Acontece que a situação por lá é bastante delicada já que o país é o maior
emissor de gás carbônico per capita do planeta. Com apenas 1,6 milhão de
habitantes – menos do que a cidade de Manaus, no Amazonas, que tem 1,7 milhão de
pessoas –, a monarquia absolutista emite 53,5 toneladas de CO2 por pessoa todos
os anos.
A boa notícia é que já tem gente se mobilizando para reverter essa situação:
os imames - pregadores e principais líderes religiosos
do Islã – se envolveram em ações contra as mudanças
climáticas. Para lembrar as pessoas da responsabilidade que todos têm
de cuidar do planeta, eles pretendem ajudar com o que eles
sabem fazer melhor: pregar.
Durante a COP18, mais de
150 mesquitas – local de culto para os seguidores do
islã – no Qatar vão ecoar versos do Alcorão que falam
sobre o meio ambiente. E não há o menor risco de os fiéis se
enjoarem da pregação: existem mais de
1.500 versos “ecológicos” que os imames podem entoar durante
esses sermões tão especiais. Assim, eles esperam incitar a população a
adotar práticas mais sustentáveis no seu dia a dia, como evitar
o desperdício de água e não derrubar árvores.
Para levar a preocupação ambiental ao público e tornar a
Convenção das Nações Unidas mais conhecida e inclusiva, as
mesquitas definiram um calendário de ação:
- em 27/11, os sermões falarão
sobre preservação dos recursos naturais e a redução do
consumo de energia;
- as mudanças climáticas vão
ser o assunto religioso do dia 30/11, e
- em 04/12, grupos especiais se
reunirão para difundir ainda mais a mensagem.
Não vai dar para ver tão cedo o resultado de tanta pregação, mas quem sabe os
efeitos dessa ação podem ajudar a compor um cenário de menos impactos até a Copa
do Mundo de 2022, quando os olhos do mundo estarão mais uma vez – e
fanaticamente – voltados para o Qatar.
Será que a religião pode contribuir para reduzir
os efeitos das mudanças climáticas?
Superinteressante.com
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