Estudo publicado ontem (29) na prestigiada revista americana Science correlacionou a intensidade crescente de tufões que ocorreram nas últimas quatro décadas com o aquecimento global que tem desbalanceado o clima da Terra. Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mediram a gravidade dos tufões que ocorrem no planeta desde 1951 e cruzaram os dados com a elevação de temperatura da superfície do oceano Pacífico.
Entre os anos 50 e 70, a amplitude desses eventos se manteve constante, assim como o termômetro dos mares. Quando o aquecimento passou a elevar com significância a temperatura das águas, os tufões cresceram em intensidade. Mudanças climáticas globais, como a elevação do índice de emissão de gás carbônico (o CO2) na atmosfera, também fizeram aumentar a duração desses acontecimentos.
Tufões, assim como terremotos, são anomalias climáticas difíceis de serem antevistas, o que dificulta a reação à destruição causada por eles. A pesquisa da Science representa um grande passo para a prevenção contra desastres naturais do tipo. Além disso, acrescenta mais um item à lista de efeitos negativos das mudanças climáticas decorrentes de ações humanas, a exemplo da queima de combustíveis fósseis. Escrevem os autores: "Nossos resultados têm importantes implicações para compreender as alterações na intensidade de anomalias com o aquecimento global".
O estudo calcula que desde 1971 houve um aumento superior a 30% na força dos tufões. Caso o ritmo de emissões de CO2 continue, a intensidade e durabilidade dos eventos pode crescer em mais 14% até o fim deste século.
A anomalia - Um tufão é formado pela variação brusca de temperatura e de direção dos ventos oceânicos e cresce em velocidade de acordo com o aquecimento das águas. Um dos mais catastróficos da história ocorreu em 2013, no noroeste do Pacífico, causando a morte de mais de 6 000 pessoas na região das Filipinas.
Veja.com
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