Os EUA e mais 11 países assinaram nesta quinta-feira (04/02) o Acordo de Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), o maior acordo de livre-comércio da história. O pacto, que vai englobar cerca de 40% da economia mundial e 800 milhões de pessoas, precisa ser ratificado pelos parlamentos dos 12 países para entrar em vigor.
A nova parceria – que envolve EUA, Austrália, Canadá, Brunei, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã – não inclui, de forma intencional, a China. Analistas afirmam que o pacto é uma tentativa de conter o crescente poder econômico e influência de Pequim na região.
"A parceria permite que os EUA – e não países como a China – escrevam as regras da estrada do século 21", afirmou o presidente americano, Barack Obama, em comunicado, após a assinatura do acordo em Auckland, na Nova Zelândia.
Apesar dos comentários de Obama, os EUA também procuraram minimizar qualquer retórica anti-China. O representante americano de Comércio Exterior americano, Michael Froman, disse que o acordo "não está voltado contra um país em particular, mas rumo ao estabelecimento de padrões mais altos para a região". "É importante ter uma relação econômica construtiva" com a China, afirmou.
Pequim não comentou o acordo, mas disse que seus funcionários estudam o documento, que tem 6 mil páginas e que somente foi divulgado após a finalização das negociações. O Ministério do Comércio chinês afirmou que o país "participaria ativamente e facilitaria acordos de livre-comércio altamente transparentes, abertos e inclusivos na região".
Enquanto os 12 ministros de Comércio Exterior apertavam suas mãos em Auckland, milhares de manifestantes bloqueavam ruas para protestar contra o pacto. Eles afirmam que o TPP vai custar empregos e gerar impacto sobre a soberania dos países da região da Ásia-Pacífico.
O economista americano e ganhador do Prêmio Nobel Joseph Stiglitz acredita que o tratado "pode vir a ser o pior acordo comercial em décadas". "Em 2016, deveríamos esperar pela derrota do TPP e o início de uma nova era de acordos comerciais que não recompensem os poderosos e punam os fracos", escreveu recentemente no jornal britânico The Guardian .
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