Uma análise das rochas lunares coletadas por astronautas da missão Apollo forneceu novas pistas sobre a formação da Lua. A pesquisa alemã, publicada nesta quinta-feira na revista Science, reforça a hipótese de que o satélite tenha se originado a partir do impacto de um corpo planetário conhecido como Theia com a Terra, há 4,5 bilhões de anos.
Ainda não existe um consenso entre os cientistas sobre a formação da Lua, mas a chamada “hipótese do grande impacto” é a teoria mais aceita. De acordo com ela, o choque com esse corpo celeste, com tamanho semelhante ao de Marte, teria desprendido rochas e poeira que se uniram para formar o satélite. O principal ponto que provoca dúvidas sobre a veracidade dessa teoria é o fato de que os elementos químicos da Terra e do nosso satélite parecem ser idênticos. Se a Lua realmente se formou de uma colisão, suas rochas deveriam ser diferentes das do nosso planeta, por serem parcialmente formadas por material de Theia.
Os cientistas analisaram amostras colhidas pelas missões Apollo 11, 12 e 16 (as duas primeiras lançadas em 1969 e a última em 1972) e encontraram diferenças nos isótopos de oxigênio em rochas da Lua e da Terra, da ordem de 12 partes por milhão. De acordo com os autores da pesquisa, apesar de pequena, essa diferença é significativa, mostrando que a Lua e a Terra têm composições químicas diversas devido ao impacto que originou o satélite.
Proporção — O próximo desafio é descobrir quanto da Lua é composto por matéria vinda de Theia. Modelos anteriores chegaram a prever que esse valor seria de 70%, mas os pesquisadores alemães apontam para uma divisão mais equilibrada, segundo a qual a Lua seria formada 50% por materiais de origem terrestre. "Agora podemos estar razoavelmente seguros de que a enorme colisão ocorreu", disse o autor principal do estudo, Daniel Herwartz, da Universidade Georg-August de Gottingen, na Alemanha.
Veja.com
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