Um estudo divulgado pela NASA na quinta-feira revelou que a última parte intacta de uma das enormes plataformas de gelo da Antártica irá derreter completamente até 2020, aumentando o nível do mar. O pedaço remanescente da plataforma “Larsen B”, que ruiu parcialmente em 2002, de acordo com o órgão, está em processo rápido de desintegração.
A Nasa mediu a superfície de 10 mil anos e constatou que restam apenas 1600 quilômetros quadrados, o que corresponde à metade do estado de Rhode Island, nos Estados Unidos.
A Antártica tem dezenas de plataformas de gelo – placas maciças e flutuantes de gelo alimentadas por geleiras
pairando sobre o mar na borda da linha costeira do continente. A maior tem aproximadamente o tamanho da França. A Larsen B está localizada na Península Antártica, que se estende em direção ao extremo sul da América do Sul e é uma das duas principais áreas do continente onde os cientistas documentaram o encolhimento dessas formações de gelo.
"Esse estudo das geleiras da Península Antártica fornece indícios sobre a forma como as plataformas de gelo mais ao sul, que possuem muito mais terra gelada, vão reagir a um clima mais quente", disse Eric Rignot, coautor da pesquisa e glaciologista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, Estado da Califórnia.
Quase 200 países concordaram em negociar um pacto da ONU no final de 2015 para combater as mudanças climáticas no mundo, que a maioria dos cientistas prevê que elevarão o nível dos mares e trarão mais enchentes, secas e ondas de calor. O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climáticas, da ONU, citou uma probabilidade de pelo menos 95% de que a aceleração do aquecimento do planeta tenha sido desencadeada por atividades humanas.
O estudo sobre a plataforma de gelo, publicado online na revista Earth and Planetary Science Letters, se baseou em levantamentos aéreos e dados de radar.
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