Marrocos é um dos países com mais incidência de sol no planeta: são cerca de três mil horas ensolaradas por ano. Fazendo uma conta rápida (365 dias no ano multiplicado por 24 horas no dia = 8760 horas em um ano) e se pensarmos que até no Marrocos o sol precisa descansar (ou seja, que lá também existe noite) isso quer dizer que há sol em 68% do período diurno do país. A ironia é que mesmo com a abundância desse recurso natural preciossísimo, 97% da energia utilizada pelo povo marroquino vem de fora. Uma imensa usina de energia solar está a caminho para acabar com esse antiquado contraste.
Imensa não – estamos falando da maior usina do mundo. A ideia é que o projeto fique pronto até 2020 – até lá, cerca de 2 bilhões de dólares terão sido gastos na sua construção e instalação. A expectativa é que a usina gere 500 MW e ocupe um espaço equivalente ao de Rabat, capital do país.
A usina está sendo construída em Ouarzazate, cidade conhecida como “a porta do deserto”, por ser uma das entradas para o deserto do Saara. A tecnologia que será empregada por lá não é a mesma dos tradicionais painéis fotovoltaicos – serão utilizados espelhos curvados de cerca de dez metros de altura; essas estruturas estarão ligadas a canos com um líquido dentro e, assim que o líquido esquenta e é transformado em vapor, uma turbina gera a eletricidade.
Se hoje o Marrocos compra de outros países quase toda sua energia, a ideia é que com essa usina o país possa até exportar energia para a Europa. Alguns cientistas afirmam que se todos os desertos do mundo fossem utilizados para capturar energia solar, a demanda energética da humanidade estaria garantida por um ano.
A primeira fase do projeto deve ser lançada já em novembro desse ano – só esse trecho conta com 500 mil espelhos solares espalhados por 800 fileiras.
Galileu.com
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