse método não podem ser chamados de 'verdes', já que eles não são amigos do meio ambiente", disse em nota Avi Loeb, um dos autores do artigo.
O James Webb poderá detectar dois tipos de clorofluorcarbonos (CFCs), compostos usados em solventes e aerossóis que destroem a camada de ozônio da Terra e, possivelmente, de outros planetas.
Segundo os cientistas, as concentrações dos CFCs na atmosfera de planetas fora do sistema solar deverão ser pelo menos dez vezes superiores às da Terra. Só assim os telescópios conseguirão detectar os sinais.
Além disso, o James Webb só detectará poluentes em planetas semelhantes ao nosso que estejam na órbita de estrelas anãs brancas, o estágio que precede a morte do astro. Felizmente, 97% das estrelas da Via Láctea se encaixam nessa conta. Infelizmente, antes que a estrela se torne uma anã branca, ela vira uma gigante vermelha que incha e pode muito bem incinerar a atmosfera do planeta.
Outro problema é que uma civilização mais avançada do que a nossa, provavelmente, já encontrou um problema para a poluição atmosférica.
"Consideramos a poluição industrial como um sinal de vida inteligente, mas talvez as civilizações mais inteligentes que nós, com seus próprios programas de busca por vida no espaço, considerem a poluição como um sinal de vida não inteligente, uma vez que contaminar seu próprio ar não é inteligente", disse em nota Henry Lin, principal autor do artigo.
Exame.com

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tempestade solar poderia ter causado catástrofe na Terra, em 2012

Pode até parecer irônico algo desse nível ter acontecido exatamente em 2012, o ano oficial das teorias da conspiração, mas a verdade é que escapamos de um dos maiores desastres da história da Terra naquela época. Em 23 de julho do dito ano, o Sol liberou em uma tempestade duas grandes nuvens de plasma que, por muito pouco, não atingiram o nosso planeta, podendo causar incontáveis danos.
“Se tivesse nos atingido, ainda estaríamos entre os escombros”, disse o físico Daniel Baker, em entrevista à NASA. Conhecidas como CMEs (Ejeções de Massa Coronal), essas nuvens de plasma são consequências das tempestades solares e capazes de destruir sistemas de força, comunicações via satélite, basicamente desabilitando tudo que pode ser conectado a uma tomada.
 O caso de 2012 foi provavelmente o mais poderoso dos últimos 150 anos e chamou a atenção dos cientistas pelo fato de não atingir a Terra por questão de uma semana. Se a explosão estivesse direcionada ao nosso planeta, ainda estaríamos vivendo suas consequências.
Baker ainda complementou: “Depois de conferir com os nossos estudos, tenho certeza de que os habitantes da Terra realmente tiveram muita sorte da explosão acontecer naquele momento. Uma semana antes e estaríamos na linha de fogo”.
Segundo a NASA, nossos sistemas de satélite e a nossa rede de energia seriam os principais atingidos pela onda de plasma solar - voltaríamos a viver como no século 18. De acordo com estudo da National Academy of Sciences, o impacto econômico poderia chegar aos 2 trilhões de dólares, prejuízo 20 vezes maior do que o do Furacão Katrina.
Para justificar a enormidade dessa CME, descobriu-se que uma tempestade solar havia acontecido na mesma região quatro dias antes, e com isso o caminho teria ficado “livre” para que a onda do dia 23 fosse atingisse tal velocidade e tamanho. Em um artigo, a NASA chegou à assustadora conclusão de que há 12% de chances de um evento como esse acontecer na Terra nos próximos 10 anos.
 Para o especialista Steve Tracton, do Capital Weather Gang, algo assim poderia abalar nosso dia a dia: “As consequências de uma tempestade desse nível podem devastantes para o comércio, o transporte, a agricultura, a saúde humana, a segurança nacional e para a vida cotidiana no geral”.
Galileu.com

Terra passa por período de extinção em massa de animais, diz estudo


Enquanto o número de seres humanos na Terra quase dobrou nas últimas quatro décadas, o número de insetos, lesmas, minhocas e crustáceos recuou 45%, revelaram cientistas nesta quinta-feira. Entretanto, a maior perda de espécies selvagens grandes ou pequenas em todo o planeta pode ser um importante fator da crescente violência e inquietação, destacou outra pesquisa publicada na revista Science, como parte de uma série especial sobre animais em extinção.
Os invertebrados são importantes para o planeta porque eles polinizam cultivos, controlam pragas, filtram a água e transportam nutrientes no solo. Entre os animais vertebrados que vivem no solo, 322 espécies desapareceram nos últimos cinco séculos e as espécies remanescentes tiveram cerca de 25% de declínio, destacou o estudo.
"Ficamos chocados ao encontrar perdas similares nos invertebrados como nos animais maiores, pois pensávamos anteriormente que os invertebrados fossem mais resilientes", disse Ben Collen, da Universidade College de Londres.
Os cientistas atribuem o declínio de invertebrados a dois principais fatores: a perda de habitat e as mudanças climáticas globais. Segundo eles, esse declínio planetário de espécies selvagens pode estar provocando mais conflitos violentos, crime organizado e trabalho infantil ao redor do mundo. As razões para essa intensificação se devem à escassez de alimentos e à perda de empregos, resultando em mais tráfico de pessoas e outros crimes, destacou o estudo, realizado por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley.
"Este artigo identifica o declínio da vida selvagem como uma fonte de conflitos sociais e não um sintoma", disse o principal autor do estudo, Justin Brashares, professor associado de ecologia e preservação da UC Berkeley. "Bilhões de pessoas dependem direta e indiretamente de fontes silvestres de carne para seu sustento e este recurso está diminuindo", acrescentou.
O estudo destacou, por exemplo, que o aumento da pirataria na Somália se deveu a disputas sobre os direitos de pesca. "Para pescadores somalis e para milhões de outros, os peixes e os animais silvestres são o único meio de sustentou, portanto quando isto foi ameaçado por frotas pesqueiras internacionais, medidas drásticas foram tomadas", afirmou o co-autor do estudo, Justin Brashares.
Os cientistas também apontaram para o aumento do tráfico de presas de elefantes e chifres de rinocerontes como uma evidência da crescente indústria criminal vinculada aos animais ameaçados.
"As perdas de espécies selvagens puxa o tapete de sociedades que dependem desses recursos", afirmou o co-autor do estudo, Douglas McCauley, professor assistente da Universidade de Santa Bárbara. "Não estamos apenas perdendo espécies. Estamos perdendo crianças, dividindo comunidades e incentivando o crime. Isso torna a preservação de espécies selvagens um trabalho mais importante que nunca", concluiu.

Conheça as dez principais novas espécies do último ano
Olinguito: um mamífero carnívoro da família dos Procionídeos, com cerca de 30 cm de comprimento. O animal tem pelo acastanhado e causa, e se encontra em florestas do Equador e Colômbia, nos Andes. O Olinguito foi a primeira nova espécie de carnívoros descoberta nos últimos 35 anos.
Camarão esqueleto:  o camarão esqueleto, ou Liropus minusculus, é o menor do gênero. Esta espécie foi identificada em uma caverna da ilha de Santa Catalina, Califórnia. O novo camarão tem aparência estranha, translúcida  e que se assemelha a uma estrutura óssea. O corpo do macho mede 3,3 milímetros; a fêmea é ainda menor em 2,1 milímetros.
Gecko Cauda de Folha: em latim, Saltuarius eximius; a espécie foi descoberta vivendo em florestas tropicais isoladas na região nordeste da Austrália. O Gecko tem um poder de camuflagem inacreditável e, possuindo membros mais longos, olhos maiores e corpo mais magro que outros do gênero. Esta espécie pode ser encontrada em rochas e árvores.
Caracol-cúpula terrestre: uma espécie de caracol terrestre todo transparente foi encontrada vivendo na escuridão completa a mais de 900 metros abaixo da superfície em uma caverna de Lukina Jama-Trojama, na Croácia. 
Ameba protista: ou Spiculosiphon Oceana é um organismo unicelular, que mede entre  4 a 5 centímetros, o que o torna um gigante entre outros unicelulares. Esta espécie foi descoberta em cavernas submarinas da costa sudeste da Espanha, onde, curiosamente, também foram encontradas as esponjas carnívoras.
Dragoeiro de Kawasaki: esta nova espécie de dragoeiro, ou Dracaena draco, apresenta árvores de até 12 metros de altura. Ela possui folhas macias, em forma de espada, com bordas brancas e flores com filamentos alaranjados brilhantes. O dragoeiro foi encontrado nas montanhas de pedra calcária das províncias Loei e Lop Buri, na Tailândia, e também pode ser encontrado na Birmânia. Em todo o mundo, existem apenas 2.500, fazendo com que a espécie seja considerada ameaçada de extinção.
Vespa fada Sininho: a pequena e delicada espécie de vespa vem da família da vespa parasitóide Mymaridae; a nova espécie recebeu o nome de Thinkerbella nana, em homenagem à fadinha Sininho, personagem do clássico Peter Pan.  Ela mede apenas 250 micrometros e está entre os menores insetos do mundo. A nova espécie foi coletada em uma vegetação da Costa Rica pela Estação LA Selva.
Micróbio de salas limpas: esta nova espécie de micróbio, Phoenicis Tersicoccus, foi descoberta em locais onde espaçonaves são montadas. Uma curiosidade é que este micróbio poderia contaminar outros planetas viajando pela nave espacial, pois tem capacidade de viver em ambientes hostis. A princípio, tais micróbios foram encontrados nos ambientes limpos da Flórida e América do Sul.
Penincilina laranja: este novo fungo, Penicillium vanoranjei, de destaca pela cor alaranjada brilhante quando se produz em colônias; ela foi nomeada desta maneira em homenagem à família real holandesa, especialmente ao Príncipe de Orange. O fungo foi, primeiramente, relatado por um jornal holandês e vive isolado no solo da Tunísia.
Anêmona Andrill: ou Edwardsiella andrillae, foi encontrada ancorada na parte de baixo da plataforma de gelo Ross, na Antártida. É a primeira espécie de anêmona-do-mar que vive no gelo. Ela foi descoberta quando um programa de perfuração Geológica da Antártida (ANDRILL) enviou um veículo que passeava nos buracos que haviam sido feitos no gelo. Isto revelou a presença de pequenas criaturas, com menos de 2,5 cm de comprimento, que possui um corpo amarelo claro e dezenas de tentáculos.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Paisagem que ganhou concurso de fotografia de NG Brasil começa a ser removida

corredor de árvores em Presidente Prudente, São Paulo

O bosque de Presidente Prudente, com cerca de 30 árvores do gênero Ficus, começou a ser removido para dar lugar a um condomínio residencial fechado. Uma imagem do lugar venceu o Concurso Cultural Sua Foto do mês de abril.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, na manhã de domingo (13) pelo menos 11 Ficus foram retirados. A Cetesb relatou à reportagem que o corte não precisou de autorização porque as árvores não eram nativas e não estavam em uma área de preservação ambiental.
Lamentável!!!

A mudança climática modificará a fragrância das flores


A mudança climática acarretará graves secas, elevações do nível do mar e uma série de catástrofes que todos conhecem. Mas o aumento de temperatura também causará outra alteração que, à primeira vista, não parece muito perniciosa: a do aroma das flores. Quanto maior a temperatura, maior é a produção vegetal dos compostos orgânicos voláteis: as substâncias químicas que as plantas desprendem e que determinam tanto a intensidade como a qualidade do seu aroma. Uma mudança que, além de modificar o cheiro do planeta, poderia afetar a polinização das plantas.
Segundo as previsões mais otimistas do Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC), órgão ligado à ONU, a temperatura da Terra poderia aumentar em um grau Celsius até o final deste século. Com essa previsão conservadora, as flores chegariam a aumentar em 1,4 a sua produção de compostos orgânicos voláteis. E, se as temperaturas chegassem a subir cinco graus - o panorama mais pessimista exposto pelo IPCC - as plantas gerariam até 9,4 vezes mais substâncias aromáticas, segundo um estudo realizado pelo Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha e pelo Centro de Investigação Ecológica e Aplicações Florestais (CREAF), de Barcelona.
Nem todas as flores reagirão da mesma forma à mudança de temperatura. As que agora desprendem menos fragrâncias, como a azinheira, terão um maior aumento da produção de substâncias aromáticas em relação àquelas que já são altamente cheirosas.
Além deste aumento na produção de substâncias, algumas plantas também modificarão a composição do seu perfume. E o aroma que as flores desprendem é, no fim, um de seus canais de comunicação com outros seres vivos, por isso os cientistas preveem que o novo aroma repercutirá no comportamento de alguns insetos polinizadores, os seus autênticos reprodutores.
“Há polinizadores que confiam em maior grau na aprendizagem constante das fragrâncias das flores do seu entorno, ao passo que outros se apoiam em preferências inatas. Portanto, espera-se que alguns polinizadores possam se adaptar e responder de forma mais dinâmica do que outros às mudanças na composição química dos aromas”, afirma Josep Peñuelas, pesquisador do CREAF.
Peñuelas adverte que, em testes, observou-se um maior índice de falha nos insetos quando o aroma da flor muda, o que colocaria em perigo a reprodução dessas espécies vegetais. Mas nem tudo são más notícias para as plantas. As que aumentarem a intensidade, mas não modificarem a qualidade da sua fragrância, conseguirão estimular mais os polinizadores.
El PAÍS.com

segunda-feira, 21 de julho de 2014

5 sinais inquietantes de um mundo em aquecimento

Ondas na Califórnia

Glaciares em declínio, concentração recorde de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, temperaturas extremas, marés ameaçadoras, um tufão furioso chamado Haiyan... Os eventos climáticos de 2013 refletem o que os cientistas, há décadas, têm observado: o nosso planeta está se tornando um lugar mais quente.
É o que mostra o mais novo relatório da Sociedade Meteorológica Americana e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).
Compilado por 425 cientistas de 57 países e divulgado anualmente, o estudo Estado do Clima de 2013 traz informações atualizadas sobre os indicadores globais relacionados às mudanças climáticas.
Conheça a seguir cinco importantes sinais que confirmam a tendência de aquecimento global no longo prazo. 
Emissões nas alturas

Os gases de efeito estufa (GEE) continuaram a subir no ano passado. No Observatório Mauna Loa, no Havaí, a concentração diária de CO2, o GEE mais importante, ultrapassou 400 ppm em 9 de maio, pela primeira vez, desde que as medições começaram no local, em 1958.
Em média, a concentração anual de CO2 em 2013 situou-se em 395,3 ppm, um aumento de 27% em relação aos níveis pré-industriais. Os cientistas esperam que a média global anual irá alcançar o limite de 400 ppm dentro de alguns anos.
Por que isso é importante?
A cada ano, as atividades humanas produzem mais CO2 do que os processos naturais podem absorver. Isso significa que o valor líquido de dióxido de carbono atmosférico nunca diminui. Assim, o acúmulo anual do gás segue subindo a medida que população mundial queima mais e mais combustíveis fósseis.
Calor, muito calor

O ano de 2013 ficou entre os dez anos mais quentes desde que os registros modernos começaram, em 1850. A temperatura média da superfície global ficou cerca de 0,50 ° C acima da média de 1961-1990, e 0,03 °C a cima da média registrada entre 2001 e 2010.
Em apenas 15 segundos, este vídeo da NASA mostra o aquecimento da Terra entre 1950 e 2013.
Por que isso importa?
A temperatura da superfície é uma das variáveis de tempo e clima mais familiares e consistentemente medidas pelo cientistas - e tem conexão direta com as mudanças climáticas a longo prazo. Não podemos esquecer que, de todos os planetas, a Terra tem uma temperatura de superfície amigável à vida.
Essa característica resulta do equilíbrio entre a entrada de luz solar e a saída de energia térmica, o calor irradiado de volta para o espaço por todas as partes do ecossistema planetário, dos solos para os oceanos, para nuvens e, especialmente, pelos gases na atmosfera.
A triste constatação: a tendência de aquecimento de longo prazo da Terra mostra que o equilíbrio foi alterado.
A maré continua subindo

O nível médio do mar continuou a subir em 2013, seguindo o ritmo de elevação de 3,2 mm por ano registrado ao longo das últimas duas décadas. Parte do aumento é devido ao derretimento das geleiras e outra parte é devido ao aumento da temperatura da água, que se expande quando fica mais quente.
Além disso, cerca de 15% da tendência de alta do nível do mar ao longo das últimas duas décadas tem sido atribuída à variabilidade natural.
Gráfico mostra tendência de elevação do nível do mar
Por que isso é importante?
A elevação do nível do mar é uma ameaça direta às populações costeiras em todo o mundo e já coloca em xeque a existência de micropaíses, como as Maldivas e Kiribati.
Globalmente, 8 das 10 maiores cidades do mundo também estão perto de uma costa, segundo o Atlas dos Oceanos da ONU.
Em se tratando do mundo natural, o aumento do nível do mar revela-se um elemento “estressor” sobre os ecossistemas costeiros que proporcionam proteção contra tempestades e habitat para peixes e outros animais.
Ártico mais quente ( e com menos gelo)
O Ártico registrou seu sétimo ano mais quente desde que os registros começaram no início do século 20. Temperaturas recordes foram medidas a uma profundidade de 20 metros em estações de permafrost no Alasca.
Outro agravante: a extensão do gelo do mar na região foi a sexta mais baixa desde que as observações de satélite começaram, em 1979. Todos as sete menores extensões de gelo marinho registrados por lá ocorreram nos últimos sete anos.
Por que isso é importante?
A extensão do gelo do mar do Ártico desempenha um papel crítico no sistema climático do planeta. Fisicamente, sua superfície branca reflete até 80 por cento da luz solar recebida durante os longos dias de verão no hemisfério norte, exercendo uma influência de resfriamento sobre o clima. Além disso, os ursos polares, morsas, baleias e outros animais dependem do gelo marinho para sobreviver.
Menos gelo também significa mais transporte pelo Ártico e exploração (principalmente de petróleo), com grandes implicações para a economia mundial e a segurança climática.
Glaciares em declínio

Segundo os cientistas, outro sinal claro de que o clima está aquecendo a longo prazo é a retração das geleiras montanhosas no mundo. Dados dos 30 glaciares monitorados historicamente, considerados "geleiras de referência", ainda estão sendo analisados, mas com base nas análises sobre a  Áustria, Canadá, Nepal, Nova Zelândia, Noruega e Estados Unidos, é muito provável que 2013 será o 24º ano com retração do gelo a abaixo da média histórica, prevê o estudo.
Por que isso é importante?
Em todo o mundo, cerca de 370 milhões de pessoas vivem em bacias cujo volume dos rios dependem do derretimento das geleiras. O processo fornece água potável para as populações e fonte para a irrigação agrícola. Noutras regiões, as barragens em rios alimentados por geleiras servem como principais fontes de energia hidroelétrica.
Ventos furiosos
O número de ciclones tropicais durante 2013 superou, ligeiramente, a média, com um total de 94 tempestades, em comparação com a média de 89, registrada entre 1981 e 2010. A Bacia do Atlântico Norte teve sua temporada mais tranquila desde 1994. No entanto, na Bacia Ocidental do Pacífico Norte, houve fenômenos destrutivos, como o Tufão Hayan.
Por que isso é importante?
Tempestades violentas causam perdas de vidas e podem atrasar o desenvolvimento econômico e social por anos, se não décadas. Tempestades e inundações foram responsáveis por 79% do número total de desastres nas últimas quatro décadas, causando 55% das mortes e 86% de perdas econômicas no período, de acordo com o Atlas de Mortalidade e Perdas Econômicas ligadas a extremos do clima, da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Exame.com

Ano de 2014 teve o mês de junho mais quente já registrado

Crianças brincam em lagoa em dia quente de verão em Nova Délhi, na Índia


O ano de 2014 teve o mês de junho mais quente já registrado, divulgou nesta segunda-feira a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) dos Estados Unidos. Maio também havia quebrado o mesmo recorde.
A temperatura média na superfície terrestre e nos oceanos alcançou 16,22 °C em junho, 0,72 °C acima da média do mês no século XX. O número supera em 0,05 °C o último recorde de junho, que ocorreu em 2010. "A maior parte do planeta enfrenta temperaturas mensais acima da média, com recordes de calor nas regiões do sudeste da Groenlândia, do norte da América do Sul e do Sudeste da Ásia. Assim como em maio, as regiões das principais bacias oceânicas também tiveram recordes de calor", disse a agência em comunicado.
Na superfície dos oceanos, a temperatura no mês de junho ficou 0,64 °C acima da média do século. Levando em consideração todo o período de janeiro a junho, o semestre empata com 2002 como o terceiro mais quente já registrado. As medições tiveram início em 1880, e junho foi o 352º mês seguido com temperaturas acima da média.
Veja.com

Amazônia cresceu após mudança climática há 2.000 anos, diz estudo


Faixas da Amazônia podem ter sido pradarias até uma mudança natural para um clima mais úmido há cerca de 2.000 anos ter levado à formação da floresta tropical, de acordo com um estudo que desafia a crença comum de que a maior floresta tropical do mundo é muito mais velha.
A chegada de doenças europeias após Cristóvão Colombo ter cruzado o Atlântico em 1492 também pode ter acelerado o crescimento de florestas com a morte de populações indígenas que utilizavam a região para agricultura, escreveram os cientistas no periódico científico norte-americano Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
"O ecossistema dominante era mais como a savana do que a floresta tropical que vemos hoje", disse John Carson, que liderou a pesquisa na Universidade de Reading, na Inglaterra, sobre o sul da Amazônia.
Os cientistas disseram que uma mudança para condições mais úmidas, talvez causadas por alterações naturais na órbita da Terra ao redor do Sol, levaram ao crescimento de mais árvores a partir de 2.000 anos atrás.
Os cientistas estudaram aterros feitas pelo homem, descobertos recentemente após desmatamento na Bolívia, que incluíam valas de até 1 quilômetro de comprimento e de até 3 metros de profundidade e 4 metros de largura.
Eles encontraram grandes quantidades de pólen de grama em sedimentos antigos de lagos próximos, sugerindo que a região era coberta por uma savana. Eles também encontraram evidências de plantações de milho, o que aponta para a agricultura.
A Amazônia tem sido tradicionalmente vista como uma floresta tropical primitiva e densa, povoada por populações caçadoras-coletoras. Nos últimos anos, no entanto, arqueólogos descobriram indicações de que povos indígenas viveram na selva densa, mas conseguiram abrir espaço de terra para agricultura.
O estudo publicado no periódico PNAS sugere uma nova ideia de que a floresta simplesmente não existia em algumas regiões.
As "descobertas sugerem que, em vez de ser uma floresta de caçadores-coletores, ou de desmatadores de florestas em grande escala, os povos da Amazônia de 2.500 a 500 anos atrás eram agricultores", disse a Universidade de Reading em um comunicado.
Carson disse que, talvez, um quinto da bacia da Amazônia, no sul, pode ter sido savana até essas transformações naturais, ao passo que floresta cobriria o território restante.
Em um lago, o Laguna Granja, plantas de floresta tropical somente teriam tomado o lugar da grama como principais fontes de pólen em sedimentos há cerca de 500 anos, sugerindo uma ligação com a chegada dos europeus.
O propósito dos aterros é desconhecido - eles podem ter sido utilizados para defesa, drenagem ou para propósitos religiosos.
A compreensão da floresta pode ajudar a resolver enigmas impostos pelas mudanças climáticas.
A floresta Amazônica afeta a mudança climática porque suas árvores absorvem dióxido de carbono, um gás de efeito estufa, à medida que crescem, e o liberam quando apodrecem ou quando são queimadas. O Brasil tem reduzido os níveis de desmatamento nos últimos anos.

domingo, 20 de julho de 2014

Frase

Foto

Novo supervegetal vem do mar e substitui a couve


Alimente-se de algas (kelp, em inglês). Elas estão cheias de nutrientes, atenuam mudanças climáticas ao sequestrarem carbono, melhoram o estado de saúde dos oceanos ao absorverem o excesso de nitrogênio e fósforo, e têm potencial como um valioso fertilizante e bicombustível.
Além disso, são deliciosas.
Bren Smith, proprietário da Thimble Island Oyster Company, com sede em Connecticut, e diretor da organização Greenwave, começou a cultivar algas e crustáceos em reação a várias crises que enfrentou na vida: sobrepesca, alterações climáticas e desemprego galopante na indústria pesqueira. Ele trabalhava no mar de Bering (entre a Rússia e os Estados Unidos), quando os estoques de bacalhau despencaram, e perdeu safras de ostras tanto para a acidificação oceânica como para dois furacões.
Baseado em parte na pesquisa do Dr. Charles Yarish da University of Connecticut, o modelo de cultivo oceânico 3-D de Smith usa toda a profundidade oceânica, como se fosse uma coluna, para cultivar a maior diversidade de alimentos concebível na menor área possível. “Agora estou produzindo mais alimentos em oito hectares de oceano que em40,5 hectareshá alguns anos atrás”, comemora.
Gaiolas de ostras pontilham o leito marinho e cortinas de algas brotam ao longo de linhas suspensas por boias superficiais. Estruturas de malha contendo vieiras, mariscos e mexilhões pendem entre as longas folhas de algas marinhas (kelp). Todas essas espécies absorvem nutrientes que penetram na água por meio de escoamentos agrícolas terrestres (contribuintes significativos para as chamadas zonas mortas oceânicas), o que é fundamental para a abordagem de Smith.
Seu trabalho com a Greenwave visa criar uma economia “verde-azul”: identificando espécies restauradoras em qualquer dado ecossistema que tornem os oceanos mais saudáveis, sejam nutritivas, deliciosas, e economicamente viáveis. Essa é uma “solução elegante” para alguns dos problemas inerentes ao nosso atual sistema alimentar, resumiu Smith.
De fato, soluções são necessárias. A Menus of Change (Cardápios de Mudança) [MOC, na sigla em inglês], uma conferência sobre alimentos sustentáveis organizada pelo Instituto Culinário da América (CIA, na sigla em inglês) e pela Harvard School of Public Health, destacou a necessidade de reformarmos o modo como produzimos alimentos. O relatório anual da MOC apontou para uma avalanche de problemas associados à produção de alimentos industrializados, inclusive desafios como o esgotamento de terras cultiváveis e água doce, resistência a antibióticos, secas e outros extremos climáticos associados às mudanças climáticas; além da insegurança alimentar e da obesidade.
Um relatório de 2011 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) identificou o setor de produção alimentar global como uma das causas mais importantes das mudanças climáticas, sendo responsável por cerca de 30% do consumo total de energia do mundo e produzindo mais de 20% das emissões de gases de efeito estufa do planeta.
Uma sessão da MOC discutiu o potencial de alimentos marinhos subutilizados e a promessa de uma produção alimentar baseada em oceanos: ela não requer água doce, nenhuma terra, e, se executada corretamente, pode de fato mitigar as mudanças climáticas em vez de contribuir para elas.
Mas há desafios: o conferencista William Bradley descreveu tentativas frustradas de servir vegetais marinhos a visitantes do Aquário da Nova Inglaterra, onde atua como principal executivo. Outro palestrante, o “chef” Bun Lai, teve algum sucesso em seu restaurante Miya’s Sushi, mas salientou que muitos americanos simplesmente ainda não estão familiarizados ou não se sentem confortáveis com a ideia de consumir plantas do mar.
Bren Smith espera que isso mude e vem trabalhando com o “chef” David Santos no Restaurante Louro, em Nova York, para desenvolver receitas inovadoras com vegetais marinhos. As possibilidades são infinitas. Folhas de kelp cortadas em tiras resultam em um perfeito macarrão “al dente”; os talos em conserva são crocantes, saborosos e refrescantes; a manteiga de kelp é uma pasta singular, porém suave e rica; e um simples prato de kelp com um pouco de molho de gergelim doce supera qualquer salada rebuscada de couve em termos de preço.
“Simplesmente faz sentido que esse seria o próximo superalimento”, argumentou Santos, apontando para a salubridade, o impacto ambiental, e a diversidade de usos e sabores de algas marinhas.
De acordo com uma recente matéria publicada pela Business Insider, há muitas razões para que a agricultura marinha no modelo de Smith talvez seja um componente fundamental no modo como pensamos sobre o futuro da produção de alimentos. A Menus of Change concentrou-se em soluções que favorecem a saúde, a sustentabilidade e a economia. Mas, no fim das contas, essas soluções também precisam ser deliciosas. A agricultura 3-D de Smith preenche todos esses critérios e mostra que abordagens similares podem ser viáveis.
“Em minha opinião, o que é tão empolgante agora, uma vez que estragamos as coisas tão terrivelmente, é que estamos contra a parede e precisamos inovar. Quero dizer que em todo o mundo precisamos encontrar respostas para realmente mudarmos nossas relações com os oceanos e reformatar a economia, e é daí que vem grande parte da minha esperança, e de onde vem muita empolgação, porque precisamos fazer alguma coisa, e acredito que isso gerará muita criatividade, resiliência e soluções”, resumiu Smith.
Mas essas soluções só funcionarão quando nós, como consumidores, estivermos prontos e dispostos a aceitar novos alimentos e novas formas de nos alimentarmos. Portanto, vá comprar algumas algas marinhas e bom apetite.
Scientific American