O Centro de Previsão Climática (CPC) dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira que há 70% de chances de ocorrer o El Niño neste ano. Os reflexos do fenômeno de aquecimento das águas do Pacífico, que afeta o clima em todo o mundo, devem ser sentidos a partir de julho, no Brasil. A tendência é que haja uma grande quantidade de chuvas entre o sul do Amazonas, oeste de São Paulo e norte do Paraná. Em São Paulo, o fenômeno tem boas chances de provocar chuvas acima da média entre dezembro e fevereiro.
"A boa notícia que o El Niño traz é que o próximo verão não terá temperaturas tão elevadas como o último. O Estado não passará por seca, pois devem ocorrer pancadas de chuva a partir de outubro. Porém, apenas esse fenômeno não será suficiente para que o Sistema Cantareira volte a seu volume normal. Precisaríamos de chuvas muito acima da média antes do fim do ano. Assim, a falta d’água provavelmente se repetirá em 2015", diz Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo.
O inverno, normalmente, é o período mais seco do ano, em que os reservatórios de água atingem seus níveis mais baixos. Em 30 de maio, usando água do volume morto, o manancial que abastece o Sistema Cantareira estava com 25% de sua capacidade, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Esse volume será suficiente para manter o abastecimento de água na Grande São Paulo até o início das próximas chuvas, entre setembro e outubro, quando o reservatório voltaria a se encher. No entanto, para que os níveis voltem a subir de maneira regular seria preciso um volume de chuvas extraordinário, capaz de dispensar o uso do volume morto.
Hoje, o Cantareira fornece água para cerca de 7,2 milhões de pessoas na Região Metropolitana, além de mais de 5 milhões de pessoas na região de Campinas.
El Niño moderado — Cientistas do CPC afirmaram em seu relatório mensal que as chances do El Niño acontecer aumentam para 80% durante o outono e o inverno no hemisfério Norte. De acordo com as previsões, a força do fenômeno deve ser de fraca a moderada, a mesma intensidade com que ele se manifestou entre 2009 e 2010, sua última ocorrência.
No Brasil, o El Niño costuma provocar seca no Nordeste e chuvas intensas na região Sul. "A tendência histórica é que o fenômeno traga chuvas acima da média em São Paulo, com precipitações maiores no verão", diz Augusto Pereira Filho, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG-USP).
Veja.com
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