O degelo nas camadas polares fez com que o nível do mar aumentasse 11
milímetros nas últimas duas décadas, segundo um levantamento publicado pela
revista Science.
O levantamento, que reúne resultados obtidos por mais de 20 equipes de
pesquisa especializadas no polos gelados da Terra, está sendo considerado o mais
"definitivo" já feito.
Até então, pesquisas isoladas obtinham resultados parciais - ora de degelo,
ora de aumento da massa polar - gerando estimativas díspares e incertezas.
Em áreas como a Groenlândia, houve, por exemplo, perda de gelo no somatório
total. Já a Antártida apresentou um quadro variado em suas diferentes regiões e
um total inalterado de massa de gelo.
Especialistas em estudos por satélites uniram forças para obter os dados que
embasam o estudo. Neste acampamento, cientistas britânicos analisaram a região
da Península Antártida. Os estudos foram comandados pelo professor Andrew
Shepherd, da Universidade de Leeds (Grã-Bretanha), e Erik Ivins, de um
laboratório da Nasa, a agência especial americana, e combinam observações de dez
diferentes missões de satélites.
O monitoramento por satélite permite uma análise mais detalhada dos polos ao
longo dos anos.
Sol da meia-noite reflete em iceberg na Baía de Disko, na Groenlândia. Boa parte
da perda anual de
gelo ocorre com a erosão de icebergs como na foto.
A taxa de degelo da Groenlândia aumentou quase cinco vezes desde meados dos anos
1990. Em comparação, ainda que as mudanças regionais no gelo da Antártida sejam
muitas vezes surpreendentes, o balanço geral permanece razoavelmente constante,
pelo menos de acordo com as medidas de satélite a que tivemos acesso", diz
Ivins. Na foto, um iceberg na Baía Disko, na Groenlândia.
"O sucesso desta iniciativa se deve à cooperação da comunidade científica
internacional e a sensores precisos de satélites oferecidos pelas agências
espaciais", diz Shepherd. "Sem esses esforços, não poderíamos dizer às pessoas
com certeza que nossas coberturas de gelo estão mudando nem pôr fim a dúvidas
que persistiram durante anos." Na foto, cobertura de gelo da Groenlândia.
A perda de cobertura de gelo já havia sido reportada anteriormente pelo Painel
Intergovernamental em Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) em 2007, mas
não estava claro se a Antártida estaria crescendo ou encolhendo. Agora,
estimativas sugerem que tanto a Antártida como a Groenlândia (na foto acima)
estão perdendo gelo.
O novo estudo mostra que o derretimento de gelo aumentou, causando a elevação
anual de até 0,95mm no nível dos mares. Na foto, o sol da meia-noite refletido
no gelo da Groenlândia.
A aceleração do derretimento polar tem implicações profundas. Nos locais onde o
gelo desaparece por completo, a superfície perde seu poder natural de refletir a
radiação solar de volta ao espaço. As águas ficam mais escuras e, assim,
absorvem mais calor. Na foto, o Sol reflete em montanhas e icebergs na ilha
Adelaide, na Antártida.
Pesquisas prévias indicam que uma grande redução no gelo dos mares deve impactar
a rota de ventos que controlam o nosso sistema climático e as tempestades.
Na foto, Hamish Pritchard, em uma expedição britânica na Antártida. Um esforço
colaborativo de 47 pesquisadores vem coletando amostras de rochas para entender
mais sobre o degelo polar.
BBC.com
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