quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O governo do Estado de Luxemburgo vai investir em mineração de asteroides no espaço

 
 
O governo de Luxemburgo sinalizou a intenção de investir em mineração de asteroides no espaço. O país anunciou que vai criar um quadro jurídico legal para dar apoio a esse tipo de iniciativa, e o conselheiro do projeto será o ex-chefe da Agência Espacial Europeia Jean-Jacques Dordain. Segundo ele, mineração espacial não pode mais ser considerada ficção científica de páginas de romances de Jules Verne. Ao contrário, ele afirma que as tecnologias de base para esse campo de trabalho — de desembarque e retorno de materiais dos asteróides — já foram essencialmente provadas.

Dordain clamou aos empreendedores europeus que sigam o exemplo de start-up americanas que já começaram a a considerar o quão importante seria explorar os elementos raros e valiosos encontrados em corpos celestes.
— As coisas estão mudando nos Estados Unidos e já era tempo de surgir uma iniciativa nessa área também na Europa, e eu estou contente de que a primeira iniciativa esteja vindo de Luxemburgo — disse ele, em
entrevista à “BBC News”. — Agora não haverá desculpa para os investidores europeus irem para a Califórnia.
Duas empresas americanas, a Deep Space Industries e a Planetary Resources, começaram a montar equipes para projetar sistemas da nave espacial que podem examinar potenciais alvos e, eventualmente, coletar minérios sobre sua superfície ou logo abaixo dela.
Alguns comentaristas na época sugeriram que isto poderia ser contrário ao Tratado do Espaço Exterior da ONU, assinado em 1967. Mas o ministro da
Economia de Luxemburgo, Etienne Schneider, se diz tranquilo em relação a essa polêmica.
— Estas normas proíbem a apropriação do espaço e dos corpos celestes, mas elas não excluem a apropriação de materiais que podem ser encontrados lá — disse ele. Grosso modo, a situação é equivalente aos direitos de uma traineira em águas internacionais. Os pescadores possuem os peixes que pegam, mas eles não possuem o oceano.
 


Apesar de ser uma pequena nação, Luxemburgo tem uma posição de destaque na actividade espacial. É lá que funciona a sede da SES, a maior empresa de telecomunicações do mundo comercial, que retransmite para milhares de estações de TV em todo o mundo. A Intelsat, a segunda maior empresa da área em receita, também tem escritórios no país.
Luxemburgo agora também quer se tornar um pólo para as empresas europeias de mineração do espaço.

— Num futuro muito próximo, vamos avançar com um plano de ação estratégico que define medidas concretas para os próximos anos — disse Schneider.
o Globo.com
 




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